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O mínimo dos mínimos

segunda-feira, setembro 22, 2014
Quando ouço as discussões sobre o possível aumento do salário mínimo sobem-me os calores e sinto vontade de partir pratos e atirar o comando à televisão. Discutem-se trocos. Trocos que, seguramente, farão a diferença na vida de alguém, por mais pequena que seja, mas que não deixam de ser valores irrisórios. O salário mínimo fixou-se em 485 euros em 2011 e não tem aumentado desde então. Os parceiros sociais discutem. Uns pedem que suba para 500, outros para 505€, e eu só consigo pensar no ridículo dos valores e em como é que se pode achar que alguém vive com isso. Com 485, ou com 500 ou com 505€. Mendiga-se um aumento como se se estivesse a pedir uma coisa extraordinária, uma coisa que permitisse às pessoas viverem de forma digna em vez de apenas sobreviverem. Ah, o país não pode, a produtividade não aumenta, não podemos pôr-nos agora a dar 700 ou 800 euros às pessoas. Estamos em 2014 e o salário mínimo em Portugal são 485 euros. Inacreditável, não é? Eu também já ganhei isso. Era miúda, morava com os meus pais, era o primeiro emprego. Mas quando comecei a fazer contas à vida, depressa percebi que era impossível ser independente com 500 euros por mês. Como é que se paga uma casa em Lisboa, mais as contas todas, e ainda se consegue comer? Sei que é a realidade de muitas pessoas, e juro que lhes admiro a ginástica orçamental, porque não sei mesmo como conseguem. Mas depois.... depois é triste que a vida se limite a isso: pagar a casa, as contas, a comida. Não temos de viver no luxo e na opulência, mas porra, há um meio termo. É bom saber que há uma margenzinha para ir ao cinema de vez em quando, ou jantar fora, ou comprar uma peça de roupa, fazer uma viagem assim na loucura, oferecer um brinquedo aos filhos, conseguir poupar para uma altura de crise. Como é que isso se faz com 485 euros por mês? Não se faz? Vive-se na rotina casa-trabalho-casa? Não se sonha? Vive-se sempre com a corda no pescoço, a pensar como é que se vai chegar ao fim do mês? Isso é viver? Lembro-me de viver angustiada com isso, o saber que não podia ter a minha independência, mas na altura era um mal menor. Tinha 20 e poucos anos e não era um drama assim tão grande viver com os pais e poder gastar o ordenado no que me apetecesse. Mas e se fosse agora? Se aos 33, com um filho, estivesse dependente de um salário mínimo, como é que conseguiríamos viver? 
Juro que não percebo como é que o trabalho de alguém - seja ele qual for - pode ser "recompensado" com 485 euros. Ou como é que acham que alguém pode desempenhar as suas funções alegremente sabendo que é esse o valor que lhe cairá na conta ao fim do mês. É muito triste. Mas também não me vou pôr com a conversa típica de que é uma vergonha uns receberem tanto e outros tão pouco. Acho que todos deveríamos almejar viver melhor e com melhores condições, em vez de gastarmos energias a desejar que os outros vivam tão na merda como nós. Temos de nivelar as coisas por cima e não por baixo. O que é que me interessa rezar de joelhos para que a vizinha do lado ganhe tão mal como eu? Para ficarmos as duas na miséria e nenhuma se poder rir? Não é melhor fazer os possíveis para tentar estar tão bem como ela? Sei que nem sempre é fácil, que nem sempre depende de nós, que nem sempre o nosso trabalho é reconhecido, que tantas vezes nos sentimos injustiçados e com vontade de mandar tudo para o diabo, mas eu acredito (se calhar sou inocente) que quem é verdadeiramente bom acaba por ser recompensado. 
Dia 30 haverá nova reunião. Ficaremos a saber se o salário mínimo aumentará 15 ou 20 euros. Farão a diferença para muita gente, mas não deixa de ser vergonhoso.

280 comentários:

  1. Realmente o pior é esses "míseros" 15 ou 20€ poderem fazer a diferença na vida de alguém, enquanto os salários mínimos e prestações sociais em países aqui ao lado, como Espanha ou França, roçam 1500€, o que é bem melhor, mesmo tendo em conta níveis de vida mais elevados. Estamos num país em que, infelizmente, como a Ana refere, mendiga-se por uma ninharia porque, sejamos honestos, faz uma diferença do catano nalgumas famílias!

    Gostei muito deste post e da maneira como se questiona acerca dos sonhos e dos pequenos luxos. Tudo muito verdade!

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    1. É muito triste isto acontecer em Portugal.
      Em Espanha o salário mínimo é de 700 e tal euros o que para quem vive em Madrid ou Barcelona (principalmente, porque o valor das casas é muito alto, tb é muito difícil conseguir chegar ao final do mês. E falo com conhecimento de causa porque vivi lá nos últimos anos e vi essa realidade.

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    2. Espanha 1500 €? Não deve ser a mesma que eu conheço...

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    3. Atenção que o salário mínimo em Espanha não é muito elevado: são 633 euros. Em França cerca de 1500. O que é certo é que nem em Espanha nem em França se vive bem com estes valores, especialmente nas grandes cidades. E em Espanha o custo de vida aumentou muito com a crise (supermercado, gasolina, etc).

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    4. Correção: o salario minimo bruto em França é de aproximadamente 1500€.
      Esse salario é sujeito a descontos da segurança social e IRS. Assim, o salário minimo em França ronda os 900 e tal euros.

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    5. Os 485€ de Portugal também ainda estão sujeitos a descontos! Limpos são pouco mais de 400€...

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  2. Um bom texto, concordo plenamente.
    Infelizmente neste país não se vive, sobrevive-se.

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  3. Assino por baixo Ana. Este País assim não vai a lado nenhum. Eu tenho vergonha! Muitas vezes já pensei em ir para fora. E é algo que ainda não está fora de questão na minha vida. Tive a sorte (ou o azar!) de conhecer algumas realidades bem diferentes da nossa. Também não é difícil conseguir algo melhor que isto. Este País tem muita coisa boa e é uma pena não aproveitarmos isso para sermos um País próspero, e acima de tudo para proporcionarmos uma melhor qualidade de vida a todos.
    A maioria não vive, sobrevive.

    http://mundodamafy.blogspot.pt/

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    1. Não aproveitamos porque não podemos: temos barragens e eólicas com fartura, mas a eletricidade é caríssima; temos ótimas relações com Angola, mas os derivados do petróleo e o gás natural são caríssimos, etc, etc. O mal está precisamente em haver quem, de facto, se aproveite de tudo isso.

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  4. Muito bem Pipoca. Subscrevo inteiramente.

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  5. Essa questão realmente é ridícula deveríamos antes de falar em aumentar o ordenado minimo em pelo menos 100 euros. Agora acho que não deveriamos apenas por em causa o ordenado minimo, mas a questão dos preços em Portugal. Desde logo como se justifica que num país como o nosso os impostos sejam tão altos, como o IVA a 23%? Além disso, muitos são os emigrantes dizem que os preços de supermercado por exemplo, são exactamente os mesmo que em França e outros paises, com a grande diferença que lá o ordenado minimo ronda mais de 1000 euros.

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    1. É verdade sim senhora e a gasolina aqui na França ainda é mais barata que ai, sinto-me triste e envergonhada com este possivel(?) aumento(?)
      :(

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  6. Sem dúvida; eu fico arrepiada. Vivo um problema familiar em que o pai da minha filha por exemplo considera suficiente pagar 100€ de pensão de alimentos para ajudar ao sustento de uma criança de 4 anos. No ano passado incumpriu, este ano fomos a tribunal, está a incumprir outra vez e eu, sozinha com o meu ordenado que, graças a Deus não é o mínimo, mas que, para mim e para a minha filha, também não me deixa muita ,margem, penso nas pessoas que estão nessas condições; como se alimentam, como compram medicamentos, como se vestem, como educam os filhos...e confesso que mesmo não ganhando esse salário, mas também não auferindo uma fortuna, 20€ por vezes me fazem toda a diferença.

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  7. Eu acabei uma licenciatura e depois de muitas e muitas entrevistas (nas quais me ofereciam cerca de 0€ por mês) o "melhor" que arranjei foi um estágio remunerado. Remunerado, 8h por dia, 380€ por mês. É o país que temos. Um país em crise há uma carrada de anos e muitas empresas a aproveitarem-se disso para seu bom proveito.

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  8. Concordo em absoluto, do início ao fim.
    Estou sempre a dizer: o meu problema não é os outros ganharem bem - ainda bem que ganham - é eu ganhar mal. Ganho €485 por mês, para sustentar-me a mim, à minha mulher e ao meu filho, que tem problemas de saúde e por isso a minha mulher foi obrigada a despedir-se do trabalho a recibos verdes, onde ganhava... €500.
    Não pagamos a renda totalmente há 4 meses e vamos apertando aqui e ali, como se pode.

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  9. Brilhante post Pipoca! :D
    Sempre me ensinaram que devemos viver numa sociedade em que se queira que os pobres sejam mais ricos e nunca que os ricos sejam mais pobres. Não considero um profissional rico ou bem pago por ganhar líquidos 1100 ou 1500€/mês, queria era que a nossa sociedade achasse normal que um qualquer profissional qualificado ganhasse pelo menos esse valor. Aqueles que se indignam por um profissional ganhar muito mais que eles, deviam era revoltar-se contra a ordem instituída que defende baixos salários, instiga as guerras sociais e, pior ainda, geracionais.
    E sim viver, viver é muito mais do que 485€...

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  10. Concordo que 500€/ mês é muito pouco e não dá para nada. Mas se existem tantas empresas que já nem conseguem pagar os 485€, como vão conseguir pagar mais 15 ou 20€? Infelizmente não é assim tão simples... Não quando muitas vezes é a luta pela sobrevivência.

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    1. Infelizmente isso também é verdade...

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    2. Mas, já pensaste qtas empresas já fecharam pq não há consumidores?!?! Pq as pessoas já não podem se dar ao luxo(?) de jantar fora de vez em qdo? É um ciclo terrível de contenção, o fato de não ter poder de compra, tbm faz muita boa gente perder seu trabalho...

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    3. Quem manda nessas mesmas empresas devia pensar duas vezes se vale a pena a empresa existir...

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    4. Verdade, mas aí entra o que a pipoca defende..
      Como se pode definir o trabalho de alguém por 485 €?
      A pessoa trabalha, gera valor e é retribuida com uma quantia misera para o que faz..
      Alguma coisa está mal..

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    5. Ia dizer isto mesmo. O grande problema em aumentar muito o ordenado é os encargos que acarretam para a empresa. Quando 98% das empresas em Portugal são PME, um aumento de ordenado minimo em, imaginemos, 20€, numa empresa que tenha 20 empregados, implica uma despesa acrescida de, pelo menos, 400€. Quando muitas vezes as empresas mal conseguem pagar ordenados completos e ainda os descontos para o IRC e Segurança Social, um aumento grande e repentino de ordenado minimo pode levá-las a fechar as portas ou despedir alguém para sobre algum dinheiro. O aumento de ordenado é importante, que é, mas um aumento de 20€ já seria uma boa ajuda se a juntar a ele, o IVA e os descontos baixassem. Só assim é que a economia pode ser estimulada. É preciso as pessoas terem dinheiro para gastar, para que as empresas possam produzir mais e enriquecer o país. De pouco vale aumentar o ordenado minimo se no final do mês, não se sente esse aumento efetivo.

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    6. Boas e Inteligentes Reflexões sobre um assunto merecedor do nosso maior respeito. Um verdadeiro ciclo vicioso/espiral díficil de reverter.... por isso ainda não foi encontrado o tão desejado " remédio" para a crise económico-financeira que nos assola e teima em permanecer. Ambas as partes(pró e contra aumento do SMN) apresentam argumentos válidos, mas se desde 2011 o SMN se mantém nos 485€/mês, deve-se ao facto da maioria do tecido empresarial português (como já foi mencionado) ser maioritáriamente constituído por Pequenas (incluindo inúmeras microempresas que iniciaram actividade no decurso da crise e que entretanto já encerraram portas....)e Médias Empresas, algumas das quais em situação "moribunda" ou a " balões de oxigénio"(como se diz na gíria) mal podendo cumprir com as suas obrigações legais, ou já em incomprimento, "tiram de um lado... para tapar um buraco do outro... pura, complexa, stressante, deprimente engenharia financeira...(imprópria para cardíacos e potenciadora de AVC's)". Nem sempre a sua situação se fundamenta na "ruinosa Gestão", mas sim por falta de procura dos seus bens ou serviços (ausência de vendas ou de prestações de serviços). Como podem empresas em situação díficil,suportar as depesas ( aparentemente diminutas) inerentes a um aumento do SMN, quando muitas vezes já pagam o actual a conta gotas ???. Sem intenção de ser/parecer defensora do governo, à que agir com cautela e evitar mais "falências". Existem também as que na realidade PODEM e DEVEM aumentar salários, para tal não necessitam da Redefinição Oficial do SMN (aguardá-la... é pura hipócrisia/EXPLORAÇÃO...), nomeadamente sectores como o da Distribuição...(nas suas variadas vertentes).
      Ainda que de forma progessiva e sustentada, defendo (como outros comentadores) que a diminuição da Carga Fiscal-IRS,IVA.... deva ser o caminho a seguir(haja vontade política efectiva!) para gerar alguma folga nos Rendimentos Familiares e, consequentemente fomentar o consumo e o aumento da produção no país.

      Maria do Mar

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    7. Anónimo das 23:36 então acha que é preferível uma empresa fechar do que poder empregar 5 ou 6 pessoas pagando-lhe o ordenado mínimo...?? Não é nenhuma fortuna, é certo, mas acho que entre empregar algumas pessoas ou simplesmente fechar portas e ir "patrão e empregados" para o centro de emprego pedir um subsídio (se é que têm direito a isso...) a primeira hipótese ainda é a melhor. O problema é que para além desses ordenados há outras despesas que "levam" o resto do dinheiro...

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    8. A verdade é que na maior parte das empresas os custos mais elevados não são a mão-de-obra, que raramente ultrapassa 10% do total. Os custos maiores são a energia, a carga fiscal, as benesses de gestores que levam ordenados chorudos e despesas pagas...
      Este é o verdadeiro problema, não os salários!

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    9. Já pensaram que se as empresas pagam pouco, as pessoas têm pouco dinheiro para gastar, logo compram pouco, o comércio ressente-se, as lojas fecham, deixam de fazer encomendas às fábricas que produzem os produtos (produzir para acumular no armazém não interessa) e .... fecham! E vai tudo,"alegremente" para o desemprego: patrões (que deixam, é verdade, de ter de fazer descontos) e funcionários. Salários de miséria não é, não foi e não será jamais solução para crises e para incrementar o desenvolvimento de nenhum país. Tantos exemplos por esse mundo fora! Os países de mão de obra "ao preço da uva mijona" são países desenvolvidíssimos, até mesmo de primeiríssimo mundo ou superior ainda!

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  11. O marinho pinto precisa de mais de 4800 euros por mês, o coitadinho, Vamos fazer um peditorio

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    1. Antes pelo contrário. O marinho pinto recentemente insurgiu-se contra o facto de os deputados europeus ganharam um salário mensal absurdamente alto. E fê-lo publicamente. Um acto de louvar na esfera política.

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  12. Este país não tem emenda

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  13. Os 500€ poderiam de facto ser uns senhores 500€ se todas as despesas habitacionais, de saúde e educação não os sorvessem. É aqui que acho o ponto fulcral.
    Obrigada pelo post, gostei muito.

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    1. Exacto, Se os bens mais básicos estivessem assegurados, 500 euros dava para viver. Mas a verdade é que depois de pagar a casa e as contas a ela inerentes, pouco ou nada sobra. E ainda temos de comer.

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    2. Claro, como em Cuba! Toda a gente é licenciada porque a educação é gratuita e a saúde também, mas depois vive tudo na maior miséria. O taxista é sociólogo, a recepcionista é bióloga, o médico ganha 25 euros...mas as necessidades básicas estão asseguradas. Emigrem para lá.

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  14. Concordo com tudo! Quero acreditar que quem é bom...é recompensado...mas nem sempre na dignidade do emprego.
    Fui com uma amiga licenciada a uma fábrica, para que ( à falta de melhor e já no desespero) fosse ajudante de cozinha. Ofereciam um part-time de 7h diárias por um valor inferior ao ordenado mínimo! Inferior! Com um horário das 11h ás 15h e das 19 às 21h!
    E sim recusou...os transportes e este horário não iam permitir fazer render este ordenado indigno...

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  15. Agora fiquei incomodada comigo mesma! Tenho 23 anos e sou estudante ultimo ano de mestrado em arquitectura. Por mês tenho pouco mais de 350€/mês para gasolina, alimentação e basicamente tudo o que eu queira, desde que chegue até ao final do mês. Não tenho filhos para sustentar, não pago renda, não pago contas, não pago carro, não pago propinas e pensava ainda à bocado como era 'pouco' o dinheiro que tinha, que "só" podia ir jantar fora uma vez por semana por exemplo. Agora sinto-me ridicula. Realmente é mesmo uma questão de pormos as coisas em perspectiva e pensar que há famílias a viver SÓ com mais 150€ que eu por mês!

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    1. Pois Ana és uma afortunada... A realidade é bem diferente !

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    2. Sinto me muito triste com esta dura realidade. Tanta gente a passar necessidades, a ter que viver com os pais, ou regressar a casa dos pais, a receber ninharias... Eu por exemplo fui a uma entrevista de emprego em que me queriam pagar mensalmente 100 euros! sim 100 euros, escrevi bem para 8 horas de trabalho.. Aproveitam-se das dificuldades das pessoas para as escravizarem... e o governo é cúmplice...

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    3. 350€ por mês para gasolina, alimentação e brincar? Queria tantoo!!

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    4. E ainda pagam casa, têm filhos a estudar... Por vezes não têm o que comer. Isto é desumano!

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    5. Que é isto??? Que rica vida filhinha. Este comentário, a ser verdade, só demonstra as desigualdades que existem neste país.

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    6. Anónimo das 23h40: já pensou que a Ana pode ainda viver com os pais? Qual é o espanto??

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    7. Cara Ana: Se o seu relato é real(????), lamento dizer-lhe... mas tem andado muito distraída, bastante longe da maioritária realidade portuguesa... agradeça aos seus progenitores por lhe poderem proporcionar tal vida e que consiga mantê-la por muitos e longos anos(sem pingo de inveja ou ressentimento). Quanto às desigualdades sociais, existem, existiram e sempre existirão... Convençam-se que a IGUALDADE é pura UTOPIA ! ( tem sido sempre um MEIO... nunca chegará a FIM- concretizado).

      Inácia

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    8. Ainda bem que pode! Eu fico é chocado com as pessoas que não podem e não querem que os outros possam!

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    9. Ainda não percebi qual é o mal da Ana receber 350€ (isto sim, vejo mal) mas não ter gastos. juro que não. Viver na casa dos pais aos 23 é tão normal como encontrar água no Minipreço. O que tem isso a ver com utopia, e que a Ana é a maior sortuda deste mundo???

      Tenho 25 anos, saí de casa dos meus pais aos 24. Nunca paguei nada, apesar de na altura receber mais que o ordenado mínimo. Nunca quiseram que eu pagasse contas, renda. Nada. vai dos pais de cada um. E se a Ana tem a sorte de ter uns pais como os meus, que não querem "fardos" com esta idade enquanto não precisa, qual é o mal???. Desigualdade onde???

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    10. O problema maior da Ana vai ser quando terminar este último ano de arquitectura e quiser trabalhar, ganhar dinheiro e fazer projectos ... aproveite bem os 350 eur e já agora, poupe algum!!! Rapidamente vai perceber que há arquitectos a pagar para trabalhar!

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    11. Depois de pagar a casa e a creche restam-me os seus 350 euros para alimentação, agua, luz, gas, combustível, consultas, medicação e mais um sem-fim de despesas. Aproveite enquanto pode e vá-se preparando o melhor que pode para o futuro, porque não vejo ninguém a comprar casas ultimamente, nem vejo os tais "charters" cheios de chineses.

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  16. Este país é só desculpas. Vivi na Holanda meio ano, trabalham metade do que nós trabalhamos: não há cá lojas abertas ao domingo, nem supermercados (só uma vez por mês); acham que trabalham até as 23h? isso é que era doce; Acham que os cafés abrem as 7h? Nunca na vida. Acham que ganham 485 euros por mês? Nenhum holandês trabalha meio mês para receber isso, quanto mais um mês. E a economia deles? não está como a nossa de certeza. E não, a vida lá não é tao mais cara que a nossa. Supermercado, quase não se nota diferença. Casas sim, um pouco mais caro, no entanto, são casas, não são barracos como, infelizmente, muita gente vive porque é o único que consegue pagar.
    Este país, que eu adoro, envergonha-me.

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    1. Pois é...mas na Holanda não há fuga fiscal e aqui é só quem não pode é que não declara o ordenado mínimo!!!!

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  17. Menina futura arquitecta, não é "ainda à bocado como", é "ainda há bocado como"

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    1. E??? Deixe-se disso pá

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    2. Deixe-se disso nada! Tem razão, sim senhora. É terrível que uma pessoa com um curso superior (de média alta) dê gralhas deste género!

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    3. nunca vou entender qual a dificuldade dos licenciados (já não falo dos alunos do secundário) em distinguir o "à" do "há"...quanto ao "á" já nem vale a pena falar disso..
      fez bem em corrigir...não se tolera...

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    4. Não é uma gralha, é mesmo um erro ortográfico!

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    5. Não tem razão não senhora, foi um comentário de merda! Uma coisa é corrigir, não tem mal nenhum, outra coisa é ser ressabiado(a).

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    6. Nada que o futuro acordo ortográfico não venha a abolir!! A jovem Ana já se adiantou, mas os "puristas" preparem-se para ficarem sem "H's" no A!!!! E continuaremos a viver tranquilamente e a frequentar bons oteis e a olhar para os omens como à muitos anos não faziamos...

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    7. O que está em causa aqui não é o erro ortográfico que claramente deu. É a mentalidade destas pessoas que, no meio deste assunto importante, estejam sempre a tentar encontrar algum defeito para poderem ser superiores. Trata-se apenas disto: EU QUERO SER SUPERIOR E VOU ESPEZINHAR A PESSOA. Acha que ela vai passar a escrever melhor depois deste seu comentário grotesco? Só porque lhe pareceu bem mostrar que sabe escrever?


      Cresça.

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  18. É uma miséria sim mas dirigindo este tema aos jovens, o que eu posso dizer é: não tenham esperança neste buraco. Cultivem-se lá fora, abram horizontes, ganhem um bom dinheiro e façam uma boa vida num sitio mais digno que Portugal.

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  19. O mais ridículo é que andam umas dezenas de senhores que ganham meia dúzia de ordenados mínimos há meses a debater se aumentam o ordenado mínimo em 15 ou 20 euros. E com isto, vai passando mais um ano sem 1 cêntimo de aumento. A vida encareceu tanto nos últimos anos que cada vez mais esses 485 euros parecem pouco dignos para quem trabalha um mês inteiro... Mas infelizmente parece que do país que temos...

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  20. Pipocante Azevedo Delirante22 setembro, 2014 21:45

    Vê... por isso é que há gente que refila quando lê os boot camps a 500 euros a cabeça, ou os restaurante onde se come baratinho por 30 ou 40. Porque todos conhecemos alguém que vive de restos. Felizmente, ganho bem acima da média (e mesmo assim ganho "pouco" para as despesas), e não sei o que é viver com 500 euros em Lisboa, mas conheço pessoas que simplesmente se remedeiam, e cuja opção entre comer um bife pequeno ou um bife pequenino é... um pão com manteiga. E pior, pessoa com emprego. Pobres e mendigos há e sempre haverá, mas o TRABALHO (leia-se emprego) devia significar subsistência com o mínimo de dignidade. Mas não neste país. Mas há coisas piores, há aqueles que trabalham e nem recebem. Isto para ir a outros poisos, onde se fazem os gadgets e roupas da moda. Isso seria demasiado deprimente.

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  21. Concordo em absoluto com o que disse. O nosso país nunca será melhor se continuarmos com os salários miseráveis e a taxa de desemprego escandalosamente elevada (e escandalosamente mascarada com estágios, formações, etc). É preciso mudar muita coisa e uma delas é que quem emprega entenda que ninguém se motiva e trabalha melhor por 485€!

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  22. Bem, não foi propriamente sobre o salário mínimo que escrevi no meu blog. Foi mais sobre a última parte do teu post , ou melhor , o mesmo tema. E discordo contigo...
    Ou ando numa fase de descrença mesmo, TOTAL:

    http://ascoisasquemelembro.blogspot.pt/2014/09/pensamentos-soltos.html

    Quanto aos salários, é vergonhoso mesmo. Enoja-me já.
    Também já ganhei o salário mínimo antes de trabalhar onde trabalho hoje em dia. E de nada vale ser licenciada e mestrada e sei lá que mais. E admiro quem consegue fazer "daquilo" alguma coisa mais para além de pagar contas.
    Como tu dizes, que ânimo tem alguém que a vida é trabalhar para pagar contas e não passar fome, nem deixar os filhos passarem. Que perspectivas têm as pessoas?

    Aqui em Portugal há duas coisas importantíssimas a fazer quanto ao trabalho:
    1º Valorizá-lo, valorizar as pessoas que o fazem. Há muita treta e pouca acção! Dizem sempre que as pessoas são o maior valor de uma empresa, blá blá blá...e são, trabalham que se fartam para receber migalhas, assim é fácil os outros ganharem dinheiro é.
    2º Implementar o hábito de trabalhar 8 horas e bem! Há muita a mania de ficar até mais tarde nas empresas, nem que seja a encher chouriços, para ficar bem na foto! Mas que raio! Uma pessoa que tem 8 horas para trabalhar e não faz o que deve é incompetente, desorganizado, não tem foco no trabalho! Certo?

    As pessoas devem sentir-se valorizadas, quer por palavras das chefias, quer com o salário justo.
    Devem ser produtivas e não andar a arrastar porque estão desanimadas, porque sabem que saírem à hora ficam mal vistas. Devem ter ânimo no trabalho, e saberem que há tempo para a família, actividades nada relacionadas com o trabalho, etc...

    Enfim, muito há a fazer ainda...

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  23. Felizmente vivo numa cidade média, mais barata nas rendas e que me permite almoçar sempre em casa. Trabalho há 4 anos na minha área, a fazer um trabalho especializado... e ganho os tais 485 euros por mês. Obviamente que nunca sobra. Mas vai dando para viver, para comprar algumas coisinhas, porque realmente a minha cidade é pequena o suficiente para não ter de pegar no carro para ir trabalhar. Almoçar em casa uma sopa e uma sandocha também ajuda. Tive o meu namorado meses e meses desempregado, a receber uma côdea de subsídio, e foi dando para viver... cortando de um lado, esticando do outro. Mas isto não é vida. É uma preocupação constante com o futuro.

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    1. Ninguém diria que a menina recebe o mínimo. É que vendo o seu blog, olhe diga me a receita para esticar o ordebado, sff

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  24. E depois há aquelas que dão 485€ por um vestido ou uns sapatos, não é senhora dona pipoca.

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    1. Sim. E então? De que forma é que isso contraria o que eu escrevi? Se dou 485€ por um vestido ou por uns sapatos é porque posso, porque trabalho para isso. Não roubei, não pedi emprestado, não me endividei e acho que ainda me cabe a mim decidir como gasto o meu dinheiro. Aparentemente não leu a parte em que eu digo que devemos nivelar os nossos objectivos por cima e não por baixo.

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    2. Lá está, a Pipoca trabalha para isso, os outros não!!!

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    3. Pipocante Azevedo Delirante23 setembro, 2014 10:47

      "Lá está, a Pipoca trabalha para isso, os outros não!!!"

      Passos Coelho, por aqui? Ou és o Bate-Punho??

      Grande imbecil, os homens que andam a recolher os caixotes do lixo da tua rua, e que recebem uma miséria por isso, deviam demitir-se e ir criar blogues sobre contentores de lixo e afins. Depois ias tu levar os detritos pró aterro.

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    4. Calma, dizer que os outros não trabalham para isso é fortíssimo! Há pessoas que trabalham que nem uns burros e não conseguem tirar mais que 485€ por mês, é assim a vida. Agora, mandar boquinhas como o anónimo/a das 21h46, é só parvo! Já se sabe que "mesquinhos" e Madres Teresas há muitos. Cada um faz o que quer com o seu, e se dá para isso, que compre os sapatos que quiser.

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    5. Seu burro ou burra que não tem outro nome. Deixem de ser ressabiados! a Ana para alem de ter um blogue tem uma loja o que evidentemente da lucro e muito também porcausa deste blogue. Portanto não sejam miseráveis e muito menos invejosos. Este post diz a mais pura das verdades e não ha motivo nenhum para a atacarem a Ana.

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    6. li um artigo de um pediatra (não me recordo o nome)..mas basicamente o que diz é que se temos dinheiro, devemos dar aos filhos aquilo que achamos que devemos dar...ou seja, as pessoas têm o direito de comprar uns sapatos de 485 eur, se trabalharam para tal, se herdaram dinheiro, se ganharam no jogo, não interessa...interessa é que têm esse direito desde que não contraiam dívidas para o fazer...e tem o fator supérfluo...há quem considere uns sapatos 485 supérfluo e há quem o não considere...era um excelente artigo...

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    7. Oh Pipocante, não sabes ler? Não sabes português? Não percebes a ironia da coisa?. Ela diz que trabalha para isso e eu pergunto: e os outros que recebem o salário mínimo não trabalham?? A Pipoca vem aqui responder: gasto porque trabalho para isso, e os que recebem 485€ não trabalham? Vê lá se percebes, burro ignorante! (já que estás numa da ofensa, pago-te da mesma moeda!)

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    8. ADORO estes invejosos! "não posso, então tu também não".
      Eu prefiro que alguns vivam bem que ninguém!

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    9. Pipocante Azevedo Delirante23 setembro, 2014 16:25

      Não, não percebi. Porque há gente que pensa EXACTAMENTE assim!!!!!

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    10. Viva os comunistas, todos na míseria é que é!!

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    11. De aplaudir é que quem compra sapatos de 485 euros se lembra e admira quem consegue viver com esses 485

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  25. SUBSCREVO na totalidade!!




    Sónia
    www.tarasemanias.pt

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  26. Eu também concordo com tudo que foi dito, sobretudo porque ganho pouco mais de 500€ e sim sou independente e a pagar contas...mas usem a cabeça, e deixem lá as carneiradas para depois. As PME's representam cerca de 99,9% das empresas em portugal, eu trabalho com várias e vejo todos os dias de perto a realidade desse tecido empresarial, e um aumento de 100€ por exemplo, como foi referido, seria a morte de muitas! as margens de lucro são cada vez menores! é verdade que a gestão danosa e "duvidosa" (privada e pública) é um dos principais entraves ao crescimento das mesma, mas a baixa produtividade também, e isso deve-se a vários fatores,já pensaram em consciência cívica e moral, postura profissional , empreendedorismo? Eu acho que temos o país que temos porque somos o povo que somos.

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    1. Dados de 2010, senhor anónimo.
      " As PME representam 99,9% do tecido empresarial português, que são responsáveis por 60,9% do volume de negócios. Já as grandes empresas, que são 0,1% do total, são responsáveis por 39,4%. " Retirado daqui: http://www.jornaldenegocios.pt/economia/detalhe/ine_pme_representavam_999_do_tecido_empresarial_portuguecircs_em_2010.html

      Seria bom era ter PME mas que produzissem como deve ser.

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  27. Bem escrito! O salário mínimo é mesmo uma questão de dignidade humana. E depois temos os outros salários todos, em que é cada vez mais difícil receber acima da fasquia dos 750 / 800 euros. Como é que havemos de ser um povo feliz...

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  28. Bom texto Pipoca.

    Hoje em dia ganho menos do que há 10 anos. É que nem posso pensar nisso. Já ganhei muito e já estive com a corda ao pescoço.

    Estes "tipozinhos" deveriam ser escorraçados do país. É gozar com as pessoas. Ah, o país não pode. Claro que pode. Deve! As grandes riquezas cada vez estão maiores (À custa de quem?). O estado tem dinheiro para idiotices e automóveis novos, caprichos, etc.

    O nível deveria ser sempre realizado por cima. Infelizmente, nos últimos anos, tudo mas tudo é feito por baixo.

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  29. Pois, o problema é que ALGUÉM tem de pagar o aumento do salário mínimo. E so boteco do Sr. Joaquim que tem dois empregados, pagar o aumento não custa, já na empresa do Sr. José, que emprega 400 costureiras e que trabalha para o Srs. da Inditex (vulgo Grupo Zara) esse aumento pode ditar o fecho da fábrica ou o despedimento de pessoas. Mas vamos a contas.

    Grosso modo - e para quem não sabe - 1 euro de salário custa à entidade patronal 2 euros (entre Segurança Social, IRS, 14 meses pagos para 11 de trabalho, etc). Um aumento de 15 euros são, portantos, 30 euros de custo. 30 euros vezes 400 trabalhadores dá 12.000 euros/mês. A margem da confecção é baixíssima, mas vamos admitir 20% de lucro sobre a matéria-prima... 12.000/20% = 60.000 euros/mês ou 720.000 euros/ano. A empresa do Sr. José vai ter que facturar MAIS 720.000 euros/ano por causa de um amento miserável de 15 euritos no salário mínimo. Se não conseguir, azar - o Sr. José fecha o tasco (até porque se teve juízo entretanto garantiu o dele) e despede as 400 costureiras que depois podem, sei lá, ir fazer cupcakes ou outras coisas chiques e modernas que se fazem na Cidade Grande...

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    1. Não chamaria a uma empresa com 400 trabalhadores um tasco...

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    2. Exactamente, concordo plenamente com este comentário

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    3. Escrita " criativa" !!!

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    4. Certo, mas quem não pode ficar a sofrer no meio disto tudo são os trabalhadores. Tudo bem, somos (novamente) uma economia em crescimento. Sacrifícios foram feito, bastantes até, mas está na altura de receber um retorno. Penso que a produtividade e o empreendedorismo aumentaram, os portugueses nunca trabalharam tanto. Fazendo parte da UE, somos dos países com o ordenado mínimo mais baixo e isso tem de mudar. Se calhar as empresas (e os trabalhadores) não teriam de pagar tantos impostos se o estado parasse de safar bancos, não é?

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  30. E depois há empresas que procuram "estagiários com experiência" para trabalho qualificado... em troco de remuneração de 100, 250 euros... ou nenhuma mesmo! E isto tanto acontece na empresa da esquina, como nas grandes empresas, líderes de mercado, em que pessoas com cargos idênticos ganham 8x o ordenado mínimo... Andei a tirar um curso para quê? Mais vale ir trabalhar para o Continente..!

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    1. Só agora chegou a essa conclusão????

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  31. Inacreditável que ainda se permita alguém viver assim.
    Hoje quem trabalha é pobre. Não por não ter trabalho mas por ter trabalho miserável!
    vidademulheraos40.blogspot.com.

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  32. E ter-se uma licenciatura e um mestrado e só haver estágios do IEFP? Agarro um estágio do IEFP (numa área onde tenho experiência) a ganhar 680€ onde se calhar nem 80€ são pagos pela entidade que me contrata (o que faz com que a empresa que todos os dias me tem lá a trabalhar 8h/dia me pague uns 3,5€/dia - mão de obra barata?? Acho escrava!) e meto tudo aquilo que defendo de lado ou volto para casa dos meus pais no interior do país e fico a ver a vida passar?
    Com 680€ pago um quarto, o passe, uma viagem de ida e volta a casa dos meus pais (para os ver um fim-de-semana por mês), como e pago as contas.
    Só precisava de uma oportunidade!!!!!!!!! UMA! Mas por um lado não tenho experiência e por outro tenho currículo a mais.

    E isto deixa-me triste. Deixa-me triste até porque agora que penso mais valia ter investido mais em saídas à noite (daquelas de beber e curtir com meio Mundo) para agora estar elegível para entrar na Casa dos Segredos!!!!

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  33. Olá Ana, gosto muito de te ler. Sou dos póneis que visita diariamente este cantinho. ADORO! :)

    Este post "toca-me" particularmente. Sou dos muitos portugueses que aufere 485€. É triste. Muito! Sou administrativa num escritório de Agentes de Execução. Não adoro o que faço, mas é o que tenho e tenho de agradecer por isso. Não foi isto que planeei para a minha vida. Tenho mestrado em Psicologia Clínica e da Saúde concluído há 3 anos. Infelizmente, a Ordem dos Psicólogos, criada após ter iniciado o curso, roubo-me os sonhos. Há 3 anos que procuro um estágio de 12 meses, 8h diárias. Claro que terá se der remunerado, e aí está o GRANDE problema. Vivo com o meu marido, que tem um ordenado um pouco mais elevado que o meu (valha-nos isso), tenho renda, carro e demais despesas como toda a gente. Infelizmente não me posso dar ao luxo de deixar o meu trabalho e fazer o estágio não remunerado, para poder exercer um dia na área que escolhi e adoro. Infelizmente é o país que temos. NUNCA irei desistir, mas a luz ao fundo do túnel está cada vez mais fraca.

    Um beijinho,

    Sara

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  34. É mesmo assim que a maior parte de nós vive, como descreves. Com a corda ao pescoço, casa-trabalho-casa, porque o ordenado é só para isso e nada mais. Comprar roupa, tá escasso, jantar fora e ir ao cinema nem pensar. É uma ginástica e uma bastante complicada! Mendigamos por pouco porque não nos dão mais. Tive que preencher 1001 papéis, arranjar testemunhas, ir à junta, ir à seg social, a todo o lado, para ter direito ao abono do meu filho. E sabes qual é em 1º escalão? 35€. E é isto.

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  35. Tão verdade Pipoca. Infelizmente é a realidade do país.
    Depois somos confrontados com noticias de pais que se suicidam e arrastam os filhos consigo. Podem ter mil e uma razões mas acredito que a principal seja a falta de dinheiro :( o desespero das pessoas é assustador. Acredito que para muitas pessoas a esperança de ter um futuro melhor acabou.

    babymf.blogspot.pt

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  36. Para uma pessoa receber 1300 euros a empresa paga mais de 2000. A nossa politica é uma vergonha bem como os impostos que se cobram e que são tão mal empregues.

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  37. Concordo plenamente nas suas palavras, vivemos num país que só cria regras para beneficiar os ricos. Sou uma recém licenciada, que para conseguir acabar o curso sem recorrer a empréstimos (pois os meus pais não podem ajudar-me)arranjei um part-time em que faço quase sempre as 40 horas semanais, e desde que lá estou, cerca de meio ano, nunca recebi o ordenado mínimo. Chego ao fim do meu mísero ordenado e ainda sobram muitos dias do mês!

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  38. Acho que disseste tudo. Partilho da tua opinião e custa-me saber que há tantos que vivem com tão pouco. Gostava muito que o mínimo fossem 1000€..o dobro portanto. Penso que todos merecem sonhar como bem dizes e dar algo de melhor aos seus ou apenas a si próprios se for esse o caso. Ainda tenho esperança que um dia lá cheguemos. Basta que os governos deixem de gastar tanto naquilo que não beneficia os contribuintes. É necessário gerirem o país como se fosse a sua própria casa. Acredito que muitos já o façam, mas têm de ser todos e sempre para conseguirmos prosperar. Bisous*

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  39. Olá Pipoca... Permite-me pegar neste teu tema e caixa de comentário para um dessabafo... Tenho 31 anos e sou mãe solteira de duas meninas gémeas de 8 anos. Trabalho todos os dias que me farto e trago para casa 550€. Como é que sobrevivo e ponho comida na mesa? Sozinha não consigo... Temos de morar com os meus pais que são os nossos anjos da guarda e engolir a frustração todos os dias de não conseguir ter a minha casinha, o meu espaço, o orgulho de poder pagar as minhas contas, pagar a luz, a agua, a comida. Já nem falo em saídas, jantar fora, férias, nada disso. Poder simplesmente ser recompensada dignamente pelo trabalho que faço e no qual eu sei que sou boa de forma a simplesmente poder ser independente e uma mãe 100% autónoma aos 31 anos. Sei que poderão dizer ah e tal não tivesses filhos. Mas desde já digo que quando as minhas princesas passaram a existir já eram um resultado de planos de uma vida em conjunto que simplesmente não resultou. E de nada me arrependo. Só gostava que este governo fosse mais coerente, equilibrado e não "cuspisse" na cara de pessoas como eu ao perderem tempo a discutir uns trocos quando não é essa mudança que me vai tirar o coração da boca e as mãos da cabeça em meses de oftalmologista, dentista, material escolar ou de camisolas curtas e calças rasgadas. E queres saber a melhor? Se eu neste momento ficasse desempregada, calculando tudo direitinho ficava a ganhar mais 5€ de subsidio de desemprego do que de ordenado a trabalhar... É um governo de canalhas é o que é, que não se cansam de tirar e sufocar quem precisa, a quem eles todos os meses vão aos bolsos para cobrir as suas excentricidades.

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    1. Parabéns pela grande mulher que é! Se ser mãe de filhos, casada e com 2 salários a entrar já é obra, no seu caso é de mestre! E não se rale com quem manda bocas, cada um sabe da sua realidade... e tudo de bom para si e os seus 2 tesouros! :)

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  40. E muitos que usam esse salário em roupa, etc,

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  41. É isso pipoca, concordo do princípio ao fim. Eu estou desempregada e o meu marido ganha pouco mais do que o salário mínimo. Temos um filho com 5 anos e as despesas normais de uma família. Poucos luxos temos, não é isso que nos faz muita falta, porque crescemos com pouco. Mas o que eu sinto é que nos estão a tirar tanto, às vezes até o ânimo e a esperança. Mais me assusta é o futuro, pois com 31 anos não tenho a minha vida profissional estabilizada (se é que isso existe!) e tenho pavor a que falte alguma coisa ao meu filho.
    Revolta-me as entranhas ver anúncios a pedir conhecimentos de tudo e mais alguma coisa, disponibilidade e, como contrapartida, oferecem os tais 485€. Acho piada também aos anúncios em que oferecem as seguintes "regalias": 1- contrato de trabalho 2- salário base 3- subsídio de alimentação. WTF??
    Das coisas todas que já vi, chocou-me imenso há algum tempo ver uma vaga para empregada de limpeza para ESTÁGIO PROFISSIONAL. Pelo amor à santa!!

    Adorei o tema, a pipoca escreve muito bem :)

    Rita

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  42. Professor em Lisboa. Ordenado de mil euros. 600 para a renda da casa e 300 para a creche da miúda.

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    1. Coloque-a numa escola pública. Em vez de 300, secalhar passar a pagar na loucura, 125.

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  43. Sinceramente tem toda a razão,tenho 18 anos vivo com a minha mãe com 600€ mensais,comecei este mês a trabalhar em vez de ir para a faculdade como não tenho dinheiro(médias e nota tenho mas não tenho como pagar propinas/passe),este mês em principio vou fazer 1800€(já com descontos), primeiro emprego apenas com o 12º ano e sendo um trabalho honesto consegui fazer mais do que a minha mãe com curso superior alguma vez conseguiu.. sinceramente não há emprego,mas há muito desempregado sem vontade de mudar.. e sim confesso que eu própria fiquei parva em como consigo fazer tanto dinheiro num trabalho tão simples e visto por muitos como mal pago..

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    1. Já agora poderia dizer qual é o seu trabalho?? É que vou ali rasgar o meu diploma e já volto...

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    2. Exacto, diga o que faz sff! Pode ser que inspire outras pessoas a mudar!

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    3. Diga-me, por favor, que segredo tão bem escondido é esse! É que eu também procuro primeiro emprego e quase já nem entrevistas consigo... Agora, se há aí uma área a admitir e a pagar tão bem, por favor, partilhe connosco.

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    4. Desculpe, mas gostaria de saber tambem qual o seu trabalho. Pelo que percebo o valor que fala não é igual todos os meses ("este mês em principio vou fazer 1800€"). È prostituta de luxo?

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    5. Anónimo das 09h55, não acha desnecessário esse comentário??? E que mal tem receber 1800€? Trabalhou para isso (ou não, não interesse). Deixe de ser picuinhas e se está tão interessada, por que não vai também uma prostituta de luxo? Que pancadas que estas mulheres ressabiadas têm. Não há pachorra

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    6. Anónimo das 9:55, estou a ler todos os comentários deste post e realmente fiquei parva com a sua estupidez. Não faço ideia que trabalho terá a autora deste comentário para auferir aquela quantia, mas há muitos empregos cujos ordenados têm por base comissões, vendas, etc. Essa sua questão da "prostituta de luxo" foi para achincalhar só porque sim?! Lá está o que a Pipoca escrevia de lidarmos mal quando os outros ganham mais do que nós! Você demonstrou aí todo o seu rancor. Se até a comentadora diz que não esperava aquela quantia, possivelmente aceitou um ordenado base baixo que o Anónimo nem consideraria.

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    7. Também ainda fico chocada com estes comentários! "Está melhor que eu? Então é prostituta de luxo". Gente má é gente infeliz.

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    8. Pode ser num call center.. Algumas empresas têm comissões de vendas que podem atingir esses valores.. No entanto nem toda a gente tem "estofo" tanto para vender como para ter contratos renovados quinzenalmente! :(

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    9. Aceitei um ordenado de base nulo, trabalho como comercial para uma empresa de telecomunicações.. só ganho se fizer e garanto-lhe que trabalho muito,se tenho jeito ou não não sei mas que tenho conseguido mesmo com esta dita "crise" ter um ordenado que considero muito acima do que alguma vez pensei receber nestas condições(1º emprego,apenas 12ºano..),se alguém estiver mesmo interessado em vir trabalhar para esta empresa estamos sempre a recrutar,deixe o email nos comments ou pesquise na sua zona não há de ser dificil encontrar emprego nesta área..

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    10. Fez esse valor este mês, mas para o próximo mês até pode não fazer qualquer dinheiro, enquanto isso a sua mãe é que a via sustentar, porque aceitou um trabalho com um ordenado de base nulo. Nada contra, eu sei que as pessoas têm que fazer pela vida e hoje em dia aceita-se tudo, mas estou a dar-lhe outra perspectiva. Porque seria impensável para quem tem casa e família para sustentar e ganha 600 euros fixos por mês largar esse emprego pelo seu. Por exemplo a sua mãe não o poderia aceitar, porque ficaria tudo em risco. Isso é muito bonito quando se tem uma rede por baixo!

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    11. Ahahahhaha sim sim 1800€ limpos como comercial. Pahahahahah as pessoas não têm mesmo noção das mentiras com que se podem safar ou não.

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  44. Depois querem que as pessoas se sintam motivadas para trabalhar, mas como é possível isso acontecer com incentivos como 485€?!
    Tenho pouco mais de 20 anos. já pensei várias vezes em emigrar- pois há algum tempo que me esforço à procura de um emprego, meto currículos em tudo o que me dizem que estão a precisar de colaboradores e nada- mas depois penso no que me espera. Certamente, um futuro estável financeiramente, então e o resto? os meus filhos iam nascer e crescer longe dos avós, longe da terra que me viu crescer (e onde tão feliz fui e ainda sou), quando vierem de férias nem saberão falar com os familiares, como é o caso de uns primos meus que nasceram e cresceram no estrangeiro e só vêem a Portugal 1 vez por ano. tenho pena. Fico com o coração apertado quando penso nisso. mas o país em que vivemos não nos dá grande alternativa.
    Parabéns pelo excelente texto Ana.

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  45. Só por curiosidade, o aumento do salario minimo sem aumemto de produtividade só resulta numa coisa: inflaccao ... ou seja no final o poder de compra fica exactamente o mesmo. O populismo e tal é giro, dá votos e vende jornais, no entanto lamemto informar que só aumentos salariais não tem qualquer impacto em termos reais...

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    1. Ora aí está!
      Eu sou a favor de dar uma cana e não o peixe.

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    2. Verdade. Além disso, se a produtividade não aumenta na mesma proporção, podemos estar a colocar postos de trabalho em risco.
      Um dos problemas de Portugal advém do uso indevido de fundos enviados pela U.E.. Para que precisávamos de tantas autoestradas? Não teria sido bem melhor ter investido mais (e melhor) na formação dos trabalhadores das mais diversas áreas? Seríamos mais produtivos e, portanto, mais ricos (ou menos pobres).
      Primeiro é necessário que as empresas sejam ajudadas a sair da merda. O resto virá com o tempo.

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    3. E no apoio ao empreendedorismo. E no controlo de quem recebe subsídios indevidamente, retirando-os ou baixando os de quem realmente necessita!

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  46. Gostei imenso de ler e concordo imenso... Sendo jovem tenho medo de não me conseguir sustentar quando começar a trabalhar... espero que não seja assim

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    1. Quem tem medo compra um cão!
      Estude ou especialize-se, trabalhe.- Se der, dá. Se não der, emigre. Como eu.
      Já não se aguenta tantas queixinhas e medinhos. Maldita raça a dos portugueses (sou portuguesa com muito orgulho mas não me identifico com as queixas sucessivas)

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    2. Ah, e não se diz "concordo imenso". Se calhar se soubesse escrever e falar aumenta as suas hipóteses de ter um bom trabalho.

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    3. Anónimo 09:59, cheio de moral!
      Deixe lembrar que até para estudar precisa de €! Especializar precisa de €! Emigrar não é a solução de todos. Conhece a realidade de cada um para avaliar desta forma?
      Já que somos malditos e não se identifica, no país que o recebeu deve estar bem melhor! Adoro estas pessoas que ao arranjarem solução para elas próprias, vêem com o rei na barriga porque são o máximo!
      Quando não se conhece a realidade, seja da Catarina, da Joana, a Ana ou da Amélia, etc...o melhor é 'caladinhos somos uma casa cheia'! E não venha com comentários morais para mim, porque lá está, não conhece a minha realidade.
      Sofia

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    4. "Estude ou especialize-se, trabalhe.- Se der, dá. Se não der, emigre. Como eu." Eu acho muita piada a este tipo de comentários, a insensibilidade com que se fala, a frieza com que se dizem as coisas.. ''Quem tem medo compre um cão''? Claro que temos medo, temos todos medo, e não seria para menos, que qualquer pessoa com dois dedos de testa teme pelo seu futuro se se preocupar minimamente com ele!
      E fique a saber o anonimo das 09:59 que para se estudar ou especializar em Portugal é preciso dinheiro e não é nada pouco. Conheço muito boa gente com capacidades e ambições altas que não poderam ''esticar'' mais a sua educação por problemas financeiros.
      Não tenho nada contra quem emigra, cada um sabe de si e das necessidades que tem, se emigrou certamente precisava e contra isso, batatas! Mas nem toda a gente o deseja fazer. E as queixinhas e medinhos não são da maldita raça de portugueses, são de pessoas com problemas sérios que se calhar nunca irá compreender.

      Alexandra

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    5. "Deixe lembrar que até para estudar precisa de €! Especializar precisa de €!"
      Ah bom. Um comentário adequado à realidade actual. É que estou pasma a olhar para estes comentários que se fartam se sugerir especiaizações, pós graduações, mestrados, erasmus (...) como se para isso bastasse preencher o formulário.
      Inscrevam-se sem problemas, os anónimos descontraídos pagam!!!

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    6. Sou emigrante, e aqui sinto-me realizada profissionalmente. Tenho o meu marido comigo. Mas custou muito. Ainda custa. Porque falta-nos o nosso país, a nossa família, a nossa cultura e as nossa raízes. Custou tanto, que compreendo perfeitamente quem não se vê a emigrar. E irrita-me tanto, mas tanto, esse discurso de que só não emigra quem não quer! Enfim, tenho constatado que os portugueses são maus uns para os outros... nomeadamente alguns emigrantes que "recebem" outros portugueses noutros países...
      Muito bom texto da Ana!

      Catarina

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  47. Eu estou a rezar para que aumentem o ordenado mínimo, seja lá qual for o aumento. Eu sou professora, e nem vou referir o meu ordenado, porque nem roça o mínimo, e tenho o meu extra na FM (uso o blog para divulgar esse meu trabalho), e às vezes penso que nunca conseguirei ser independente, porque o meu ordenado tem de dar para ajudar a minha mãe, que, lá está, recebe o ordenado mínimo.
    O meu irmão é autista, portanto, só dá despesa, e o meu pai morreu o ano passado.
    Somos daquelas famílias para que as pessoas olham e dizem não perceber como sobrevivemos.

    Às vezes nem eu sei como fazemos.

    Beijinho**
    http://joanasmartfm.blogspot.pt/

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  48. Ana,

    Parabéns!
    Um dos melhores post`s que já li.
    É bem verdade. Não vivemos, sobrevivemos com muito custo e dores de cabeça.
    Fica bem!
    Beijinhos

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  49. Nem mais Ana! Passa-se muito tempo a falar em termos técnicos na televisão, a debater-se assuntos que interessam a uma parte pequena da população e ainda tratam de 15 euros como se fosse uma fortuna! Acho que é altura de se falar a linguagem do povo por mais duro que seja. Que 15 euros não chega para nada no supermercado e é facilmente gasto em transportes para ir trabalhar. Estamos num país em que os pais têm que deixar de comer para permitirem que os filhos tirem um curso para no final receberem 500€ ou menos por mês. Acho que basta, mas sei que nunca bastará.

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  50. Grande post pipoca. Sim senhora.

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  51. Gosto quando a pipoca fala nestes assuntos. Deveria fazê-lo mais vezes. :)

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  52. Mas quem vai pagar estes mais 15 a 20 Euros não é o estado, são as empresas. Aquelas que mal conseguem pagar os 485 e que estão à espera que a economia melhor, muitas vezes com prejuízos, onde se enterra as economias de uma vida. Não são os deputados, não são os dirigentes sindicais, são os empresários que têm todas as suas poupanças presentes e futuras metidas em negócios que estão por um fio à espera de melhores dias. Não é justo e é muito perigoso, muitas destas empresas vão fechar e depois nem 485 nem 500 nem nada!

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    1. Nem mais. Uma coisa é subir o salário mínimo com a economia em crescimento e desemprego baixo: algumas empresas ainda encaixam o aumento, outras não mas quem fica desempregado tem melhor probabilidades de encontrar novo trabalho. Outra coisa é numa economia deprimida ou em recuperação, em que quem for despedido vai passar as passas do Algarve. Por 15 euros.

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    2. Assunto polémico, o trabalhador tem de ser sensibilizado que se recebe 485€ tem de produzir no mínimo 2000€ para a empresa, não sendo o caso não tem qualquer viabilidade. A grande percentagem não produz o que recebe, a empresa sufoca e tem um lixo tóxico que lhe contamina todo o sistema.....

      Socialmente 485€/Mês é muito pouco, para algumas pequenas empresas é um valor gigante a pagar a um funcionário que se limita a produzir o que recebe...

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    3. Pois, é que as empresas não são as culpadas de tudo

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    4. Ora aí está! É que as pessoas deveriam auferir mediante a sua efectiva produção. Nem era necessário que toda a gente trabalhasse das nove às dezoito de segunda a sexta, mas que cumprissem ou superassem os objectivos.

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  53. Pois eu conheço quem ganhe o ordenado mínimo e por isso faz dois turnos, um em cada trabalho.
    Eu focar-me-ia é nos subsídios mal-empregues e na falta de controlo de quem realmente precisa e de quem gosta de coçar as costas.
    Vivo fora de Portugal, vou voltar e sinceramente cansa-me que os meus compatriotas só saibam queixar-se. Desde que nasci só se ouve falar em crise e em "isto está mal". Mas depois ninguém vai votar. Só se sabe exigir. E falar mal.
    Sim está está mau, mas o que é que cada um de nós faz para melhorar? Votamos? Não. Vamos estudar mais, não. Vamos às assembleias das Juntas de Freguesia, nao? Formamos movimentos cívicos? Nao. Só nos queixamos.

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    1. Isso é tudo muito bonito quando é com os outros...gosto muito destas conversas politicamente corretas. Viva lá dois meses com 485.00 e uma filha sem abono de família para ver como elas lhe mordem a partir do dia 16 ou 17.

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    2. Por acaso até nem é nada politicamente correcto!
      No estrangeiro ninguém come tantas vezes fora como espanhóis, italianos e portugueses. É um luxo. Para os portugueses é um crime não podermos jantar fora.
      (bem, há sempre as varandas ou os terraços ou os jardins)

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    3. Experimente então, dia 22 (ontem), receber uma lista de material de EVT para a sua filha quando ganha 485.00. Faz parte daquele grupo, que pensa que não são os que estão mal quem têm de ficar bem, mas os que estão bem é que têm e ficar mal.

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    4. É fácil não nos queixarmos quando não recebemos o ordenado mínimo. E oh anónimo das 09.57 é crime querermos jantar fora? É crime querermos ter uns "luxuzinhos" além de casa trabalho, trabalho casa? Acho que não.

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    5. Peça emprestado, compre livros usados.
      E experimente não passar a vida a queixar-se. Se calhar deveria agradecer que tem uma filha e ainda lhe pode arranjar as coisas. Há pessoas com dinheiro e que não podem ter filhos. É pior!

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    6. Isso é porque jantar fora, lá fora, é caríssimo!!! Mesmo para quem é bem remunerado e socialmente é considerado um desperdício, porque o valor de um jantar pode traduzir-se na compra de outro tipo de bens.

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    7. Por acaso pedi livros emprestados, mas, eu falei de MATERIAL. Folhas, capas lápis xptos. E continuo a dizer: experimente viver 1 mês com 485, sem abonos nem apoio escolar e depois logo me diz ...falar de barriga cheia é muito bom.

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  54. È por isto que gosto tanto do seu blog. Fez-me chorar, sabe...e não, não se consegue ir ao cinema e não me lembro da ultima vez que fui jantar fora e só tenho 35 anos. Vivemos no limiar. Bom texto Pipoca.

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  55. Como costumo dizer há colegas meus que vivem melhor com 500€ do que eu com 1000€ porque não depende só do que se ganha mas depende, sobretudo, do que se gasta. E conheço muitas (mesmo muitas) pessoas que têm muitas ajudas externas e ao fim do mês, na realidade, ganham mais 500 ou 600€ que eu porque os pais lhes pagam as creches aos filhos, as contas de supermercado, as consultas no médico.
    Para quem está sozinho e tenta (no meu caso nem tenho alternativa ) ser independente dos pais é que as coisas se complicam a todos os níveis.
    Só pagar uma renda de casa, como disse e bem, pode ser logo um ordenado mínimo e não conheço nenhuma maneira de não pagar renda a menos que me fosse oferecida uma casa.
    Fazer uma poupança então, que era uma coisa fundamental para mim, deixou de poder existir porque o dinheirito que punha de lado ao fim do mês, começou a fazer-me falta.

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    1. É verdade, depende muito de como se gasta. Ganho 1300€ limpos, vivo com o meu namorado que ganha o mesmo e não temos filhos. Todos os meses, cada um põe num depósito a prazo 600€, assim que recebe o seu salário. O que significa que vivo com 700€/mês, no centro de Lisboa e, muitas vezes, se não tiver gastos extra, ainda me sobram uns 50€/100€ no final do mês... e acho que vivo uma vida normal, simplesmente não gasto numa série de coisas extra, que para mim não têm importância, mas que para muita gente parecem essenciais (não tenho carro, nem empregada doméstica, não fumo, não bebo café - não gosto - trago a marmita para o trabalho, só tenho os 4 canais na tv - logo, não pago nada - tenho um telemóvel que me custou 10€ há 6 anos atrás, temos um só computador para os 2, etc). O que poupo uso para viajar, isso sim é essencial para mim :)

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    2. Concordo a 100% consigo e dou-lhe os parabéns!

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    3. Viver a dois com 1300€ limpos parece-me uma grande ajuda.
      Pelo menos a renda de casa é logo a dividir por dois.
      E mesmo dizendo que vivem com 700€ por mês - cada um - sabem que têm um grande balão de oxigénio se precisarem, que é a poupança de 600€ por mês. Imagine, sim, quem vive por sua conta e risco, sem poupanças nem ajudas.
      Se eu ganhasse isso, nas condições que descreve, também punha um bom dinheiro de lado.

      IM

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    4. Na vida, há que estabelecer prioridades, fazer opções, reflectir sobre o que é estritamente necessário, recusar exageros e consumismo exacerbado.... nem todos se sabem organizar, por isso é que alguns conseguem Viver com "DIGNIDADE" (para outros sobreviver no limiar da pobreza) com um baixo rendimento e sem ajudas familiares, enquanto que outros com rendimentos mais altos... se encontram afogados em dívidas.... enquanto "aparentam" um LifeStyle acima da média!!! . Felizmente, há quem entenda que Felicidade não é sinónimo de Riqueza.

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    5. 1300 limpos hoje em dia já me parece uma miragem, quanto mais a duplicar.
      E paga casa? É que no meio desses "não-faço-isto-não faço-aquilo" todos o que eu gostava mesmo era de não pagar casa. Isso é que era! Também ficava com 700 por mês e certamente também não era para gastar em vícios ou coisas desnecessárias (que não pena nenhuma de quem se chora mas para o tabaco tem sempre de haver dinheiro).

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  56. Eu admiro muito as pessoas que conseguem sobreviver com o salário minimo todos os meses, especialmente aqueles que têm filhos. É muito dificil mesmo.

    Toda a gente gosta de ir comer fora, ir ao cinema, comprar roupa nova, passear... mas quando o dinheiro é tão pouco aqueles 10€ que se gastariam em cinema/roupa/etc podem fazer a diferença entre ter comida para a semana ou não.

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  57. ANA
    Pela 1º vez comento o teu Blogue (desculpa tratar por tu, mas tenho quase 50 anos e sou Capricórnio mau feitio como tu :) . Como desempregada sem qualquer remuneração a mais de 2 anos, pois os 48 anos e viver numa cidade pequena não ajudam, e que este verão esteve a trabalhar em lojas, dias de 11h seguidas por 25€ dia (média de 2,27€ á hora), digo que o ordenado mínimo ser 400 ou 500 é igual para muita gente, pois nem isso é respeitado pela maioria das empresas. A crise e o desemprego são a desculpa para tudo...De facto tem razão, uma pessoa tem que se fazer a vida! Mas as vezes até para isso tem que se ter fundo de maneio. Quantos trabalhos se recusa por não ter uns tostões param as viagens, gasolina ou até roupa. É a realidade nas cidades mais pequenas. Pipoca desculpa o testamento. Aproveito para te dar os Parabéns pelo blogue e pela "Miúda" espectacular que és. As Capricornianas somos muita boas :) Beijinhos Ana
    Filipa

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    1. Se calhar explica-se que receba só isso porque não sabe escrever português. Por exemplo "há mais de dois anos" e não "a mais de 2 anos".

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    2. Mas isso é maneira de falar com alguém, Nuno Crato das 12:12?!

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    3. Sim, porque a culpa dos males do mundo é dos erros ortográficos.
      Hitler da ortografia, menos pf. Aqui "debate-se" um tema sério.
      Pessoa pequenina esta.

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    4. que disparate este...eu própria já comentei aqui estes erros (não tolerantes) mas o que não falta aí é gente que ganha muito bem, com trabalhos de diretores e que escrevem mal...uma coisa não tem nada a ver com outra...

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  58. Obrigada por ser a voz que tantos de nós já não conseguem ser. Custa-nos falar. Já estamos roucos de pedir por uma vida melhor. Obrigada, Ana.

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  59. ola Ana bom dia
    hoje tenho que comentar ,tenho 36 anos 2 filhos e trabalho na tao famigerada funçao publica como assistente tecnica (camara de lisboa ) e sim ,tambem aqui sao esses os nossos ordenados ,tamto se fala de nós mas em dias como ontem em que a cidade fica como se viu , nimguem da valor aos homens e mulheres que todos os dias ali trabalham por 600€
    Ana

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    1. Tenho 38 anos,1 filho e também trabalho na função publica. Também trabalho numa autarquia e também como assistente técnica ...mais de 10 horas diárias...num serviço com elevado teor técnico...e ainda levo trabalho para casa. Trabalho há 14 anos...quem acreditaria que não levo para casa mais de 600€ ???

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  60. Eu tenho uma licenciatura e um mestrado e trabalho há quase um ano.. Sabe quanto recebi até hoje? ZERO!!! Meteram na cabeça da malta de Direito que nós temos que trabalhar sem receber. O problema é que se eu recuso o meu trabalho não remunerado, aparecem atrás de mim 100 pessoas que aceitam. Trabalho gratuito durante, pelo menos, um ano, vivendo na esperança que um dia nos comecem a pagar!!

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    1. Se tivesses uma boa média, vinda de uma boa universidade pública (ou da Católica), parte curricular do Mestrado feita, estágios de verão durante o curso, conhecimento de línguas, eventualmente uma experiência Erasmus, entravas numa boa sociedade de advogados, numa consultora, numa entidade reguladora, ou numa empresa sem grandes problemas e ganhavas pelo menos uns 1000€ limpos/mês. É a minha situação e a de vários outros colegas de curso, ou que conheci depois em Lisboa :)

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    2. Isso já é assim há muitos anos.
      Acabei o curso (licenciatura e posteriormente mestrado) há mais de 10 anos e as coisas já eram assim.
      É injusto, que é, mas também não dura sempre porque não lhe podem mandar sempre à cara que é estagiária ou recém-licenciada.
      Não se abespinhe já porque ainda agora está a começar.

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    3. 'eventualmente uma experiência Erasmus' pois.. quem me dera que os meus pais me pudessem ter proporcionado isso, mas com muita pena deles não foi possível. E acho fantástico que o facto de não ter tido dinheiro para andar (pelo menos) um semestre a estudar noutro país seja factor (quase) discriminatório. (sou estudante de arquitectura)

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    4. Anónimo das 11h30 que cunha, heim... isso tudo que referiu é muito bonito mas não é assim tão fácil. No mundo do direito ou se lambe botas ou trabalha se como um mouro.

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    5. Anónimo das 11:30: se a Rita tivesse por ventura liquidez para investir em tudo o que sugeriu por forma a ser uma advogada de sucesso, provavelmente a esta hora não lhe faria muita diferença a não remuneração. Falam do Erasmus como se fosse algo acessível todos os bolsos. Enfim.

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    6. Anónimo das 11:30 fala de boca cheia. Como todos nós tivessemos essas possibilidades. Tomará eu ter tido o dinheiro para ir para Erasmus, oh... enfim.

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    7. Não sei se ter ou não ter Erasmus é factor discriminatório em Arquitectura, eu estava a referir-me ao caso de Direito. E não acho que seja discriminatório, pois conheço vários colegas que não o fizeram e estão nos empregos que referi a auferir o salário que referi. Simplesmente, é um extra que essas entidades reguladoras apreciam. O curriculo de um recém-licenciado tende a ser igual ao de milhares de outros seus pares, pelo que essas experiências, bem como tantas outras, são diferenciadoras e podem marcar a diferença junto da entidade empregadora.

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  61. A pipoca diz num post mais acima que pode gastar 485€ num vestido porque ganha para isso. E as outras pessoas que ganham 485€ por mês e têm de pagar tudo com isso, não ganham para isso porquê? Se calhar até trabalham mais horas e talvez com mais esforço que a Pipoca, no entanto o seu trabalho tem menos valor que o da Pipoca (isto de acordo com a sociedade, não de acordo com os meus príncipios) porque ganham MUITO menos.

    Aqui é que eu acho que está a problema

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  62. Ana
    Concordo com muita coisa que disse, bom post sem duvida, é bom ver que repara em algo mais para alem de vestidos fashion(ou não).

    Rita

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  63. Concordo plenamente com o que disse pipoca, é bom ver que repara em "problemas" da actualidade, não só en vestidos feios ou bonitos.

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  64. "que quem é verdadeiramente bom acaba por ser recompensado."

    Esta é muito boa é!!!

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    1. Também pensei no mesmo... Infelizmente nem sempre é assim

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  65. Isto está mau, mas a verdade é que sempre esteve. Viveu-se com a ilusão que se estava bem, mas depois rebentou a bolha. 485€ é uma vergonha. Agora imagine-se ter filhos, contas para pagar, o marido ou mulher no desemprego ou com subsídios de miséria e ter que aguentar o barco. Não dá! E depois os filhos recebem abono de 27€!! Isso dá para quê, na alimentação e educação de um filho durante o mês? E se já está mau para os mais "crescidos" e para os velhos deste pais com reformas que são uma verdadeira miséria, imaginem os jovens que querem iniciar a sua vida e não podem. Muitos no seu 1º emprego, nem 485€ ganham, como é que alguém com ordenados (que nem ordenado se devia chamar) de 200/300€ pode iniciar a sua vida? Pode sequer sonhar sair da casa dos pais? Para depois voltar passado 1 mês? Ou sair e ir sugando o pouco que os pais têm... pois, porque nenhum pai quer ver o filho passar mal. É triste esta realidade. E a discussão de aumentar 15/20€ é ridícula.

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  66. Não percebem, porque isso não lhes toca. Cada um é pior do que o outro. Todos querem "poleiro". Bem eles querem saber do povo!
    Isso gastam eles em pequenos almoços

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  67. A minha comadre ganha 485 €, 7 horas diárias e tratar de idosos acamados, o que requerer muito esforço fisico mas tb muito esforço emocional. Ganha ela e todas as colegas de trabalho. Tem um filho com dois anos e o salário dela tem de chegar para ela, para as fraldas, leite e tudo o que um bebé precisa. Claro que não tem margem nem sequer para sonhar. Vive preocupada em que o filho não adoeça porque não terá dinheiro para gastos extras.
    Assim como ela ha muitas familias a viver com esse salário. muitas mesmas.

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    1. Nesse cenário pôs-se a ter filhos e agora queixa-se e reza para que não adoeça? Há gente que cava a sua própria sepultura, pelo amor de deus...

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  68. Pipoca, sabe quantos de nós nos esfolámos durante dias, semanas, meses, anos? A questão já não passa apenas pela má remuneração, porque desse mal, sofremos (quase) todos. O problema é que, neste momento, eu leio os seus posts e vejo-a como uma mãe presente, uma mãe que tem tempo para se dedicar ao seu filho e que para além disso tudo tem uma remuneração que lhe permite ter os extras que entende. Acho muito bem. A pipoca trabalha para isso. Ora, eu e milhares de outros Portugueses também trabalhamos. Até trabalhamos em demasia. Há 6 anos que sou licenciada, já frequentei uma pós - graduação. Ainda assim, em 6 anos ainda não consegui um contrato de trabalho. Sou trabalhadora independente que curiosamente trabalha na mesma instituição há exactamente 6 anos. Sem direitos nenhuns apenas com deveres. Para conseguir ter um salário minimamente digno tenho que trabalhar em média 240-260 horas mensais. Esfolo-me viva para ganhar meia duzia de trocos, pq entretanto 25% do meu salário são entregues ao estado e quase outro tanto vai para a segurança social. Sem contar que não tenho transporte público para o meu local de trabalho, portanto, mais 160 euros de gasóleo mensais. Ora, renda da casa, comida... Fantástico! Luxos? Lamento, não me posso dar ao luxo de estar 1 semana sem trabalhar pois é uma semana que não recebo. E filhos? Coitados, um dia se os tiver, ou deixo de trabalhar e passamos fome, ou entrego-os aos avós para que eles que os eduquem pq eu, concerteza, não terei tempo para estar com eles. Há problemas gravíssimos no que respeita à dialéctica trabalho/remuneração. É um facto! Mas há situações gravíssimas de pais que para além de não terem dinheiro a partir do dia 15, não têm tempo para aproveitar os filhos, para se dedicarem a eles, para os educarem, para estarem disponíveis. E esses, não o fazem pq são escravizados. Enfim. TRsite sina esta onde para ser escravo é preciso estudar.

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    1. clap clap! tem TODA a razão. Tenho muita vergonha de dizer isto...mas nunca vi a minha filha a fazer natação por exemplo, entro às nove e saio às 7, tenho férias todo o mês de Agosto(não por opção) quando não há natação. E como esta, muitas...

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  69. Uma vez em conversa com alguns espanhóis falávamos sobre os salários em PT e em ES, aqui em PT, neste momento, se fores Varredor de rua (não menosprezando atenção), sejas Arquiteto ou Engenheiro recebe-se o salário minimo, a crise assim o permite. Eles responderam "o salário mínimo"? Aqui em ES, o salário mínimo é para quem não asbe fazer nada, ou seja, arranjas um emprego como varredor de rua, mas nunca varreste, recebes o salário minimo, passados 6 meses se já és bom a varrer ruas não poderás ganhar o salário minimo, certo? Não, aqui em Portugal não!

    Pois é com isto que deveremos aprender, o salário minimo deverá servir como bitola para quem não tem quaisquer valências, após estas existirem, terás que ser recompensado, quer seja num trabalho que requeira habilitações ou não, daí a palavra "mínimo" e não "máximo".

    #1

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  70. Até mesmo para quem não tem filhos, é complicado! Eu e o meu marido ganhamos pouco mais que o ordenado mínimo, não temos extras (ajudas), no meu caso trabalho numa empresa, que nunca sei quando vou receber o meu ordenado... não temos dividas a ninguém, nem nunca tivemos, mas vivemos na angústia, de não saber como serão os próximos anos, ou mesmo meses, da nossa vida.. e é mesmo complicado e revoltante, ver que os senhores que fizeram a m**** , continuam a levar a boa vida que sempre levaram, os filhos continuam a frequentar boas escolas, com o inglês o ballet, a ginástica, e o diabo a quatro... quando muitos dos que estamos a pagar esta merda toda, não tem sequer comida para por na mesa...

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  71. Terminei este ano a licenciatura e a única proposta de trabalho que tive ficava a 360km de casa, a ganhar aproximadamente 500€. No fim de contas, acho que nunca iria conseguir poupar dinheiro suficiente para vir a casa. Vou para Inglaterra em novembro, a receber um ordenado justo, com boas condições de progressão na carreira e ainda acredito que consiga vir mais vezes a casa do que se estivesse a trabalhar no Algarve. É muito triste, mas é esta a realidade.

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  72. Estive a trabalhar por fora, mas as saudades foram mais fortes e regressei a Portugal. A área onde tenho experiência cá é quase uma miragem trabalhar-se nela. Vi um negócio, achei super interessante e lancei-me nele. Empréstimo pedido ao banco durante 4 anos (e não digas que vais daqui), burocracias tratadas e toca a trabalhar. E tenho dias que penso se é para isto que o Portugalinho e seus wannabes de bancada nos mandam ser empreendedores. Entre a prestação que tenho de pagar ao banco, fornecedores, luz, água (que é uma vergonha o abuso que pago de taxas municipais), seguros e afins, chego muitas vezes ao final do mês e tiro 300€ para mim e para o meu marido. Para não falar do IVA trimestral que é um rombo do caraças e assusta-me o pagamento da Segurança Social pois como estou no primeiro ano como empresária tenho direito a isenção. Mas lá está, essa isenção não é eterna, irei passar a pagar já no final deste ano. E penso para mim: será que o esforço vale a pena??? É para isto que nos pedem para sermos empreendedores? Só se for para eles encherem os bolsos porque daquilo que vejo tenho dias que o arrependimento se apodera de mim, porque durante mais 3 anos tenho uma dívida para pagar e todas as contas que os senhores fazem não vêm as despesas que temos, é tudo baseado no lucro! E poderá haver empresários que têm lata para dever a este e ao outro, mas eu não a tenho! Sempre até hoje paguei tudo o que me compete, mas tenho dias que me apetece mandar tudo ao ar.

    Isto para dizer que sim, é crucial aumentar-se o salário minímo nacional mas se existisse uma franca baixa na porcaria dos impostos a que somos sujeitos, aí acredito que já se notava melhorias no nosso nível de vida. E eu estou a falar como empresária pois vejo a tonelada de impostos a que sou sujeita e os lucros que tenho, mas também como consumidora!

    É escandaloso...e depois ainda me vêm com a factura da sorte!Por mim podem limpar o cu com ela!

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  73. Ainda me lembro há 5 anos, quando eu estava a trabalhar em Lisboa e ganhava o salário mínimo. Morava com os meus pais. Um dia, felizmente, a minha mãe teve uma proposta muito boa de trabalho para Aveiro e não podia recusar. O meu pai também conseguiu transferência para lá, mas eu teria de continuar em Lisboa a ganhar o salário mínimo, pagar contas sozinhas, etc. Chegamos à conclusão que não dava, que iam estar os meus pais a pagar para eu trabalhar, que era melhor eu me despedir e tentar a sorte em Aveiro. Quando cheguei à beira dos meus chefes para me despedir, fui criticada, enxovalhada, porque não tinha ambição, porque dependia dos papás, etc. Claro que dependia dos papás!!! Só 700 euros eram a renda da casa, mais do que o salário. Era impossível continuar em Lisboa, a ganhar o que ganhava. Mesmo que arranjasse outra casa, partilhada com colegas, não ia ser vida. Ia estar longe da minha família, a trabalhar para sobreviver. Mudei-me para Aveiro, mudei de área, também. Hoje não ganho muito mais, mas em Aveiro a vida também é mais barata e estou muito melhor.

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  74. Até o ano de 2007, sentia-me realizada profissionalmente e bem paga. Hoje, casada com filhos, tenho que, por vezes recorrer à ajuda dos meus pais o que me envergonha imenso. O meu salário veio sempre a decrescer e as despesas cada vez são maiores. Os nossos pais foram sendo bem sucedidos ao longo da vida e beneficiam das suas pequenas reformas, connosco está a acontecer o oposto. Cada ano que passa, há mais impostos, mais cortes e duvido que tenhamos direito a reforma. Não vejo saída para a crise, não vejo vontade de abdicar de certas políticas. Tornaram o Estado num monstro inútil que só serve para sugar dinheiro e quanto mais suga mais cresce. As diferenças sociais são cada vez maiores e ostensivas! Quiseram transformar o país numa Venezuela, agora, nós é que vivemos nela e quem pode vai estudar para o estrangeiro. Acredito que daqui a dez anos estaremos ainda pior!

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  75. Os meus pais emigraram para a França e agora percebo um pouco as disparidades dos dois países, para se ter uma noção : a minha mãe , em Portugal, trabalhava o dia inteiro e ganhava 20€ , fechada numa fábrica . Em França , com duas horas de trabalho, ganha muito mais que isso !
    Eu estou a acabar uma licenciatura, qual é a motivação que eu tenho em saber que, quando acabar, vou trabalhar (se arranjar emprego) num país que não valoriza ninguém ?
    É triste.

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  76. Infelizmente esta é a realidade do país em que vivemos, onde pessoas se "matam" a trabalhar todos os dias para sobreviverem, pagarem renda, luz, água e gás, a escola dos filhos, a alimentação da casa. Onde vemos pais fazerem tudo para que os filhos tenham um futuro mais folgado que o deles, pagarem propinas, casa, livros, transportes e alimentação para que no final falem com um orgulho no peito dos cursos superiores que os filhos conseguiram, mas olhem para os filhos com a angustia de perceberem que afinal todo o esforço resultou num estágio profissional não-remunerado, ou remunerado de 656€, num desemprego ou em alguns trabalhos temporários. É UMA VERGONHA! É vergonhoso vermos todos os dias saírem do nosso país profissionais de saúde competentes para trabalharem noutros países, mas que não são competentes o suficiente para trabalharem nas centenas de hospitais e clínicas que tanto precisam neste país.
    Eu sou licenciada numa profissão na área da saúde e vejo o que se passa dentro dos hospitais, as enormes listas de espera, os utentes a serem negligenciados, a piorarem a sua condição clínica porque não têm dinheiro para pagar e ir a uma instituição privada. É muito triste ver políticos discutirem 15€ como se fossem mudar radicalmente a vida das pessoas, como se fossem a Madre Teresa de Calcutá a defenderem os seus eleitores, como se fosse um ponto de viragem, quando na verdade vai mudar pouco ou mais que nada a vida de quem precisa desse dinheiro.

    P.S.: este post aborda uma temática importante, sensível para a grande maioria do povo português, não vejo como alguns comentários "é bom ver que a pipoca não fala só de vestidos" possam ajudar ou melhorar o teor dos testemunhos aqui deixados por muitas pessoas. Na minha opinião este blog até se tem mostrado bastante variado nas temáticas abordadas, existem blogs de moda que não espelham as opiniões políticas ou qualquer tipo de opiniões do criador a não ser as opiniões de moda. Por isso, se algum blog aborda uma temática não tem obrigatoriamente que abordar TODAS as temáticas! A Pipoca Mais Doce é um blog "sobre tudo e sobre nada", logo a sua criadora pode abordar tudo o que desejar.

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  77. Solução:
    1º - Diminuir/Ajustar carga fiscal das empresas. O que permite:
    2º - Aumentar salários. O que permite:
    3º - Maior poder de compra. O que permite:
    4º - Aumentar a economia do país.
    Mais dinheiro para gastar - A produção tem que aumentar - A empresa cresce.
    Mas se não se começar pelo 1º ponto, nada disto é possível.

    Mas como é possível que os entendidos ministros, das economias e afins, não vejam nada disto e o zé povinho é que vê a solução??
    Eles até devem ver qual seria a solução (não quero acreditar que a nabice chegue a esse ponto) eles não estão é para deixar de receber dos contribuintes, das empresas, o que recebem!!! Lá se iam os carros mega luxuosos, os salários exurbitantes, as reformas com zeros à direita que não têm fim, os tachos e tachinhos...

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  78. E ainda temos o nosso governo a querer nivelar todos por baixo, porque se ganharmos um pouquinho mais que o salário mínimo cortam-nos a "fortuna" do abono, aumentam-nos o IRS, deixamos de ser isentos no SNS (uma dor de barriga custa no minimo 20, 00 €), pagamos tudo nas escolas, incluindo as refeições.
    Ganho 515, 00 €, o meu marido ganha 1000, 00 €. Temos 2 filhos, sendo que um já anda na secundária - só para livros e material escolar dos dois o meu ordenado não chegou.
    Não passamos necessidades, muito menos fome, o dinheiro chega até ao final do mês, se não houver imprevistos, porque basta algum de nós ficar doente lá se vai o plafond mensal, porque como somos abastados não somos sequer isentos. Uma ida ao hospital até com o filho mais velho (13 anos) fica entre 20€ a .... quem sabe? com medicamentos e tudo!
    Já não tenho aumento há muitos anos e quase que tenho de agradecer por não ganhar o ordenado mínimo (grande diferença!), mas depois junto com a fortuna que o meu marido ganha, já me carregam nos impostos... deve ser para que não me fique a rir de quem ganha o ordenado minimo, sim, porque feitas as contas 1500, 00 € para 4 pessoas, descontando os impostos, abono cortado, isenções retiradas.... não é mais que o salário minimo.

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  79. Haja vontade, iniciativa e respeito pelos trabalhadores:

    http://www.tvi24.iol.pt/economia/dinheiro/textil-riopele-ja-subiu-o-salario-minimo-para-505-euros

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  80. O problema é que valorizam mais a opinião sobre cusquices num programa de faits divers ou a de uma mastronça qualquer que esteve na Casa dos Segredos do que o trabalho de alguém que se esforça todos os dias numa empresa e que é sistematicamente atropelado pelas cunhas e pelos yes men...ou de quem dá dois pontapés numa bola em vez de valorizarem um enfermeiro ou um médico...é a sociedade que temos, mas o esforço nem sempre compensa. Por isso temos tanta emigração ultimamente, não só por falta de oportunidades mas também por falta de reconhecimento. E sobretudo porque as pessoas estão desiludidas. É muito bonito falar em desigualdades e dificuldades quando não se sentem na pele e aparecem malas da Louis Vuitton de oferta na caixa do correio O_o

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  81. "Sei que nem sempre é fácil, que nem sempre depende de nós, que nem sempre o nosso trabalho é reconhecido, que tantas vezes nos sentimos injustiçados e com vontade de mandar tudo para o diabo, mas eu acredito (se calhar sou inocente) que quem é verdadeiramente bom acaba por ser recompensado. "

    Hum.... pois... não!
    De resto concordo com tudo, de facto para mim também é um mistério como é que se vive com 485€, seja em Lisboa ou em qualquer outro sítio.
    Sobre este tema escrevi o seguinte, porque me parece que a simples associação de palavras deturpa o tema:
    http://quemquercasarcoacarochinha.blogspot.pt/2014/09/salario-minimo.html

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  82. Este País que eu adoro, faz-me viver em permanente ansiedade. Isto de não saber com o que posso contar amanhã é aterrador. Não ter esperança é simplesmente terrível. Muitas vezes fazes-me sorrir mas hoje ao ler o teu post chorei...

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  83. Concordo com quase tudo o que foi escrito atrás, mas quantas pessoas estarão a ganhar o ordenado minimo? Alguma coisa não faz sentido, ora vejamos, se for a um centro comercial a zona da alimentação está quase sempre cheia de pessoas a consumir, se for a um restaurante de qualquer patamar de preço, o mesmo se passa, quase cheio, já me aconteceu ir de propósito a um determinado restaurante e ter de vir embora por estar cheio ou com fila de espera, vamos para a estrada é o que se sabe filas para todo o lado, pergunto, ainda vivemos acima das nossas possibilidades?

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  84. Estive a ponderar bastante o comentário que iria fazer ou não a este texto.
    A verdade é que, como alguém já disse ali em cima, o salário mínimo - com os descontos e tudo o mais, ou seja, limpo - acaba por não ser 485€. A minha mãe ganha menos de 485€. Tendo em conta que é uma família monoparental e eu estou na Universidade é óbvio que esse dinheiro não chega e, tal como acontece comigo, acontece com muitas outras famílias.
    Para que o dinheiro chegue é preciso muito mais do que ginástica...é um treino completo, diário. E esses 15/20€ de aumento só diminuem um dos exercícios porque a ginástica orçamental continuará difícil...

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  85. "Temos de nivelar as coisas por cima e não por baixo" exatamente o que costumo dizer. Fico triste quando perante a situação deplorável do país ouço as pessoas com inveja de quem está melhor, em vez de nos unirmos pelo bem de todos.

    Beijinhos
    Ana C.

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  86. Ora nem mais! A maior parte dos portugueses é invejosa. Prefere reclamar dos que ganham melhorzinho, quase desejando ou ficando feliz porque lhes reduzem o ordenado, que lutar por melhorar os deles. É a história: estou doente? Vou ao hospital ou à morgue ver os que estão pior do que eu ou mesmo já morreram. É que fico a sentir-me mesmo muito melhor. Até as dores desaparecem. E, deste modo, jamais sairemos da "cepa torta"!

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  87. Obviamente que concordo que o salário mínimo em Portugal é vergonhoso... Contudo, parece-me injusto só se falar no ,mínimo quando temos a classe média a ganhar 600€/800€, sem qualquer tipo de ajuda e com trabalhos da maior exigencia e responsabilidade... O mal é que em Portugal, quem ganha 1000€ é rico....

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Teorias absolutamente espectaculares

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