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Os meus pais diziam-me "não" e sobrevivi

terça-feira, dezembro 26, 2017

Desde que me lembro que os meus pais sempre deram muito uso à palavra "não". Não o faziam de forma gratuita, para serem deliberadamente mauzinhos e me lixarem a vida. Faziam-no porque nem sempre dava para dizer "sim", por muito que quisessem. Felizmente, os "nãos" traziam muitas vezes uma explicação associada. Na altura, provavelmente, não fazia muito sentido, não era por os meus pais me explicarem tudo, da forma mais pedagógica possível, que eu deixava de sentir que era uma injustiça, que o mundo estava contra mim, que eu fazia parte de uma enorme cabala, que era vítima de uns pais tiranos. Mas depois a pessoa cresce e percebe que os "nãos" que foi ouvindo só lhe fizeram bem. Ajudaram a estabelecer limites e, sobretudo, a perceber que a vidinha não é aquele mar de rosas que nos vendem nos livros infantis. 

Nunca faltou nada de essencial à minha existência, mas não cresci no meio de luxo e abundância. Éramos a típica família de classe média (mais a puxar para a baixa do que para a alta). Os meus pais eram ambos funcionários públicos, com salários que não davam para grandes loucuras, por isso o orçamento familiar era gerido com a máxima cautela. Tinha de cobrir todas as despesas e ainda sobrar alguma coisa para poupança, por isso eu e o meu irmão sempre soubemos que havia coisas com as quais nem valia a pena sonhar. Que não viéssemos cá com pedidos de roupas de marca, estupidamente caras, brinquedos a custar dez contos ou outros delírios que tais. Mas podíamos ter todas as actividades extracurriculares que quiséssemos (assim de repente, andei na ginástica, no ballet, na natação, na guitarra, fazia dois campos de férias em cada verão, o meu irmão andou no ténis, no basket, numa data de desportos), a esse tipo de coisas os meus pais nunca diziam que não. Para o resto, tínhamos de ser nós a poupar. Poupei um ano para comprar o meu primeiro Swatch e mais outro para uns All Star, e a sensação de conquista que isso me deu foi absolutamente inexplicável.

Os meus pais sempre fizeram questão de nos incluir nas decisões familiares. Um dia, tinha eu 12 ou 13 anos, o meu pai sentou-nos a todos na sala e disse "temos de decidir o que vamos fazer à casa dos avós. Está velha, por isso ou desistimos daquilo e deixamo-la cair, ou então temos de reconstrui-la e apertar o cinto nos próximos anos". Era a casa onde o meu pai cresceu, no Algarve, onde sempre passámos (e passamos) férias, por isso é óbvio que escolhemos a segunda opção, mesmo que isso implicasse (mais) contenção orçamental. Também me lembro de pedir algumas coisas específicas e de o meu pai negar e me explicar porquê. Como quando, adolescente, quis inscrever-me no Holmes Place, que custava para aí 120 euros por mês. O meu pai lá teve de me explicar que estavam a fazer um esforço extra para pagar as obras na casa do Algarve, que não era uma boa altura, mas que a situação seria revista mais para a frente. Foi mesmo, e eu lá me inscrevi no ginásio ao fim de algum tempo, mas tenho a certeza que se fui foi porque os meus pais estavam numa altura em que o podiam fazer. Jamais se endividariam para nos proporcionar algo supérfluo, jamais gastariam acima das suas possibilidades, sempre foram (e são) absolutamente conscienciosos quando o tema era dinheiro. 

Deve ser por isso que ainda hoje sou incapaz de comprar coisas a prestações, que só uso o cartão de crédito em situações muitíssimo pontuais, que faço questão de poupar qualquer coisa todos os meses (por mínima que seja), ou que o Mateus tem conta-poupança desde que nasceu. Verdade que hoje a vida é outra, que as coisas são muito mais acessíveis do que no tempo dos nossos pais e que também olhamos para a vida de outra maneira. Tenho a sensação que os nossos pais, às vezes, eram responsáveis demais e que isso também os impediu de aproveitar mais, de viver de forma mais despreocupada. Ainda assim, sou incapaz de viver com a corda na garganta, sou incapaz de ter crédito negativo na conta, não vivo acima das minhas possibilidades.

E esta conversa toda vem a propósito de um artigo que li ontem no Diário de Notícias. O título era "Os filhos pedem. Os pais compram. Mesmo que não tenham dinheiro", e acho que isto diz tudo. O artigo era sobre pais que são incapazes de negar os pedidos natalícios dos filhos, mesmo que custem uma pipa de massa, e mesmo que eles não tenham essa pipa de massa para dar. Preferem endividar-se do que contrariar os miúdos ou ter de explicar-lhes, simplesmente, que não podem comprar-lhes o que pediram: um computador, o último iPhone ou outra extravagância qualquer.  Diz o artigo que, segundo um estudo realizado,  "no último ano 88% dos pais entre os 18 e os 34 anos "sentiram a pressão social para comprar bens aos seus filhos, apesar de não terem capacidade para os pagar", tendo "um em cada três pais cedido a essa pressão". 

E eu não sei o que pensar disto. Não sei mesmo. Todos nós, pais, queremos ver os filhos felizes. Queremos proporcionar-lhes o que de melhor há no mundo. Queremos que não sofram. Mas o que é que é melhor: dar-lhes tudo o que querem, poupando-os à real situação económica da família, ou contar-lhes a verdade, dar-lhes os presentes possíveis e fazê-los perceber que a vida é mesmo assim? Sinceramente, e talvez por ter crescido desta forma, a segunda opção é a que me faz mais sentido. Estamos a criar uma cambada de putos mimados, egocêntricos, que vivem numa bolha e que não fazem a mínima ideia de quanto a vida custa a ganhar. E falo por mim também, que mesmo não dando ao Mateus tudo aquilo que ele quer, dou-lhe muito mais do que aquilo que precisa, ao ponto de achar que ele não dá valor a nada. 

A cada Natal faço questão de explicar aos familiares (sobretudo aos avós, esses seres altamente indisciplinados no que toca à aquisição de presentes para os netos), que só estão autorizados a dar uma coisa ao Mateus. Perguntei-lhe o que queria, fizemos a carta ao Pai Natal, e disse à minha mãe para lhe dar o brinquedo X e à minha sogra o brinquedo Y. Só isso, mais nada. Porque depois ainda faltavam os presentes dos amigos, das vizinhas, da senhora da papelaria, e blá blá blá. Tudo somado e é sempre um disparate. Além de que, à conta do blog, o Mateus tem a sorte de ir recebendo coisas o ano todo, não está à espera de uma altura específica, como o Natal ou os anos. Da minha parte, tinha decidido que também só ia dar-lhe uma coisa, mas acabei por vacilar e comprei um outro brinquedo que ele queria muito e um fato de Batman na Primark (que vai ficar já para o Carnaval). No total, gastei pouco mais de 70 euros, mas se soubesse o que sei hoje acho que nem esses 70 euros tinha gasto. Porque de cada vez que ele abria um presente e não era uma coisa da lista do Pai Natal, a reacção era "heeeeyyy! Eu não pedi isto!!!! Não era isto que eu queria!!". Oi? Como assim, pequeno monstrinho de quatro anos? Temos diva, é? Em vez de ficar contente por ter mais um presente, que alguém escolheu por achar que ele ia ficar feliz, fica de trombas porque não foi aquilo que pediu? 

Está certo que tem quatro anos, que a capacidade de discernimento não é muito grande, mas aquilo irritou-me profundamente. Para o ano a política de presentes será revista e pode ter a certeza que receberá muito menos coisas. E vai ter de escolher um ou dois presentes recebidos para dar a uma instituição. Até aqui era muito pequeno, mas para o ano já vai ter capacidade para perceber. Custa-me muito, muito que os miúdos não saibam dar valor às coisas, que achem que basta pedir e que a função dos pais é garantir-lhes todos os caprichos. Eu passo a vida a dizer que não ao Mateus.  E nem é por não poder dar-lhe o que me pede (ele também ainda não pede coisas estupidamente impossíveis), é mesmo porque acho importante, porque não faz sentido entupi-lo de tralhas, porque acho que só lhe faz bem esperar pelas coisas que quer verdadeiramente, para as poder saborear de outra maneira. Há para aí meio ano, talvez mais, que ele falava do Patrulheiro Aéreo da Patrulha Pata, e nós sempre a dizer-lhe que tinha de esperar pelo Natal. E não sei se foi pela espera interminável, mas a verdade é que vibrou com aquilo como não vibrou com nenhum outro presente. Os meus Natais sempre foram assim, esperar muito, muito, muito por uma coisa. Às vezes tinha o que pedia, muitas vezes não, mas tudo o que recebia era vivido com uma alegria única, precisamente porque não tinha muita coisa. 

Acho que temos uma certa tendência natural para achar que quantidade é sinónimo de felicidade, que vê-los a rasgar papel atrás de papel é que é o verdadeiro espírito do natal, mas o artigo do DN refere que, ao fim do terceiro presente, a felicidade diminuiu, não aumenta, porque começa a ser demasiada informação para gerir. Eu deixei o Mateus abrir tudo mas, entretanto, já desviei estrategicamente meia dúzia de coisas para um roupeiro, para depois lhe ir dando ao longo do ano. E a prova de que recebeu mesmo coisas a mais foi que nem se lembrou de perguntar pelos presentes escondidos. 

Será assim tão mau dizer-lhes que não? Explicar-lhes o porquê desse não? Queremos mesmo que eles vivam num reino encantado onde nada lhes é negado? E depois? Quando tiverem de começar a lidar com frustrações? Que tipo de adultos estamos a criar? Se lhes damos tudo, se não lhes explicamos que não podem ter tudo, se não lhes dizemos que não temos dinheiro para tudo, como é que eles vão perceber que também não podem pedir tudo o que lhes vier à cabeça? Lá está, eu sabia que os meus pais não me podiam dar determinadas coisas, por isso nem pedia e, talvez por isso, eles também não se sentiam tão pressionados. Somos nós que temos de educar os miúdos, faz parte do processo e das nossas competências. Ninguém disse que isto era fácil mas acredito, mesmo, que a longo prazo isso só os ajudará a serem pessoas melhores. 

138 comentários:

  1. Completamente isto! Não sou mãe Ainda, mas sou professora, e mesmo com 25 anos fico preocupada quando oiço os meus alunos dizerem-me: já sei que vou receber uma PlayStation 4 no Natal! Pergunto como é que sabem, ao que me respondem que foi o que pediram, por isso vão ter. Oi???? Estes tem 8 anos! Nem vou pelo valor estupido e abismal de uma coisa dessas, mas o facto de tomarem tudo o que é material como algo garantido sem pensarem se realmente lhes poderão dar, dá-me a volta ao estômago. E a culpa não é deles, com certeza. Ninguém se senta a explicar a gestão de dinheiro às crianças. Como professora e como filha que teve acesso a essa gestão, digo que não é impossível, e como a Pipoca disse, dá-nos também um prazer brutal ao conseguir adquirir determinadas coisas. Vendi pulseiras de missangas para comprar o meu primeiro telemóvel e as minhas maquinas fotográficas. Nunca me ocorreu na vida pedir por exemplo um IPhone aos meus pais, dado o valor absurdo e mesmo sabendo que me queriam comprar um telemóvel novo a determinadas alturas. Pedi sempre um acessível e gostava deles na mesma. Só o ano passado em aventurei a comprar um, e foi após meses a juntar dinheiro (nunca na vida compraria um a prestações). Nunca me faltou nada, considero-me uma rapariga mimada pelos pais, mas mimada com contenção e sabedoria. E por isto, ao assistir a esta mentalidade do "estalei os dedos, passa para cá" assusto-me um pouco.
    Parabéns pelo texto, Pipoca. E pela mentalidade e abertura em falar sobre o assunto. Tomara que todos o fizessem!

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  2. Excelente texto. Parabéns pelo bom senso, num mundo cada vez mais entupido pelo exagero! Não é preciso privar ninguém do que o faz feliz, basta não querer fazer os nossos miúdos felizes só por terem mais e mais (até porque isso não funciona!).

    Jiji

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  3. O não, quando na altura certa, tem um efeito bastante educativo. Quanto ao resto, já disseste tudo.

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  4. Igual por aqui..este ano tentei que os presentes fossem muito desejados para terem mais "sabor".. mas mesmo assim houve uma cena que me chatiou..o puto de 5 anos recebeu quase tudo o que pediu (fez uma lista de uns 5/6 presentes) e andava sempre a falar nisso..e eu dizia que tinha de esperar..no dia de natal abriu mais 3 presentes, ficou tao entusiasmado com o segundo presente que o terceiro (1 bicicleta que estava no hall do nosso piso) foi visto e foi processado uns 2 segundos e ok..continuou a brincar com o presente..sem se levantou para ir ver a bicicleta, inclusivamente voltou a fecha a porta de casa e deixou a bicicleta no hall de casa..ou seja, fora de casa..agora imaginam a minha cara e a do pai a ver aquilo.. :( Ana

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  5. Totalmente de acordo. Uma sociedade futura de monstrinhos, será mesmo isso, uma sociedade de monstrinhos. E deprimidos.

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  6. Nunca tive tudo o que queria e, apesar de não me ter ajudado a ser uma pessoa melhor (isso depende de tantos fatores...), ajudou-me a ser organizada e ponderada com o dinheiro. Julgo que crescendo com a noção de que as coisas custam dinheiro, e que esse dinheiro tem que ser ganho, temos menos tendência a comprar por impulso e descurar as poupanças quando já ganhamos o nosso. Penso que aprendermos, logo em crianças, que não podemos ter tudo, contribui para fazer de nós melhores gestores do orçamento e consumidores mais equilibrados em adultos :)

    Kill Your Barbies | As mulheres são más umas para as outras?

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  7. Plenamente de acordo, adoro ler o teu blog, pelo teu sentido de humor, pela tua "pinta" e por textos como este, ainda não sou mãe mas cá em casa tbm desde sempre fui ensinada que não se pode ter tudo e se queria alguma coisa tinha que "trabalhar" para ela. Agradeço muito aos meus pais a educação que me deram e espero um dia saber educar os meus filhos da mesma forma.
    Grande pipoca ��

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  8. É muito difícil fazer esta gestão do que damos às crianças, os meus filhos com 4 anos também começaram por reclamar que não eram os brinquedos que tinham pedido até que se afeiçoaram ao que receberam... Mas eu trabalho numa instituição que acolhe crianças e deixem-me que vos diga que chovem brinquedos nesta altura, podem não ser novos, é certo, mas as coisas aparecem sem contexto nenhum e isso não ensina nada de positivo às nossas crianças institucionalizadas. Acima de tudo é o nosso sentimento de culpa de adultos, é melhor apazigua-lo de outro modo menos despedagógico para os meninos das instituições, permitam-me a liberdade.

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  9. Cada caso é um caso. Sou mae solteira e ganho cerca de 700 euros por mês. Todos os meses é uma ginástica,mas no Natal o menino tem a prenda que quer. Foram 400 euros para uma consola e um jogo.. E ele delirou. Tem 9 anos, é um excelente aluno... E super consciencioso da situação económica que temos. Durante o resto do ano não tem muitas prendas, mas no Natal e aniversário faço o esforço para lhe dar o que ele realmente quer. É muito agradecido com o que tem e o brilho nos olhos ao ver o presente... Vale tudo!

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    1. Deu ao seu filho de 9 anos uma consola e um jogo que custaram 400€?! 400€?!

      As coisas que podia ter e comprar com esses 400€... Minh`alma está parva!

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    2. 400?! Era mesmo 400 que queria dizer?

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    3. Quando os pais são piores que os filhos não se pode fazer nada... até podem ir buscar comida ao banco alimentar mas a playstation do menino no Natal não pode faltar.

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    4. Não apontem já o dedo a esta mãe. Não sabem se poupou uns 30€ todos os meses, se tinha dinheiro acumulado no cartão continente, se comprou na black friday ou se mais familiares se juntaram ao presente. Eu não daria este valor sozinha de uma só vez se auferisse um rendimento de 700€ mas, mas se fosse poupado ao longo do ano ou partilhado entre mais familiares não vejo qual o problema. Mas isto sou eu que todos os meses poupo para certos objectivos, nunca preterindo dos bens essenciais, nem uso créditos. Pode ser um caso semelhante.

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    5. Não me parece melhor atitude julgar assim a senhora ao desbarato. Ate porque não fazem ideia do que ela passou ou do que ela abriu mão. Julgar menos ,e olhar mais para o nosso umbigo. Quer concordemos ou não.
      Ana Sofia Marques

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    6. Não percebo a indignação... Às vezes simplesmente acho que as pessoas não sabem fazer contas. Tanta indignação com os 400 euros, a senhora diz que apenas o faz nos anos e no natal, a maioria das pessoas cada vez que vai ao supermercado acaba por comprar quinquilharia de 7 euros para a canalha, ao fim do ano têm noção de quanto é?! Além disso se ela tem noção de que ele merece muito, acho que o incentivo por mérito também uma muito boa forma de educar. Com certeza é um presente com muito valor, não só pelos 400 euros mas porque custou a comprar e acredito que o menino saiba disso e não se vá esquecer disso no futuro. Se merece e a mãe conseguiu dar e no fim estão os dois tão felizes com isso, não tenho dúvidas de que fez muito bem!

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    7. Os que criticam a senhora por fazer um esforço para o filho, devem estar no café a tomar o pequeno almoço e a pedir maços de tabaco enquanto escrevem. Cada um tem as suas prioridades!

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    8. Tenho a certeza que a felicidade do seu filho quando recebeu o presente que desejava compensou todos os sacrifícios que fez para o poder comprar. As pessoas que aqui a criticam por gastar 400€ numa consola deviam estar caladas, porque não somos ninguém para julgar os outros. É lamentável que a maior parte das pessoas só consiga assumir o papel de juiz e carrasco e não tenha a capacidade de ficar feliz pelas conquistas dos outros. Dizer "não" é fundamental para educar mas dizer "sim" também é. Boas Festas.

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    9. O dinheiro é da senhora, ela até podia literalmente queimar 400 euros que era com ela. Adoro a forma como toda a gente gosta de apontar o dedo à maneira como os outros gastam o dinheiro que ganham

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    10. Não me parece razoável que uma pessoa que aufira apenas cerca de €700,00 por mês dê um presente desse valor ao filho. Mas quem sou eu para criticar? Cada um toma as opções que quer para a sua vida, e acredito que a maioria dos pais o faz no superior interesse dos filhos. Creio que uma criança de 9 anos, dificilmente terá noção do sacrifício que a sua mãe fez para lhe dar esse presente. Acho que os pais não têm de fazer todos os sacrifícios pelos filhos. Têm de fazer alguns e outros, têm de os fazer apenas na medida das suas possibilidades.

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    11. ... 27 dez, 2017 10:29 : Pois estou de acordo consigo, é muito fácil criticar os outros, aliás deve ser o que mais e faz em PT, criticar, criticar, e nunca olhar para os seus próprios defeitos.

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    12. Concordo inteiramente com a Rita.

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    13. Só se fala e com razão na violência domestica,não admira,os homens são criados (a maioria),a terem tudo,sobretudo pelas mães, depois crescem,casam,são contrariados ou abandonados e como nunca ouviram um "NÃO", matam-nas! Ontem foi mais uma:(((

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    14. Oi?? A culpa da violência doméstica está nas mães que compram consolas aos filhos (não sei como é que há tão poucos casos de homens mortos pelas ex-companheiras... essas mães que dão tudo aos filhos, não darão também às filhas?)? E eu que achava que estaria na estrutura social machista em que os homens aprendem a ver as mulheres como objetos que lhes pertencem. Mas é sempre preciso culpar as mulheres, até por um flagelo que as mata, não é?

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    15. Quer um desenho??? Os meninos não dão contrariados,não sabem lidar c as frustrações, tem tudo!!Percebeu!!!!

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    16. Eu ganho o dobro dessa senhora, não sou mãe solteira (estou com o meu marido que ganha o mesmo) e jamais gastaríamos esse valor numa prenda para a nossa filha. Os meus pais eram classe média e, no máximo dos máximos, recebia uma Barbie ou um Nenuco (e tive apenas um ou dois dos verdadeiros em toda a infância, com que brinquei até à exaustão). Em contrapartida, como a Pipoca diz, sempre andei no inglês extra escola, fiz campos de férias, viajávamos nas férias da Páscoa e do Natal, pagaram-me a faculdade, pude fazer Erasmus, etc. Prioridades que pretendo manter na minha filha e continuar na minha vida!

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    17. Não acho razoável a esta mãe oferecer uma prenda de €400,00 ao filho, como não acho a mãe nenhuma! Um puto de 9 anos tem lá noção do que são €400,00! Pode ter noção que é muito dinheiro, mas não percebe a fundo o que o custa a ganhar e quantas coisas dão para comprar com esse valor! Por exemplo, a alimentação de uma família durante 1 mês, ou mais! Que tal pegar nesse dinheiro e inscrevê-lo num curso de línguas, por exemplo, enfim, algo que contribuísse verdadeiramente para a sua formação e aprendizagem. Lá está, opções... Depois admiram-se que haja tanta gente insolvente neste país.

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    18. Mas aqu ninguém tem consolas?! Caramba, todos os amigos dos meus filhos têm a PlayStation 4 desde sempre. Os meus receberam este natal e não sou rica. Só os ricos é que podem ter é? Tanta indignação.

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    19. Anónimo28 dezembro, 2017 13:24, então é mais uma que ofereceu aos filhos porque "todos" os amigos já tinham? Ceder à tal pressão da compra como fala o artigo citado?

      No que depender de mim, os meus filhos nunca terão a consola, não. Porque tal como não acho razoável eu gastar 400€ numa mala ou nuns sapatos, ainda menos acho gastar isso num brinquedo para uma criança (com o qual, ainda por cima, não aprende nada e só o faz ficar vidrado num ecran mais umas horas por dia).

      Não tem a ver com ser rico, tem a ver com prioridades. Já acho perfeitamente normal gastar 500€ num bilhete de avião para um voo intercontinental e ir passar 2 ou 3 semanas de férias a um país asiático, por exemplo. Aquilo que eu e os meus filhos ganhamos em viajar não tem preço. Mas se calhar há quem ache isso um absurdo e prefira a playstation ou a mala e os sapatos. Prioridades!

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    20. Anónima original, não ligue ao que os outros dizem. Tenha confiança em si própria e na sua capacidade de educar o seu filho. Também sou da opinião de que, se for um bom aluno e boa pessoa, merece! Vai sempre haver opiniões contrárias, mas isso não interessa! Cada um educa como acha melhor. Acho um máximo as pessoas que se acham donas da verdade!

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    21. Concordo tanto com a sua opinião. Quem somos nós para criticarmos o que os outros compram com o seu dinheiro? Acho lindo que tenha comprado uma prenda que fez os olhos do seu filho brilharem, é isso que não tem preço. Quanto à opinião dos "donos da verdade" ( e o nosso país está repleto deles), não ligue. E ainda lhe digo mais, desejo que tenha sempre a possibilidade de lhe dar prendas que o façam feliz. Acredito que o seu filho nunca o esquecerá ( o meu marido é filho de mãe solteira, e recorda-se de cada prenda de cada Natal). E é um marido maravilhoso, para as psicólogas de algibeira que até associaram este comportamento à violência doméstica. Generalizações ridículas.

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    22. Comentadora original, o filho é seu, a senhora é que o conhece, é quem o educa e lá saberá se tem ou não a maturidade suficiente para compreender o valor e o sacrifício que fez.

      O seu erro foi ter feito o comentário, ainda para mais com tantos detalhes. Isso e não ter procurado melhor, houve promoções espetaculares e a PS4, por exemplo, chegou a ser vendida por 300€ com 4 jogos!

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    23. Anon das 14:12h, sabe que é possível conciliar isso tudo? Sabe que há quem faça umas cinco ou seis viagens por ano (depende se apetece fazer hiking, alimentar monges no Laos, andar num glaciar etc) e ainda assim querer (e poder claro) oferecer uma consola que dá para pequenos e graúdos? Uma coisa não invalida outra. A minha prioridade Tb é viajar, mas não as posso impor aos outros certo? Logo não posso obrigar os meus filhos a ter as mesmas prioridades que eu. Em família, cada um tem direito a manifestar os seus interesses e prioridades, não temos que escolher apenas viajar se esse é apenas o interesse dos pais. Na minha família também valorizamos o que as crianças gostam/preferem.

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    24. Anónimo29 dezembro, 2017 09:31, duvido que com 700€ e mãe solteira dê para conciliar isso tudo. E não há assim tanta gente que ganhe o suficiente para o conseguir fazer (viajar 5 ou 6 vezes por ano um casal com filhos e ainda comprar-lhes prendas de 400€)... não sei se tem ideia dos salários médios em Portugal. Eu e o meu marido conseguimos a parte do viajar bastante porque poupamos noutras coisas e porque é prioridade nossa, ainda assim, poupar dinheiro todos os meses, por isso não sobra para consolas (e, mesmo que sobrasse, esse dinheiro iria para mais outra viagem/actividade em família, porque lá está, não valorizamos o ter objectos caros).

      Os meus filhos ainda são pequenos, por isso grande parte da sua rotina é, sim, "imposta" por nós (acho que é normal educarmos os nossos filhos de acordo com aquilo que gostamos e para aquilo que nos vemos a fazer em família). E eles gostam muito de viajar e apreciam pequenas prendas (um livro, um brinquedo barato, uma refeição diferente, uma actividade em família, uma surpresa) com o mesmo entusiasmo... se tivessem uma consola certamente que também se entusiasmariam, mas para quê oferecer algo caro, que só seria usado por eles (nem eu nem o meu marido ligamos a esses jogos) e que só iria implicar mais tempo vidrados a um ecran, alheados da casa e da família? Já têm muito com que se distrair nesse aspecto com o nosso computador, tablet ou telemóveis, quando brincam com eles. Enquanto as crianças estão sob a nossa alçada, são educadas por nós e dependem de nós para fazerem as suas coisas, acho que podemos orientá-las e "impor-lhes" aquilo que achamos que é o mais correcto e o que faz mais sentido para nós enquanto família.

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    25. O tom paternalista e condescendente do comentário das 12:21 é qualquer coisa...

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    26. Paternalista e condescendente é mais o anterior!

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  10. A realidade atual, comparada com a de há vinte anos, é de facto impressionante; e claro que nos custa esta banalização das coisas. Se bem que me recordo de os meus pais considerarem que nós, na década de 1990, tínhamos fartura comparado com eles (mesmo que eu recebesse apenas, p ex., um brinquedo para partilhar com o meu irmão, uns bombons e uma nota de 500 escudos de uma tia). Às vezes é algo intrínseco à comparação de diferentes gerações...ainda que as condições atuais não pareçam de todo sustentáveis. É que depois também há discrepâncias dentro da mesma geração... eu tenho alguns anos a menos que a Pipoca e, se ela se considerava classe média-baixa com aquilo que descreveu, fico a perguntar-me que classe era a minha e a dos meus colegas. As coisas que descreve eram, na nossa perspetiva, luxos só alcançáveis a gente de classe bem alta (obviamente não éramos de Lisboa).

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    1. Claramente não lê a pipoca desde o tempo das botas rosa no metro de Madrid... os produtos e nível de vida apresentados eram bem diferentes, felizmente o blog teve sucesso e a Ana foi inteligente para o rentabilizar e melhorar o seu nível de vida!

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    2. Sinto o mesmo, era assim comigo. Os meus pais faziam um grande esforço para não me faltar nada, mas a minha mãe prescindia de quase tudo para dar a mim e ao meu pai.

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    3. Estamos a falar de quando ela era criança e daquilo que descreveu, não do que tem agora! Na década de 1990, as coisas que ela descreveu NESTE texto, e comparativamente a milhares de jovens em Portugal naquela altura, eram luxos inalcançáveis, nunca classe média-baixa.

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    4. Concordo com o Anónimo das 09:50.
      Nunca, jamais em tempo algum, os meus pais me conseguiriam inscrever num ginásio com uma prestação mensal de 120€ independentemente da fase "aperta" (ou não) o cinto!

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  11. 👍 1000%0 de acordo Ana, essa notícia não me surpreende, conheço muitos exemplos... infelizmente, existem muitos progenitores a satisfazer os caprichos "megalómanos" dos filhos... dando uso ao credit card ..."se o colega ou o filho do vizinho... têm, o meu também tem de ter"!!!...depois logo se vê! Pior é que tal como os filhos também eles cobiçam e querem ter o que não podem... Enfim, cada qual é livre para se endividar como bem entender! 👈😁

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  12. Concordo plenamente! o meu tem 3 anos e este ano escolheu alguns brinquedo e fomos entregar á aldeia SOS, claro que na entrega queria retirar uma ou outra coisa, mas percebeu ( dentro daquilo que uma criança pode perceber) que nem toda a gente tem o natal igual ao dele.
    Só espero criar um bom adulto! luciana

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  13. Eu nunca comprei presente de Natal para os meus 3 filhos, precisamente porque já recebem de tantas fontes que é mais do que suficiente.

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  14. Absolutamente de acordo!!! Adorei o texto os meus sinceros parabéns!!!

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  15. Concordo com tudo, pipoca! A minha filha queria um tablet (que obviamente não teve), mas teve muitas bonecas e jogos que a deixaram igualmente feliz. Tentei-lhe explicar que aos 5 anos não precisa da maquineta para nada, e que o pai natal traz o mais adequado para cada criança.
    Mas o que me chocou mesmo este ano, foi no dia 25 ter o feed do facebook ou instastories repleto de videos de criançada a abrir prendas. A sério? A sério que os pais preferem ficar a fazer um live numa rede social, em vez de ajudar o filho a abrir as prendas e aproveitar o momento? Desculpem, mas acho isso demasiado triste.. todos nós tiramos fotos, registamos momentos. Mas há limites.

    Sandra F.

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    1. Sou de outra geração. Tenho 54 anos e sempre dei aos meus filhos os presentes que eu achava apropriados dentro dos pedidos deles. Dar só porque o vizinho tem, não entra na minha cabeça. E tirar fotos para publicar nas redes sociais não consigo entender. Não entendo como é que as pessoas gostam de expor as suas vidas. Acho triste, muito triste que isso aconteça. Eu pertenço ao grupo: "Não tenho facebook,mas EXISTO".

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    2. Não me surpreende.
      Há pais, que mal acabaram de o ser e já estão a postar no Facebook.
      Pessoas que casam e no próprio dia estão a postar fotos....
      Parece que se vive para os outros verem.
      Eu também não tenho Facebook, já tive, mas agora não. E acreditem, não custa nada não ter.

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    3. Eu também não tenho facebook, tive durante alguns anos e deixei de ter, e com o meu segundo filho percebi a diferença abismal que isso fez ... vivo muito mais em pleno as conquistas dele e agora tento compensar o mais velho pelo tempo perdido. As famílias dos nossos tempos vivem para fora, para os outros, mascaram o real com os filtros do virtual. A mim repetidamente me fizeram a pergunta de como ia estar informada, como se de repente não existissem jornais, revistas, livros ...

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    4. Sabem que é possível ter facebook, Instagram, etc, e não postar lá a nossa vida, certo? Eu tenho tudo isso mas não coloco lá praticamente nada. Não é preciso deixar de ter para passar a viver melhor as coisas.

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    5. Até parece que alguém usa facebook

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  16. Gostei muito do texto, conheço os teus pais á muitos anos e sempre o considerei tal qual como os descreves, beijinhos e bom ano.

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  17. Muitos parabéns por mais um excelente texto! É a publicação que muitos pais que andam por aí precisam de ler. Quando li a notícia até fiquei chocada. Sim, é óbvio que os pais querem o melhor para os seus filhos, mas endividarem-se por isso? Já para não falar que não estão a educar os filhos dessa forma, muito pelo contrário, estão a passar-lhes a imagem errada de que a vida é um mar de rosas, é tudo muito fácil, e que basta estalar os dedos para terem o querem.
    Também fui educada numa família de classe média ( também mais a roçar para o baixo do que para o de cima). Os meus pais nunca tiveram medo de dizer não e ainda bem, porque tornaram-me na mulher que sou hoje. Pecaram na parte de não me explicar porquê, mas agora com 20 anos e mesmo tendo ainda muito que aprender, já percebo o valor de muitos nãos que levei. Por outro lado, tenho colegas meus que nunca levaram um não na vida e sempre receberam e continuam a receber o último iphone, o computado mais XPTO... É realmente triste.
    Todas estas notícias que saem sobre o natal fazem-me pensar no quão consumista esta época se tornou para muitas pessoas. Por muito cliché que pareça, o natal é uma época para se festejar com a família e para se agradecer por tudo aquilo que teremos. É, bom obviamente, recebermos prendas, mas não é o mais importante. Este ano, nem pedi prendas. De cada vez que me perguntavam " O que queres para o natal?" eu respondia que só o facto de me oferecerem uma prenda já era um ato de amor e carinho.
    Beijinhos,
    Cherry
    Blog: Life of Cherry

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  18. Eu trabalho numa loja.

    A uma senhora a quem foi negado o financiamento, desatou aos berros a dizer: "Nem que tenhamos de comer só sopa durante o mês inteiro, os meus filhinhos vão ter o que querem!!!".

    O que os filhinhos queriam (e ela tentou comprar a prestações com juros) era uma Playstation 4.

    Basicamente, antes comerem sopa do que ficarem sem uma máquina de jogos...

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    1. Dadas as facilidades desses créditos, fico seriamente preocupada com a alimentação dessas crianças os próximos meses...

      :-(

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    2. Que tristeza de mãe! E depois como é que nós, professores, podemos transmitir qualquer tipo de valores a crianças que têm estes tipos de exemplos?

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    3. Uma altura estive a ler uma publicação num fórum brasileiro sobre as festas de crianças no Brasil. No Brasil, bastante mais do que aqui, gasta-se mesmo muito dinheiro nas festas de crianças. Tinha lá uma senhora solteira a dizer que o dinheiro é dela e que teve de juntar e ou 4 salários, que passou meses a jantar só sopa, mas que o filho teve a festa de sonho. Tinha muito gente a apoiar... eu só achei uma tristeza profunda esta total falta de valores e prioridades. Meses a comer sopa mas o puto teve a festa de arromba para mostrar!

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    4. As festas de crianças no Brasil são um absurdo, comparadas com a situação económica do país. Então quando fazem 15 anos, parecem galas de,tão chique que são. É a decoração, as roupas, os bolos... Um absurdo, mas é a cultura deles.

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    5. Se calhar os filhos estavam obesos e tinham sido aconselhados a comer só sopa... vai daí a senhora aproveitou a poupança na "janta" e deu-lhes a playstation. É demasiado triste para ser verdade! Não há dinheiro, mas há luxos. E, já agora e a respeito de um comentário anterior, gostaria muito de saber que tipo de economia doméstica (pelos vistos bem conseguida) permite com um único ordenado de 700 euros mensais, comprar um "brinquedo" de 400 euros. Palavra que gostaria de saber. Eu e a maior parte das pessoas que fazem imensos sacrifícios para conseguir esticar ordenados desses até ao fim do mês. Por essas e por outras, andam os meninos (as) a correr para os psicólogos.Na altura em que já não dá mesmo, ficam traumatizados e deprimem.

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  19. Onde assino? Adorei o texto! Sou mãe de 2 pirralhos de 2 e 5 anos e confesso que tb me passei com a reação do de 5 anos a cada abertura dos presentes. Não recebeu tudo o que queria mas o que recebeu e não estava na "lista" encostou de imediato. O que é que fiz? Nem o deixei abrir as caixas desses presentes, pois sei que ia abrir por abrir e depois encostar. Guardei-os e vão diretamente para outros meninos. Para o ano tb tenho de rever a política de presentes, pois a família é grande e acabam por receber muitas coisas. Demasiadas.

    (Ah o patrulheiro aéreo também foi o sucesso por cá.)

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  20. Textos como este são extremamente úteis e pedagógicos, principalmente para os pais que muitas vezes não conseguem estabelecer limites ou regras de conduta aos filhos. Tenho ensinado o meu filho,agora com 13 anos, que nem sempre é possível receber tudo o que se quer.E isto é um premissa para a vida, no crescimento de um filho é essencial saber lidar com a frustração, com a rejeição e acima de tudo com a realidade que o rodeia. Os pais não têm que ser reféns dos desejos dos filhos, sob pena de se perder a noção de que a vida não é feita só de sonhos.

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  21. Não sou mãe, mas cresci com uns pais com a mesma visão que os seus pais e a Ana.
    Sensato e excelente texto :)

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  22. Sim, gostei... mas também não gastei, nem perto, de 70€ no presente dos meus filhos!
    Os meus pupilos têm o que os pais podem e querem dar... felizmente não são crianças pedinchonas e, a mais velha, ja vai percebendo o que é caro e o que não é....o que é importante e o que não é! Isso são as ferramentas que ela precisa para começar a construir o percurso dela.

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  23. Excelente texto! Tudo dito. Parabéns!
    Alexandra.

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  24. Parabéns pelo texto! Está, de facto, muito bem escrito. Infelizmente, esta é a realidade da sociedade das crianças de hoje em dia, não dão o devido valor às coisas. Neste Natal não dei muita atenção aos presentes debaixo da árvore. Preferi aproveitar o momento de união e afeto familiar, porque esse é o verdadeiro espírito natalicio.

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  25. Imagina cá em casa com dois miúdos a fazerem anos em dezembro, termos convidado os amigos da escola (uns 18 miúdos x 2 prendas!), mais Natal logo de seguida. Enfim, temos muitos brinquedos guardados para irmos dando ao longo do ano! Tivemos a sorte de terem oferecido muitos livros, muitos deles de actividades, que são sempre um sucesso e algum dinheiro e roupa. As prendas de anos e Natal custaram 50€ Para os dois. Tiveram uma prenda nos anos e outra no Natal.
    Pessoalmente acho muito bem que se ensine poupança e gestão de dinheiro (eu e o meu marido não tivemos isso porque felizmente crescemos num ambiente em que não faltava nada), mas tem de partir muito do exemplo. Se os adultos querem ter muito, estão sempre a comprar as últimas modas, tecnologias, etc, o que estão a ensinar?! A valorizar o “ter”, é isso que lhes passamos. Os meus filhos têm 4 e 2 anos e não é de todo isto que lhes quero passar. Quero que valorizem as coisas que tem, que percebam que não podemos ter tudo, nem que isso é o mais importante e que o dinheiro é para ser valorizado.

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  26. Tenho um filho com 20 meses e apesar de nós (pais) raramente oferecermos brinquedos tem demasiados... Este Natal a nossa prenda para ele foram livros de coleções que estamos a fazer e um depósito na conta poupança. Um dia mais tarde irá agradecer!

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  27. Revejo-me muito neste texto. Era da classe média/alta, os meus pais podiam perfeitamente satisfazer os meus caprichos mas isso não acontecia... Tinha que fazer uma triagem do que queria pedir ao Pai Natal até que se tornasse numa "lista" aceitável... E não passavam a vida a comprar-me coisas, aliás na minha altura eu só comprava coisas nos anos, na páscoa e no natal. Recebia uma mesada e se queria algo tinha que ir poupando mês após mês para poder comprar por mim. Não sei se caiu em desuso mas isto da mesada fez-me muito bem e acho que hoje consigo gerir muito bem as minhas finanças à custa disso, vou poupando para as minhas viagens, poupo sempre para ter algum dinheiro guardado... sei gerir as coisas com antecedência para não chegar à altura de ter que pagar o seguro e ser um baque... Claro que tenho noção que há ordenados onde poupar é quase impossível, mas quero com isto dizer que quando tiver filhos vou incutir-lhes a mesma ideia de mesada que eles têm que gerir.

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  28. Ufa �� até que enfim um texto “à Pipoca”!!!
    Adorei!!!!
    Por aqui, enquanto acreditarem no Pai Natal não recebem presentes nossos (país)! Os restantes, chegam e sobram!
    O Natal dos pais dura o ano inteiro!
    Beijinhos e Feliz 2018

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    1. Faço parecido. Ofereço um livro ou algo pequenino. Os restantes presentes chegam e sobram!

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  29. Adorei o texto! Concordo em tudo o que escreveu. Parabéns
    e... bom ano!
    Fernanda

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  30. Muito bom texto, nada a acrescentar :-)

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  31. Excelente texto. Ė isso!

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  32. Eu sou da mesma geração da Ana e também de uma família de classe média baixa, com mãe divorciada e 5 filhos, sendo eu a mais velha. Também nunca nos faltou nada, mas sabia o valor das coisas e quanto a minha mãe se sacrificava por nós, além do seu emprego alugava quartos em nossa casa e fazia bolos para fora. Nunca nos faltou nada mas também não fomos criados com luxos, lembro-me da excitação de esperar pelos presentes, daqueles que por serem tão desejados marcaram a nossa infância, como os livros da Anita, o jogo do quem é quem e a Barbie diamante que por ser tão especial ficou anos dentro da caixa, não podia abrir para não a estragar!Também havia isto, os brinquedos eram poucos e tinham que ser muito estimados, poupados e durar muito tempo,a tal Barbie dentro da caixa foi herdada pela minha sobrinha! Eram mesmo outros tempos!

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    1. A única Barbie que tive também ficou anos dentro da caixa. Era tão preciosa para mim que nunca brinquei com ela, não fosse estragar. Também foi uma criança da família que a herdou, mas fui eu quem a desempacotou ao fim de tantos anos...
      Pode parecer triste para quem teve e brincou com o que quis, mas tive uma infância feliz e a Barbie na caixa só contribuiu para essa felicidade.

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    2. Se eram uma família de seis, e ainda assim, conseguiam alugar quartos, quer dizer que a casa era enorme ( e própria! ). Pelo post da anfitriã e pelo seu comentário, permita-me, mas acho que não se apercebiam de que a classe não era baixa. Seria quando muito e simplesmente, média.

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    3. Anónima 01:24, podiam estar os 6 em 2 quartos e ter mais 2 para arrendar (ou ter arrendado quando alguns filhos já tinham saído de casa). Podia ser uma casa herdada de avós/família e ser grande não quer dizer que esteja em excelentes condições! As coisas não são assim tão lineares.

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    4. Anónimo 15:47 "6 em dois quartos", implica que a mãe partilhava um quarto com os filhos, acho pouco provável. E não interessa propriamente as condições da casa: se era própria, não pagavam renda, e ainda lucravam com renda que cobravam. Isso é inegável. O meu comentário é um pouco na onda de quem lê o texto e não classifica as condições de vida da Pipoca, como "média-baixa". Não nos esqueçamos de que um emprego público minimamente qualificado, nos anos 80, pagava bem e dava pra muita coisa. Não estou a falar de varredores, o0bviamente.

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  33. Excelente texto!
    A minha mãe sempre foi perita em trocar as voltas nos presentes, por isso nunca estava a espera de receber o que pedia/queria. E a parte mesmo gira do Natal era o não saber o que ia receber.

    Eu sei que isto ia abrir guerras gigantes nas famílias... mas pedir para não dar presentes no Natal é uma hipótese? Explicar mesmo a avós/tios e afins que não querem que os miúdos recebam tanta coisa? ou pedir um presente diferente: passar um dia com os miúdos, levá-los ao teatro ou a qualquer sítio onde não vão habitualmente...

    E acabar com a lista ao Pai Natal, para não ficarem com a ideia do "pedi, então tenho de ter aquilo..."

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  34. Não sou mãe mas concordo plenamente com a Pipoca.Temos a mesma idade e a forma de pensar e educar dos meus pais é idêntica. Éramos 4 filhos, num pequeno T2 nos arredores de Lisboa e apenas com o ordenado do pai a entrar em casa.
    Um dos quartos (que na altura parecia enorme aos olhos de uma criança e hoje acho mínimo) foi na altura dividido ao meio para eu ter o meu espaço, sendo a única rapariga, e para 2 irmãos. O mais velho dormia na sala. Nunca houve muito em sentido material. A maior parte das nossas roupas eram dadas, estimadas ao máximo! A condição financeira da família era debatida...em família, com todos à mesa. As grandes decisões eram tomadas em conjunto com os meus irmãos, mais velhos que eu e, logicamente com outra percepção das coisas. Com o passar dos anos, as coisas foram melhorando, pouco mas foram. No entanto, quando cheguei ao secundário, segui a área de informática e, pasmem-se...não tinha computador!! Tive de me esforçar mais que os meus colegas, fazer os trabalhos em conjunto com alguns deles ou na biblioteca mas, consegui.
    Hoje, ver crianças com telemóveis ou tablets quando ainda têm idade para brincar com bonecos, faz-me muita confusão. Ainda mais quando claramente manipulam os pais para terem tudo aquilo que querem...ou exigem!

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  35. Olá Ana, Parabéns pelo texto. Subscrevo cada palavra. Os meus pais ainda hoje são assim e eu aprendi isso com eles, a ser ponderada e não embarcar em loucuras. Cartão de credito tenho mas nunca uso, compras a prestações só a minha casa, nada mais. Tanto eu como o meu marido sempre transmitimos aos nossos filhos que não se pode ter tudo o que queremos, (tudo diga-se bens materiais) nós não temos e trabalhamos, quanto mais eles que ainda estudam. O mais velho por exemplo já teve vários telemóveis, no entanto como quase todos os jovens o sonho dele era o telefone da maça. Tem 20 anos e desde os 16 que trabalha no verão para as suas "estravagâncias" e neste momento tem o "kit completo" telefone, tablet e portátil. Comprados com o esforço do trabalho dele. E o orgulho com que ele diz isso?? E refere sempre que não entende como tem colegas na faculdade que conseguem pedir algo desse valor aos pais!! No entanto também tenho alguem na familia que ofereceu à filha de 2 anos ( 2 ANOS!!) um tablet dessa mesma marca .... enfim

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  36. Em cada parágrafo que lia, mais a minha cabeça acenava em concordância... também filha de dois funcionários públicos, também com um irmão, e com as mesmas regras e os mesmos "nãos"...por isso, sou como sou hoje e tenho muito orgulho neles, os papás que me ensinaram os verdadeiros valores!
    Excelente post Ana!

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  37. Sou da mesma geração e da mesma opinião.
    Somos 4 filhas e apenas o nosso Pai trabalhava. Tínhamos uma vida simples mas honesta graças ao esforço mensal dos meus pais em se governarem apenas com um ordenado e com tudo o que podiam colher da terra e ainda criavam animais como porco, coelhos, galinhas e patos. Tenho muito presente na minha memoria quando recebemos um cubo mágico para as quatro. Foi tão intenso que ainda hoje todas nos lembramos deste dia de natal :)
    Lembro-me também de trabalhar nas férias e conseguir juntar o dinheiro para as primeiras calças levi's 501 e para as primeiras sapatilhas all star.
    Hoje, já mãe de um adolescente, faço-lhe ver que para termos o que temos, é o resultado de muito trabalho e de uma ginástica financeira muito grande. E quando me pediu para o Natal um tlm de 150€, não tenho qq vergonha em dizer, que ele teve que juntar dinheiro (frutos de prendas dos avós e tias) e foi ele que deu 100€ e eu dei o restante. E mal tenha idade para o fazer, algumas semanas das férias de verão serão passadas a trabalhar para dar valor ao dinheiro e sacrifícios inerentes ao mesmo.

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  38. Parabéns pela sinceridade neste texto Ana.

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  39. Palmas!!!! a minha filha tem quase 22 anos e quando era pequena, a época natalícia com as com as respetivas prendas eram para mim um verdadeiro "terror"...brinquedos sem fim comprados pelos familiares. Os presentes eram abertos uns a seguir aos outros sem grande entusiasmo...Lembro-me de lhe ter comprado uma Barbie (não me recordo se foi no Natal e acho que foi um dos poucos, se não único brinquedo) e de ela ter vibrado imenso com a boneca, porque era um brinquedo que ela queria mesmo muito. Acabou por perdê-la, mas ainda hoje a recorda e não tem memória de todos os outros brinquedos que recebeu! Não sei se era por gostar muito da boneca ou se por ter sido um dos poucos ou único brinquedo que eu lhe dei...as crianças não dão valor nem criam memórias precisamente pelo excesso daquilo que têm...Acredito que pode não ter tido tudo aquilo que queria, mas nunca lhe faltou atenção, amor, passeios (sem ser em centros comerciais) e hoje sabe que para fazer alguma coisa que goste e queira, tem de juntar.

    Ana Paula Santos

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  40. Ainda hoje guardo a minha coleção de Barbies, mais de 80, impecáveis expostas nas suas vitrines com carros, mansões e tudo aquilo que tão feliz me fez na infância! Também guardo todos os meus jogos de tabuleiro (monopoly, cluedo, uno, quem é quem, ..., ainda se jogam às vezes...) Quando as crianças estimam os brinquedos e lhes dão valor o dinheiro é bem empregue... Brincar é muuuuuito importante, e são estes brinquedos de natal, que de repente parecem uma "maldição" que nos aguçam a criatividade e nos levam, a par dos livros, para mundos e histórias que não são as nossas.
    Deixem as crianças terem brinquedos... brincar, cansar-se deles e dar a outras crianças...quando forem adultos terão tempo de gastar o dinheiro em malas, sapatos e adereços que não lhes acrescentam mais que a boa imagem que querem passar ao mundo.
    (P.S.: não quero com isto dizer que as pessoas devem pedir créditos para poderem comprar o que os filhos pedem...)

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    1. Atenção à diferença entre brincar e jogar

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  41. É tão verdade... o meu filhote faz 2 anos no dia 4 de janeiro. Dos pais recebeu 2 caixas de play doh que adorou e basicamente tem sido com o que tem brincado. De resto foram tantas as prendas que acho que nem percebeu bem o que estava a acontecer. Conclusão a meio desistimos e algumas guardamos para abrir nos anos e outras vão aparecendo ao longo do ano. Ele fez lista ao Pai Natal na creche e já aí achei um pouco forçado. Pediram catálogos para eles poderem escolher. Conclusão, na lista apareceram coisas a que não liga nada, para onde deve ter apontado na altura sem qualquer especial intenção.... Nós adultos somos muito culpados deste consumismo...

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  42. O miúdo, de 4 anos, não pode dizer que não gostou, afirmando que não foi o que pediu, se tivesse gostado, era-lhe indiferente se tinha pedido. Mas tu, de trinta e tal, podes dizer que está tudo fodido se o presente não vier com talão de troca. Exiges a uma criança de 4 o que tu não consegues fazer. Assim é fácil.

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    1. Concordo plenamente! Em criança sempre fiquei desiludida com as prendas que recebia. Ser a irmã mais nova de 5 e ter sobrinhos da minha idade. As prioridades era sempre os sobrinhos a mim cabia-me as meias e cuecas da avô. Era uma pinoia de caca de presentes e não é por isso que uma pessoa fica mais fútil ou mimada! A Barbi de sonho nunca veio e o fato de treino da Nike também não, restava os folhetos de supermercado para sonhar e não era a falta de dinheiro era mesmo a disponibilidade para comprar um brinquedo para a criança e deixa-la sonhar.

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    2. As pessoas são cansativas de tão literais que são.

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    3. Sabe o que é uma piada?
      Pronto, a parte do talão é uma piada.

      De nada.

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  43. Não temos filhos, mas cresci exatamente como a Pipoca (não exatamente porque passavamos muitas necessidades, mas percebo a ideia). Mesmo quando os meus pais começaram a ter capacidade para me oferecer muito, nunca o faziam e explicavam porquê.É por isso que aos 40 anos me tornei uma gestora ponderada das nossas contas e especialmente das nossas prioridades ;)

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  44. o texto diz tudo (apesar de os exemplos dados pela Ana serem diferente para a grande maioria de crianças/jovens nos anos 80/90 de fora de Lisboa).
    o texto é brilhante.
    e, pelo que leio nos comentários, ainda há esperança na humanidade :)
    força Pais! digam não!

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  45. Bem...li o relato da tua infância e se por ventura fossemos colegas de escola tu irias, aos meus olhos, pertencer à classe altíssima ☺️. Rapidamente aprendi que não valia a pena pedir nada aos meus pais porque eles não podiam mesmo (isso deve ter sido horrível para eles) e tive de aprender a lidar com isso. Comecei a trabalhar cedo para poder ter as minhas coisinhas e inclusive contribuir para as minhas despesas escolares (isto no 10,11 e 12 ano) não pude ir para universidade porque tinha que trabalhar para ajudar nas despesas de casa.Se tenho pena?Claro porque gostava de ter tido essa oportunidade...mas ainda vou a tempo ☺️! Atenção, não estou a lamentar-me... só estou a expor outro ponto de visto "ligeiramente" mais pobrezito do que o teu ☺️. Essa realidade ensinou-me a a dar valor aquilo que realmente importa e posso te dizer que tenho uma mãe fenomenal que sempre me deu aquilo que uma criança deve receber:amor, atenção e acompanhamento.
    Para teres a noção do valor que dava ao que comparava, tinha 20 anos quando comprei a minhas primeira sapatilhas de marca, umas adidas azul bebé, esperei pacientemente pelos saldo e quando as trouxe para casa...ficaram no armário uma série de tempo porque não conseguia andar com elas, não as queria estragar...tenho 34 anos e elas ainda estão no meu armário praticamente novas. É uma parvoíce, eu sei...☺️

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    1. Ana, o seu comentário, mais que a minha atenção, mereceu todo o meu respeito e admiração por si e pelos seus pais. Beijinhos.

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    2. Muito obrigada Regina! Beijinhos

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    3. Muito obrigada Regina! Beijinhos

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  46. Que pedagógico! Podes escrever mas não é o exemplo que dás. A tua casa é um antro de consumismo característico de quem vem de baixo...querias o quê por parte do puto!?

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    1. Ah ah ah ah ah ah ah ah ah ah ah ah ah ah ah ah ah ah ah ah ah ah ah ah ah ah ah ah ah ah ah ah ah ah ah ah. Pronto, já desabafei.

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    2. Pois, também acho. Além disso, a infância vai-se num ápice. Mais vale fazer os mimos aos filhos, agora ( não implica estoirar a conta bancária ).

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  47. Parabéns Ana, pela sensatez! O Natal é a festa da família! É celebrado pelos cristãos pelo seu significado, mas atualmente a data já é festejada globalmente graças aos valores comerciais que movimenta! Cada um celebra como pode e gosta! Eu, também adquiri a Playstation 4 para os miúdos, porque era tudo o que queriam e porque merecem. Com a compra da consola recebi vales suficientes para comprar o resto dos presentes para toda a família, por isso nem acho que tenha sido tão caro.
    Adoro o Natal, gosto de dar e receber genuinamente, compro e embrulho cada presente como se fosse para mim. Detesto oferecer "quinquilharia". Acho que vale a pena o esforço, que para mim é desde pequena, mesmo um prazer! É só uma vez por ano e faço questão de não esquecer ninguém. Aliás, ao longo do ano vou comprando coisas giras e muitas vezes em promoção já a pensar em oferecer nesta época. Tenho um armário secreto onde conservo os presentes para o Natal. Sou mesmo fã desta época, desde a decoração à mesa. Não escapa um detalhe. Faço-o para mim! Não me considero nem fútil nem consumista. Nunca dei cem euros por uns ténis! Os meus filhos têm ténis e roupa de várias marcas que compro por uns vinte euros em outlet. Como ainda estão a crescer, deixa tudo de lhes servir rapidamente, por isso é um disparate gastar cem euros que só vão durar seis meses.
    Também não gosto de tralha, prefiro que me ofereçam um bolo caseiro, um frasco de doce, um saco de nozes, ovos da capoeira, em vez de chinesices. Mas o importante é mesmo o que a Ana disse. Não se endividem por causa de ninguém. O crédito é um "bem" ao qual devemos recorrer só quando for mesmo necessário. Imagine que gastou 400 euros num presente e que o seu carro avaria a caminho do jantar de Natal, ou que durante a ceia se sente mal e necessita de internamento hospitalar, como vai fazer face às despesas? Vai contraír novo crédito e será que ainda tem capacidade para novo financiamento?

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    1. Porquê, o exemplo dos "400 euros", é para implicar com a Rita Diogo ( a mãe de 26/12 18h36m ) ? :)

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  48. A Ana tem presente o histórico dos seus pais e afirma que isso moldou a forma como lida e lidou com o dinheiro ao longo da vida. Mas o histórico do Mateus irá ser bem diferente, mesmo que os pais lhe digam que não a uma série de coisas, será sempre uma infância de abundância. Vocês passeiam, comem fora, viajam regularmente, recebem ofertas das marcas. Isto fruto do vosso trabalho, naturalmente, mas ele cresce a achar isto 'o normal', provavelmente é preciso um esforço extra ou estratégias diferentes para incutir a noção do valor que as coisas têm.
    Por aqui há duas crianças, de 5 e 6 anos, a quem damos uma prenda no Natal. Mas com os cunhados, primos e restante família a ofertar, chegamos ao fim do Natal e cada um recebeu uma dúzia de presentes. Uma parte foi guardada e nem deram por ela, já faço isso há alguns anos, inclusive ainda tenho 2 prendas do Natal passado. É um exagero. Como combater isso? Fora o Natal só damos prendas nos anos e estamos a tentar passar essas para experiências ou vivências em família. Por ex quando o meu filho fez 5 anos oferecemos aulas de surf, que ele adorou. Em 2018 vamos tentar ir por aí, possivelmente com uma viagem em família, não sei.. Falamos do valor das coisas e de como por vezes temos de escolher porque o dinheiro não dá para tudo. Com a idade dos meus ainda não é fácil perceberem isso mas é ir insistindo..

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    1. Concordo com o que diz, mas acho que nós temos tendência para achar que as coisas actualmente estão muito diferentes da nossa infância, mas, no fundo, pouco mudou. Nasci nos anos 80's e tive um histórico semelhante ao que mencionaram aqui (pais orientados para a poupança, ouvir muitos nãos, saber o valor do dinheiro, ter poucas coisas "de marca"), mas sempre tive colegas/amigos que não era assim. Então não havia quem tivesse umas 10 Barbies, outros tantos Nenucos, o carro da Barbie, a casa, os pequenos póneis, as polly pockets, os rapazes eram as consolas da Sega, tive colegas que tiveram os primeiros telemóveis (aqueles Nokia onde jogavam serprente nos intervalos), as mochilas eastpak, os all stars, as roupas da Metro Kids e da Sacoor, etc? Agora essas coisas podem não parecer comparáveis a playstations de 400€, mas, à época e pelo que valiam, eram sim coisas muito caras, que alguns pais optavam por não comprar e outros compravam aos seus filhos, não sobrando dinheiro para outras coisas. É a mesma coisa que agora!

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  49. "Porque de cada vez que ele abria um presente e não era uma coisa da lista do Pai Natal, a reacção era "heeeeyyy! Eu não pedi isto!!!! Não era isto que eu queria!!". Oi? Como assim, pequeno monstrinho de quatro anos? Temos diva, é? Em vez de ficar contente por ter mais um presente, que alguém escolheu por achar que ele ia ficar feliz, fica de trombas porque não foi aquilo que pediu?

    Está certo que tem quatro anos, que a capacidade de discernimento não é muito grande, mas aquilo irritou-me profundamente."

    Completamente. Mas a culpa é nossa... o meu este Natal queria tudo para ele, chorava sempre que alguém abria uma prenda porque queria tudo para ele. Nem 3 anos tem, pro ano se faz tamanho show acho que lhe tiro as prendas todas. :D

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  50. Coisas que aprendi com este texto e comentários, depois de anos a julgar que pertencia à classe média...eu fui pobre, classe cave-subsolo!

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  51. https://www.facebook.com/9gag/photos/pcb.10156916097641840/10156916093131840/?type=3&theater


    Pensei no que a Pipoca comentou acerca do (des)entusiasmo do Mateus no meio de tantoooo presente :) Bom Ano

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  52. O texto está bonito, sem dúvida nenhuma, mas a descrição da sua infância está , no mínimo, incoerente. Por um lado, fala de ter apenas o necessário ou pelo menos, não ter muitos luxos, mas a seguir fala de uma mensalidade de ginásio de 120€! 120€, absurdo. Quem é que gasta 120€ num ginásio quando há igual a preços muito mais baixos. Este pequeno comentário, que deixou fugir aí pelo meio do seu texto, mostra que tem pouca noção do que é a família de classe média baixa ou então que prefere poupar 40€ ao fim do mês e dar 120€ para um ginásio do que poupar 120€ e dar 40€ para um ginásio, porque não há nenhuma família de classe média baixa que consiga poupar e andar a pagar ginásios de preços absurdos com mais um filho e as inúmeras responsabilidades da vida para pagar.
    Orgulho-me de, apesar de vir de uma família de classe económica superior ser completamente incapaz de pedir ou pagar esse absurdo. Os meus pais sempre foram pessoas muito responsáveis com o dinheiro, investem e passeiam, mas ficariam desiludidos se alguma vez tivesse pedido isso na minha adolescência ou usasse o meu dinheiro para o fazer agora.
    Isto faz-me pensar, por exemplo, que quando fala de ter roupas de marca, não deve estar a falar do que a população em geral pensa.
    Cada um vive a vida à sua maneira, suponho. Mas não tentem ensinar lições de uma vida que desconhecem ou parecer algo que não são.

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    1. Os 120€ não são a actualidade, a Pipoca deu um exemplo de uma situação do passado de há muito tempo atrás. Actualmente, a oferta de ginásios é tanta que se conseguem mensalidades imensamente mais baratas que 120€. Antigamente não era assim.

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    2. Ginásios baratos há agora, antigamente não eram de certeza, ainda para mais no final dos anos 90.

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    3. Também pensei logo que as “roupas de marca” de que se fala no texto não são as roupas de marca em que a maioria das leitoras pensaram.

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    4. No final dos anos 90 não havia assim tantos ginásios quanto isso. O Holmes tinha aparecido há pouco tempo, era diferente de tudo, toda a gente lá queria andar, e era mesmo muito caro. Quando perguntei ao meu pai se podia ir, na altura disse que não, que não tinha condições. Mas ao fim de meio ano, um ano, não me lembro, deixou que me inscrevesse. Provavelmente nessa altura tinha acabado de pagar a prestação da casa, das obras, de qualquer coisa, e havia fundo de maneio para isso. Só fui quando os meus pais acharam que tinham condições para isso, o que está longe de fazer deles ricos. E, lá está, para eles era encarado como uma actividade, algo que me fazia bem, não era propriamente um gadget ou qualquer outra coisa acessória. Quanto à roupa de marca, falo da que se usava na altura e que eu nunca tive: calças Levis, Uniform, El Charro, casacos Duffy, camisolas da Amarras e outras que tais.

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    5. 120x12=1440. E isto há 17 anos..que hoje façamos um equivalente ao dobro, uns 2880 euros num ano. Mas lá em cima criticam uma senhora que ganha 700 euros (que também está longe de ser rica) de ter gastado 400 euros/ano na playstation do filho.

      Uma adolescente, que tinha educação física na escola e que podia exercitar-se em qualquer sítio da cidade...nem andar no melhor conservatório (já que falamos de ser visto como uma actividade) custava isso. O que estamos a tentar dizer é que a tua noção de classe média-baixa é muito diferente da nossa...e que acho que estás bastante longe de ter uma ideia, porque o que descreveste, nem os filhos dos ricos lá da cidadeca onde eu cresci. Ou seja, ao fim ao cabo, começo a ver que a linha que separa aqueles pais que aqui se criticam de pais que na década de 90 pagavam este tipo de luxos a filhos, e sem ser ricos!!!, é afinal muito ténue.

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    6. Tive roupa da EL Charro, da Marithé Francois et Girbaud... alguém se lembra? Mas nunca deixei de investir em mim enquanto pessoa. Sempre dei aos trapos o valor que os trapos têm. Sempre valorizei as pessoas pelo que fazem, dizem e são e nunca pelo que vestem.
      A minha mãe sempre me comprou roupa de marca. Lembro-me que os meus colegas comentavam no balneário que até as peúgas eram de marca, mas isso não me tornou em alguém mais bonito ou mais inteligente, quando muito, mais elegante. E para quê a elegância, a menos que se tenha um metro e oitenta? É mais um jarrão para enfeitar o salão dos outros?

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    7. " E para quê a elegância, a menos que se tenha um metro e oitenta?" A sério? Só as pessoas que têm 1,80m podem ser elegantes?!

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  53. Anónimo 28 dezembro, 2017 18:11, eu não diria melhor...

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  54. O meu filho tem 3 anos e andou meses a pedir o patrulheiro aéreo. Nos anos não deu para oferecer mas com a black friday e uma ajuda dos avós lá veio o dito cujo. Foi um sucesso :)Além disso recebeu uma pista tipo hotwheels do jumbo que custou 9 €. Adorou também.
    Quanto ao resto, deixei os dois (tenho uma mais velha de 8 anos) fazer a carta e escolher dois presentes. O que a mais velha pediu não deu para oferecer mas fui explicando aos dois que nem sempre o Pai Natal consegue arranjar as prendas todas porque há muitos meninos a pedir etc. A mais velha já sabe a verdade sobre o pai natal e expliquei o porquê de não se poder dar tudo o que pedem.
    Desde um dos primeiros natais da mais velha que tenho tido mão de ferro nos presentes. Houve um ano que foi um exagero tal que tenho sido eu a decidir quem dá o quê. Mesmo nos anos, normalmente perguntam-me o que dar. É chato porque sobra o trabalho para mim mas no geral eles acabam por receber o que eu acho apropriado. À conta disso têm recebido muito brinquedo de madeira do lidl, por exemplo, jogos educativos, etc. Sim, têm imensa coisa como muitos miúdos hoje em dia mas vão entendendo que não têm tudo e nem se atrevem a pedir telemóveis, consolas ou tablets. A mais velha por exemplo recebeu um tablet porque já tem tido trabalhos de pesquisa para fazer da escola e é responsável mas não pediu, só pediu coisinhas pequenas de brincar.Assim ainda lhe soube melhor a surpresa

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  55. Pois eu, já com meio século, posso afirmar que fui criada a "pão de ló"! Nunca faltou nada em minha casa, mesmo no tempo da "outra senhora"! Ainda assim, o que mais difere dos dias de hoje, é a valorização que hoje atribuímos às crianças e o tempo que dispendemos com e para elas. Lembro-me que nesses tempos, em dias de festa, nós os mais novos, comiamos com a (nossa querida) empregada na cozinha, devia ser para não partirmos os cristais e não ouvirmos as conversas alvo de censura, agora deduzo. A mesa tinha de tudo e nesses dias abundavam os chocolates com aquela magnífica cor violeta da Milka, mas os nossos presentes não eram nada de especial. Ao longo de vários anos tive uma boneca Nancy e uma Tucha, mas completei a coleção de livros dos Cinco e das Gémeas. As prendas eram um gesto, apenas isso, não valiam por si só. Por isso compreendo a frustração do Mateus, porque também eu, enquanto criança a senti, porque sabia que se os meus pais se perdessem uns breves minutos a pensar em mim podiam perfeitamente oferecer-me o que queria, mas nunca havia tempo para nós! Havia sempre muita gente, muita azáfama, muitos afazeres, conversas de adultos e bafuradas de cigarro por todo o lado.
    Aliás, confesso que ainda hoje, invariavelmente vou trocar o que me oferecem, porque prefiro outras coisas! Não significa ser mal agradecido, mas ser exigente. Se posso ter o que quero pelo mesmo valor, porque hei-de conservar um "mono" que não aprecio. Talvez seja esquisita! Gosto mais daquilo que EU gosto. A pior cena foi quando troquei o meu anel de noivado! A minha futura sogra ficou com uma cara de enterro, mas eu não podia enfiar uma coisa no dedo durante décadas que eu não amasse, pura e simplesmente! Felizmente troquei por um lindo e ainda me devolveram a diferença! A beleza não está no tamanho dos diamantes, nem na quantidade, mas nos pormenores! Lamento se é mesmo assim que sou, ainda assim fico muito sensibilizada por se lembrarem de mim. Só que se não gosto e vem com talão de oferta vou trocar. Acho que o Mateus tem razão! Mais vale um presente amado e gasto até à exaustão, do que vários para enfeitar o armário, só que verbaliza conforme sente na sua ingenuidade! Só mostra que tem personalidade e já sabe muito bem aquilo que quer. Agora matem-me!!

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    1. A senhora, com meio século, diz que os seus presentes não foram nada de especial, teve 2 bonecas e coleções de livros. Realmente não eram especiais para os padrões actuais, mas para a época eram fantásticos. As pessoas que eu conheço que já completaram meio século recebiam um sonho de abóbora ou um bombom e na mesa de natal havia uma travessa de aletria para todos.

      Quanto às outras considerações, nem sei bem o que lhe diga. Só tenho uma questão: não se dá a conhecer às pessoas? Pelo menos as mais próximas, seria de esperar que acertassem nos seus gostos. Se troca, invariavelmente, o que lhe oferecem, isso diz mais de si do que dos outros.

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    2. Não sendo a comentadora supra, mas relativamente a isso de se conhecer ou não o gosto das pessoas e aquilo que oferecem, noto que a tendência é oferecem ao gosto de quem oferece e não ao gosto de quem se oferece. Eu adoro receber livros por exemplo, e tirando casos pontuais pq me perguntaram, nunca os recebi.

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    3. Amei... Amei a sua personalidade e a sua sinceridade...

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  56. Ana, revi-me no seu texto. Saliento, além dos "nãos",um outro aspecto que me parece igualmente importante e que penso ser um pouco negligenciado pelos pais de hoje: também na minha casa eu era incluída nas decisões e era colocada a par da situaçao financeira da família e dos desafios que tinham de ser ultrapassados para ter uma casa melhor,um carro etc. Ora ter essa noção fazia com que restringisse ao máximo os meus pedidos e apenas pedisse coisas essenciais. Talvez haja miudos que pedem tudo e + alguma coisa porque nao sao incluidos em certas conversas. Por outro lado,os meus pais tb educavam por exemplo. Quando estavam a pagar a casa nos anos 80, nao havia refeições em restaurantes nem férias,a roupa era costurada pela minha mãe etc. O exemplo de contenção era assimiliado por mim e pela minha irmã e assim sendo era logico que não podiamos exigir qualquer extravagância. Fica mais complicado exigir a contenção de outros tempos quando os pais de hoje em dia levam uma vida mais extravagante a nível de roupas viajar,comer fora etc.

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  57. A reação que não gostou de ver no Mateus é precisamente a reação que teve quando recebeu um baton da Labello ou um microfone da Popota e atirou para o lado. Mateus é criança; Ana é adulta.
    Ana

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    1. Porque toda a gente sonha com um microfone de plástico da Popota ou com o 37o baton Labello. É que é exactamente a mesma coisa.

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    2. Exatamente a mesma coisa: a reação perante o que não se gosta. O lidar com a frustração de ter recebido uma coisa que não gostou. Não era disso que se queixava relativamente ao Mateus?
      Isso mesmo... Isso mesmo!
      Ana

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    3. Mas está tudo bem! Continuo a gostar de si na mesma!
      Beijinhos e votos de um bom ano.
      Ana

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    4. Ele não se queixou por não gostar, queixou-se porque não era uma das coisas da lista dele. Era um brinquedo perfeitamente ajustado à idade dele e às coisas que gosta e com as quais costuma brincar. E como é óbvio, passada a birra, já brincou com tudo e nem se lembra que aquilo em específico não fazia parte da lista.

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  58. Custa realmente dizer não aos filhos mas é tão importante. E transmitir valores..... há uns anos atrás no local onde trabalho, tínhamos uma colega com a mania das marcas, não tinha onde cair morta, como se costuma dizer, mas o filho não podia vestir Zara, tinha de se comprar a roupa da criança apenas no corte inglês e de marcas selecionadas, para a mãe achar que tinha a vida desafogada que uma ou duas pessoas na empresa também tinham, enfim....Na altura era das poucas crianças no departamento. Numa altura de Páscoa a senhora que fazia a limpeza e que tinha muitas dificuldades mas adorava crianças trouxe um ovinho de chocolate para a criaturinha, mas não era da kinder...... a criaturinha fez uma birra porque o ovo não era da kinder, pegou nele e atirou-o para cima da secretária da mãe. A mãozinha desculpo-o com um simples “ele so come kinder’, a senhora ficou tristíssima e pronto.... respeito pelos outros, civismo, cuidado ....é preciso. Não penso que seja de agora, sempre houve crianças e principalmente país assim, mas cada vez se justifica meniscom toda a informação disponível

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    1. An. 17:14h: Conheço algumas pessoas tal como essa sua colega de trabalho, e só as consigo descrever com uma palavra:NOJO! Nojo de gente dessa, e além disso são pouco inteligentes, porque um dia podem vir a passar necessidade e depois? Como é? A minha mãe costumava dizer." O dia de amanhã ninguém o viu".

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  59. Cresci numa familia classe média (a puxar para o alta), mas sempre ouvi muitos não!! A minha mãe recusava-se a pagar balurdios só por causa da marca, quando as outras opções eram "igualmente" boas e o efeito era o mesmo. Lembro-me de pedir uma mochila "Monte Campo" ( na altura era a loucura) aos meus pais, e a minha mãe não vai de modos. Comprou-me uma "Monte Carlo" na feira de Carcavelos. Foi a mochila que usei durante 3 anos na escola. Lembro-me de uma marca de calças "Uniform", e a minha mãe toca de me oferecer umas "Limojorn" :D Andei 2 anos, literalmente dois anos, a implorar por umas Levi's. Acabou por comprar... acho que dormi com elas!

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  60. Eu tenho um filho de 3 anos, nunca lhe dei um presente de natal nem de anos. COmprei lhe os primeiros legos, porque adoro esse brinquedo. De resto nada.
    Este natal foi o primeiro que ele teve a sério, porque vivemos longe de portugal e faziamos um natal sem presentes. Ele recebeu os primeiros presentes e adorou. Depois saimos dessa casa e iamos a casa de um outro avô, e dissemos "o avô vai dar mais presentes" e ele disse genuinamente "já chega de presentes, não quero mais" e não de forma irrtante, foi de bebe mesmo, sem perceber bem a coisa.
    Ele acabou por vibrar com tudo, mas mesmo assim achei tudo um exagero e houve presentes tb que nem abri e que foram directamente para outras crianças que sei que não recebem brincquedos novos, fechados. E não por ser boa samaritana, é mesmo porque acho que lhes faz mal um mal horrivel.

    Eu fui educada da mesma maneira, muitos natais não recebemos nada. A minha mãe explicava que tinha de comprar muitos presentes e não havia dinheiro para tudo,e ela preferia dar aos outros que a nós, e eu entendo isso muito bem. Mas eram outros tempos bem sei. Hoje em dia está tudo ali à mão.

    Enfim, é um tema MUITO interessante e sobre o qual todas nós mães (e pais) devemos reflectir bastante.

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Teorias absolutamente espectaculares

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