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O Salvador amou por todos nós

terça-feira, maio 16, 2017

Quem nasceu nos anos 80 não tinha muito com que se entreter a nível televisivo. Crescemos com dois canais e por isso era fácil vibrar com o que nos ofereciam. Eu ainda sou do tempo em que a família se reunia em frente à televisão todas as noites, religiosamente, a seguir ao jantar, para ver a novela. Do tempo em que se aguardava, quase a fazer tracinhos na parede, pelos Jogos Sem Fronteiras, pela Miss Portugal, pelo Natal dos Hospitais. E, claro, pelo Festival da Canção.

Quem não se lembra de vibrar com os DaVinci, a Dora, a Nucha, a Anabela, a Dina, a Sara Tavares, a Dulce Pontes? Fora os outros, que não são do nosso tempo mas que também ficaram na história (Simone de Oliveira, Madalena Iglésias, Paulo de Carvalho, Carlos do Carmo, Fernando Tordo, Doce, Carlos Paião)? Depois a coisa foi esmorecendo. Apareceram novos canais, a internet, outras formas de entretenimento, e o Festival da Canção passou a ser só aquela coisa meio parola que toda a gente tem vergonha de ver. Tive de pedir ajuda ao Google para ver a lista de participantes e concluí, com alguma tristeza, que a última concorrente de que me lembrava era a Lúcia Moniz. Em 1996. Foi há mais de VINTE ANOS, senhores. Ok, também me lembro dos Homens da Luta, em 2011, mas aí foi mais pelo factor irreverência do que propriamente pela música.

Quando começou o sururu em torno do Salvador Sobral, as opiniões extremaram-se nas redes sociais.
Muita gente a achar que era incrível, o Messias da canção, outros tantos a achar que era um flop, que a música era completamente anti-Eurovisão, que iríamos voltar, uma vez mais, com o rabinho entre as pernas. Eu deixei-me estar calada, que é o que faço quando não tenho uma opinião muito formada sobre o assunto. Bem, na verdade parti logo com um pé atrás, porque a primeira vez que o ouvi achei que era a versão feminina da Luísa Sobral. E eu acho que ela é uma jóia de moça, que escreve e compõe lindamente, mas não consigo ser apreciadora do timbre. Soa-me artificial, excessivamente trabalhado, quase como se fosse uma personagem, até porque me lembro de a ver no Ídolos e de ela cantar de forma completamente diferente. O mesmo com o Salvador Sobral. No Ídolos também cantava de uma maneira, e eis que surge uns anos depois já com todo um outro timbre, muitíssimo semelhante ao da irmã, e a pessoa dá por si a perguntar "o que é que se passa nesta família que, de repente, passam todos a cantar como o Cocas?".

Não tinha nenhuma expectativa em relação à final da Eurovisão, era só mais um ano igual aos outros todos, em que marcaríamos presença com mais uma música irrelevante. Mas fui ouvindo o "Amar pelos Dois", repetidamente, e fui-me deixando contagiar. Pela música mas, sobretudo, pelo Salvador. Aos poucos, comecei a achar que poderíamos beneficiar do factor diferença. Mas uma diferença boa, não aquele folclore a que temos assistido nas últimas edições, em que parece que quanto mais excêntrico se for, melhor. Mulheres barbudas, gente mascarada, de repente a Eurovisão transformou-se no Carnaval de Torres, em que as músicas passam completamente para segundo plano, eclipsadas por personagens meio estranhas.

O Salvador é o oposto disso tudo. Ou melhor, também é estranho, mas de uma forma boa, singular. É simples, é genuíno, é de uma entrega pouco comum e muitíssimo comovente. Não é preciso perceber português para entender a mensagem que quer passar, e isso é raro. A música ajuda, claro, é perfeita na sua singeleza, mas acho que mais ninguém conseguiria ganhar o festival com este "Amar pelos dois". Digo isto sem qualquer desprimor para a música, que é lindíssima (tanto a nível melódico como de letra), mas acho mesmo que o mérito é muito mais do Salvador. Como disse a Luísa Sobral, ele ganhava até a cantar os parabéns.

Na noite da Eurovisão estava no Marquês a celebrar o tetra. Mas estava, como tantas outras pessoas à minha volta, agarrada ao telemóvel, a acompanhar as votações e a rogar pragas à lentidão da rede. Alguém se lembra da última vez que isto aconteceu? Eu não, na época da Lúcia Moniz acho que nunca tinha sequer acedido à net. Quando o speaker anunciou que o Salvador tinha ganho, foi a loucura total. E foi incrível quando milhares e milhares de pessoas fizeram silêncio para ouvir o "Amar pelos Dois" a ecoar no Marquês.

O Salvador fez-nos voltar à infância, em que ficávamos colados à televisão a acompanhar o festival, mesmo sem nunca termos ganho. Mas fez mais do que isso. Reforçou o orgulho na nossa música, na nossa língua, provou que é possível fazer boa figura com uma canção que é uma canção, sem Cfogo-de-artifício", como ele diz.  Com uma letra bonita, com uma música bonita, com arranjos bonitos, com um intérprete que dá tudo, sem pudores. E isso é magnífico. Não vou passar a ser a maior fã da Eurovisão, mas estou curiosa para ver em que sentido evoluirão as próximas edições. Acho que a vitória do Salvador deixou muitos países a pensar, e isso é bom. Pode significar o regresso à simplicidade e, sobretudo, à boa música. Aquilo que um Festival da Canção deveria ser.

Desconfio, seriamente, que o Salvador tudo fará para se distanciar da imagem de "vencedor da Eurovisão". Pela postura e pelo tipo de música que faz, acho que quererá arrancar esse rótulo o mais depressa possível (depois de, legitimamente, aproveitar o buzz e surfar a onda de boa publicidade). Mas não há volta a dar, o Salvador ganhou-nos o Festival, e está mais ou menos para a música como o Éder está para o futebol. Sentimo-nos agradecidos, orgulhosos, os maiores do mundo. E, enquanto isto não passar, ele será sempre "o herói da Eurovisão". =)

(ilustração: João Rodrigues)

84 comentários:

  1. Cavalheiro do Aeroporto16 maio, 2017 10:52

    E se um dia alguém perguntar por ele...vamos sempre lembrar que amamos a noite em que o vimos vencer. Grande, grande canção de amor.

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  2. Quando for grande também quero conseguir escrever assim tão bem. Beijinhos e Bem-Vinda.

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  3. Faço minhas as tuas palavras. :)

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  4. Quando ouvi a música pela primeira vez... não gostei e parei a meio.
    Fui ouvindo a música aqui e ali. Fui achando piada à melodia e ao jeito do Salvador.
    Nas semi-finais, ao vê-lo ali naquele mini palco, sozinho mas tão cheio, com centenas de pessoas em silêncio... deu-se-me uma coisa! Aquilo foi uma magia que mudou completamente o meu ponto de vista.
    Espero que o Festival mude mesmo. E que haja mais "Salvadores" a aparecer. 😊

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    1. Foi exactamente o que se passou comigo. Só na semifinal é que me senti arrepiar, tanto pelo jeitinho dele, como pela reacção do público. :)

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    2. Já somos três! Comigo foi muito semelhante: primeiro achei estranho mas depois entranhou-se e de que maneira. Os manos Sobral estão de parabéns.

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  5. Subscrevo a 200%.É isto exactamente. Ainda estou em encantamento. Amei a ilustração.

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  6. por acaso não acho que tenham timbres parecidos, mas não é muito fácil gostar do da Luísa. mas que é uma compositora incrível é!
    :)

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    1. Concordo. Acho o timbre dele mais bonito, o da irmã é super anasalado.

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    2. Eu confesso que gosto muito do timbre da Luisa. E os albuns dela são mesmo muito bons!

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    3. A irmã engoliu um apito.. lamento, não consigo gostar

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    4. Os timbres são completamente diferentes. É como água e vinho. O Salvador de hoje é muito diferente para melhor do Salvador dos Ídolos, mas o timbre dele não se aproximou do da irmã.

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  7. Embora tenha mais 10 anos do que a pipoca revi-me completamente neste post! Ficávamos o ano todo à espera desses acontecimentos: misses , jogos sem fronteiras, natal dos hospitais e claro o festival!!!! Jantávamos mais cedo para as 8hrs estar a familia toda sentada no sofá! Claro, recordo-me de alguns anos mais atras: Sobe, sobe balão sobe (Manuela Bravo) Playback Carlos Paião 9 pontos!!), Doce (ai as doce!!! ) Esta balada que te dou (Armando Gama!!) canções que ficaram para sempre

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  8. Aquela honestidade e franqueza quando é entrevistado são características fantásticas e encantadoras. Aquele jeito frágil, melancólico e poético ao cantar, tal como a letra e os arranjos arrebataram-me e deixaram-me fã desde o primeiro acorde. Estou um pouco como a PMD nem me lembrava da última vez que vi o Festival, mas quis a sorte que visse a primeira semi-final, aqui em Portugal (por causa da Márcia que era uma das concorrentes) e desde esse dia, em Fevereiro, que comecei a acompanhar o Salvador e todo o seu percurso, inclusive tentei "evangelizar" algumas pessoas para gostarem tanto da música e do Salvador como eu! Sinto-me um pouco órfã (tal como quando acaba um livro que gostamos muito) porque tenho a ligeira impressão que possivelmente não vamos ver outro fenómeno (talento) destes tão cedo! Resta-me seguir a carreira dele para me aconchegar dessa orfandade...

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  9. Revi-me neste post, nesta descrição, estive a vibrar toda a noite em casa em frente á televisão, e disse repetidamente aos meus filhos que eles não sabiam a sorte que tinham por tão pequenos assistirem aquilo. No meu caso, quando ouvi a musica a primeira vez na rádio, foi amor á primeira vista, a letra a melodia a voz,a simplicidade, tudo...O Salvador foi Grande!
    Mas o momento alto acontece quando é chamado ao palco como vencedor e o partilha com a irmã, companheira daquela jornada. Arrepiei-me, ali estava o amor pela lingua portuguesa, o amor pela musica, o amor pelo país e sobretudo o amor entre irmãos!!

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    1. Cavalheiro do Aeroporto16 maio, 2017 12:00

      Foi fabuloso, de facto. O maior acontecimento do passado Sábado e aquele que nunca esqueceremos. Encheu o fim de semana de todos os portugueses.

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  10. Sou de 83 e de facto o festival da canção era um dia em que parava tudo. Tal como a Ana deixei de ver por completo...aquilo virou um espectáculo doloroso à vista com tantos arranjos tecnológicos e música muito mas mesmo muito má...Se bem que o tema de 2008 "Senhora do Mar" é na minha opinião fantástico...lembro me de nesse ano ver e aquela voz....de arrepiar. E a imprensa estrangeira adorou mas isso não chegou. Em relação ao salvador penso que com aquele jeito adorable e simples nos conquistou e sim a música é linda..bem escrita, bem arranjada e consegue nos tocar...e quanto mais a oiço mais gosto. Fiquei emocionada quando comecei a perceber que iríamos ganhar. E ele vai ficar na história. Adorei particularmente a parte em que o malato o tava a entrevistar e ele disse que ia pôr o trofeu à venda no ebay a ver quanto davam por ele:) como diz o meu marido é um parvinho saudável:) Parabéns Salvador!

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  11. A música é lindíssima...pra mim tem ali qq coisa de bossa nova , nao sei...A voz dele é limpa..consegue me emocionar. Por acaso não acho as vozes deles parecidas. A da luísa é completamente nasalada.Mas são os dois simples...adoro aquela atitude despojada. Foi uma vitória muito merecida...havia público em lágrimas enquanto ele actuava..Foi tão bom:) Não sei se é verdade que ele se encontra em lista de espera por um coração mas se assim for que tudo lhe corra bem!é um miúdo doce e adorável. bjinhos

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    1. Simples...? Pois eu, que adorei o arranjo musical e acho o timbre dele brutal, penso que a atitude de ambos, durante a conferência de imprensa foi tudo menos simples. Achei-os um bocadinho "esquerda caviar"! Fomos nós que votamos neles, foram eles que se candidataram aos concursos e agora não estão disponíveis para as selfies, porque invadem o espaço pessoal? Nem dão valor ao "prémio" da Eurovisão, porque o comentário do Caetano no Twitter é que é bom!

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    2. Anónimo das 10:46,

      Sabe qual é a diferença entre prestígio e popularidade?*
      Não?
      Quando perceber não lhe fará confusão, desde logo, essa indisponíbilidade para as selfies (e saiba que qualquer pessoa tem direito a recusar uma fotografia, logo uma selfie) e sobretudo a importância maior do elogio do Caetano por comparação à vitória no festival (tem dúvidas que o Caetano percebe mais de música, arte, sentimento do que muitos dos que concorrem, preparam e assistem ao festival?).

      *sugestão: o filme Birdman.

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    3. "Popularity is the sluttly little cousin of prestige" - do filme "Birdman (ou a inesperada virtude da ignorância)"

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  12. É total e absolutamente isso.

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  13. Pessoalmente não gosto da música nem aprecio a voz dele, e não percebo lá muito bem o sururu que se fez à volta disso... de repente somos todos muito entendidos em música, adoramos o festival da canção e quase que viramos espanhóis de tanto amor à pátria. (bullshit). De qualquer das formas fiquei vidrada durante a conferência de imprensa. E depois disso fui recompilar outras entrevistas feitas ao Salvador. Acho que, no meio disto tudo, o mérito é dele, como o dizes, e muito bem. É delicioso ouvi-lo, mesmo que não seja a cantar :)

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    1. ccstylebook,

      não se trata de se ser entendido em música. :) E estaríamos mal se quem não entende de música não se pudesse manifestar sobre ela. Se assim fosse, os artistas trabalhavam apenas para outros artistas e pouco mais.
      Mas não é assim que 'funciona' a Arte. :)

      Eu senti que nos últimos dias, no que toca a este tema, assisti a uma divisão entre pessoas mais sensíveis* e pessoas menos sensíveis.
      As mais sensíveis sentiram a música.
      Por exemplo, aquele não é o meu género de música e, no entanto, vêm-me sempre as lágrimas aos olhos quando escuto e assisto ao tema interpretado pelo Salvador. E sim, eu considero-me um pessoa bastante sensível, a todos os níveis. Por isso. :)
      Mas tenho amigos e familiares que, gostando ou não, não sentiram nada. São boas pessoas mas menos sensíveis. :)
      Claro que isto é uma opinião.

      Houve muita gente a apontar maldosa e gratuitamente o dedo ao Salvador pela maneira de ele ser e estar.
      Já eu sinto falta de mais pessoas assim, autênticas, como ele. Concordo consigo: "É delicioso ouvi-lo, mesmo que não seja a cantar". :)


      *10. [Filosofia] Que ou o que só pode ser compreendido pelos sentidos e não pela inteligência, pela razão

      "sensível", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2013, https://www.priberam.pt/dlpo/sens%C3%ADvel [consultado em 16-05-2017].

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    2. Sim, a autenticidade dele é inegável. E sim, mais houvessem como ele.
      Talvez eu ainda esteja a aprender... Enquanto os outros, (os mais sensíveis), amam - e sentem - pelos dois :P Obrigada!

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  14. Parece que a muita gente aconteceu o mesmo que a mim! A 1ª vez que ouvi... não cheguei ao fim "que seca!" lá vamos perder outra vez... a 2ª já ouvi até ao fim, a 3ª já não conseguia parar de ouvir. Sobretudo as diferentes entoações, as diferentes interpretações que me fazia perguntar "que volta ele vai dar aqui?" Que assombro, isto é um intérprete. E depois aquela mana que foi por ele tomar as rédeas do circo em Kiev, que tão bem falou, com os pés assentes na terra, sem nunca dar demasiada importância à condição física do irmão. A saber o que estava a fazer! A Luísa Sobral é grande! Sempre gostei dela apesar de toda a gente achar estranho. E aquela química entre os dois, como as pessoas mais simples do mundo que só foram ali cantar uma canção e já volta. É qualquer coisa de extraordinário. Gostei de tudo! Parabéns aos dois e tb à RTP.

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  15. Esperemos que no próximo ano a nossa prestação seja igualmente boa!
    Cris

    www.lima-limao.pt

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  16. Confesso que sou do teu tempo mas este ano fui ao youtube ouvi lo quando ouvi na radio que estava uma multidao à espera dele no aeroporto e o porque!! Que vergonha (a minha)

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  17. Também eu no inicio não liguei muito à canção, dava-me sono, mas ao ouvi-la várias vezes comecei a gostar e realmente é linda. Parabéns ao Salvador, à Luísa e que continuem a ser assim simples, genuínos,bons músicos, PT precisa de gente como eles.

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  18. Mais um milagre de Fátima...

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  19. Pipoca, Muitos Parabéns pela forma como escreve!! Assino por baixo, eu sou mais velha e lembro-me do País parar para ver o Festival, e a tristeza que era nuuunca ganharmos nada. A ilustração é um amor:))

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  20. Margarida Ferreira16 maio, 2017 15:25

    Pipoca, esqueceu o António Calvário!

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  21. Cocas ahahahahaajhahahhahahahja

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  22. Adorei a música! Não sei a letra de cor, mas a música é linda com cheirinho a Bossa Nova e uma pitada de Feiticeiro de Oz! Gosto da voz dele e, claro está, adoro jazz...Depois de ter ganho o concurso nacional eu disse lá em casa que este ano íamos ganhar e assim foi, com a maior das naturalidades, na maior das calmas, tranquilamente.

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  23. No sábado aconteceu uma coisa que, para mim, seria impensável, ficar a torcer pelo puto, com a minha filha de 6 anos, a não querer ir dormir porque queria acompanhar a votação e ver Portugal ganhar, aquele formigueiro na barriga de estar tão perto de sentir aquele orgulho pelos nossos, pelo nosso país, a alegria nos olhos da minha filha de vibrar por algo que ela ainda não conhecia, o sentido de colectivo, de nação, o sentimento de sucesso, de ser bem sucedido, algo que eu nunca experimentei em menina quando via religiosamente o Festival. E depois, depois o puto é giro, é simpático, é culto, é bem falante, canta maravilhosamente e tem uma irmã super talentosa que lhe escreveu uma canção memorável ...

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  24. Confesso que quando ouvi a música pela primeira vez A-D-O-R-E-I (quis lá saber se não era festivaleira, depois dos finlandeses já espero tudo) mas não vi quem cantava, quando o meu colega me disse que era o Salvador Sobral lembrei-me imediatamente daquele garoto bonitinho e com ar cândido, que via no Ídolos (assim como a irmã) quando vi a figura actual, não tive coragem nem de criticar nem de gozar porque achei logo que era um problema de saúde (falhei porque apontei para o fígado/pâncreas e afinal consta que é coração), mas deixemo-nos de hipocrisias se não fosse "artista" não era "um rapaz fora da caixa" era no mínimo maluco. Não vi as semifinais (foram muitos anos de desilusões), quando o vi na final ali sozinho no meio da multidão fiquei de coração apertado, queria que ganhássemos mas tinha medo de ter ilusões como muitas outras vezes, após a segunda votação de 12 pontos, achei "sim já ganhamos", fui para casa da minha vizinha para podermos dar gritinhos de alegria cada vez que aparecia um 12/10. E por isso digo obrigada Salvador, mas também obrigada a todos aqueles que foram a festivais com musicas óptimas e vieram com pontuações miseráveis, grandes grandes injustiças... agora vou ouvir a minha "às vezes é no meio do silêncio... (acho que só quem tiver mais de 40 anos percebe ;) :D :) )
    Zázà

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    1. Não tenho mais de 40, vou a meio dos 30, mas adoro essa canção da Maria Guinot! Acho linda a letra!

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    2. Eu também só tenho 22 anos e a música da Maria Guinot sempre foi a minha favorita, a do Salvador juntou-se agora a esta lá no topo.

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    3. Mais uma Isabel, da década de 80, que adora essa canção da Maria Guinot!
      (claro que por influência da minha rica mãe)
      Não consigo ouvi-la e não me caírem as lágrimas (estranho, é assim catártico...!)

      Parabéns pela maneira como escreves Pipoca, és tudo de bom! E uma inspiração para quem, como eu, perdeu um irmão e quer acreditar que é possível ainda vir a ser feliz...

      Um beijinho!

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    4. A Maria Guinot não foi injustamente recordada na RTP, mas é sem dúvida uma música inesquecível!!

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    5. Obriga Isabel, Saidinha da Casca, e Anónimos :D :D
      Zázà

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  25. Não vamos comparar o folclore da eurovisão com o Carnaval de Torres, senhores! #ofendi 😊

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  26. Eu gostei da música de imediato. Achei lindíssima. Nunca me ocorreu que pudesse ganhar. Depois de ver a semi final em que Portugal participou achei que das duas uma, ou ganhávamos mesmo ou perdíamos estrondosamente. E que contente fiquei quando começamos as votações a liderar a tabela e nunca saímos do primeiro lugar! Menos é mais!

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  27. Eu adorei a música à primeira. Não imaginei, no entanto, tão bom desfecho porque não era música de "festival". Mas achei que não importava porque pela primeira vez em anos ao menos íamos representados com uma música de jeito, mesmo que isso significasse que podíamos nem passar à final.

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  28. Sim, porque a eurovisão sempre foi um programa com muita classe, super low-key, e de onde saíram grandes músicas.
    Assim de repente lembro-me dos Abba e que grandes bimbos que esses são... e é do melhorzinho que veio de lá.
    As mulheres barbudas - essa fez-me rir, da sua ignorância - já existem há muito tempo, pelo menos desde os anos 80. Mas acho sempre engraçado quando as pessoas falam da eurovisão com nostalgia e com saudades da grande música que já existiu.
    Eu assisto todos os anos e passo horas super divertidas a ver o azeite dos países da Europa (e outros), é isto que nos une - e fiquei bem contente pela vitória de Portugal! Só espero é que para o ano não venha tudo com músicas chatas a falar de amor.

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    1. Xiça, é da década de 90? Se não é, parece! Ande uns aninhos para trás e descubra a muito boa música que marcava o festival na década de 1960, 1970, quer saída aqui de Portugal, quer de outros países.

      E mulheres barbudas existem desde há vários milhares de anos; se não conseguiu compreender que foi um exemplo de quem escreveu o post para demonstrar que há muito que isto não tem a ver com música mas com quem consegue diferenciar-se seja pela barba ou por ir apenas cantar uma canção, então é um problema já da sua capacidade de interpretação.

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    2. Falando só dos Portugueses, houve bons nomes que saíram do festival - Dulce Pontes e Sara Tavares, dois nomes conhecidos da World Music, nos mais clássicos - Simone de Oliveira, Paulo de Carvalho, etc....

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  29. Eu fiquei apaixonada pela música e pela interpretação logo que a ouvi, por mero acaso, na final do festival da canção. Antes deste alarido todo já a ouvia diariamente no youtube e pude perceber que havia muita gente (de outros países) que estavam encantados com a música. Para mim não foi surpresa nenhuma ter passado à final da eurovisão. Tinha esperanças que ganhasse, mas tinha a certeza que mesmo não ganhando ficaria no top 3. Só nunca pensei, é certo, que tivesse a pontuação mais alta de sempre.
    Para mim se tivesse ficado em ultimo era igual. Depois de mais de 20 anos sem ver o festival eurovisão da canção, vi não porque sabia que tinha hipóteses de chegar longe, mas porque pela primeira vez tive orgulho, muito orgulho na música e no cantor que representou o nosso país. Ficasse em 1.º ou em ultimo para mim já tínhamos ganho. Beijinho ao Salvador e à Luísa e ... Muito obrigada!

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  30. Naquele contexto ganhou o mais estranho. o "boneco" salvador vendeu. O rapaz com Problemas de saúde e com ar de viver fora deste mundo. E esta música nunca poderia ser cantada por uma mulher, ou viriam logo as "capazes" insurgir-se contra ela.
    Achei o Salvador muito grosseiro nas entrevistas. A dizer que sentia que estava a prostituir-se por participar no festival e que música não era fogo de artifício, numa crítica directa a quem com ele partilhou o palco. Para quem andou desde criança a participar em concursos musicais, está muito snob. Por outro lado, parece tão desequilibrado que confesso que me dá pena.

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    1. Pena desta mentalidade tão mesquinha.

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    2. As pessoas mudam. Chama-se crescer.

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    3. E depois há aquela coisa chamada humildade. Essa vem com a maturidade. Não se cospe no prato onde se comeu e onde se come. Não é ser frontal e honesto. É ser grosseiro e mal educado.

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    4. Também tenho pena, mas do seu comentário.
      Pena de que se olhe para uma pessoa normal, sem afectação, inocente e seriamente doente e se escreva o que está acima.
      Nestes casos é sempre bom baixar o nariz, sob pena de se cair e bater de cara no chão. Existe mundo à esquerda, direita, abaixo e acima dos nossos olhos. E atrás, imagine-se...

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    5. Concordo quase na totalidade com o anónimo das 19.30 (16 de maio).
      Parece que virou moda dizer bem da canção, do homem e da irmã.
      Em fevereiro ou março aquando da 1º eliminatória do festival, foi apelidado de tudo e mais alguma coisa. Na final idem aspas aspas.
      Mas agora que ganhou (vá-se lá saber como! só mesmo em Dia de Nossa Senhora e com o Papa a passar por cá) todos gostam ou têm de gostar.
      Não gosto de nada. Da canção, dele, da irmã (aquela voz da irmã irrita-me desde que apareceu) e de toda a falta de humildade e saber estar dos dois.

      Assisti à votação incrédula (não estava na minha casa e por muito que quisesse ver o Marquês... uiiii sou tão pouco culta :D) resignei-me aos donos da casa e lá assisti a um vencedor a dizer mal dos que com ele concorreram. A dizer mal dos concursos em que participa e volta a participar e no dia seguinte lá tive de levar com a personagem a dizer que quer que não o incomodem e a irmã com ar pedante a dizer que "eu que falo inglês fluentemente não percebi nada do que eles diziam".

      Enfim. Gostar virou moda e não gostar é-se apelidado de tudo.
      Venham as pedras que eu devolvo com todo o carinho :D

      Ana

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    6. Ana,

      Nunca ouviu dizer que quem diz a verdade não merece castigo? Nenhum dos irmãos disse qualquer mentira. E eu não vi nem senti ali qualquer falsa modéstia.
      Se é moda gostar, não sei (já agora: não tenho conta em nenhuma rede social, nunca tive e não terei...). A Ana tem direito à sua opinião, assim como os outros têm direito às suas. Agora pergunto-lhe: por que é que está tão incomodada com isto, com esta 'moda'? Também reagiu assim com o Harry Potter, o Twilight, O Senhor dos Anéis, A Guerra dos Tronos, o Titanic, as 50 Sombras de Grey,...? (Eu só assisti ao Titanic, o resto passou-me ao lado...mas os exemplos são inúmeros!)



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    7. "a irmã com ar pedante a dizer que "eu que falo inglês fluentemente não percebi nada do que eles diziam"."

      Aqui está um belo exemplo de como se retira uma frase do contexto e se subverte o que o autor estava a transmitir. A frase foi proferida no meio da resposta à pergunta sobre a escolha de cantar em português e estava bem contextualizada. Não compreendo onde está o pedantismo.

      E, já que falamos nisso, parece-me absurdo cantar numa língua que não se domina ou, pior, da qual não se sabe uma palavra.

      Quanto a gostar ou não, acho que é a diferença que gera a diversidade, por isso é muito bom que os gostos sejam diferentes.

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  31. Partilho muito da tua opinião. Por ser mais nova o festival nuca teve a importância que também teve para a minha mãe, em que os vizinhos se juntavam todos na casa dos meus avós para ver. Mas ver Portugal ter esta vitória a nível internacional foi fechar um dia cheio com chave de ouro, que perdurará muitos anos. De início também estranhei a personagem e depois abstrai-me disso e como o Salvador bem queria fui sentindo a música. Ainda antes do início do festival estava convicta que iríamos ganhar, ainda que contra muitos cépticos.

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  32. Procurem no YouTube Salvador Sobral - Amar pelos dois (Spain Calling International) Eurovision 2017.. é simplesmente avassalador!

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  33. Partilho da opiniao da Pipoca, acerca do que parece fabricado e o tao estranha que parece a diferença face a forma como cantavam nos idolos. A sua questao acerca da transformaçao em "cocas" tambem me tem intrigado... A musica vencedora considero-a linda, mas no final apetece-me sempre dizer "va, agora canta la isso a serio!". De qualquer forma, Parabens aos manos! Rita

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  34. Quem como eu,já passou dos 40 e viveu todas estas experiências de estar em frente à TV com a família, ansiosamente, para ver determinado programa, não sente que os nossos filhos estão a passar à margem d tudo isto? Ou seja, estas opiniões refletem o saudosismo que muitos de nós sentimos. Mais 5, menos 5 anos, todos passámos por estes momentos e lembramo-nos com alguma saudade, dai a alegria de vencermos, como aconteceu. E as crianças de hoje? O que terão para relembrar? Entristece-me porque tenho dois pre adolescentes e francamente vejo tão poucos interesses nestes miúdos hoje em dia...eu assisti à votação e fiz questão que os meus filhos também assistissem pois sábado fez-se história. Só a título de curiosidade: no sítio onde moro conseguimos ver o helicóptero do papa. Não fomos a Fátima, mas também quis que eles tomassem consciência do dia importante que estávamos a viver, ainda que fosse só a ver o helicóptero passar (acreditando ou não). Hoje é tudo tão virtual...

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  35. Devo confessar que apenas ouvi a música uma ou duas vezes, antes daquela noite. À partida, achei que a letra era bonita e a melodia só me fazia lembrar um filme da Disney! Confesso que não me parecia uma música adequada ao festival, mas gosto da forma como ele a canta. Fiquei presa, naquela noite! Como não sou Benfiquista (e deixo aqui os meus Parabéns, pois foi um título merecido), festejei o Salvador e a sua música! E foi merecido! É diferente, cantada com a alma.

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  36. Não sou a única a lembrar-me que a Luísa Sobral tinha um timbre diferente nos ídolos! Quando digo isso, as pessoas ficam "ah não, ela sempre cantou assim" ou então "ah, não me lembro" -.-' Gosto das músicas dela, mas não consigo apreciar a voz, enerva-me, parece que está com uma sinusite constante... Já o Salvador, estive a ouvir os Ídolos e não acho que tenha mudado assim tanto, ele é que foi por uma onda mais jazzística. O que não gosto nele é aqueles tiques que ele tem com as mãos xD mas só na final é que percebi que ele estava a fingir que tocava os instrumentos :P mas o Salvador é um bocado "primeiro estranha-se, depois entranha-se", gosto mais dele agora do que quando o ouvi/vi pela primeira vez no festival da canção. Eu segui quase sempre o Festival, quando via as músicas selecionadas desistia logo de ver a Eurovisão... com músicas terríveis como as últimas 3 edições não íamos lá (senti verdadeira vergonha com os Homens da Luta!), acho que fizeram bem fazer uma pausazinha no ano passado! lol

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  37. Partilho a opinião do anónimo das 4:50- Tanto o Salvador Sobral como a irmã demonstraram uma "falta de chá" imensa, foram mal educados, grosseiros e nada revelaram de humildade e simplicidade: 1º Depois de se sagrar vencedor, no discurso que proferiu, minimizou todos os outros concorrentes, acusando-os de terem apresentado músicas "fast food" e "descartáveis", auto-elogiando a sua música como se de uma obra-prima se tratasse. Ainda que fosse verdade (porque o não é- por exemplo, a música italiana era muito interessante e foi interpretada com mestria por uma voz, essa sim, espectacular!), não é de bom tom diminuir os outros concorrentes! E mais- a música que SS interpretou é bonita, mas não é, de todo, uma obra-prima e a sua interpretação, a meu ver, é sofrível, ele não tem uma voz de destaque, é banal e desafinou várias vezes, já para não falar da sua presença em palco, que é pura e simplesmente pretensiosa (daí os gestos estranhos), reflectindo aquilo que se perscruta ao longe- uma falsa simplicidade e humildade, como se constata nas suas afirmações!) 2º na conferência de imprensa houve um jornalista que lhe perguntou se, face às suas afirmações, não desejaria ele próprio de ouvir as suas músicas na rádio, ao que SS respondeu: "I don´t give a shit if my music is played on the radio!". Já para não falar de ter dito f***-se em plena conferência de imprensa! Se isto é educação, humildade e simplicidade! 3º A Luísa Sobral, na conferência de imprensa, chegou a afirmar que chegou a pensar que a interpretação do irmão era tão boa que ela poderia tê-lo feito cantar os parabéns que ele ganharia na mesma. Isto é de uma soberba e má educação a todos os níveis, pois está a chamar toda a gente de parvo! 4º O SS, quando confrontado pelo Malato sobre o tal vídeo do Caetano Veloso, afirmou que isso é que era importante para ele, muito mais do que "isto"- a vitória da Eurovisão. Ora, mais uma vez a desconsiderar um evento no qual participou voluntariamente e no qual ganhou o 1º prémio, a desconsiderar todo o público que nele votou! 4º Ainda na conferência de imprensa, a propósito de estar a elogiar a irmã como a melhor compositora portuguesa (mais uma vez a extrema humildade a vir ao de cima!), queixou-se ironicamente de que vencer a Eurovisão não lhe traria dinheiro- como se fosse muito parvinho e não percebesse que toda a visibilidade que a vitória neste evento lhe trouxe lhe abrirá portas e lhe trará proventos!

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    1. Ai anonimo, que chato! Faça assim uma análise da sua vida para descobrir de onde vem tanta amargura. O SS é como é! Pelo menos não é fingido e diz o que lhe vai na alma. Eu também acho que o resto das musicas do festival são horrorosas. E ninguém vai ouvir nenhuma quando o festival acaba.

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  38. Cont: engraçado, se formos ver os vídeos no youtube sobre a participação do SS no Ídolos: 1º houve um membro do júri que, após o SS cantar uma música, lhe disse algo como: "tu não tens uma voz por aí além, mas tens alma de entertainer e a música também é isso, também é entreter, não é preciso que todas as músicas tenham um sentido profundo". Isto é de uma ironia premonitória! Então, o SS que, nesta Eurovisão, se quis afirmar acima de tudo como alguém superior a interpretações mais viradas para o entretenimento! 2º Nesse mesmo concurso dos Ídolos, um membro do júri acusou o SS de ser arrogante e pretensioso, pois não só tinha apresentado duas vezes seguidas a mesma música como chegou a não se lembrar da letra de uma outra e, quando lhe pediram para cantar outra, ele trocou "night" por "day", foi chamado à atenção e ainda respondeu: "night ou day é tudo a mesma coisa"! Isto é mesmo de alguém arrogante! E mais- quando um dos membros do júri lhe disse que não tinha gostado de uma das suas prestações, ele afirmou que não queria saber, que o que lhe interessava era que a sua namorada de então tivesse gostado! Mas, então, por que é que concorreu? Se não estava pronto para ser avaliado, ficava em casa a cantar para a namorada! E mais, ainda no contexto da Eurovisão- noutra conferência de imprensa já em Lisboa, SS diz que fez questão de agradecer ao público em português, mas na conferência de imprensa já falou em inglês! Não havia mal algum cantar a canção em português e agradecer numa língua franca, não seria isso que desprestigiaria a prestação portuguesa, muito pelo contrário! Com tudo isto quero dizer que fiquei contente que Portugal tivesse ganhado o Festival, apesar de a música não ser a minha favorita ( não é por valorizarmos outras prestações que deixamos de ser mais ou menos patriotas, muito pelo contrário, pois devemos ser justos e objectivos!), mas não apreciei a má educação, o pretensiosismo e a arrogância que os irmãos Sobral revelaram! Só lhes ficou mal e muito me espanta que sejam poucas as pessoas a reparar nestas incongruências todas que revelam tudo menos humildade e simplicidade e, já agora, autenticidade! Ser-se autêntico não implica usar artificialidades para se fingir sê-lo e muito menos ser mal educado, rude e arrogante!

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    1. Alguém que pensa como eu no que respeita as afirmações feitas pelo Salvador aquando da vitória.
      Apesar de, ao contrário de si, adorar a voz, a música e o jeito, achei ofensiva a observação, pondo-me no lugar dos outros concorrentes.
      Comentei o assunto com o meu marido e hoje vi uma notícia de desagrado do concorrente sueco.
      E virão mais.
      Ao contrário de si, também, acredito que o não fez para ofender, mas apenas porque "tem o coração na boca".
      Não duvido ( ainda) da genuinidade do Salvador. Já da irmã, nao afirmo o mesmo.

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    2. Acho que é mais isso anónimo das 19:19. O Salvador tem o coração na boca.
      Isso não me incomoda e não o achei nem mal educado, nem rude, nem arrogante, antes pelo contrário. Para mim, isso tudo é outra coisa, é outra forma de estar.
      Ele foi verdadeiro e com certeza chegou a um ponto na vida em que já consegue distinguir o que é fundamental e o que é supérfluo para ele. Às vezes as pessoas estão tão preocupadas com a forma que descuram o conteúdo, que é nenhum ou é 'poucochinho'. No Salvador eu encontro primeiramente conteúdo e, depois, algum experimentalismo na forma. Seja quando fala, seja quando canta/interpreta. (Cantar bem muita gente canta...mas falta o resto para se ser artista.) Portanto, nada de grave.
      Houvesse mais gente assim: menos dada aos convencionalismos da nossa sociedade mas mais dedicada ao que realmente têm algum valor. No caso, ele dedicou-se à arte e ao 'ser'.
      Pode vir a polir a maneira de estar mas parece-me que nesta altura essa não é uma prioridade.

      São opiniões. :)

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    3. Eu não assumi que o comentário dele fosse dirigido aos outros concorrentes, mas sim à indústria da música em geral. Quem se deixou melindrar pelo comentário, provavelmente sente ou sabe que, no fundo, a sua música é fast food sem conteúdo.

      Atenção, não estou a dizer que toda a música que não segue os parâmetros da música do Sobral é má. Há música muito boa dentro de todos os géneros, mas é preciso procurar e ouvir muitos big macs.

      É também dentro deste raciocínio que se compreende quando ele diz que sente que se está a prostituir ao participar neste tipo de concursos. A forma como a indústria trabalha obriga os artistas a fazer o que não querem para se promoverem.

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    4. Concordo com o comentário do anónimo das 11:18. Pegando no tema da humildade, considero os Irmãos Sobral, mais humildes, do que o menino querido da pop music (Justin Bieber), que ultimamente tem tido atitudes deploráveis para com os seus fãs (desde cuspir na cara deles, até não aceitar dar autógrafos, etc...). O que o Salvador condenou foi os lobbies das editoras, que muitas vezes levam os artistas a mudar de estilo para um mais vendável, as rádios que passam músicas de qualidade discutível e que a repetem a cada 2 horas (como a despacito).

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  39. Ok a letra é gira :)
    Agora não sabia que prepotência e arrogância viraram sinónimo de honestidade e franqueza. E por acaso esta Luisa Sobral é a tal que canta aquela música enfadonha do "Moakambo" onde a rapariga mal abre a boca e só sussurra "Meu Kão" "Meu Kão" (Mokambo)?
    E mais, o SS precisava fazer aqueles trejeitos estranhos em palco? Sem comentários.

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    1. Sou só eu a questionar os trejeitos do nosso Salvador e a não ver neles qualquer mania, Mas simplesmente os trejeitos próprios de um asperger?
      Não há por aqui mães de asperger s ou técnicos?

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    2. Eu não sei se o Salvador tem ou não Asperger, não consigo aferir isso ao olhar para o rapaz a cantar e a exprimir-se ao jeito dele, mas o que lhe tenho a perguntar é: e se for? qual é o interesse nisso? Que diferença faz? aumenta ou diminui em alguma coisa a prestação dele? Será que temos que classificar tudo e mais alguma coisa que é diferente?
      Dá vontade de dizer, deixem o homem em paz! Ele ganhou, trouxe visibilidade e prestígio para Portugal.
      (sou tia de um Asperger)

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    3. E eu mãe de um, cujos sinais conheço como as minhas mãos ( não sou tia! ), por isso a minha observação não foi, de todo, desprestigiosa...bem pelo contrário.
      A intenção era apenas perceber se mais alguém via o que eu via. (Houvesse mais aspergers e o mundo seria melhor)

      Anónima das 15.14

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    4. Já agora "tia ", diz.se " ter síndrome de asperger ou ser asperger...ou aspie, mas não se diz ter asperger.

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    5. Também eu sou mãe de um aspie maravilhoso e percebo perfeitamente o que esta mãe quis dizer.
      Sendo ou não o Salvador um, a verdade é que eles têm esta incapacidade de lidar com multidões.
      São autênticos. Espontâneos. Desconcertantes, por vezes, porque não têm filtros.
      O Salvador é um aspie em potência mesmo que o não seja. De uma naturalidade incrível.. .num mundo onde é importante manter a fachada que não usa.
      Também os jeitos de um aspie são diferentes dos comuns mortais, sim...e pode não os ter sempre.
      O meu filho, por exemplo, só tem estereotipias quando está entusiasmado ou inquieto. Nas restantes situações nem se veem.

      ( só me manifestei por não ter gostado da forma rude como a comentadora tia de aspie analisou a questão. )

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  40. Ponham o miúdo a cantar, coisa que ele faz bem, muito bem, mas não o entrevistem :)

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  41. Eu também estava no Marquês ,arrastada pelo meu namorado..só queria um serão sossegado em frente á TV pra ver o festival ,segui a semifinal tal cm se tivesse a seguir a Seleção Nacional e tinha um feeling que série desta k ganhávamos alguma coisa ...mas não .....ali estava eu no meio da molhada benfiquista sem total acesso á internet PK ali embaixo ninguém tinha NET,nem lenta nem da Pre-historia ...sem saber resultados do festival ..NAda!!!! E heis que surge uma voz na praça a dizer k "o benfiquista Salvador Sobral acaba de ganhar o festival da cancao !!!! Foi a loucura!!!!!!! :-)

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  42. Depois de ler alguns dos comentários neste post não fico nada admirada com algumas das coisas que li sobre o Salvador Sobral na imprensa estrangeira.
    Num artigo da Reuters uma búlgara indignava-se imenso com esta vitória de Portugal na eurovisão, quem devia ter ganho era a Bulgária, etc etc. Chegou a dizer, a dita búlgara, que os portugueses são os ciganos da Europa (a relevância deste pormenor num artigo sobre a eurovisão ultrapassa-me completamente).
    Depois chego aqui e há gente que disseca o que o rapaz disse nos ídolos quando era um adolescente (!!), quem análise os gestos e os associe (correctamente ou não) à existência de um síndrome. Enfim!
    Português que é português não sabe ganhar. Está mais que visto. Ganhamos e temos que discutir a vitória e analisar tudo e mais alguma coisa. Não me admira que lá fora também achem que Portugal não deve ganhar nunca, nem a feijões. Somos nós próprios que transmitimos toda esta energia estranha.
    Ganhamos. Festejemos. Caguemos para o resto (como fazem muitos outros povos deste mundo).

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    1. Antes de mais, quero fazer uma ressalva, pois gosto de ser justa- o SS, na tal conferência de imprensa, não disse, ao contrário do que escrevi: "I don´t give a shit if my music is played on the radio", mas sim, face à pergunta de um dos jornalistas: " you said that it was real art which won this contest not fireworks , but aren´t you afraid your song won´t be played on the radio stations?", SS respondeu: " I never wrote a song to be played on the radio stations, man. My album came out in 2016 and nobody gave a shit. It´s jazz it´s the way jazz is". Quanto à sua indignação sobre o facto de dissecar as reacções de SS quando dos Ídolos, só o fiz pois creio que se repete o padrão da arrogância, do pretensiosismo e da falta de humildade e simplicidade. Então, era um adolescente, sim senhora, mas pelos vistos, hoje, com 27 anos, mantém muitos dos tiques de estrela que se lhe perscrutavam já nessa altura. SS, nessa altura, não soube ter fair-play, não soube perder- aliás, denegriu a sua passagem pelos tais concursos como se fosse algo desonroso, algo que repetiu neste Festival da Eurovisão, chegando ao ponto de afirmar que se sentia a prostituir-se por participar e que o que o demoveu de desistir foi considerar que estavam numa missão. Esta da missão é engraçada- como se a estrela se desse ao trabalho de ter de ensinar aos plebeus o que é ou não boa música! Daí o seu mais que arrogante discurso depois de ter ganhado! Daí ter afirmado que a sua música era um "tartare", comparada com as outras que eram meros "hamburgers"! Isto é de uma arrogância extrema! Na minha opinião, foi com toda a justiça e educação que o representante da Suécia o meteu no seu lugar ao dar-lhe os parabéns pela vitória e pela bonita melodia, mas ao ressalvar que todo o tipo de música tem o seu espaço e que não lhe tinha ficado bem, como vencedor, ter tido aquele tipo de discurso! Daí que concorde consigo, mas por razões contrárias- "português que é português não sabe ganhar. Não me admira que lá fora também achem que Portugal não deve ganhar nunca, nem a feijões. Somos nós próprios que transmitimos toda esta energia estranha". Ora a "esta energia estranha" chama-se, no caso do SS, má educação, arrogância e pretensiosismo . Comprova-se que quem não sabe perder não sabe ganhar e vice-versa! E garanto-lhe que a imagem que Portugal transmitiu, com toda esta "falta de chá" não foi, de modo algum, positiva! Uma coisa é positividade, assertividade e confiança, outra muito distinta é má educação! Por tudo isto, a participação de Portugal foi algo esquizofrénica - quis-se ganhar pela pretensa simplicidade e humildade e, depois da vitória, só se mostrou o seu oposto.

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