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Adivinhem quem voltou? Os cadernos da Porto Editora

terça-feira, setembro 26, 2017

Estarão, seguramente, lembrados de toda a polémica em torno dos cadernos de actividades da Porto Editora, que foram acusados de fomentar estereótipos de género e que, por recomendação da Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género (CIG) foram retirados do mercado. Segundo comunicado da Porto Editora, a suspensão da venda dos livros foi uma medida preventiva para que o caso pudesse ser analisado com mais detalhe e cuidado. Análise feita, a Porto Editora compromete-se a trabalhar mais de perto com a CIG, para evitar situações semelhantes, mas os cadernos de exercícios vão voltar a estar à venda. Quem tiver tempo/paciência/interessa, pode ler os vários argumentos que a Porto Editora usa para sustentar a sua decisão num relatório elaborado para o efeito, mas, sucintamente, passam por coisas como:
- Os livros foram feitos por equipas diferentes, que não cruzaram informações, portanto não foram elaborados de forma comparativa nem com o intuito de terem graus de dificuldade diferentes;
- Os livros não são exclusivos para meninos ou para meninas. São de venda livre, qualquer pessoa os pode comprar, independentemente do género;
- Muita gente dizia que a Porto Editora devia ter um só caderno, indiferenciado. Acontece que a Porto Editora já tem, sempre assegurou essa oferta, por isso estes cadernos são apenas mais uma opção;
- Aparentemente, e apesar de o caderno azul estar indicado para como sendo para meninos e o rosa para meninas, há bolas nos cadernos delas e peluches nos cadernos deles, o que tira força à ideia dos estereótipos de género (há muitos  outros exemplos, espreitem o relatório);
- A CIG diz que no caderno dos meninos há seis exercícios mais difíceis, enquanto no das meninas só há três. A Porto Editora consultou vários professores e educadores e concluíram que 10 das actividades são mais complexas para as meninas, sete são mais complexas para os meninos e as restantes 47 têm o mesmo grau de dificuldade. Mesmo que a teoria da CIG seja a mais correcta, só há mais três exercícios aparentemente mais difíceis para os meninos, num universo de mais de 60. É mesmo caso para este drama todo?

Posto isto, os cadernos voltam ao mercado e eu desconfio que isto vai dar azo a ainda mais polémica. Longe de mim estar aqui em defesa da Porto Editora, mas na altura em que isto explodiu, e tal como escrevi aqui, acho que a maioria das pessoas tomou uma posição sem saber o que estava realmente em conta. Ninguém fez uma análise comparativa dos cadernos, quase toda a gente embarcou no típico diz-que-disse, aquela coisa muito portuguesa de emprenhar pelos ouvidos, "boicote-se a Porto Editora, que isto é uma vergonha". Pronto, vai-se a ver e pode não ser exactamente assim, mas nada como irem espreitar os cadernos e verem por vocês mesmos. Mas rápido, que nunca se sabe se não são retirados outra vez.

44 comentários:

Zariza disse...

Só uma pergunta rápida.... se nas capas se lesse "Bloco de Actividades para Caucasianos" e "Bloco de actividades para Negros" e o seu conteúdo fosse na mesma equivalente a estes, a linha de pensamento seria a mesma? Teriam sequer visto a luz do dia?

O simples facto de se fazer esta distinção, começando pela diferença linguística entre Rapaz/Menina não me parece correcta, mas pronto, se calhar sou eu que não gosto de etiquetas....

Anónimo disse...

E as lojas terem uma secção de roupa para homem e outra para mulher ? Também é preconceito?

Anónimo disse...

Não querendo ser rude mas...porra pá ! Há diferenças sim entre meninos e meninas entre homens e mulheres e ainda bem! Não sei se foi intencional isto da porto editora mas se foi não vejo mal nenhum! Ainda bem que somos diferentes caramba a própria natureza nos fez diferentes! Ou não?!?

Anónimo disse...

E de certeza que tem escrito rapazes e meninas? è que há 1 semana vi estes mesmos cadernos à venda na FNAC mas sem as incrições de menina/rapaz.

Anónimo disse...

Só por causa das coisas até vou comprar! Os dois!!

little fairy disse...

Retirados outra vez ou então esgotarem :)

Joana disse...

Eu acho que não é ofensivo. Primeiro, porque não é livro obrigatório, depois porque já há uma opção mais transversal à venda. Alguém se indignou por haver secção de mulher e homem nas lojas de roupa? É ofensivo de alguma maneira? Para mim não. E já comprei coisas na secção de homem. A mesma coisa nas perfumarias, há o lado de homem e mulher. Mas nada me impediu de durante vários anos usar um perfume masculino.

Anónimo disse...

A sério que acha igual? Que a distinção homem/mulher é igual à distinção negro/branco? Então acabe-se com os perfumes de homem/mulher, imagino que também se sinta ofendidinha. O RAP no Governo Sombra deu esse exemplo do negro/branco a gozar, mas já vi que há criaturas que acham que é a mesma coisa. Que tristeza.

Anónimo disse...

Já não se aguenta ...novamente o mesmo filme?! os mesmos argumentos falaciosas ?! Novas deturpações de comentários e respostas a comentários?! Ó AGM tenha dó! 😒
É pra menina e pro menino... Só compra quem quer!

Cuca Fervilhante disse...

vira o disco e toca o mesmo :) o que vale é que amanhã rebenta outra polémica e lá vamos nós outra vez!

Anónimo disse...

Diferenciar os livros com cores e com a designaçao:para rapaz e para menina , é motivo de alarido porquê?

Isto é fazer diferençiaçao na igualdade de genero?? no meu ver, atacamos a igualdade de genero quando nao damos as mesmas oportunidades, quando nao pagamos os mesmos salarios, quando retiramos direitos e so atribuimos deveres. Agora chamar as coisas pelos nomes é atacar a igualdade de genero??? va la....por favor.

Unknown disse...

E sai mais um record de vendas! O Marketing “de grátis” que a Porto Editora teve com este não assunto garante que estes blocos de atividades voem rápido das prateleiras!

Anónimo disse...

Vamos mesmo comparar roupa e perfumes com material educativo?

Anónimo disse...

Mas que comparação mais tola...

Anónimo disse...

Sim, a partir do momento que se compara Apartheid com livros de exercícios...

Likas disse...

Hoje em dia tudo é problema. Se for azul é machista, rosa é feminista, preto é racista, etc. Não há paciência. Há pessoas sempre a espreita a ver por onde podem pegar, estão permanentemente insatisfeitas. Antigamente não se pensava nisso e toda gente era mais feliz. Voltemos a ter mentes mais sãs e abertas. Volta liberdade!

Patty disse...

Totalmente de acordo consigo, fazem alarido com o acessório para não terem que se preocupar com o que é essencial...

Anónimo disse...

Hoje em dia é necessário, essencial mesmo, existir um problema.
Se não existe, criamos.
Ora é porque é rosa ou azul, curto ou comprido, escuro ou branco.
Em lugar de se criarem problemas, que tal pensar que existe de tudo para todos os gostos!
É que isto já chateia!

Anónimo disse...

E também há diferenças entre meninos e meninos, entre homens e homens, entre meninas e meninas e mulheres e mulheres. Os títulos destes cadernos não compreendem essas diferenças.

Eu conheço meninos que prefeririam o caderno rosa, mas cujos pais não o comprariam por dizer lá menina. Mas eu já sei que todos os comentadores da Pipoca são pais super à frente que não se deixam influenciar por etiquetas de género.

Anónimo disse...

Ainda bem porquê? Para além dos órgãos genitais e das faculdades que daí advêm, quais são mesmo as diferenças? E em que medida são benéficas ou necessárias?

Anónimo disse...

O negro/branco é usado como exemplo. Se não é correcto distinguir capacidades cognitivas por raça porque raio é que não faz mal fazê-lo por género?

Anónimo disse...

Há diferenças sim, mas diferenças físicas não de capacidades intelectuais

Anónimo disse...

Não se estão a distinguir capacidades cognitivas mas gostos. Sou tão inteligente, capaz e criativa quanto um homem, e nesse sentido igual ao meu marido. Mas gosto de usar batom, vestidos e saltos altos e arranjar as unhas e ele gosta de gravatas, ver futebol e andar de cara lavada.

Catarina Cat disse...

Concordo plenamente (apesar de o exemplo dado não poder ser levado à letra, mas percebo que o utilizou a título ilustrativo). A única característica destes livros que me causa algum desconforto é o facto de haver um livro claramente dirigido a rapazes e outro a raparigas, independentemente do seu conteúdo. Exepção feita a livros com conteúdos específicos de género ("Sim, daqui a 10 anos vais continuar a achar tanta piada à tua pilinha como hoje - Livro para rapazes", "Agora sangras todos os meses, Deus odeia as mulheres - Livro para meninas", por exemplo).
E se a Porto Editora diz (não li o relatório) que os livros são de venda livre e que por isso um rapaz pode comprar o livro "Actividades para meninas" se gostar do cor de rosa da capa, está claramente a arranjar desculpas para um trabalho feito às três pancadas. Nenhum rapaz, que se identifique como tal, quer comprar um livro "para meninas"! Mesmo que goste muito de cor de rosa. Já chega quando os colegas gozam com a mochila que tem uma flor minúscula, quanto mais andar com um livro desses. E para mim o mal é esse, contribuir para a frustração de quem tem gostos fora dos padrões artificiais que se decidiram para cada género. Não acredito que alguém fique traumatizado por isso, mas recordo-me bem das festas de Natal do emprego dos meus pais serem muito divertidas (circo e tal) até à parte em que me davam um Nenuco em vez da pista de carros. Para mim bastava tirarem o "para Rapazes" e "para Meninas" e estava tudo certo, não havia polémica nenhuma, todas as crianças burrinhas e espertinhas ficavam contentes.

Catarina Cat disse...

Eu preocupo-me com o essencial e com o acessório, sou picuinhas.

Anónimo disse...

Está decidido! O meu filho vai resolver os dois!

Anónimo disse...

Concordo com o que diz no sentido em que agora há sempre maneira de criar não assuntos, mas a frase "antigamente não se pensava nisso e toda a gente era mais feliz" foi muito infeliz em si mesma. Antigamente não se falava nisto e havia (a ainda há) pessoas que não tinham as mesmas oportunidades que outras pelo facto de serem mulheres ou homens. Não querendo abrir a guerra feminista, a verdade é essa: eram mais felizes só se fossem os homens ou as mulheres ocas e conformadas com a vida. Não vejo como uma mulher inteligente pudesse ser feliz não podendo estudar, não podendo votar, não tendo direito a uma voz e a uma opinião, tendo que ficar enclausurada em casa a ser dona de casa e parideira porque trabalhar é de homem.

"Mentes mais sãs e abertas" são aquelas que não pensam nos assuntos, certo? Ou que se conformam com as normas e comportamentos que a sociedade impõe, só pode. Mentes sãs e abertas pensam e debatem questões. A liberdade está em podermos ser e fazer o que quisermos, sem imposições "porque é menina" ou "porque é menino".

Anónimo disse...

Muito bem escrito anónimo das 18.18 é isso mesmo, devemos preocupar-nos com coisa importantes não é com falsas questões.

Maria Santana disse...

De facto nos tempos que correm tudo é problema! Parvoíces!

Anónimo disse...

Há quem defenda que também não deviam existir secções diferentes! Na minha opinião .. ridículo!

Anónimo disse...

Tenha paciência anónimo. Está a comparar coisas incomparáveis. A igualdade de género não tem nada que ver com a existência de diferenças nos dois géneros! Porque existem! Parem de querer tornar tudo neutro. QUE SECAAAAA

Simplesmente Ana disse...

"concluíram que 10 das actividades são mais complexas para as meninas, sete são mais complexas para os meninos e as restantes 47 têm o mesmo grau de dificuldade. Mesmo que a teoria da CIG seja a mais correcta, só há mais três exercícios aparentemente mais difíceis para os meninos, num universo de mais de 60.": se se provou isto, para mim, está encerrada a discussão.

Anónimo disse...

Outra vez arroz?? Passemos à frente, já não há paciência para este tema, está mais do que resolvido e tratado. Preocupemos-nos com o que é realmente importante, já se percebeu que, afinal, os livros não são assim tão diferentes na sua substância. Chamar rapazes e não meninos?? Who cares?? Afinal era só mesmo disto que se tratava! Ensinem as crianças na sua casa, na sua escola, dêm-lhes educação, ensinem a cidadania, as escolas cumpram também o seu papel e a coisa fluirá para o caminho certo. Estamos melhor que há 50 anos atrás, tal como há 50 anos atrás se estava melhor do que há 100. O caminho faz-se caminhando, e não se mudam mentalidades de um dia para o outro. Agora, deixemos-nos de fait divers.

Anónimo disse...

Catarina Cat isso já é problema de educação. Se o menino tem problemas em escolher algo "para menina" é porque já lhe foi incutida a ideia de que não pode querer algo que supostamente é destinado ao público feminino.

Anónimo disse...

Por essa linha de pensamento se calhar também não devia ser distinguido por idades... Tipo roupa de criança e de adulto porque há adultos a quem serve a roupa de criança e crianças mais gordinhas que têm que comprar nos adultos

Anónimo disse...

Anónimo 21:26 aí o problema é dos país, não dos livros.

Anónimo disse...

Anónimo 21:59 cresci num tempo em que se distinguia bem os brinquedos dos rapazes e das raparigas, por exemplo, e nunca me senti inferior por isso, tanto que sempre brinquei com eles. Há-que focar no que realmente interessa porque estas discussões parvinhas só afastam a atenção das pessoas do que é importante, como receber os mesmo salários e ter os mesmos direitos.

Anónimo disse...

10.05 e os pais cresceram sem influências externas, são o que são por geração espontânea, não houve linguagem, símbolos, comportamentos, nada que os tivesse moldado?

Eu não vou continuar a debater isto. As pessoas preferem não perceber ou ignorar ou não conseguem mesmo compreender como a linguagem, os símbolos são tão importantes nas nossas construções sociais.

Anónimo disse...

Igualdade significa tartar igual o que e igual, tartar diferente o que e diferente.
Vamos assumir que os gostos de raparigas e rapazes sao diferentes em termos de cor-de-rosa vs. azul e bolas vs. bonecas (mesmo que sejam diferencas incutidas pela sociedade) - ok ter livros de cores diferentes e com bonecos diferentes.
Mas diferentes niveis de dificuldade dos exercicios? Nao, nao ha diferenca entre os generos que justifique (acho que mesmo quem defende e prefere a segregacao dos generos nas escolas o faz dizendo que raparigas e rapazes aprendem de maneira diferente e nao que uns tem mais capacidades que os outros).

Anónimo disse...

Ai por favor, a sério que o pessoal se passou com isto?
Posso estar errada, mas de certeza que quem fez mais alarido sobre isto foram as mulheres, aquelas que também se passaram quando houve um barbeiro que só atendia homens. E qual é o problema?
Nunca vi nenhuma mulher a achar errado haver ginásios só de mulheres, nem nenhum homem a fazer barulho à porta para entrar.
Eu sou mulher, defendo pessoas e não só mulheres, por ser uma MULHER.
Acho isto totalmente descabido e desnecessário.

Anónimo disse...

Que parvoíce de comparação, a da Zariza. Típica dos tais que se insurgem sem saberem bem porquê. As questões relacionadas com o género parecem dar azo, muitas vezes, a opiniões tão viscerais que se torna impossível discutir um assunto de forma séria. É uma pena porque se torna muito contraproducente para o tanto que ainda há por fazer neste campo.

Anónimo disse...

O problema não era o barbeiro "só atender homens", era proibir a entrada a mulheres. Na altura, um blogger chegou a relatar este triste episódio: entrou no tal estabelecimento com a mulher e a filha bebé, que esperariam por ele lá dentro, e foram convidadas a sair. Obviamente, saíram todos. Se não vê o problema, sugiro que mude as lentes.

Lúcia disse...

Como saber se um brinquedo ou caderno de atividades é para meninos ou meninas?
É preciso usar a genitália para a brincadeira ou atividade? Se sim, não serve para crianças. Se não, serve para ambos.
Ponto final.

Anónimo disse...

não é preconceito, é uma questão de anatomia, os corpos são diferentes, não podem vestir as mesmas coisas, os ombros dos homens são mais largos, as cinturas das mulher são mais finas, etc...

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Teorias absolutamente espectaculares

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