Pub SAPO pushdown

quinta-feira, novembro 30, 2006
Here we go again...!

O referendo sobre o aborto já tem data marcada. 11 de Fevereiro. É a um domingo, no Inverno, por isso não há cá a desculpa do “preferimos ir para a praia”. Até lá, e qual campanha para a presidência da junta de freguesia, teremos que levar com as associações pró-vida e com as associações pró-escolha numa alegre distribuição de panfletos pelas ruas, como se alguém decidisse a sua vida assim, num espalhafatoso carnaval de ideias opostas em que cada um puxa a brasa à sua sardinha.
Não sou a favor do aborto. Acho que ninguém é, nem mulher nenhuma considerada normal encara o aborto como um método contraceptivo. Nenhuma mulher pensa “não faz mal se engravidar, posso sempre fazer um aborto”. Mas sou a favor das oportunidades de escolha, sou a favor de que a hipótese possa, ao menos, ser equacionada, sou a favor de que uma mulher possa não querer ter um filho (sejam quais forem os motivos) e que, por isso, não seja praticamente apedrejada em praça pública nem alvo de uma política de moral e bons costumes completamente desfasada da actual realidade.
E por isso me consome até às entranhas receber mails como um que recebi um destes dias. Porque nestas alturas o que não faltam são exemplos de famílias felizes, famílias que passaram muitas privações, mas que escolheram a vida, que não “mataram” um filho (estremeço cada vez que ouço esta expressão). Óptimo para eles, que continuem a procriar e a trazer ao mundo rebentos lindos. Mas não façam disso um cavalo de batalha, porque cada caso é um caso, porque eu não tenho que ter a vossa força de vontade, a vossa predisposição ou o vosso amor para dar a um filho que posso não querer.
O mail que me chegou era de uma mãe de três crianças, uma delas com trissomia 21. Diz a senhora que quando soube, teve a oportunidade de escolher, porque a lei permite o aborto em casos destes, mas que lhe começou a pesar na consciência o sentimento de “poder “anular" uma vida à vontade”. “Tudo isto porque ela não é normal...é diferente, tem um atraso mental que nunca a vai deixar tirar um curso superior, casar e ter filhos...por estas razões eu posso matá-la. A sociedade apoia, paga e assina por baixo!”, continua a dita senhora.
O facciosismo que este tema gera é verdadeiramente assustador. Recorre-se a todos os argumentos para mobilizar a opinião pública. É assim porque tem que ser, e mais nada. Se eu pude ter uma criança deficiente, porque é que o resto do mundo não pode? Será que é por o RESTO DO MUNDO não ser igual e ter opinião própria? Será?
O mail desta senhora é “compreensivo” até certo ponto. Escolheu ter a filha em vez de “a matar”, está feliz da vida, até aqui tudo muito bem. Mas depois entra no campo do disparate e dos argumentos absurdos. Não posso deixar de copiar um excerto, porque se fosse explicá-lo por palavras minhas certamente me escaparia um outro palavrão:

“A pergunta que nos vão fazer é, (esqueçam o que os a favor chamam "despenalização" e os contra "liberalização"): Qualquer mulher (pobre ou rica, com ou sem problemas) se não quer ter um filho pode matá-lo até às 10 semanas de idade? Sim ou não? Podem ou não?

Comecei a pensar...há tanta gente que tem pena destas mulheres...eu também tenho....elas não queriam engravidar....não têm dinheiro...não têm casa....são drogadas...têm 15 anos...qual a solução? Matar o filho, claro!

Lembrei-me depois, no seguimento deste raciocínio, que há outras mães nessas condições....lembram-se da mãe da Joaninha? Aquela mãe que matou a filha de 5 anos e que está presa? E que Portugal INTEIRO se revoltou contra ela? Mas ela, coitada, também não tinha condições de ter a Joaninha...perdeu o emprego, não conseguia ajudá-la...e achou que para ela ter uma vida assim, mais valia matá-la, no fundo era um acto de amor e proteger a sua filhota de sofrer.... E dentro do mesmo contexto, achou bem. Matou-a, provavelmente ela não deu por nada, tal como os bebés na barriga, e acabou-se o problema.

São 2 casos idênticos, mas vocês reagem de maneira diferente....é engraçado....num revoltam-se...noutro, ainda estão a pensar nas pobres mães que não os podem criar. QUAL É A DIFERENÇA????

A diferença é que vocês viram a cara da Joaninha na TV, sentiram-se "atingidos e sensibilizados" e o bébé de 10 semanas não o viram. É mais fácil matar quem não se conhece a cara. É cobardia. O coração bate em ambas.

Pensem bem...2 mães que matam os seus filhos pela mesma razão.”

Juro que tive que ler isto quatro vezes para poder acreditar que esta senhora estava, de facto, a comparar um aborto à monstruosidade de matar uma criança de cinco ou seis anos, de a cortar aos bocados e a enfiar sabe Deus onde. A mãe da Joaninha não a matou por ter pena da filha, por não ter nada para lhe dar de comer, por não ter que lhe dar de vestir. Matou-a num gesto de crueldade, por a criança ter visto talvez mais do que era suposto. Acredito que não tivesse mesmo condições para ter a filha. E por isso, talvez não tivesse sido má ideia ter abortado a Joana. Porque para a trazer ao mundo, lhe dar uma vida de merda, e a matar como matou, mais valia que nunca tivesse nascido.

A senda de idiotice continua por mais uma ou duas páginas, num mail interminável, com muitas letras maiúsculas e pontos de exclamação. “NÃO MATEM OS VOSSOS FILHOS!”; “ESCOLHAM A VIDA!”. Gosto de ver como a obsessão das pessoas lhes tolda (e estupidifica) o pensamento. Querem ter filhos? Tenham! Não querem, não podem, acham que vão ser maus pais, nem sequer gostam de crianças? Não as tenham! A despenalização do aborto não é uma porta aberta para que as mulheres comecem a correr em bando para os hospitais. É apenas mais uma escolha, um modo de tornar legal e seguro o que se continuará a fazer, aqui ou em Espanha, por balúrdios ou por dez euros, em condições ou num matadouro.
quinta-feira, novembro 30, 2006
Bora(t) lá!


"There are many job opportunities in the US and A. For men, construction worker, taxi driver or accountant. For woman, prostitute."

Um bocadinho abusado, mas...
terça-feira, novembro 28, 2006
Poeminha de Natal

Um Manolo, um Jimmy Choo,
Uma Prada, um Jacobzinho,
Um Dolce & um Gabbana
Tudo no meu sapatinho

Chega de Zaras e Bershkas
De agendas e de velas
Molduras, essas, nem vê-las
Neste Natal coisas belas

Nada de panos da loiça
Garfo, faca ou colher
Pijamas, colchas, lençóis
Quero ver tudo a arder

Uns livros, uns dvd,
Venham eles, que alegria
Mas merdas pró enxoval
Diz que dão grande alergia

Tias, avós, gente chata
Nunca sabem o que dar
Problema resolvido
Quero um carro e um andar

Nesta quadra tão bonita
Que comove o mundo inteiro
Deixem todos de ser sonsos
Que o que dá jeito é dinheiro

Que haja sopinha para todos
Ah, e tal queremos é paz
Quanto a mim quero é sapatos
E um homem que seja capaz
sábado, novembro 25, 2006
Portugal, a country next to Spain

Às vezes tenho vergonha deste país de estradas assassinas, onde morrem aos três e aos quatro à vez, onde se bebe mais que a conta, porque a viagem era curta e nem sequer valia a pena pôr o cinto, quanto mais ter um seguro. Um país onde fim de semana sem bola é fim de semana perdido, pegar num livro nem pensar, que tem demasiada folha e palavras para mastigar. Diz que a cultura está cara, o teatro é um luxo, mas olha o Coliseu tão cheio para adorar as Floribella desta vida. Um país que não aguenta três pingos de água, tudo se entope, e quem não tem barco não vinga. Se chove vão-se as colheitas. Se faz sol também. Depois chega o Verão e sentamo-nos em frente ao ecrã. "País em Chamas" é o filme. Parte 25. O país dos inquéritos pós-desgraça, das providências cautelares, do para o ano é que isto se resolve, das investigações megalómanas, tão justiceiras, que, invariavelmente, caem em saco roto. O país dos conformados, subservientes, do "vai-se andando, como Deus quer", do cafézinho, do copinho d'água, do se não for incómodo. O país dos feriados e das pontes, abençoados sejam, que tanto jeito dão para ir à terra, porque as horas de emprego são muitas, as de trabalho nem tanto. Da violência. infantil, doméstica, de homens contra mulheres, de mulheres contra homens, dos jovens e dos velhinhos. O país do salário mínimo mais mínimo, das cambalhotas orçamentais para que chegue para o passe, para as contas, pró tabaco, para a Playstation do mais novo e para uma esmola semanal ao pobrezinho de estimação, tudo para a remissão dos pecados. O país do “hádes” e do “fizestes”, que o português não dá para mais, e mais aulas é má ideia, que as criancinhas de hoje são frágeis, desconcentradas, qual má educação, qual quê, são é hiper activas e sobredotadas, coitadinhas, que nenhuma mão se atreva a aproximar-se em jeito de palmada. O país do não ao aborto, tão feio e pecaminoso, antes ter doze filhos e não ter que lhes vestir. O país da televisão fácil, da piada fácil, do choro fácil, do pensamento fácil, porque os gostos educam-se, e a educação é uma prioridade governamental, mas ninguém está para aí virado. Dos centros comerciais que surgem como cogumelos e que aos domingos são a meca da família classe média, que até podemos não comprar nada mas sempre se alegram as vistas. O país das auto-estradas de gosto duvidoso, que atropelam casas e o pouco verde que há, com portagens surpresaaaa!!!!, ai acreditou que não ia pagar? O país que celebra um desemprego de 7,4%, menos uma décima que no ano anterior, haverá alegria maior. O país do foi-me morrer logo agora que tinha uma vaga tão boa no bloco operatório e nem tinha que pagar taxa moderadora. O país em que os bons emigram, espertos, porque para ser reconhecido aqui há que o ser primeiro em Madrid, em Londres, Nova Iorque, Lanzarote. O país do jet-set decadente, alpinista, oportunista, cor-de-rosa escuro, muito escuro, quase negro, o beautiful (?) people mais esticado que uma corda de guitarra. O país do crédito à habitação, ao carro como o do Figo, ao casamento, ao guarda-roupa, às prendas de Natal, ao cão com pedigree e às mamas 38. O país das cunhas, tão úteis, tivesse eu uma!, da ascensão directa e horizontal. O país que adora a desgraça do vizinho, tragédia sem mortes -muitas- não conta, há que parar para ver o acidente, tragam-nos uma cerveja e ninguém arreda pé. O país onde todos cantam, todos dançam, todos lançam livros, todos têm um qualquer talento que vale a pena aplaudir. O país do encolher de ombros, do é o que se arranja, do é este o país que temos, antes isso que partir uma perna.
quinta-feira, novembro 23, 2006

Pró que uma mulher está guardada

Ora bem. Esta malta da publicidade anda a ver se me irrita. Anda a tentar que eu rode a baiana e que arme escandaleira tal que vão começar a pensar duas vezes antes de se porem para aí a fazer anúncios que atentam contra a dignidade feminina. E olhem que eu consigo ser pior que as criancinhas que andam para aí a brincar às greves. Em menos de nada mando aí uns sms, junto um bando de mulheres em fúria, e é ver-nos em poderosas manifestações à porta da BBDO e outras que tais.
Depois da Persona, desta feita é a Galp que anda armada em engraçadinha. Estava eu ontem a dar de comer ao meu veículo (que, talvez por estar em fase de crescimento, consome gasolina como nunca consumiu nos seis anos de vida que leva) e eis que olho para o lado e me deparo com um cartaz pequenino, mas não ao ponto de passar despercebido a estes meus olhos de águia Vitória. E o que é que dizia o brilhante cartaz, o que era? Passo a citar: "adira à Galp Pluma e habilite-se a ser visitado por uma menina do gás". Homens e mulheres, por motivos completamente distintos, obviamente, sabem do que é que eu estou a falar. Galp Pluma. Aquela botija cor-de-laranja, querida, levezinha, cujo anúncio é protagonizado por uma loura a quem apetece encher de estalos. E dei por mim a pensar: mas por que raio é que alguma mulher, no seu perfeito juízo, irá aderir a estas bilhas só para receber uma visita de uma gaja boa? Que raio de publicidade contraproducente é esta? Meus amigos da Galp: fiquem sabendo que prefiro mudar-me para um 12º andar sem elevador e arrastar as velhinhas e hiper pesadas bilhas de gás escada acima, correndo o risco de ser acometida de 10 a 20 AVCs, do que vir uma gaja daquelas entregar-me o gás a casa. Aliás, se há coisa que eu não quero em minha casa, é uma qualquer Natacha ou Tatiana vinda lá do Leste, com mais 30 centímetros que eu, um rabo que é METADE do meu e no qual não se vê uma ruguinha de celulite (cabra, cabra, cabra!), umas pernas que se nunca mais acabam, aquele cabelinho perfeito e esticado, e umas mamas que vão, mais ou menos, até Beja! Eu não quero uma pessoa destas em minha casa! Eu sempre adorei aquelas bilhas amareladas, meio ferrujentas, que pesam toneladas! Acho que são a alegria de qualquer casa! Para além disso, é raro as mulheres terem que carregar com elas, há sempre um qualquer merceeiro barrigudo e mal cheiroso (ou marido/namorado igualmente barrigudo e mal cheiroso) disposto a vir em nosso auxílio. Não preciso de bilhas Pluma para N-A-D-A, por isso se querem que eu continue a abastecer o meu popó na Galp, vamos lá a tirar essa publicidadezinha ranhosa daí. É só um aviso! Porque se um dia destes as vossas bombas começarem a ser vandalizadas com arremessos de saltos altos e grafittis a baton, depois não se venham cá queixar.
quarta-feira, novembro 22, 2006
É que podia TANTO ter sido eu

Ameaças de bomba simultâneas levaram esta terça-feira de manhã à evacuação de cinco ginásios da cadeia Holmes Place na Grande Lisboa, obrigando cerca de 1.300 pessoas a abandonar em poucos minutos as instalações dos clubes.

Por acaso não fui. Mas podia, depois de ontem lá ter ido e me terem informado que a mensalidade anda à volta dos modestos 85 euros. Por acaso os instrutores dão massagens? Por acaso é garantido que o meu rabo vai diminuir? Por acaso as máquinas são de ouro branco com diamantes incrustados? Por acaso há barbecues à beira da piscina? Não, pois não?? Então, bomba p'ra cima do Holmes!
terça-feira, novembro 21, 2006
Hoje é só isto que quero quando chegar a casa

Tamanha é a p*** da dor de cabeça.
terça-feira, novembro 21, 2006
Girls talk

Os meus últimos encontros de gaijas têm-se assemelhado, cada vez mais, a encontros sexocitadinos. Cada uma de nós vive situações amorosas completamente distintas. E os conselhos dados servem apenas para juntar à lista "a analisar", porque cada uma pensa uma coisa diferente, cada uma debita os seus ensinamentos de vida como verdades absolutas- eu incluída-, e às tantas já está tudo aos gritos e às gargalhadas, e a conversa que até ali era sobre um qualquer problema sentimental gravíssimo (são sempre!) já descambou para uma coisa que não tem nada a ver, e é preciso pedir gentilmente, ou não, que nos voltemos a concentrar no assunto verdadeiramente importante. Agora que penso nisso, nem sei porque é que o tema anda sempre à volta de gajos, porque quando estamos juntas isso é, sem dúvida, o mais irrelevante das nossas vidas, e nenhum homem, por mais "he's the one" que fosse, conseguiria entrar ali naqueles momentos. Mas também discutimos com violência quase física coisas mais sérias. As manifestações das criancinhas que acham que não querem ter aulas de substituição e por isso vêm para a rua, aos berros, insolentes que só eles, dar um ar da sua graça e mostrar o seu direito à indignação (e ainda dizem alguns psicólogos muito entendidos que não se deve dar umas boas dumas palmadas nos miúdos! Hã hã). Ou o precariedade do mundo laboral, a segurança social deficiente, a falta de aposta nos jovens. Ou mesmo o novo programa da Júlia Pinheiro, aquele das operações plásticas, em que nos questionámos porque é que as pessoas ficavam ainda mais feias depois das mudanças. No fundo, somos pessoas opinativas. E sempre sai mais barato que ir a um psicólogo.
segunda-feira, novembro 20, 2006
E pronto...

... às vezes, muito às vezes, acontece tocarem à porta, estar um gigantesco ramo de flores do outro lado, e ser mesmo para nós. Faltava o cartão. Mas as palavras ditas são sempre melhores que as escritas.
segunda-feira, novembro 20, 2006
Questões que me surgiram no fim de semana:

- O sexto sentido feminino só serve para merdas que não interessam para nada?

- Como diz a minha amiga Leididi, às vezes é-se mais feliz na ignorância?

- Sempre que eu pedir UM BILHETE DE CINEMA, vou ter sempre que levar com um "quantos bilhetessssssss"?

Se alguma mente iluminada tiver respostas, a Pipoca agradece.
sábado, novembro 18, 2006
Às senhoras funcionárias das lojas:

A próxima vez que me perguntarem com aquela vozinha delicodoce “posso ajudá-la em alguma coisa???”, levarão com uma das seguintes respostas:

- Sim, pode, mas estava com vergonha de perguntar, obrigada por ter sido a senhora a dar o primeiro passo;

- Sim, por acaso até pode, mas sabe, eu gosto de tornar as coisas mais difíceis e tentar descobri-las por mim mesma, até ficar completamente desesperada. Aí sim, pedirei ajuda;

- Ah, não, não se preocupe! Estou só a ver se apanho o segurança distraído para roubar qualquer coisa! Shhhhh….fica entre nós!

- Se não precisava das outras quinze vezes em que me perguntou, nos últimos cinco minutos, parece-me que agora também não preciso, não é?

- Oh, eu gostava, mas a minha mãe proibiu-me de falar com pessoas estranhas. Não leve a mal, não?

- Obrigada, minha querida, eu sei que aqui ganham à comissão e que temos que fazer pela vidinha, mas as suas doze colegas já me perguntaram o mesmo;

- Aaaaaaaaahh!! Não se aproxime!!! Aaaahh! Medoooo! Medooo! Eu bem sei que me quer matar! Ahhhhhhhh!! AFASTE-SE! AFASTE-SE! Estou a ser perseguida! Todos me querem matar! NÃO SE APROXIME! Ahhhhh! (isto enquanto grito, arranco cabelos e me atiro para o chão com as mãos a tapar a cabeça);

- Olhe, por acaso até pode. Quero experimentar TODOS os sapatos que tiver cá na loja no número 38. Incluindo aqueles roxos e amarelos com bolinhas castanhas e aquelas pantufas do Mickey. E isso depressinha, sim?

- Ah! Que disparate! (palmadinha na testa, em sinal de esquecimento). É isso! Andava aqui há meia hora às voltas, mas eu bem sabia que precisava de alguma coisa! É da sua ajuda, pois claro!

- Parabéns! Acaba de entrar para as estatísticas de “empregada chata”! Uma grande salva de palmas para si! (clap clap clap);

- E acha, por acaso, que é a menina com essa permanente feita na Bobadela e esses sapatinhos Calçado Guimarães, que me vai ajudar no que quer que seja? Vá mas é para casa ler a Vogue e esteja caladinha;

- Se eu precisar eu peço! E pare de me perseguir pela loja, qual cadela com cio! Pra lá! Pra lá! Xôoo!

- O quê? A senhora está aqui só para ajudar as pessoas? É essa a sua profissão? Oh! Que fofinha! Que altruísta, que gesto tão nobre! Se é assim, venha de lá essa ajudinha! E já agora, um xi-coração! Hmmmmm! Coisinha boa!

- Meta-se na sua vida;

- Que parte de “meta-se na sua vida” é que não percebeu?


É que já estou um bocado farta de responder sempre “obrigada, estou só a ver”.
quinta-feira, novembro 16, 2006
Maravilhas do mundo, by Pipoca

Numa altura em que tanto se fala das sete maravilhas do mundo e que toda a gente acha bonito dizer de sua justiça, quer-me cá parecer que a Pipoca não é menos que ninguém e que também tem direito a dar o seu (correctíssimo) palpite. Qual Muralha da China! Qual Coliseu de Roma! Quais Pirâmides do Egipto! Isso é coisa para meninos que não percebem nada de maravilhas e que não fazem nada mais que puxar a brasa a sua sardinha. Assim sendo, aqui ficam as maravilhosas maravilhas da não menos maravilhosa Pipoca Mais Doce:

Tirando o branco, o preto e os Mars, de resto marcha tudo. E haverá maravilha mais bela que uma sandocha de chocolate ao pequeno-almoço? Está certo que duram um segundo na boca e uma vida inteira nas ancas, mas querocásaber!














De saltos que se alongam até ao infinito. Completamente rasos. Redondinhos. Hiper bicudos. Lisos. Às bolinhas. Ténis. Sandálias. Botas. Nunca serão demais.


The Voice, que tão bem cantava o "Let's Fall in Love". E todas as músicas que me enchem a alma. Impensável pensar na vida sem música.


Águia Vitória incluída. Obviously.








Três maravilhas em uma. O sexo. A cidade. O Sexo e a Cidade.















GE-NI-AIS! Simplesmente geniais. Entre tantos outros, pois claro.



Um clássico. Nada a fazer.
quinta-feira, novembro 16, 2006
How addicted am I?

Ontem papei sete episódios do Sexo e a Cidade. De seguida. Já os tinha visto todos. E emocionei-me como se fosse a primeira vez.
quarta-feira, novembro 15, 2006
E se de repente...

... estamos sozinhas no escritório, a campainha toca, vai-se abrir a porta, surge um ramo de rosas gigantesco, com um envelopezinho, e o nosso coração palpita, e durante 4 segundos nos passam pela cabeça todos os gajos que poderão ter enviado aquilo, tão queridos, afinal ainda há homens românticos, e já se fazem planos de casamento, será melhor ao fim da manhã ou ao fim da tarde, que é tão chique, se calhar ficava bem um Sinatra quando entrar no copo d'água, e já vamos de mãozinhas esticadas em direcção ao ramo, passe isso para cá imediatamente e deixe-me esfregá-las no nariz? Isso é............engano!
quarta-feira, novembro 15, 2006
Pronto!

Levei algum tempo a descobrir, foram anos de ponderação, mas julgo já ter uma resposta acertada. Posso afirmar convictamente que a minha parte preferida em Lisboa é o Chiado, mais concretamente a rua Garrett. Gosto de começar a descer pelo lado esquerdo. Passar ao lado do Pessoa, ver o beautiful people na esplanada da Brasileira, babar-me com o cheiro dos croissants da Benard e dar-me três estalos para não entrar e me atirar aos de chocolate, atravessar para o lado direito para ver a montra da Bertrand e entrar só para lamber as novidades e sentir aquele cheirinho que só a Bertrand do Chiado é que tem, voltar a passar para o lado esquerdo para espreitar a Gardénia, saltitar entre a direita e a esquerda (Zara, Pull, Bershka), paragem nos Armazéns do Chiado para deambular pela Fnac e me lamentar eternamente por tudo aquilo que quero e não posso ter (pelo menos, ao mesmo tempo), voltar a sair e virar à direita para a rua do Carmo, paragem OBRIGATÓRIA na H&M. E aqui, meus bons amigos, reside um ponto importante. O próximo homem que me vier dizer que as mulheres são impacientes, recomendo-lhe de imediato uma visitinha à H&M. Se há sítio onde as mulheres se fazem valer de toda a sua paciência e preserverança, é ali. Quatro ou cinco pisos. Montes e montes de roupa. Uma busca incessante pela peça ideal. Que existe! À primeira vista não parece. Entra-se na H&M e é como se estivéssemos no outlet da Marks and Spencer (tradução: roupa para velhinhas inglesas). Mas depois uma pessoa faz-se valer da sua boa vontade, predispõe-se a perder umas boas três ou quatro horas, e encontra verdadeiras maravilhas, verdadeiros must have, verdadeiros "sim, sim, quero isto no meu armário, já, em todas as cores". Não é fácil. Ninguém disse que era. Mas ao menos serve para provar aquilo que todas as mulheres já há muito sabem mas que os homens, na sua ignorância, insistem em negar: somos verdadeiros poços de calma, tranquilidade e paciência. Entrem na H&M, meus queridos! É entrar! Quero ver se encontram alguma mulher stressada lá dentro!
terça-feira, novembro 14, 2006
E porque hoje...

...estou cansada, sonolenta e não me apetece escrever as habituais tiradas de génio a que vos tenho acostumado, deixo-vos apenas com mais um bonito ensinamento para a vida. De nada., meus queridos, de nada.

quarta-feira, novembro 08, 2006
Apenas algumas considerações antes da partida

- Olho para a mala. Olho para o armário. Não consigo encontrar qualquer relação entre o tamanho da primeira e a quantidade de roupa no segundo. E se há alguma coisa em que eu sou realmente má (teria que haver alguma, não é?), é a fazer escolhas. Sobretudo de roupa. Comprei uma valise piquena, já para não ir carregada, mas agora apetece-me chorar de dor e desalento. Como é que uma mãe escolhe entre os 200 filhos qual é aquele que prefere?? Hein??? Vou adiar a decisão o mais possível. Se for caso disso, desiste-se da viagem e pronto. Não quero gerar incompatibilidades no roupeiro. Vamos continuar a ser a família feliz que sempre fomos.

- Já disse que adoro os meus chefes?

- Espero que gostem do wallpaper Paris. Vão levar com ele até ao meu regresso.

- Tenho o melhor trabalho do mundo. E os meus colegas são os mais fofinhos. Impossível arranjar melhor.

- Prometo trazer os souvenirs pedidos. Se comprar os 400 ímans de frigorífico que me encomendaram, de certeza que sai muito mais barato.

- Qual é a necessidade que as pessoas têm de contar os seus episódios de violência doméstica no meio do autocarro? Eu não quero MESMO saber se a senhora bateu com a cabeça no chão, se é uma grande burra se voltar para ele, se merece um homem melhor, segundo as vizinhas, ou se fez um escândalo tal que o prédio todo veio em seu auxílio.

- Já referi que trabalho no sítio mais espectacular do mundo??

- A Floribella vai cantar ao Coliseu e os Dzrt ao Campo Pequeno. Algum especialista em bombas que queira ganhar uns trocos?

- E a pergunta retórica do fim de semana (sim, para mim já é fim de semana). Respondam com calma e de forma ponderada:

O orgasmo SÓ com penetração...

-é um mito urbano?
-só acontece nos filmes porno?
- é como o Pilhão, já todos ouviram falar mas ainda ninguém viu?
-há muito boa actriz por aí e, consequentemente, muito bom homem a ser enganado?
- ainda está para vir o dia?
- sou eu que ando a dormir com as pessoas erradas?

E pronto, parece que é tudo. Ah, a graxice aos chefes e colegas é só porque a entidade patronal já tem conhecimento deste espaço e agora há que fingir que gosto muito deles. Pelo sim, pelo não, já apaguei todos os (milhares de) textos em que falava mal deles. Porque se há gente que eu aprecio é a malta do trabalho. Uns queridos!
terça-feira, novembro 07, 2006
Je voudrais un souvenir


Porque é que a cada pessoa que eu digo que vou a Paris se segue o pedido lamechas de "traz-me um íman para o frigoríficoooo". A sério, eu dou-me com gente muito pobrezinha de espírito! Tanta coisa que me podem pedir, e querem um ímanzinho para enfeitar o frigorificozinho. Assim de repente, já tive três pedidos destes. Podiam pedir chocolates refinados, uma jóia Cartier, um vestido Givenchy, como o que a Audrey Hepburn usou no Breakfast at Tiffany's, mas não! Venham de lá umas pirosices para enfeitar o electrodoméstico e fingir que somos muito internacionais e já fomos a uma data de sítios no mundo, basta olhar pró frigo para ver! Recuso-me! Recuso-me a entrar em lojas de souvenirs! Que mais querem? Um perfume em forma de torre Eiffel? Um postal a dizer "Paris by night"? Um dedal de loiça com o arco do Triunfo? Uma esferográfica que se abana e aparecem as meninas do Moulin Rouge a dar à perna? Têm um dia para refazer os vossos pedidos. Irra, que nunca mais me dou com gente bem posicionada!
segunda-feira, novembro 06, 2006
Et voilá!

O Pipoca mudou de ares. Um bom sapatinho Marc Jacobs e um papelinho de parede Cole and Son fazem maravilhas por um blog. E, o melhor de tudo, é que tal e qual como numa casa, também aqui poderei mudar o papel ao sabor dos meus caprichos! Mi aguardem!
domingo, novembro 05, 2006
Salvem a Vivi


(e porque já é a terceira vez que escrevo esta merda deste texto e ele se apaga, e isto agora já é uma questão de honra, não serei vencida por um computador de terceira categoria, que raiva, arrrgggggghhhh)

O Benfica ganhou. Outra vez. Que tédio. Só vitórias, só vitórias. E agora é sempre aos três golos. Claro que temos contado com uma ajudinha das equipas adversárias que, sabe-se lá por que raio, andam viradas para os auto-golos (abençoadas sejam). Mas não é esse o motivo que me traz aqui hoje. O que me anda a preocupar é a águia Vitória. Ando ralada com o bicho. Sinto que alguma coisa má está para lhe acontecer, numa premonição ao melhor estilo Jesualdo Ferreira. Acho que está para chegar o dia em que um adepto ranhoso (e quase de certeza sportinguista ou, pior, portista), vai limpar o sebo à pequena Vitória. Parece que a estou a ver a voar estádio fora, super estilosa, como sempre, e de repente... um tiro, um monte de penas pelo ar, e a Vivi (para os amigos) cai-me ali em pleno relvado, perante o olhar horrorizado dos espectadores, perante lágrimas de pânico, perante os esforços infrutíferos das equipas médicas que tudo farão para a salvar. Sem êxito. Perante este cenário dramático, decidi que vou registar a patente do Vitória-Mobil, um carrinho blindado no qual a Vitória dará a voltinha ao estádio na maior das seguranças, acenando ao público qual Lady Di. Amanhã ligo já ao Luís Filipe. A saúde da nossa Vitória acima de tudo.
sexta-feira, novembro 03, 2006
Oh...it's Friday!

E pronto, assim chegámos a sexta. Balanço da semana: passou-se. A ver se não me esqueço do Euromilhões, que estou mesmo com um feeling que é desta que me saem aí uns 3 euros.

Ah, não sei se já informei os estimados leitores, mas na próxima semana estarei em Párrriiiiiiiiii!! Prometo pensar muito em todos vocês, meus grandes queridos. Quando estiver a comprar uns sapatinhos xu-xu. Quando estiver a ter uma paragem cardíaca ao chegar ao topo da Torre Eiffel (ah, pois, que subir a pé é pra meninos). Quando estiver a comer un crrrrrroissant no café da Amélie. Quando estiver a saltitar nos Champs-Elysées enquanto canto o Joe le Taxi da Vanessa Paradis.

Mas só vou na quinta. Calma. Nada de gritos desesperados. Nada de se me atirarem aos pés a pedir para ficar. São só quatro dias. Muita calminha.
quinta-feira, novembro 02, 2006
E o prémio para pior escolha de sapatos para um dia de chuva vai para........

...A PIPOCA MAIS DOCE














clap clap clap clap
quarta-feira, novembro 01, 2006
C'est super!

E assim se esteve à beira rio. Com muita gabardine, com muita unha vermelha, com muita bebida, com muitas empadas de farinheira e espinafres, com muita foto, com muita música, com muita gargalhada. C'est la boom de l'impermeable! Super!


Já agora, aproveito para informar que há mais um brilhante pedaço de obra literária disponível no Sportugal.

AddThis