Ninguém quer pensar na velhice. Achamos (ou queremos acreditar) que é uma coisa que está muito distante, uma realidade longínqua na qual temos dificuldade em rever-nos. Porque ainda somos (ou queremos acreditar que somos) jovens, porque ainda sentimos que temos o controlo total sobre o nosso corpo e a nossa mente, porque temos os amigos e a família à nossa volta. Eu tento não me consumir com isso, mas sou uma atormentada com a velocidade a que o tempo passa. E se é verdade que o envelhecimento faz parte do processo e também nos traz coisa boas e bonitas, para muitas pessoas neste grupo etário a realidade é diferente. Mais dura. Porque as doenças lhes batem à porta, porque a mobilidade fica mais comprometida, porque, em tantos casos, são vítimas de isolamento social ou vivem em condições indesejáveis. Devia haver uma lei que garantisse uma vida digna e feliz a todos os idosos, porque se já viveram tantas coisas, merecem que a última etapa seja tranquila e isenta de preocupações.
A solidão nos idosos é umas das coisas que mais mexe comigo. Porque não consigo evitar pôr-me no lugar deles e pensar "e se me acontecer o mesmo? Se não tiver família que me visite, se não houver amigos por perto, se envelhecer e ficar sozinha?". Além de triste, deve ser uma realidade duríssima. Infelizmente, há inúmeras pessoas 65+ que vivem sem ninguém, sem qualquer espécie de apoio. E, se calhar, quem se se cruza com eles diariamente nem sequer faz ideia. É precisamente para contrariar este problema que vai ser lançado brevemente o Radar, um projecto social pioneiro que aplaudo de pé e que envolve entidades como a Santa Casa da Misericórdia, a Câmara Municipal de Lisboa, o Instituto de Segurança Social a Administração Regional de Saúde, a Polícia de Segurança Pública e as juntas de freguesia da cidade.
O número de idosos em Lisboa tem vindo a aumentar. Estima-se que cerca de 132 mil pessoas tenham mais de 65 anos e que, dessas, 85 mil vivam sozinhas ou acompanhadas de outras da mesma faixa etária. O objectivo desta iniciativa é o reconhecimento desta população para que se possam detectar, precocemente, eventuais situações de risco e desenhar uma intervenção de acordo com as necessidades específicas de cada idoso. Ao mesmo tempo, pretende-se combater situações de isolamento ou solidão, tentando que estas pessoas possam residir por mais tempo nas suas casas e procurando novas formas de os integrar no espaço público.
Como é que isto se faz? A partir do dia 7 de janeiro, vão existir equipas multidisciplinares nas ruas, com rotas definidas, a bater à porta das pessoas em situação de isolamento para fazer questionário, de modo a que todas as situações fiquem indicadas e possam, posteriormente, ser s avaliadas e encaminhadas. Desta forma, é importante “abrir a porta” à equipa Radar para uma vida menos só. Mas as comunidades são muito importantes, para o sucesso deste projeto. Pretende-se criar "radares" (daí o nome do projeto) na comunidade, compostos por voluntários, comércio local ou vizinhos que possam identificar potenciais situações de risco. No fundo, a ideia é tornar-nos a todos mais atentos, mais solidários e mais preocupados com quem nos rodeia.
"Falar. escutar. cuidar.". É nestas três premissas que assenta o projeto RADAR. E é só mesmo isso que é preciso, três passos muito simples, mas que podem fazer toda a diferença na vida de alguém. Se na zona de Lisboa onde moram ou onde trabalham conhecem alguma pessoa que vos parece sofrer de isolamento e/ou solidão, que deixaram de ver, que mudou subitamente de comportamento ou de aparência, que alterou as suas dinâmicas diárias, partilhem o caso através do Informativo Radar (213 263 000) ou através do e-mail lisboacidadetodasidades@scml.pt . A Santa Casa da Misericórdia irá analisar o caso e, se necessário, acionar uma intervenção em conjunto com as entidades parceiras.
Como é que isto se faz? A partir do dia 7 de janeiro, vão existir equipas multidisciplinares nas ruas, com rotas definidas, a bater à porta das pessoas em situação de isolamento para fazer questionário, de modo a que todas as situações fiquem indicadas e possam, posteriormente, ser s avaliadas e encaminhadas. Desta forma, é importante “abrir a porta” à equipa Radar para uma vida menos só. Mas as comunidades são muito importantes, para o sucesso deste projeto. Pretende-se criar "radares" (daí o nome do projeto) na comunidade, compostos por voluntários, comércio local ou vizinhos que possam identificar potenciais situações de risco. No fundo, a ideia é tornar-nos a todos mais atentos, mais solidários e mais preocupados com quem nos rodeia.
"Falar. escutar. cuidar.". É nestas três premissas que assenta o projeto RADAR. E é só mesmo isso que é preciso, três passos muito simples, mas que podem fazer toda a diferença na vida de alguém. Se na zona de Lisboa onde moram ou onde trabalham conhecem alguma pessoa que vos parece sofrer de isolamento e/ou solidão, que deixaram de ver, que mudou subitamente de comportamento ou de aparência, que alterou as suas dinâmicas diárias, partilhem o caso através do Informativo Radar (213 263 000) ou através do e-mail lisboacidadetodasidades@scml.pt . A Santa Casa da Misericórdia irá analisar o caso e, se necessário, acionar uma intervenção em conjunto com as entidades parceiras.
Para já, esta iniciativa está a funcionar apenas em Lisboa, mas espero que seja um caso de sucesso e se possa estender ao resto do país.
2 comentários:
Obrigada pela partilha , não conhecia mas vou informar me:)gosto mt de conversar com idosos, aprendemos sempre:) So ele nos podem ensinar:)
Que belo projecto!!! :) "espero que seja um caso de sucesso e se possa estender ao resto do país." - Ámen!
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Teorias absolutamente espectaculares