Pub SAPO pushdown

sábado, maio 31, 2008
Está prometido
sábado, maio 31, 2008
Pronto, coitadita, não deu para mais.

E, de facto, eu só pedi para ela aparecer, não fiz qualquer referência às condições em que a senhora deveria ter subido ao palco. Estava bêbada, drogada, sem voz, comeu em palco, chorou em palco, bebeu muito em palco, esqueceu-se das letras em palco, disse coisas indecifráveis em palco, quase caiu em palco. Enfim. Mostrou, em palco, o quão decadente está. E mais do que ter pena dela, tive pena da banda. Que é excelente e tinha que andar sempre à volta da desgraçada, como se fossem os pais dela. A ver se a menina não fazia figuras ainda mais deploráveis, a tentarem salvar a honra do convento, a puxarem pelo público quando viam que a coisa estava a começar a azedar. É engraçado, parecia que ela é que estava a fazer back vocals para a banda, e não o contrário. Foi uma miséria, um concerto fraquinho, fraquinho, e eu gostava de ouvir uma palavrinha da organização do Rock in Rio, a pedir desculpa aos espectadores por terem assistido a tão triste momento. E acho engraçado que um evento que passa a vida a apelar a tantos valores e a tanta causa humanitária, depois me espete com uma gaja destas no palco. E nem uma palavrinha sobre o assunto. Mas pronto, depois de ver a atitude dos portugueses, também é normal que ninguém se sinta na obrigação de emitir um pedido de desculpas. É que, se num segundo, estavam a assobiar pelo atraso de 40 minutos, assim que a desgraçada subiu ao palco esqueceram-se de tudo, amigos como dantes, e vá de cantar e aplaudir um espectáculo decadente. E quando ela disse, num assomo de consciência, que estava com má voz e devia ter cancelado o concerto, ainda gritaram "nãaaaaaaao" e mostraram muita pena e condescendência para com a pobre. É assim. Enquanto continuarmos a deixar que nos comam as papas na cabeça, teremos sempre aquilo que merecemos. Ou seja, assaltos à mão armada no valor de 53 euros.
sexta-feira, maio 30, 2008
Dear Amy,

Nós hoje vamos lá só para te ver. Está de chuva, está fresquinho, estou constipada, mas nem assim vou deixar de me arrastar para te ouvir. Por isso é bom que não te armes em espertinha e que apareças, porque senão vejo-me obrigada a ir até Londres e arrastar-te pelos cabelos. Entendidas?
quinta-feira, maio 29, 2008
O que há em mim é sobretudo cansaço

O que há em mim é sobretudo cansaço
Não disto nem daquilo,
Nem sequer de tudo ou de nada:
Cansaço assim mesmo, ele mesmo,
Cansaço.

A subtileza das sensações inúteis,
As paixões violentas por coisa nenhuma,
Os amores intensos por o suposto alguém.
Essas coisas todas -
Essas e o que faz falta nelas eternamente -;
Tudo isso faz um cansaço,
Este cansaço,
Cansaço.

Há sem dúvida quem ame o infinito,
Há sem dúvida quem deseje o impossível,
Há sem dúvida quem não queira nada -T
rês tipos de idealistas, e eu nenhum deles:
Porque eu amo infinitamente o finito,
Porque eu desejo impossivelmente o possível,
Porque eu quero tudo, ou um pouco mais, se puder ser,
Ou até se não puder ser...

E o resultado?
Para eles a vida vivida ou sonhada,
Para eles o sonho sonhado ou vivido,
Para eles a média entre tudo e nada, isto é, isto...
Para mim só um grande, um profundo,
E, ah com que felicidade infecundo, cansaço,
Um supremíssimo cansaço.
Íssimo, íssimo. íssimo,
Cansaço...

Álvaro de Campos
quarta-feira, maio 28, 2008
Ditado pipoqueiro

Quem anda à chuva em Madrid, apanha uma valente constipação em Lisboa.
quarta-feira, maio 28, 2008
E pronto...
... nunca mais na vida poderei voltar a dizer que nunca nenhum filme me fez deitar uma lágrima..
domingo, maio 25, 2008
No me jodas que me crispo

Eu confesso que estou a ficar um bocadinho de nada farta de gente que era suposto gostar de mim (ou que, pelo menos, não tem porque não gostar) mas que parece ficar incomodada com as coisas que me deixam feliz. Como se vivessem melhor se eu vivesse numa tristeza permanente, e quase tivesse que pedir desculpa ou dar justificações por não levar uma vida tão miserável quanto desejariam. Há resquícios de maldade e egoísmo que me revolvem o estômago. É que vindos de algumas pessoas são-me apenas indiferentes, vindos de outras são intoleráveis. E depois um dia passo-me, rodo a baiana e temos uma versão moderna do E Tudo o Vento Levou. Ou então não, o que é ainda pior.
domingo, maio 25, 2008
Madrid, una vez más*




*e sempre melhor
terça-feira, maio 20, 2008
Coisas a evitar numa próxima relação #2

Homens de 30 anos que falam da noite e dos copos como se tivessem 15.
segunda-feira, maio 19, 2008
Problemas de consciência

Se há coisa que eu aprendi no último ano foi a importância de se viver com a consciência tranquila. Com a sensação que se agiu bem, que se fez o que se podia. E o que se devia. Em relação a tudo (ou quase). E nos últimos tempos, sobretudo nos últimos meses, sinto que a minha consciência não me tem deixado mal, e ao deitar-me todas as noites passo a vida em retrospectiva e sei que estou no bom caminho. Isto está longe de querer dizer que se é feliz e que se leva uma existência maravilhosa. Até porque também percebi que viver de consciência tranquila e tomar as decisões correctas não é assim tão fácil. É difícil, é complicado, às vezes apetece mandar tudo à fava e dizer "que se lixe o que é correcto porque, vai-se a ver, e ninguém dá valor nenhum a isso". Porque às vezes magoam-se pessoas, tomam-se atitudes parvas e precipitadas porque nos sentimos de mal com a vida, procuramos soluções idiotas e rápidas para problemas insolúveis. E, já se sabe, não há curas milagrosas, não há saídas fáceis, não há almoços grátis. O mal que nos sentimos hoje dificilmente passará amanhã. Faça o que se fizer. Na verdade, a coisa agrava-se quando se fazem asneiras. E isto explica o texto abaixo. O de não ser assanhada. Não é que não seja (sou ligeiramente e sei bem o que fazer para conseguir o que quero). Apenas não me apetece nem quero sê-lo. Porque não vejo o interesse. Porque não sinto que valha a pena. Porque não quero acordar e sentir que fiz algo que não acrescentou nada à minha vida, só porque sim, por um devaneio momentâneo, porque o corpo até pedia mas o coração guinchava "iiiiiiiiiiiiihhhhhhhhh, põe-te a milhas, não é isto que eu quero, iiiiiihhhhhhh!!!". E por isso fujo de confusões, de atitudes inconsequentes, de caminhos sem saída.
E a consciência leva-me ao problema da honestidade. E da frontalidade. Coisas em que eu, confesso, sou fraquinha, porque prefiro dizer uma mentira mais ou menos inofensiva, ou adiar a verdade, do que despejar tudo, assim. Ou preferia. Ontem dei por mim nesse limbo: digo só mais ou menos o que penso, enrolo, adio, finjo, simulo, ou digo o que me vai verdadeiramente cá dentro, algures entre o pâncreas e a caixa torácica, mesmo sabendo que isso pode deixar outra pessoa triste? Optei pela segunda hipótese. Perguntas frontais, respostas frontais. Porque é isso que eu espero dos outros, e se sempre tivessem sido honestos comigo muitas horas de infelicidade se teriam poupado. E acho que mais vale dizer qualquer coisa que, ainda que honesta, pode magoar na hora, do que ir acumulando desculpas e alimentando o chamado efeito bola de neve. Já vivi mil situações dessas e dão sempre mau resultado. Por isso, depois de uma semana de assumida cobardia, de ir sempre dizendo "depois penso nisto", optei pela verdade sem floreados. Com o devido pedido de desculpas e aperto no coração, que é sempre triste magoar alguém que nos importa.
Há exactamente um ano percebi que sabia muito bem o que queria e que nada me ia desviar desse caminho. O caminho já deu algumas voltas, grandes demais até mas, ainda que em moldes muito diferentes, cada vez sei melhor o que quero que a minha vida seja. E, enquanto assim for, não há volta a dar. Só mesmo a satisfação de assentar a cabeça na almofada e, ainda que triste, ter a certezinha que passou mais um dia e não me defraudei. E que isso vai ter que valer para alguma coisa.
domingo, maio 18, 2008
Fosse eu mais assanhada...

... e se calhar safava-me melhor. Mas não, as minhas garrinhas andam pouco afiadas. Quebradiças, até.
sexta-feira, maio 16, 2008
O problema não é teu, é meu

No outro dia, numa loja, experimentei um vestido que me assentava, como dizer, mal comó'raio. Era o tamanho mais pequenino e tudo, mas ficava esquisito, sobrava tecido em todo o lado, era maravilhoso no cabide, mas péssimo em mim, parecia uma órfã. Até que esta semana, ao folhear uma revista, deparei com a Soraia Chaves enfiada no dito vestido. Toda ela mamas, toda ela pernas, toda ela sorriso maravilhoso, cabelo idem. E foi aí que percebi, claramente, que o problema não era do vestido. O que me deixou com um humor mais ou menos parecido ao de uma amêijoa.
quinta-feira, maio 15, 2008
E hoje,

parada num semáforo, quando estava à beira de despejar as lágrimas que não despejei ontem (a vontade era sensivelmente a mesma, muita), olhei para a frente e vi o arco-íris. Podia ser em sentido figurado, que era uma coisa bonita de dizer, mas não, era mesmo o arco-íris, que eu não via há anos e anos e nítido como eu nunca o tinha visto, até dava para contar as cores. Chovia como tudo, fazia sol, e um arco-íris que se via quase duma ponta à outra. E quem é que larga a chorar com o arco-íris à frente? Eu não, que não sou ingrata. Ri-me para a senhora do carro do lado, também ela embasbacada a olhar.
quinta-feira, maio 15, 2008
Hoje não tive tempo para chorar

E tanto assim foi que, vai-se a ver, e o meu hoje já passou a ontem e eu só agora parei de trabalhar e dei conta disso. Acordei com a puta da dor na perna, a latejar, a moer, a pensar que devia ir para o hospital pela terceira vez, mas que não tinha tempo para isso, que havia outras prioridades. Engoli um comprimido para as dores e reprimi as queixas, porque havia outra paciente - a minha mãe - para depositar na CUF Descobertas, a nossa segunda casa. Não pude chorar pela tristeza de a deixar mais uma vez no hospital (uma operação simples, nada de grave, mas não a ter em casa aperta-me o coração), nem pelas dores na perna, porque tinha que seguir viagem. Passar para a outra margem do rio para um trabalho, que idiota, não era Montijo, era Alcochete, telefonema para me pôr no sítio certo, bip-bip de mensagens que não se respondem na hora e que passam de ideia, voltar ao fim de muitas horas para trabalhar mais deste lado do rio, fome, incómodo, dores de cabeça, tempo cinzento, condutores domingueiros à quarta, chegar e queixar-me do trabalho quando na verdade não era isso que me estava a incomodar e a azedar o humor, era o tempo a passar e eu sem tempo para derramar o mar de lágrimas que me apetecia. Gente a revirar-me os olhos de impaciência e incompreensão compreensíveis, a reunião das quartas-feiras, tamborilar com os dedos na mesa, olhar para o relógio, pressa para me enfiar no carro, voltar para casa, aproveitar o caminho para chorar. Elevador que demora, chegar à rua e estar a chover, ter que andar depressa, carregada, chapéu nem vê-lo, remexer na mala para encontrar o telemóvel e ligar para uns recados rápidos, enquanto abria o carro perante assobios inconvenientes do café da frente e atirava a tralha toda para o banco de trás. Entrar no carro e pensar nos atalhos todos que podia percorrer para chegar mais depressa a casa, que o meu pai estava sozinho e isso preocupa-me, e ainda ter que inventar um jantar. Notícia importante a dar na rádio, voltar a pegar no telefone e dar o alerta, podia interessar para o trabalho, e olhar para todo o lado que uma multa e carta apreendida não dão jeito a esta altura, aproveitar os semáforos fechados para folhear a revista da semana, que ainda nem tinha visto, suspirar de impaciência com o trânsito. Música que começa a tocar, daquelas que são um murro no estômago, mas nem aí deu para chorar, porque enfiar o carro na garagem continua a ser uma aventura ao fim de tantos anos, e olhos turvados de lágrimas podem muito bem resultar num raspanço no pilar da esquerda ou no carro da direita. Espreitar o correio, nada, esperar pelo elevador, segundo andar, conversa em dia com o pai, tratar do jantar para dois, massa a cozer enquanto se troca mensagens para contar as últimas, jantar, cozinha arrumada, chamadas por atender no telemóvel, cinema recusado, que não me consigo desdobrar em sete, sofá e manta polar para ver o resto das notícias e o Sócrates a jurar que não fuma mais, ligar à mãe, está tudo bem, quando é que voltas?, lágrimas que ficam só beira dos olhos, por uma tristeza que percebi que não é só de hoje mas que hoje custou mais. Computador, arranjar espaço na secretária, espalhar cadernos e papéis, escrever para adiantar trabalho, que amanhã o dia também não se adivinha fácil, mensagens, ah, grande merda, desculpas pelas mensagens que ficaram sem resposta há tantas horas atrás, completamente esquecidas, mails, telemóvel a pedir carga, quarto a pedir arrumação, livro a pedir leitura, documentário enfiado no dvd à espera de tempo para ser visto. E dei por mim e afinal hoje já era ontem, e não houve tempo para chorar, e agora também já não me serve de nada, nem de consolo, que o cansaço é maior que o resto.
segunda-feira, maio 12, 2008
De repente...

... dei-me conta que, lentamente, assim muito devagarinho, o meu local de trabalho se está a transformar num prostíbulo. E já faltou mais para, depois da hora de expediente, trocar de roupa e começar a prestar outro tipo de serviços, que isto a vida está má para todos e quaisquer trocos extra dão jeito. Depois venham-me cá dizer que os jornalistas passam a vida a receber prendas e a ser bajulados. Aqueles dois cachecóis de plumas foram algumas das coisas maravilhosas que aterraram naquela redacção (e nem sequer foram enviados pela mesma entidade! Como raio é que duas empresas diferentes acharam que plumas é que estava a dar???). É que assim torna-se difícil corromperem-me, conquistarem espaço nas minhas páginas, porque aquelas penas... pronto... como dizer... não servem para nada, só para acumular pó. Se me querem comprar tem que ser com coisas mais compostinhas, voos mais altos, que assim não vão lá. No entanto, achei que era de mau tom não pôr à vista de todos os lindos presentes recebidos, por isso vá de decorar a sala ao melhor estilo cabaret de Freixo de Espada à Cinta. As flores ajudam a compor o visual kinky (mas são mto queridas, e foram-me enviadas num gesto simbólico de despedida ao maestro Rui Costa, que eu muito apreciei). Acho que o meu director estremece cada vez que olha para aquele canto. Desconfio que vai a correr rever o meu contrato laboral, na esperança de encontrar ali alguma cláusula que justifique o despedimento. Mas está tudo arrumado e limpinho, e isso é que conta. Perfeito, perfeito é quando arranjar um napron de renda. Lá chegaremos.
segunda-feira, maio 12, 2008
Técnicas de engate dos tempos modernos #1

Antigamente pedia-se o número de telefone de casa. Hoje pede-se o messenger. Ainda alguém tem telefone em casa?
segunda-feira, maio 12, 2008
Adeus, pequenino

Lamento que tenhas acabado a carreira no Benfica. Cada um com a sua cruz, não é? Jamais esquecerei o dia em que te fui pedir um autógrafo e perguntaste "Para a Pipocas?", "não, filho, só Pipoca". Vou ter muitas saudades tuas. =(
segunda-feira, maio 12, 2008
Globos de Ouro: o melhor

- Então, não-sei-das-quantas, vem vestida por quem?
- Mango (toma lá e vai buscar)
domingo, maio 11, 2008
É uma pena...

... que toda a gente que eu conheço ou que estou a conhecer saiba da existência deste blog. Muita coisa teria eu para escrever todos os dias se assim não fosse. Assim não há nada para ninguém, porque depois feria susceptibilidades e era chato, e lá vinham as queixinhas costumeiras ("como OUSASTE falar de mim no teu blog, sua grande prostituta????"). Mas lá que tinha coisas muito mais giras para dar a conhecer ao mundo, isso tinha. Vou ter que criar outro blog, está visto. Ou começar a escrever em código. Mas isso não tem graça.
terça-feira, maio 06, 2008
Counting the days
Eu já me tinha despedido delas. Já tinha feito o meu luto, já tinha chorado tudo o que havia para chorar, já estava a recuperar, já só revia a série toda a cada dois meses. E agora aí estão elas outras vez, apenas por 135 minutos. E depois, muito possivelmente, é o adeus para sempre. Não estou preparada para passar por isto outra vez.
segunda-feira, maio 05, 2008
Este é o post número 1000

É a milésima vez que repito o processo: tenho um tema para um post (diferente de dizer "tenho um tema INTERESSANTE para um post"), abro o blogger, ponho o e-mail, ponho a password, carrego no botão para criar uma nova mensagem, escrevo (ou ponho imagens, ou vídeos, ou só uma frase), gravo e ponho on-line. Às vezes abro o blogger mesmo sem ter assunto, só porque me apetece escrever. Outras vezes abro o blogger e não escrevo coisa nenhuma. O que interessa é que esta é a milésima vez que aqui estou perante vós, estimados leitores.

Como ando numa fase de retrospectivas, decidi ir inspeccionar o que é que eu andava a fazer nos últimos anos, por esta altura. É o que dá ter um blog com mais de quatro anos. Relembram-se coisas que já se tinham eclipsado da mente, ri-se (ou chora-se) com muita parvoíce que se escreveu, tem-se alguma... vergonhazinha, vá, de algumas coisas que se fizeram, disseram e sentiram, recordam-se pessoas que nos passaram pela vida, dá-se graças por outras com quem já não nos damos, sente-se alívio pelas coisas menos boas que já passaram e que parecia que não iam passar nunca.

Maio de 2004: trabalhava no jornal A Capital (Deus a tenha em descanso) e, posso dizê-lo com tranquilidade, era feliz. Tinha um trabalho do qual gostava muito, tinha um namorado do qual gostava muito e com quem passava a vida a rir (e que, acho, também gostava de mim). Em suma, levava uma vidinha santa. Em Maio escrevi sobre o Benfica, claro, sobre celulite, claro, e sobre outros assuntos igualmente relevantes.

Maio de 2005: já não me lembro porquê, devia andar extremamente ocupada, mas só escrevi um texto no blog, para assinalar a conquista do campeonato pelo glorioso SLB. Trabalhava no mesmo sítio (que viria a fechar dois meses depois). Já não tinha o namorado de quem gostava muito. Tinha um caso que me fez a vida negra (um claro erro de casting) e que eu viria a despachar algum tempo depois (que os casos é suposto serem coisas boas, e não terroristas psicológicos que, se uma pessoa se distrai, nos podem fazer às postas em menos de nada).

Maio de 2006: vivia em Madrid e vivia a paixão da vida. Porque me consumiu muito tempo e muitos nervos e muitas lágrimas, porque foi irracional, porque foi infantil, porque foi desesperada e desgastante, porque foi pouco correspondida, claro. Os momentos bons foram os melhores e faziam-me percorrer as ruas de Madrid quase a correr, os momentos maus foram de caixão à cova e também me fizeram andar por aquelas calles de phones nos ouvidos e lágrimas a escorrer cara abaixo. Levou muito tempo a passar e hoje tem graça pensar nisso, até porque me dou lindamente com o sujeito em causa (beijinho, beijinho) e é um grande alívio, enorme, pensar que os sentimentos, da maneira que existiam, já lá vão e dificilmente voltarão. Ufa! Pelo meio, estagiava numa agência de comunicação e estava a acabar o meu master em Comunicação (também conhecido por férias de um ano em Madrid).

Maio de 2007: foi o mês mais importante do ano. As grandes decisões aconteceram todas nesse mês. Comecei um novo emprego que deixei ao fim de apenas um mês, para começar noutro projecto que achei que tinha mais a ver comigo. Até agora, Maio de 2008, estamos felizes com a decisão. Dias melhores, dias piores, mas até ver, ainda não há lugar para arrependimentos (daqueles grandes). No que toca a amores, pôs-se fim a uma relação fugaz (mas fofinha) e deu-se início a outra, mais duradoura, a que viria a ser conhecida como a relação "encontrei, a minha busca chegou ao fim, é ele a pessoa com quem eu quero casar, juro, tenho mesmo a certezinha absoluta, nunca quis com mais ninguém, com ele quero, é ele e não vai ser mais ninguém, recuso-me, se não for ele mato-me!". Não foi a maior paixão, mas foi o maior amor, for sure. Infelizmente, só eu é que tinha essa certezinha. Mas não me mato, que o meu amor é grande mas a minha vida, ainda assim, vai sendo maior.

Maio de 2008: é o que se vê. Não está a ser um mês fantástico, estou a modos que abananada com acontecimentos mais ou menos recentes, já percebi que este vai ser um daqueles anos complicados. Estou à espera das coisas boas. Assim que me atrever a voltar a abrir as portinhas da alma, tudo correrá pelo melhor.

E mais mil se seguirão.
quinta-feira, maio 01, 2008
Está feito (e pago com lágrimas de sangue)



Em Julho, procurem-me por aqui.

AddThis