Ai, pequenada da minha vida, eu bem sei que já vou com dois dias de atraso, mas vocês sabem lá a quantidade de trabalho que tenho entre mãos até ir de férias. Escrevi uma lista interminável de coisas a fazer, e por mais que vá riscando não há meio de lhe ver o fim. Enfim, não vos vou maçar com o aborrecimento que é a minha vida, que não foi para isso que cá vieram. Ora então os Globos de Ouro, não é verdade? Pois que este ano fiquei em casa a assistir via TV, e foi um descanso. Deu para analisar tudo em  47 polegadas, uma maravilha. Tenho a dizer que a gala foi muito pobrezinha, mais do que nos últimos anos. A nível de roupa, a nível de cabelos, a nível de convidados e a nível de piadolas forçadas. Insistem em pôr a Bárbara Guimarães num registo mais brejeiro, qual revista à portuguesa, e eu até acho que ela gosta disso (nos últimos tempos tem sido um soltar de franga que  nunca mais acaba), mas é penoso de ver. Os diálogos (mal) encenados e sem a mínima graça foram uma constante, torna-se embaraçoso. E a plateia parecia completamente adormecida (ou sedada), para além de só terem meia casa. Enfim. Pois que como estava a dizer, os vestidos não foram nada por aí além. Havia para aí 863 convidadas com vestidos vermelhos, e para aí 863 convidadas que, ao que tudo indica, não passaram pelo cabeleireiro nem deram um jeitinho à cara. Não sei se o tema deste ano era o "vamos completamente ao natural" ou se houve uma greve dos profissionais da beleza, mas a coisa correu muito mal. Tudo com um arzinho deslavado, um bocejo pegado.

Vamos então começar pelo melhor e pelos meus vestidos preferidos. Até porque, a partir daqui, é sempre a descer.

Luísa Beirão. "Ai não era para vir de vestido curto? Pois, quero lá saber, que com este verdinho estou linda de cair para o lado. Inchem!"

Ora aqui está uma surpresa. Dânia Neto e um vestido giro. Um bocadinho menos de mama à mostra e era um sério candidato ao melhor da noite.

Nos últimos dois anos adorei sempre os vestidos da Bárbara Taborda. Não sei se este também é do Nuno Tiago (que é absolutamente fantástico), parece-me ter qualquer coisa de Storytailors, mas é diferente e com pinta.

Daniela Ruah: estava muito gira. Acho que o vestido (dos Manéis) é um bocadinho adulto demais, mas ficava-lhe mesmo muito bem. Quinze a zero em elegância.

Gosto taaaanto da Ana Moura e acho que estava tãããão fofinha! Só lhe tirava os brincos à minhota, que juntamente com o colar era tralha a mais.

Clara de Sousa. Gosto mesmo muito do vestido. Já o cabelo... pois.

Sou suspeita, adoro os Deolinda e a Ana Bacalhau, mas gostei muito de a ver de amarelinho. Não consegui encontrar uma foto de corpo inteiro, é o que temos.

Fiquei muito surpreendida com a escolha da Cláudia Vieira. Estava a contar com mais mamas ou mais pernas, o de sempre, mas o vestido era muito sóbrio. E era lindo, com um corte fantástico. Cada vez que olho para ele gosto mais.

A Sara Sampaio ainda é pequenina e não diz assim grande coisa (e queixa-se de ter "apenas" 1,72m), mas estava capaz de lhe saltar para cima só para lhe sacar o vestido. Quebrou o protocolo ao não levar vestido comprido, mas quando se tem umas pernas destas há que ignorar o protocolo.

Aurea: Um vestido digno de Oscares. Há quem ache too much, eu não lhe tirava nada. Bem, talvez lhe tirasse a argola do nariz e lhe pusesse um brinco mais discreto, que aquilo não tinha nada a ver. De resto, cabelo impecável, maquilhagem impecável. E ela é linda de morte.

Filipa ex-Sabrosa e agora Valente mas quase quase a voltar a ser Sabrosa: o vestido é super simples, mas  acho que aquela alça faz toda a diferença. Gosto de vestidos assimétricos e este é super elegante.

Ana Sofia ou "vamos lá embora com o meu vestidinho fluído amarelo pôr aquelas pirosonas todas a um canto". Lovely!

Milena Cardoso: é uma das minhas modelos preferidas e acho que estava muito bem. Já se sabe que um pretinho nunca compromete, mas este era bem giro. Muitas palminhas para o cabelo, menos palminhas para a clutch.

Raquel Strada: acho-a um amor e o vestido era lindo, lindo.

Finalmente, a notícia pela qual há tanto esperávamos. Anos e anos de ansiedade finalmente compensados: Margarida Menezes, a virgem mais virgem deste nosso Portugal... vai-se a ver e já não é virgem. Aguentem as lágrimas de emoção e orgulho, que temos de ser fortes neste momento. A nossa Margarida, que ainda ontem não era mais do que isto, já me anda aí na rambóia da violenta. Podia ter limitado o anúncio a um simples "já não sou virgem" (ou ter ficado calada de todo)? Podia, mas não era a mesma coisa. Vai daí, a nossa pequena abriu-se (nada de piadas ordinárias) ao Correio da Manhã e saiu-se com uma revelação espantosa: "As minhas amigas diziam-me que o pénis é suave como a pele dos golfinhos, e tinham razão. É muito macio e suave, não me fez impressão". Que é como quem diz, não lhe causou espécie. Ora eu não podia estar mais feliz pela nossa Margaridinha. Não só descobriu o maravilhoso mundo do sexo, como ainda apanhou um pénis que se assemelhava a um golfinho. Um pénis lustroso e macio. Ele há gente com sorte. Sobretudo, alegra-me que a ex-virgem não se tenha sentido impressionada perante a visão de um pénis (tenho para mim que já lhe tinham passado alguns pela vista, quiçá pelas mãos), que ser nojinhas nestas coisas é uma chatice. E para a nossa Margaridinha não vai nada, nada, nada? Tudoooo!

Os Globos de Ouro estão a ser comentados ao minuto no facebook Pipoquiano. E o que eu já me ri, senhores! Prometo imagens para amanhã. Para já, fica a pergunta: os convidados decidiram poupar na ida ao cabeleireiro?

Acabei de ouvir Marinho Pinto (o Bastonário da Ordem dos Advogados) a dizer que a prisão preventiva dos delinquentes que promoveram aquela bonita cena de espancamento a uma miúda não faz sentido nenhum e que temos um sistema judicial "da Idade Média". Marinho Pinto desvalorizou completamente a gravidade do que aconteceu, e eu pergunto-me como é que uma pessoa com o cargo e as responsabilidades que ele tem pode vir a público dizer tamanha parvoíce. É que isto é praticamente um incentivo a que outros miúdos estúpidos e mal formados se lembrem de fazer o mesmo, por não ser assim tão grave e por até haver quem ache que a prisão preventiva é um claro exagero. Não sou inocente ao achar que esta situação foi um caso único e pontual. Infelizmente, deve ser o pão nosso de cada dia por este país fora. Mas esta, por sorte ou por azar, foi parar à televisão e ganhou proporções inimagináveis. Talvez assim jovens como estes percebam, finalmente, três coisas:
1) Que os seus dramas adolescentes (e insignificantes) não se resolvem à pancada e que é preciso que alguém lhes ensine isso;
2) Que mesmo que achem que ao estalo e ao pontapé assumem uma posição dominante, ao menos que sejam espertos o suficiente para não o filmarem e, sobretudo, para não espetarem com essa merda no Facebook. Eu sei que é fixe darem aquele ar de quem faz e acontece, mas isso só vos vai fazer parecer idiotas à escala nacional;
3) Que os actos, às vezes, têm consequências. Consequências essas que podem implicar ir ver o sol aos quadradinhos em Tires e no EPL;

Dizer que são crianças e que a prisão preventiva é uma medida de coacção demasiado severa é dar carta branca a outros marginais que por aí andam. Lamento, mas pessoas que se portam como delinquentes, devem ser tratadas como tal. E 15, 16 e 18 anos são idades em que se tem plena consciência daquilo que se faz. Somos todos mais parvos e inconsequentes com essa idade? Somos, é verdade. Mas também não estamos a falar de crianças de colo ou de maluquinhos que não sabem o que fazem. As duas miúdas que agrediram e o miúdo que filmou sabiam bem o que estavam a fazer. Só não sabiam (porque a burrice também é uma coisa comum a estas idades) que ia dar no que deu. Sinceramente, não tenho pena. Nem acho que se deva ser brando ou condescendente.

Tenho muitos sapatos, é um facto, mas descobri que me faltam uns quantos básicos. Por exemplo, uns stiletto pretos. Ou uns pumps em nude. Cheira-me que o meu próximo investimento serão uns Louboutin Pigalle de 12 cms. Que me dizem?

Está a dar o Barcelona-Manchester.

E eu tenho ordem para estar em silêncio.

E pronto, nada a fazer senão agradecer. Desta feita foi a Joana, a autora do Maria Mariquitas, que me fez chegar um caderno lindo e maravilhoso para levar para Nova Iorque. Adoro e vai dar mesmo muito jeito para apontar tudo e mais alguma coisa. Sinto-me um bocadinho como aqueles médicos que recebem leitões e garrafas de vinho do Porto. Com a vantagem de que eu recebo coisas muito mais giras.

A pedido de muitas famílias, em especial das leitoras facebookianas que passam a vida a pedir "looks Pipoca", vou tentar fazer-vos a vontade, pelo menos uma vez semana, está beeeeeem? Não prometo que tenha roupa gira em quantidade suficiente para encher isto, mas pronto, vamos tentar. Entretenham-se com o primeiro.