Hoje, ao almoço, perguntava-me o meu homem se eu já sabia da polémica do absinto. Oi? Polémica do absinto? Não fazia ideia do que é que ele estava a falar. "Não foste ao Facebook hoje? Não reparaste que estava toda a gente a falar de absinto?". Não, ainda não tinha ido ao Facebook, por isso a piada do dia estava a passar-me ao lado. Pois que a coisa vinha do programa Prós e Contras emitido ontem, a propósito das praxes e onde estava presente a jornalista Fernanda Câncio (do lado do contra). Claro que depois de saber da história, há pouco colei-me à televisão e lá estive a assistir ao debate (claramente meritório de pipocas, que uma boa comédia pede sempre algo para acompanhar). Pois que, a páginas tantas, passaram o microfone a uma jovem da Universidade do Algarve - acérrima defensora das praxes e bastante sofrível a nível da eloquência -, que não só comparou as praxes violentas exibidas no documentário Praxis com, por exemplo, a Color Run (na qual as pessoas participam voluntariamente para levarem com pós coloridos), como lançou uma pergunta à Fernanda Câncio. Por acaso saberia ela que são aplicadas praxes aos jornalistas estagiários? Saberia ela que essa praxe consiste em obrigar os estagiários a beber um copo de absinto puro no bar da redacção? E por ali continuou, a debitar perguntas e considerações tontas. Uma pena que não tenham filmado de imediato a cara da Fernanda Câncio (que, ao longo do debate, pecou pela atitude excessivamente displicente), porque ou estaria perplexa ou estaria a atirar-se para o chão e a rir à gargalhada com a enormidade do disparate. Questionada pela Fátima Campos Ferreira sobre como é que teria tido conhecimento dessa suposta "praxe", a jovem Filipa fez uma analogia, em jeito de graçola, ao código deontológico jornalístico, defendendo que também ela não podia revelar as suas fontes. E sentou-se, vitoriosa, a achar que tinha feito a revelação bombástica do ano. Tão fofinha a Filipa. De facto, no meu Facebook, onde uns 25% dos meus amigos são jornalistas ou ex-jornalistas, toda a gente se mostrava hoje bastante indignada por nunca ter sido praxada com absinto. Realmente, uns são filhos, outros são enteados. Bem, na verdade acho que somos todos enteados, porque eu juro pela minha saudinha que nunca tinha ouvido falar de tal coisa. E, pelos vistos, os meus amigos também não. Passei por quatro redacções como jornalista, colaborei com várias outras publicações e nunca avistei um shotzinho que fosse. Malandros, que me andaram a privar de uma monumental bebedeira. Mas a Filipa sabe. A Filipa tem fontes. E se calhar até as tem, nunca se sabe (vai-se a ver e foi um colega que foi praxado assim na redacção do jornalinho da universidade)! Por exemplo, eu também tenho fontes, seguras, que me falam de abusos nas praxes. Os tais abusos que toda a gente que anda metida nisto diz não ver. Nãaaaaaaao, a praxe é só integração, é praticamente só serenatas e coisas fofinhas, como dizia no Prós e Contras o presidente da Associação Académica de Coimbra. Mas quando lhe pediram que comentasse regras específicas do Código da Praxe, como ser admissível que um veterano corte o cabelo de um caloiro, escusou-se com um "não vou entrar por esse tipo de discussão" e ainda alvitrou que o Código da Praxe não é uma coisa com poder legal. Que conveniente. Nunca ninguém viu um abuso, nunca ninguém viu um caloiro a ser humilhado, todos os que praxam (ou praxaram) dizem nunca ter perpetrado ou incitado esse tipo de comportamento. Nunca! E dizem ainda que as imagens que têm vindo a público (e que são cada vez mais e mais variadas) são apenas casos pontuais. Coisas raras. Acontecem uma vez a cada dez anos. De resto é tudo paz e amor, qual humilhação, qual submissão, qual quê. Mas eu nem sequer precisava de ter quem me relatasse casos de abusos, porque eu própria já os vi. Até já escrevi sobre eles aqui e tudo. Este é só um exemplo. Qualquer pessoa que more numa cidade que tenha universidades, seguramente já terá assistido a episódios semelhantes. Que não são só brincadeiras inocentes, como esta malta quer fazer parecer. São coisas estúpidas de gente que acredita que uma capa às costas lhes confere super poderes. Gente que anda na faculdade 24 (VINTE-E-QUATRO) anos para acabar um curso, como o Dux da Universidade de Coimbra, que argumenta que, coitado, é trabalhador-estudante e que a vida académica é impiedosa para quem trabalha, numa clara ofensa a todos os que o fazem e que acabam os seus cursos em tempo útil. Ai, vida. De facto, como as coisas estão, o melhor mesmo é emborcar um shot de absinto e esquecer que as praxes existem. Até que acabem com elas de vez.
277 comentários:
«O mais antigo ‹Mais antiga 201 – 277 de 277O documentário Praxis filmou a praxe e os seus abusos em universidades de norte a sul do País. Logo, não sei de onde vem agora esta coisa de Lisboa e esta necessidade (habitual, aliás) de estar sempre a ir buscar este tema. Isto vem exactamente a que propósito?
pois, a 'boa praxe' não dá audiências nem visualizações a blogues.
gosto muito do seu blog pipoca, venho cá todos os dias. mas custa-me ver que este tema é o que tem mais comentários, e certamente mais visualizações. mas é disto que vivemos.
O que é mais assustador é perceber que existe tanta gente a ver os actos que se praticam em nome da praxe como normais e perfeitamente justificáveis. Mas alguém no seu perfeito juízo consegue achar normal que se corte o cabelo a uma pessoa porque um inútil qualquer se lembrou que isso era um castigo engraçado e inofensivo? É o espelho de um país completamente submisso e sem capacidade de reacção, que come tudo o que lhe põem no prato, sem reclamar. É esta a sociedade que queremos?
O que é mais estúpido ainda é que alguns daqueles que se declaram como "doutores" e que pensam que têm super-poderes só por terem uma capa às costas, têm mais cadeiras para fazer do que um caloiro ao final de 1 ano... Vida triste a deles, fazem-se grandes e afinal são bem pequeninos! Agora pergunto eu "Que legitimidade têm eles para se classificarem e obrigarem os caloiros (eu já estive nessa fase) a chamarem-lhes de «doutor/a? quando se está perante essa situação de terem menos cadeiras feitas do que o número de dentes de um bebé com um ano e meio?»".
Como estudante universitária de Coimbra, acho demasiado as praxes praticadas por cá... deviam ser sim para integração mas não da maneira como estas são praticadas. A mim, tanto tempo me obrigaram a estar de quatro que fiquei com grandes nódoas negras nos joelhos ao ponto de até vestir umas calças estes me doerem muito. É triste... mas o facto de nos declararmos anti-praxe, somos logo postos de lado, consciente ou inconscientemente.
Olá Pipoca,
Ao contrário de ti, sou a favor da praxe, enquanto actividade livre, de vontade de próprio e de pura diversão. Não concordo que a praxe seja humilhação e que todas as actividades são apenas isso.. humilhação. Muito menos aceito comentários como os que a TVI tem passado, intitulado os praxistas de psicopatas, sem visão de futuro e com enorme sentimento de omnipotência. Há exageros, claro. Há, infelizmente, imensas pessoas que acham que um traje lhes confere um poder quase divino e que, portanto, podem fazer o que muito bem lhes apetece. É aqui que torço o nariz à praxe. Acho que deve haver regras, que devem ser cumpridas e que quem não as respeitar deve responder por isso em sítio destinado para o efeito. Mas acho que se está a exagerar em toda esta questão. Compreendo que seja relevante discutir este tema, que deva ser mais rígido quando há falhas mas há algo que não se legisla - o bom senso. E isso é o que falha em muitas coisas e é o que se pede em quase tudo na vida.
Quanto ao debate no Prós e Contras, acho apenas que foi um argumento ridículo, de quem não tem mais nada para dizer. Parece-me que os que são a favor da praxe estão a pintar um quadro demasiado cor de rosa e aquelas que são contra pintam um quadro demasiado negro.
Inês Gonçalves
Eu tenho de falar: onde já se viu prestar vassalagem a uma pessoa com infinitas matrículas na faculdade? Foi o que mais me desiludiu ao entrar para a universidade. Pensavs k os capinhas negras eram os estudiosos e... epá, por amor da santa. Paga-se um dinheirão pelas propinas para andar na brincadeira!
Como não me conhece, não pode avaliar a minha capacidade de perceber. Quando se faz uma análise de prós e contras, avaliam-se todas as perspectivas do problema, que vejo que recusa analisar. Não é olhar para o meu umbigo. Eu já nem estou na faculdade, mas prezo o umbigo dos outros, que menospreza ao referir "chavões"do antigo testamento como "o paga o justo pelo pagador".
E o "não te vou dizer o que se perde" reflete a sua cobardia e negação em entrar no diálogo aberto. Continuo a espera de uma resposta, se achar que tem uma para me dar.
O aprender a cuidar de uns e outros aprende-se em muitos sítios e em muitas ocasiões para além da praxe. Num mero trabalho de grupo (que julgo que terá muitos na faculdade) aprende-se isso mesmo, quando um dos membros falha, e na mente do colaborador cumpridor haverá mais lógica de grupo do que aquela que me pretende fazer querer que exista. O cuidar e o zelar pelo grupo não são exclusivos da praxe, e vejo 1000 maneiras mais eficientes de o promover.
Já presenciei imensas reformas, mudanças de condições mais drásticas do que uma restruturação ou abolição da praxe, reformas minhas e de outras pessoas com a idade dos caloiros que tanto zela, para lhe dizer que nada é intransponível. Muito menos por miúdos de 18 anos. Aliás, se for um pouco mais longe e comparar a estrutura da academia de Coimbra (professores, funcionáruis, etc) com a que existia a 15 anos atrás, verá que ela própria está mais próxima do aluno, mas acolhedora e menos distante. Se a relação aluno+professor tem evoluído (cada vez menos um professor é uma autoridade austera e distante), porque diabo a relação caloiro+veterano não há de evoluir também.
Daqui a uns anos quando ler o que acabou de escrever e se confrontar no que a academia se tornou, talvez se ria.
Não julgo que a praxe seja a fracção mais importante da tradição académica, por isso acredito que a tradição irá continuar mas sem apoio expresso a praxes ou a qualquer prática que interfira na liberdade do aluno.
A tendência será sempre esta, quer queira quer não.
Entrei em 97 para a faculdade de farmácia. Licenciei-me 5 anos depois. Em 2004 iniciei uma segunda licenciatura, em medicina dentária. Tenho vindo a fazer umas cadeiras quando posso desde então conjugando com trabalho, filhas, vida pessoal etc. Isso faz de mim o quê? Humilha-me como diz a Brilhante Pipoca? ou como já tenho uma licenciatura já posso estar há 10 anos para acabar o curso?
Temos gente em Portugal com valor, como M. Alegre, Adriano Correia de Oliveira que demoraram anos a licenciar-se (no caso do Alegre nunca acabou o curso, por se ter dedicado à poesia etc) São burros? "Humilhação suficiente?" Sabe lá a vida dele (do dux)?!
Pior que ser burro é ser tacanho e preconceituoso.
Mas quando é que isso esteve em causa? Não é isso que se discute aqui.
Porque em Lisboa não existe efectivamente tradição de praxe, nem cortejo, nem queima, nem nada que se pareça.
Realmente, quando nos tocam no pontinho ficamos todos on fire não é?
Quer dizer, os jornalistas, e todas as pessoas anti-praxe podem contar historias que ouviram de fontes seguras (dizem elas!!!!) Mas quando é ao contrário, quando é um praxista a contar historias sobre os jornalistas não, já não pode ser! Vamos processá-los! Vamos fazer uma manif de jornalistas! Vamos fazer petições.
Quando somos nós os alvos das supostas mentiras é realmente lixado.
Mas pipoca, com todo o respeito, vou contar-lhe o meu caso e talvez me queira dar uma resposta:
A partir de agora sair à rua trajada vai ser perigoso.
Tenho amigos meus, que por este fim de semana estarem trajados, na sua vida, sem chatearem ninguém, foram agredidos e chamados de assassinos! E minha cara, sou do porto, nem sequer tenho nada a haver com a lusófona ou com a praxe que se faz sentir em Lisboa.
A pergunta que lhe faço é:
Que culpa tenho eu, ou os universitários de todo o país que seis pessoas tenham morrido desta triste maneira? Que culpa tenho eu que os jornalistas só tragam a publico historias mal contadas onde a suposta praxe foi culpada disto e daquilo. Que culpa tenho eu, para ser agredida, insultada, ser tratada como uma assassina?
Chegamos ao dia, em que usar um traje, símbolo NÃO DE PRAXE, MAS DE ACADEMISMO, (pois qualquer universitário, praxista ou não o pode usar), usar o traje é ser marcado como criminoso, como imbecil sem princípios, ignorante, arruaceiro, mal criado. Usar um traje, ouvir uma serenata, ver um festival de tunas e ouvir os tão amados fados académicos de Coimbra, tudo isto vai passar a ser sinónimo de coisas más.
Eu só tenho de agradecer aos media, por tentarem destruir a melhor fase que um universitário pode ter.
Obrigado jornalistas.
p.s: Pergunto também a quem critica a praxe, onde está o bom senso, o carácter, o civismos ao fazerem isto a jovens trajados.
Obrigado.
Fofito.
Ponto número um (para ti até é por extenso): eu assumi ser defendora da praxe. Tens de ler as coisas com mais calminha, e tal. Assim perceberias que foi logo o que disse ao inicio.
Ponto número dois: o que é que decide na minha instituição o que é humilhação e não é? A mesma "entidade" que decide na sua vida o que é ou não. A ética, a moralidade e os princípios. E portanto, parece-me que se eu quiser dizer que aquilo que vi no "documentário" Praxis não são efectivamente actos que devam acontecer em âmbito de praxe (como já disse), digo. Porque é efectivamente o que acho. Tais imagens não devem ser repercutidas, incessantemente. Agora, o que os senhores anti praxe querem é que, nós, OS DEFENSORES, digamos que praxe é aquilo mesmo. Que é bom andar a rebolar em merda e etc e tal. Mas se não achamos isso, e temos uma idiologia diferente de praxe, porque é que havemos de dizer aquilo que os senhores anti praxe querem ouvir? É que no fundo, isso é um argumento muito fácil de se usar. É dizer que nós concordamos com aquilo para fazer de nós pessoas "monstruosas" e "mal formadas", para vocês, pessoas cheias de moral e muito bem instruidas terem a quem apontar o dedo.
P.S.: Tem de começar a escrever com mais calma. Os nervos dão lhe cabo do coração. E mais nunca foi praxado.
Também é deveras preocupante ver jornalistas e ministros preocupados com um assunto que não interessa nem ao menino Jesus em vez que andarem a tratar de assuntos importantes... Ou não?
Muitas pessoas lançaram comentários no debate em relação às outras, é verdade. Mas não te esqueças que a Fernanda Câncio estava a representar uma posição e inevitavelmente é uma figura pública, como tal, o que ela diz e faz irá ter consequências públicas.
Dizer que "não há pachorra pra este Vera Cruz" é só um pequeno exemplo da falta de respeito dela.
Quanto aos "muitos" a "maioria" ou "todos" querem a praxe, porque não fazer um referendo? Diz que tá na moda fazer referendos sobre coisas absurdas, então faz-se mais um!
Ana
Pó de Lisboa... Ando na UP, não sou praxista, participo no Cortejo, Monumental Serenata e Queima todos os anos. Não uso o traje porque não me identifico com a praxe. Metade dos meus amigos são praxistas. Ninguém morreu em defesa de nada. O seu comentário está cheio de especulações e mentiras e as suas estatísticas inventadas fizeram-me rir.
Ola Pipoca...
Eu tambem assisti ao Prós e Contras relativamente à praxe... Penso que todos, os prós e os contras, se fazem passar por sonsos e um pouco hipocritas! Evectivamente a Praxe promove a integração e o convivio entre os novos alunos com os alunos mais velhos.. Logo nem tudo na praxe é mau! (Eu fui praxada e quando cheguei a universidade detestava o conceito)!! Porém, nem todas as praxes são saudaveis, nem todas as praxes promovem a integração e muitas vezes ha abusos porque os "Doutores" são pessoas frustadas com sede de poder! Acho mal que os representantes das associações académicas escondam o sol com a peneira, comparando com exemplos parvos e incomoaraveis como a Color Run! ENFIM!
O que penso, é que a praxe não é tão má como os meios de comunicação estão a mostrar, nem tao boas e correctas como os representates académicos pintam...
Apesar de ser contra a praxe pelo princípio que está por trás (verticalidade, subserviência, humilhação), apreciei muito os argumentos da tua opinião. É fácil cair no insulto nestes temas polémicos (para os dois lados...) Não sou radical e sei que há praxes como a que descreves e que talvez grande parte das pessoas a siga como tu. Mas o princípio por trás é mais complexo... Idealizo um meio termo entre a praxe e o não haver praxe - convívios, atividades, jogos - que não envolvam a hierarquia e possibilidade de humilhação :)
Beatriz
Rute,
A generalidade das pessoas tem ideia do que é a Praxe porque muitos estudantes a praticam publicamente, desde há anos!! É por isso que este assunto atrai toda a sociedade e toda a gente opina. E como remete para o relacionamento entre pessoas e todas as pessoas sabem o que isso é, é natural que opinem.
A Rute não sabe tudo o que as outras pessoas sabem ou deixam de saber. Mas eu não tenho a menor dúvida que sabe o que é a Praxe e todos os que têm um discurso muito idêntico ao seu. É que para além de saberem, por terem por lá passado e isso ter um significado, não querem admitir que alguém ponha em causa isso! E é mais fácil dizer que as pessoas não sabem do que estão a falar do que em alterar alguma coisa e provar ao mundo aquilo que defendem!
Ora ninguém está a criticar a sua Praxe ou a do João, da Ana ou do Ricardo, etc, etc...
O que as pessoas criticam é o conjunto de comportamentos que se tem tido em nome da Praxe.
Se defende a Praxe, então não faça disso um "31 de boca". Reuna os seus colegas e queixem-se às 19 faculdades filmadas de não saberem o que é a Praxe a andarem a difamá-la injustamente para com aqueles que não fazem isso.
Só que terá que resolver vários problemas: quem é que vai decidir o que é a boa praxe? Se isso for um assunto de cada faculdade, coisas diferentes vão ter o mesmo nome? Ah então depois não se queixem das pessoas que "não sabem" o que é a Praxe!
Ninguém registou a patente e cada faculdade tem comissões de Praxe que fazem o que querem, interpretando o respectivo código. E isto pode variar ao longo do tempo!
Lamento, mas a praxe é o que todos fazem no seu nome, seja fabuloso, asqueroso, brincadeira ou crime! E tudo isto aconteceu e acontece! Mas quando estamos emocionalmente fusionados com alguma coisa em que acreditamos, é duro vermos isso manchado e posto em causa por outros.
Então desafio-a: comece a mudança e mostre-a ao resto do mundo. E depois diga-nos o que não sabemos!
P.S. Já se preguntou porque é que as vítimas de bullying, violência doméstica ou assédio no trabalho não denunciam aquilo a que se sujeitam...?
As Comissões de Praxe variam ao longo do tempo, dependendo de uma hierarquia que pode variar também. Não sei de nenhuma que exponha de forma transparente à comunidade estudantil qual o seu plano para aquele ano.
Rita Ribeiro, as pessoas que sofrem de violência doméstica, assédio no trabalho, exploração ou bullying... muitas vezes não conseguem denunciar e têm medo de dizer não. Cuidado com os julgamentos que faz sobre isso.
Sim, foi. Ainda bem que me topaste.
No exército também se praxa.
A representante da Universidade do Algarve devia estar a referir-se à tua história. Lá está, não é por se chamar "Praxe" seja a que for que se torna algo bom!
Sei de fonte segura que há muitos rapazes que não foram considerados nesse estudo....
Estudei na Faculdade de Letras de Coimbra, e pude observar várias praxes feitas. Na maioria,todas elas eram ridículas e de pura humilhação. Nunca aceitei que me fizessem tal 'coisa'. Numa das praxes,era os caloiros terem que ir limpar a casa dos doutores,nomeadamente casas de banho. E isto é que são praxes???
Eu tive a sorte de pouco ou nada ser praxada, pois mediante o que vi nunca admitia o ser pois imediatamente me declarava anti-praxe. Bem que os doutores ameaçavam, que caso o fizesse não poderia trajar. E eu como nunca tive medo, enfrentei sempre tudo. Eu sou assim, mas existem estudantes que não o conseguem ser. As ameaças são fortes, muito fortes...
Podem defender muito as praxes, mas os contras são a maioria.
Deixo a minha opinião, é só uma opinião como muitas..
Gostei do post Pipoca!!!
Fui praxada, praxo, e já fui reconhecida pela faculdade por ser uma das melhores alunas do meu curso :) não somos todos iguais!
não me diga que nunca bebeu um shot de absinto no trabalho...
Anónimo da 01.04, e crescer, não? São inteligentes, acabaram o curso, dêem a vaga a outros. Só lá andam para poderem praxar? Mas que raio se passa aqui? Acabaram a faculdade, vão à sua vida. Caso não saibam os alunos universitários ficam caros a todos nós. Mesmo pagando propinas há muito que é sustentado e, bem , pelo Estado (basta ver a diferença entre a mensalidade no privado e a propina do público). Por que raio tenho eu de continuara pagar, enquanto contribuinte, só porque uns Peter Panzinho não sabem crescer e querem continuar a praxar? Maturidade e responsabilidade precisa-se!
Olhando para os factos bastava implementar as seguintes regras, e 80% dos problemas das praxes acabavam :
Só se pode praxar em UNIVERSIDADES e que sejam publicas.
Só podem praxar alunos que em determinado momento tenham concuido 90% das respectivas cadeiras do curso (em relaçao às matriculas claro) e que tenham um media de curso igual ou superior a 14 valores.
Acreditem que muita coisa melhorava.
A maior parte das parvoices acontecem exactamente nos locais de ensino que têm menos tradiçao academica (talvez devido a complexos de "novo-rico") e a maior parte dos idiotas que causam mais merda sao os mais baldas.
Ja que a malta que defende as praxes gosta tanto a aplicar regras (so participa nas actividades academicas quem for pro-praxe), entao se a Universidade serve para estudar parece-me justo que quem praxe seja quem estuda um minimo.
Evidentemj«ente que isto nao resolvia tudo, mas ajudava bastante.
Acho uma piada às virgens ofendidas que defendem a praxe a todo o custo e para tal utilizam argumentos completamente infundados. Estudo na Universidade de Coimbra há 4 anos. Quando cheguei, em 2010, vinda no Norte e completamente perdida no meio de tudo aquilo o que encontrei foram estudantes um ano mais velhos que eu que protegidos pela sua "toda-poderosa" capa e batina se viram no direito de, no primeiro dia de aulas, me irem buscar à porta da sala de aula para a praxe. Não me perguntaram se queria ou não e eu mesmo se o tivessem feito estava demasiado assustada para admitir que não. Fui nesse primeiro dia à praxe e depois disso nunca mais lá pus os pés. Peço desculpa mas fazer figuras ridículas, ter que obedecer a ordens parvas, entoar cânticos grosseiros e ser humilhada enquanto me mandavam manter os olhos no chão não foi particularmente agradável. Não consigo perceber esta defesa cega e repleta de paixão que os meus colegas estudantes fazem da praxe. É ridícula e não faz sentido. Mas não me venham dizer os estudantes não são excluídos quando se recusam a ir à praxe porque não é verdade. Felizmente, não tenho grande interesse em ter indivíduos que encontram prazer na humilhação como amigos.
A este comentário completamente absurdo apenas tenho a dizer que o traje é vendido em lojas abertas ao público e que não é exigida qualquer prova em como a pessoa pertence à praxe, logo qualquer um pode comprar e usar, quando e onde bem entender! A serenata é realizada em local aberto e público sem qualquer controlo, logo pode ir quem quiser, trajado ou não, caloiro ou não, praxista ou não!! A queima das fitas é organizada pela federação académica e é dedicada aos ESTUDANTES e não ao membros da praxe!! Desde que paguem o bilhete qualquer um pode entrar!! Quanto à treta da exclusão, fui caloira, sou praxista e 80% do meu grupo de amigos não o é! Sempre nos demos todos bem, porque sem existiu respeito pela liberdade de escolha e opinião, coisa que não tenho visto, na comunicação social e em muitos comentários! E nunca ninguem se sentiu excluido, quer de um lado quer do outro!!
Com tanto alarido em redor do programa lá tive de ir espreitar... A primeira conclusão que tiro é que, de facto, a jornalista convidada devia ter vergonha da figura que fez... Não que não tivesse bons argumentos mas, de facto, para alguém que foi criticar o desrespeito pelos outros não teve uma atitude nada correta... Quanto à praxe, admito que me faz alguma confusão.. Ouvir alunos um ano mais novos (ou não..) a tratar os outros por doutores e a obedecer-lhes não faz muito o meu género... Contudo, já fui praxada no primeiro ano de um curso que fiz há já alguns anos e não vivi nada de dramático ou humilhante... A verdadeira questão é: proibir resolve alguma coisa? Na minha opinião não.. Está visto que as situações de praxe com atos mais deploráveis não são as que ocorrem dentro da instituição, mas fora dela! Ou seja, em faculdades onde a praxe não é permitida dentro das instalações, ela continua a existir.... Mas sem qualquer controlo! Não vale a pena discutir se é correto ou não humilhar alguém pois, nesse ponto, salvo algumas exceções que não serão “normais" ninguém acha correto que se chegue a este ponto.. Mas se as atividades de praxe que se relacionam com os cortejos, serenatas, passeios pela cidade realmente ocorrem e são benéficas porque não mantêm-las? Não me parece que ao proibir se resolva a situação pois, aí, deixa de haver qualquer controlo por parte das instituições! Tudo o que seja violência e humilhação deve ser denunciado porque é crime! Mas só controlando se podem reconhecer estas situações... Como em tudo na vida há qu haver bom senso e equilíbrio que, infelizmente, me parecem estar cada vez mais em falta nesta sociedade!
Alguns estudantes que aqui vêm defender a praxe, fariam um melhor serviço à mesma se estivessem caladinhos. É que meus amigos, os vossos argumentos são tão fraquinhos e ,vá, alguns tão idiotas, que realmente é preciso fazer algo pelo ensino superior, do ponto de vista da formação académica dos estudantes. Valha-me Deus! Escrevem tão mal e dão tantos erros...Argumentos tão pobrezinhos para quem frequentou ou frequenta (alguns tiraram mestrados. A sério???). Deviam ter estudado mais e praxado menos...
Fui praxada durante 2 dias. Diziam eles (auto-intitulados "doutores") que era muito importante para a integração. Mas de 2 dias de praxe apenas retiro horas intermináveis na tão famosa posição de quatro, mais algumas horitas a ser insultada de forma gratuita, ser proibida de ir comprar agua apesar de estarem mais de 30ºC nesses dias e ser repreendida porque me recusei a tirar os óculos de sol (apesar de me ter sido recomendado pelo oftalmologista não andar ao sol sem óculos). Obviamente que me declarei anti-praxe e até assinei um papel, eles gostavam destas mariquices (devia ser para me meter medo). E não me arrependo nada da decisão que tomei. Claro que fui excluída mas antes ser excluída que pertencer à palhaçada que é a praxe. Não devia haver praxe para que a própria faculdade dinamizasse actividades para que todos se conhecessem de maneira educada, ordeira e saudável. E para mim, os jovens (tipo maria vai com as outras) têm cada vez menos maturidade quando chegam à faculdade e como os "doutores" dizem que tem de ser e depois como acham que vão ser excluídos lá segue tudo para a praxe tipo cordeirinhos. Na minha Faculdade no Porto era preciso ter-se estômago para ser anti-praxe, nem qualquer um tem a coragem de ir contra as massas.
Agora que regressei à UP para tirar um Mestrado, continuo anti-praxe. E apesar de trabalhar e não conseguir ter o estatuto de trabalhadora estudante dou o litro a estudar e como tal passei em todas as minhas unidades curriculares. Chateia-me é ver que o dinheiro que eu desconto para o estado é também usado para pessoas que não têm mais que fazer que querem armar-se em DUX. Gostava realmente que houvesse uma limitação do número de anos que uma pessoa pode ficar sem terminar um curso. Se não pretende terminar congele a matricula e quando tiver tempo retome, porque o que não falta é turistas a passear livros pelas faculdades.
Ao Dux (??!!!) de Coimbra digo: acabei o meu curso em 1992, ano em que também comecei a trabalhar. Fiz depois uma especialização; fiz um mestrado e estou a fazer um doutoramento... sempre a trabalhar paralelamente a tempo inteiro! Não me vanglorio disto, não sou caso único, felizmente! Ele é que é um grandessíssimo calão! Como diria o outro: "Vai mas é trabalhar!!!!"
Concordo consigo! Se generalizarmos erramos sempre! Também se diz que há todo um submundo de cocainomanos no jornalismo, mas daí a dizer que todos os jornalistas dão na coca vai uma grande distância! (E não, agora já não estamos a falar do jornal da universidade ou de um qualquer jornal de província!)
Não fale do que não sabe...
"(...) ouvi dizer que eu sou uma besta e não valho nada porque foi isso que me fez unir aos meus colegas." Não precisei de ler mais nada para perceber que não tem dois palmos de testa...
Oh Pipoca! Pensava que eras mais esperta! Não te deixes iludir pelo que se diz na TV. Uma frase basta para acabar com este assunto: Só anda nas praxes quem quer!!!
Mas os que praxam e têm 19 anos já podem ser responsabilizados pelos seus actos, podem ir para a cadeia e tudo...! Grande argumento esse.
Que bem dito!
OBRIGADA! O melhor comentário que já li aqui. A caixa de comentários está cheia com os típicos argumentos "não podes falar de praxes porque não foste praxada"; "eu sou contra os abusos mas a minha praxe foi óptima e adorei"; "na minha faculdade há um código de conduta para as praxes" e etc. etc. Percebam uma coisa, as praxes são TODAS uma idiotice e uma coisa do terceiro-mundo! São apenas humilhação e uma data de pessoas com a mania das grandezas a descarregar frustrações em pessoas mais fracas. Gostava de ver se alguém chegasse ao pé destas pessoas que defendem as praxes, no meio da rua, e lhes chamasse de bestas e as mandasse rastejar/estar de quatro/etc. O que é que faziam? Achavam normal? Não pois não? Então porque é que na faculdade acham normalíssimo e essencial para a "integração"?
E eu digo-te que às vezes há represálias (e intimidação) a quem não quer ser praxado. E agora? Como ficamos?
Quando quiserem argumentar façam-no de forma inteligente. Ninguém está a debater o fim do Ensino Superior para que possa estabelecer-se aqui um paralelismo com o fim da Igreja Católica. De acordo com essa linha de raciocínio, defender-se-ia o fim de actos de pedofilia e não o fim da instituição Igreja. Assim como se defende o fim da praxe.
"A UP, melhor Universidade do país" Ahaha está bem então. Ao primeiro comentário, tem toda a razão... Vão lá ver as praxes das faculdades de Economia e Gestão da Católica e da Nova, vão. E vejam se aprendem alguma coisa.
Ana. Exatamente. Na minha faculdade são os veteranos a usar a capa por cima da roupa, em jeito de nós sabermos o seu grau dentro da praxe. Mas apenas eles, não todos. O traje é tradicional, e é verdadeiramente bonito (na minha opinião pelo menos). Não dá super poderes, como disseram aqui, mas para mim é um orgulho estar no ensino universitário, num curso que goste. E ainda que as perspetivas possam não ser muito boas, continuo a ter orgulho na minha casa. É isso que pretende com o traje, na minha opinião pelo menos.
E por gostar tanto desta tradição, que originalmente nada tem de violento, que fico profundamente irritada quando se dizem tão bons na praxe mas usam o traje às sete pancadas, como nunca vi acontecer na minha casa na academia do Porto. A tradição pode não ter nascido nesta cidade, mas honramos a mesma.
"Quer dizer, quando vamos para Erasmus temos festas, encontros, passeios.. Tudo para conhecermos pessoas e cidades. Mas no nosso país o único comité de boas-vindas vem com insultos, canetas para pintar e armado de berros." Exactamente! Eu dou graças por ter frequentado a faculdade na cidade onde já morava e não precisei da palhaçada das praxes para nada. Tenho pena de quem vai para uma cidade nova e vê as praxes como única forma de "integração" (yeah right, nada é mais integrativo que ser chamado de besta e obrigado a rastejar...)
Que eu saiba não, não há limite para terminar a licenciatura e é do conhecimento público que aquele senhor anda a arrastar-se na mesma licenciatura há 24 anos. E o seu professor, se de facto tirou mesmo 5 licenciaturas, desculpe lá mas não é nenhum génio, é alguém que tem problemas de enquadramento na vida real! As pessoas estudam por um período de tempo, algumas mais, outras menos, e depois disso, se tudo correr bem, entram no mercado de trabalho! Não andam a arrastar a educação eternamente... Quando muito fazem outros tipos de formação, agora 5 licenciaturas é só ridículo.
Clap clap clap! Muito bom este comentário.
Bem.. anda aqui um pequeno caos. Estou a acabar o meu curso, e fui praxada. Uma semana de praxes. Se foi a melhor semana da minha vida? Não, de todo.. Sou super timida, e ter um bando de aves raras a gritar-me ao ouvido "CANTA CALOIRA" em frente a uma turma que eu não conheci-a não me deixava muito a vontade... A verdade é que fora umas cantigas, uns jogos meios mongos mas inofensivos, e umas cantigas porcas algo ridiculas, não sofri grande coisa. Se fiz amigos para a vida por causa das praxes? Não, de todo... Se me senti muito mais integrada na semana de praxes? Não, de todo.. Mas a verdade é que quando a semana acabou, já nos conheciamos todos e tínhamos historias em comum uns com os outros (não é que isso não se crie posteriormente, mas enfim...). Em relação aos veteranos, a verdade é que mal tiraram as capas e falaram connosco, acho que todos nós como caloiros senti-mos uma afinidade e uma familiaridade com aquelas pessoas..
É como tudo.. há diferenças em todos os lados, e não se pode meter tudo no mesmo saco.. A verdade é esta.
aiiiiiiiiiiiiiiiii pipoca é por isto que eu gosto de ti!
este teu post traduz na integra a realidade, não vale a pena tentarem maquiar ou atirar pozinhos para os olhos!!!!!!!!!!!
beijos
maria joão
Isso é como tudo. Quando ninguém acredita numa coisa, essa coisa não é continuada!
Vão ver o que a rapariga do Algarve postou no FB, pelos vistos absinto nas redacções faz mesmo parte da história do jornalismo...
https://www.facebook.com/pipa.brazdasilva/posts/777276132301687?notif_t=comment_mention
Ó Sílvia, já estive eu no Correio da Manhã e continuo a ter amigos lá e garanto-lhe que os únicos shots que tomei e que tomam são de puro café...vindo da máquina.
vocês só podem estar a brincar VINTE E QUATRO ANOS para acabar um curso e não acaba porque trabalha?????eu trabalhei os 5 anos de curso e acabei em 5anos!por favor, como é que uma plateia se pode rir de uma pessoa porque está numa organização anti-praxe à uma semana e aplaudir um que está à VINTE E QUATRO anos a tentar acabar um curso e a ocupar uma vaga nesse mesmo curso de alguém que a aproveitaria melhor de certeza
desculpa lá mas não há NINGUEM que tenha sido praxado e não tenha sido insultado de besta, posto de quatro e gozado um pouco!e se dizes que não foste não foste à praxe ou andaste a absinto o tempo todo como a outra e não te lembras
disse isso pois todo a gente critica mas acabam por fazer igual...
Critico o facto de generalizarem, concordo e acho que devem acabar os abuso em praxe mas não só em qualquer situação... a grande questão é que quererem regulamentar algo que já está feito a partir do momento em que há violência fisica e psicologica passa a ser crime mas não só na praxe como em qualquer situação...
Isso é verdade, e compreendo a sua situação mas se há pessoas que se identificam porquê julgar isso?
Devia ser feito um debate lógico e que efectivamente mostrasse o que é a praxe, se tentasse mudar o que está mal, mas simplesmente dizerem que devia acabar. Na minha faculdade logo no primeiro dia perguntam quem não quer e saiem, alguns abandonam depois, mas não deixam de se dar com quem é da praxe etc, simplesmente não fazem certas coisas. Já li por aqui referências ao traje, ao cartolar etc, é verdade que podem vestir o traje mas há uma grande diferença em vesti-lo e trajar, qualquer estudante pode comprar um traje e usar, mas o simbolismo de usar as fitas e outras insignias são de praxe, cartolar qualquer um pode fazê-lo, mas são coisas tipicamente de praxe... Há muita coisa para ser explicada e que infelizmente não foi, acho que é isso que falta saber e dar a conhecer.
Não generalizei, referi o politécnico de Coimbra uma vez que li alguns comentários a referir que há praxes abusivas em Coimbra. De facto há e também assisti a algumas, particularmente da ESEC e da Escola Agrária. Fico contente por saber que o caso particular do politécnico do Porto é diferente.
é engraçado que ao longo de todo este debate sobre as praxes, ainda não ouvi uma única pessoa explicar claramente, dando exemplos concretos, do que é "a verdadeira praxe".
Oh Adriana que delícia... isto até dá gosto, ainda bem que temos neste país estes acérrimos defensores da liberdade e dos direitos individuais... então e cortar umas roupinhas aos caloiros? Para o verão até dá um certo jeito, ficam já arejados. E se calhar um doutor até podia decidir que o soutien e as cuecas fazem pouca falta. Andar de mamas ao léu? hã? Granda pinta. Era bonito e os doutores sempre gozavam as vistas. E se calhar um corpinho jeitoso até era logo recrutado para um reality show que é a 2ª maior demonstração de divertimento boçal, logo depois da praxe. E cortar uma unhaca? E um dedinho? Se for mesmo na pontinha dói pouco. Que maravilha...
Bom, eu fui praxada e, na altura, achei que era algo que valia a pena. Hoje em dia, com o curso já terminado, e mesmo durante os meus restantes anos de curso, percebi que não deveria ter passado por aquilo. Era uma miúda, sozinha e que não teve capacidade/força para ir contra todo um grupo. Fui humilhada e desrespeitada. Felizmente, essas experiências foram uma minoria, no meu ano de caloira. A comissão de praxe da faculdade que frequentei era composta por um elemento de cada ano, e todos eles respeitavam muito os seus colegas mais novinhos. São escolhido exatamente por terem essas características; por, em praxe ou fora dela, serem pessoas com uma lista de valores "como deve ser".
O problema, na minha opinião, está naqueles outros que aguentaram um ano de praxe e, após isso, vestem o traje e acham-se no direito de fazer tudo. Vi, sim, enquanto caloira e "doutora" muita frustração a ser aplicada como praxe, tal como muita inveja.
Realmente, olhando para trás, gostaria de ter tido mais firmeza e não ter permitido certas coisas que, o meu eu de 17 anos permitiu. Mas consigo compreender alguns dos defensores da praxe. Se, tal como muitos dos meus colegas,, não tiverem estes passado por praxes "individuais" como eu passei, realmente, na minha faculdade, a praxe era maioritariamente divertida.
Nesse caso, chamem também a atenção da Pipoca, pois parece-me que "Essa números foi retirado de onde" também não está correto.
Mas não interessa nada, desde que seja a Pipoca...
ahahhahha! Esta Foi muito boa Ana!
Eu já estou farta de ouvir falar neste assunto. Mas porque fui praxada e praxei, e porque conheço mais de uma centena de pessoas (sim, não estou a exagerar. O meu curso é de 5 anos por isso contanto com todas as pessoas com que me cruzei apenas no meu curso, com os que conheci de outros cursos, e com os meus amigos próximos anda por aí) sei que os praxistas não são maus. Simplesmente, na praxe, como em todos os sectores da vida, há bons e maus praxistas. Como há bons e maus políticos, bons e maus jornalistas, bons e maus profissionais. Ponto. O que tem vindo a público não é regra. E na praxe, ou pelo menos na minha universidade, há regras e sanções para os praxistas que as quebrarem. Portanto, por favor Pipoca, com o poder que tem de chegar a milhares de pessoas passe esta mensagem. A praxe é uma reflexão da vida. Há boas e más pessoas no mundo, há pessoas que fazem coisas estúpidas e erradas na vida, assim como na praxe. Já chega de porem tudo no mesmo saco.
Acabar com a praxe não é solução. Muito pelo contrário. Não dizem que o fruto proibido é o mais apetecido? Assim como não acho que faça sentido banirem a praxe do terreno na universidade. Enquanto a praxe acontece às claras, e ainda mais se ocorrer dentro do espaço da universidade poderá haver mais vigilância e até poderão ser atribuídas mais responsabilidades. Acabam com a praxe e começarão a existir quase que ceitas escondidas em garagens, e muitas mais tragédias.
Ola!
É a primeira vez que comento o seu blog. Gosto muito daquilo que escreve e visito a página frequentemente. Sou aluna da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra. E gostava de partilhar a minha experiência. Na minha faculdade só frequenta as praxes quem quer. Foi assim que aconteceu comigo enquanto caloira e foi também esse o princípio que segui quando praxei. Durante as praxes cantei, cantei asneiras é verdade, mas diverti-me imenso a fazê-lo. Fiquei de quatro e olhei para o chão, mas nada disso me fez sentir ofendida ou desrespeitada. Pintei as unhas de amarelo e tive um cartaz ao pescoço que dizia "free hugs". Na minha faculdade, são os doutores que durante a praxe levam os alunos à primeira aula do curso, a primeira aula de anatomia. São também os doutores, durante a praxe, que levam os caloiros pelas ruas da cidade a conhecer os dois pólos onde terão aulas. Senti-me orgulhosa, quando percorri Coimbra, com uma t-shirt amarela, a cantar o meu curso. Faltei as aulas para ir a praxe, porque quis. Faltei as aulas para praxar, porque quis. Mas também faltei as aulas por outros motivos nada relacionados com isso. São apenas alguns exemplos que demonstram que a minha experiência não esteve nada relacionada com o que se vê na televisão e concordo que cada jornalista e cada realizador mostra nos seus filmes e reportagens o que quer. De facto, se tenho de escolher um lado, escolho aquele que defende a praxe, mas não escolho aquele que defende as atitudes deploráveis que têm vindo a público. Para mim isso não é praxe. De facto não é o que vivi, nem o que assisti na minha faculdade. Não sei se é o que se passa na maioria das universidades e com a maioria dos alunos. Se é, tenho pena, porque confirma apenas que mais do que uma crise económica, Portugal atravessa uma crise de valores, em todos os níveis sócio-económicos e em todas as faixas etárias. A praxe e o código da praxe em Coimbra valem pela tradição, a mesma que torna a minha cidade especial e diferente, conferindo-lhe valor. Quando não existe bom-senso e quando não existem valores, terminar com a praxe não resolve. Afinal a praxe não é o único contexto que pode desencadear (e nunca justificar) o desrespeito pela pessoa humana.
Anónimo05 Fevereiro, 2014 01:04h , vai mesmo ser burra lá no inferno heim, quem é a pessoa normal acumula matrículas só para continuar a ser Dux???? (concordo com o Anónimo05 Fevereiro, 2014 10:21, cada vez que penso na palavra Dux, só me apetece jogar para o chão e chorar de rir). Afinal como é isso de acumular matrículas??? Paga-se para isso??? alguém pode me exclarecer???
A verdade é que uma determinada parte do país tem um grande sentimento de inferioridade em relação a Lisboa, vá-se lá saber e entender porquê. A pessoa que disse que Lisboa não tem tradição, em vez de escrever sobre o que não sabe, faça uma pesquisa e verifique por si própria quem saía à rua durante o fascismo, quem é que mais lutou, quem é que levou na cara. Eu respondo-lhe: maioritariamente estudantes de LISBOA!!!!!!!!!!!!!!!!!
Passe bem
IM
Boa tarde,
O meu nome é Ana e estudo na Universidade de Coimbra. Não sendo comentadora habitual de blogues, ou coisas do género, a esta publicação vi-me "obrigada" a responder. Desde que soube da morte dos estudantes no Meco que o assunto não me sai da cabeça, e que a praxe universitária tem sido um pensamento constante. De facto, incomoda-me muito toda esta discussão, incomoda-me que se dê real importância a coisas que, se calhar, não importam assim tanto. Sim, a Fernanda Câncio esteve muito mal e tenho a certeza de que já ouviu bastante por isso. E sim, o Dux da UC anda nisto há 24 anos, não sei muito sobre ele, o mesmo que a maioria dos portugueses talvez, mas penso que ele é pago para ser Dux. E da vida dele e de como a ganha, decide ele. Não põe o meu pão na minha mesa, portanto, é-me indiferente se ele está para acabar um curso há 24 anos ou se tem duas Licenciaturas, um Mestrado e uma Pós-Graduação. Isso interessa para o debate? Penso que não. E sim, também concordo que a moderadora do debate esteve muito mal, de imparcial não teve nada e nota-se bem que é contra todo e qualquer tipo de actividade praxista. Mas bem, como já disse, penso que nada disto traz luz ao que se pretende discutir. A mim, só me diz que as pessoas são cada vez mais ignorantes. E é uma pena. Não tenho uma opinião formado sobre tudo isto, mas vou deixar então o meu testemunho como estudante universitária. Entrei na faculdade com 20 anos, tenho agora 23, e na altura, do alto dos meus 20, não achei que a praxe fosse absolutamente necessária para me integrar. No entanto, quis participar. Nunca tinha presenciado nenhuma praxe, era a primeira vez que ia assistir a algo daquele género, e bem sabia o que diziam sobre aquilo. Mas mesmo assim, lá fui. E gostei. Não, não fui humilhada. Também não ia deixar que isso acontecesse. Não pus os olhos no chão a mando de ninguém. Não fui castigada quando dizia "não faço isso". Fui respeitada e participei em actividades de equipa. Saí de pijama à noite, para entrar numa luta de almofadas. Conheci a maior parte das pessoas da turma com as quais, ainda hoje, me dou e bem. Sim, sentei-me no chão. Não, não andei a fazer flexões. Não, nunca me puseram "de quatro". E não foi porque eu recusei, foi mesmo porque não o mencionaram. Se tivessem mencionado, eu teria recusado. Represálias? Não haveria. Conheço quem não tenha alinhado na praxe e esteja tão integrado como eu. É uma experiência que se pode escolher ter ou não. Pelo menos, no meu caso sempre foi disso que se tratou.
Ser deixado na serra da Arrábida, à noite, sem telemóvel, não é praxe. É maldade. É bullying. Ser vendado e caminhar de costas para o mar porque se erra respostas a certas perguntas não é praxe. É maldade. É bullying. Há quem se aproveite da capa negra que tem em volta dos ombros para ser o que sempre foi: mau. E com essa capa em volta dos ombros "pode" sê-lo. E sabem porquê? Porque a maioria das pessoas que está do outro lado aceita isso de olhos fechados. Aceita autoridade vinda de quem não a tem, de quem não fez nada para a ter. E enquanto houver pessoas a deixar acontecer, vai acontecer.
Usar a praxe para maltratar é errado e deve ser punido devidamente. Mancha os bons exemplos da praxe e mancha os bons exemplos da sociedade. E eu, sinceramente, estou farta de ser manchada.
Boa, Sílvia! Nailed it! Oh que ignorância....
O Dux humilha-se a ele próprio todos os dias, ao preferir não acabar a licenciatura. I rest my case.
A única coisa que concordo com a pipoca é que não concordo com as PRAXES VIOLENTAS como algumas daqueles do documentário de Bruno Cabral. Algumas, porque não considero que atirar farinha ou rebolar na relva ou o "Baptismo do Caloiro" ou fazerem competições entre os cursos com os caloiros a cantar em coro ou...ou...tantas outras...Considera isso uma humilhação? Quem nos dera poder compreender as coisas sem pertencermos a elas. Tente ser imparcial, eu vou tentar. Quando a jornalista diz que não consegue distinguir o que são praxes boas ou praxes violentas, com esta atitude irrevogável, desculpe, mas na minha opinião está a ser só "cega". Essa atitude, assim como o comportamento dela no debate, sempre com o iphone, é claramente de alguém que não sabe ouvir nem respeitar outras opiniões. Como diz o slogan do programa, para se escolher um lado é preciso conhecer os dois. Ela não quis ouvir nem saber. Temos de (tentar pelo menos) ser imparciais quando emitimos uma opinião. Eu, que não me identifico com as praxes e, como tal, nunca fui praxada nem praxei, não acho correcto que acabem com elas só porque não me identifico. Agora, claro, que considero que tem de haver mudança porque, não sou ingénua a acreditar que o que vimos nas imagens e que vemos todos os dias em alguns locais, sejam casos pontuais. Não são. Existe muito "boa" gente a "usar e abusar" do termo praxe para humilhar e se superiorizar à custa dos caloiros. Claro que considero que é preciso fazer muito mais para parar com esses abusos e não acreditar no bom senso das pessoas. O caminho é difícil mas não é impossível. Agora, porque ser um longo caminho, vamos acabar com as praxes? Mas não vivemos num país democrático em que cada um faz o que quiser desde que respeite o outro. A meu ver, nesse debate, o único que conseguiu argumentar de forma plausível foi o professor . No entanto, acho que não foi justo com o Dux de Coimbra. Nem ele nem ninguém que o humilhou em praça pública. O senhor faz do tempo dele o que quiser. Não depende de ninguém para estudar ou para socializar. Sabemos lá se não é uma pessoa solitária, e que encontra nesta forma de vida mais convívio e bem estar. Ele até pode estar a adiar o término do curso para continuar nessa vida. São tudo especulações, agora chamá-lo de ignorante, sem aspas, porque está a mais de 24 anos a Universidade? Mais moderação nas palavras, quem somos nós para julgar. Voltando ao assunto, considero que o professor foi justo quando disse que se devia regulamentar as praxes, mais vigia, os próprios doutores que praxam tinham de fazer testes psicológicos e outros para estarem aptos para praxar. Para concluir,a praxe é uma questão de gosto e os gostos não se discutem. Eu não me identifico, também nunca gostei dos jogos sem fronteiras, por ex. Vamos lá, Todos contra as praxes violentas. Todos a favor do livre arbítrio. E os que praticam praxes violentas que sejam responsáveis pelos seus actos. SEJAM RESPONSÁVEIS, PRAXE COM MODERAÇÃO E BOM SENSO!!!
ouça. tente imaginar por um segundo, que existem pessoas que REALMENTE sentem isto. tente, a sério. não precisa de aceitar. mas respeite. https://www.youtube.com/watch?v=gNH3_FxO2CA#t=82
Mas o facto do homem estar há mais de 20 anos a gastar dinheiro dos NOSSOS impostos não é suficientemente indecente?
Pó de Lisboa, antes de mais nada, sem querer estar a ofender nem elogiar ninguém, acho que o Dux já é crescidinho o suficiente para fazer o que quer sem que o julguem.... se eu decidir ser vegetariano, vais-me apontar o dedo e dizer que estou errado?? Não, sabes porquê? Porque é a minha escolha pessoal... nas minhas praxes não tenho razão de queixa, (e se vamos começar a rotular pessoas como "chico espertos", acho que o rotulo de "revoltada da vida" era apropriado a ti....), pode acontecer que noutros lados seja diferentes, mas pelos vários colegas e amigos que tenho espalhados pelo pais, alguns gostaram, outros nem por isso, nenhum se queixou daqueles abusos ultrajantes onde só faltava esfaquearem os caloiros (o que reforça que são casos isolados), mas todos eles, gostando ou não, todos defendem o direito de escolha, e se alguém tem que acabar com isto, serão os próprios alunos.... eu dirigi esta mensagem a Pó de Lisboa especialmente pois existem maneiras de expressarmos as nossas opiniões, mas nunca a ofender a dos outros, quase se pode dizer que algumas das opiniões aqui submetidas querem SUBMETER as praxes, apesar de existirem pessoas que pensam contrário, enfim, opiniões são opiniões, e deve existir um limite de respeito quanto ás opiniões dos outros.... PS: na minha instituição odiaram tanto as praxes que juntaram-se todos e compraram uma prenda á comissão (e diga-se de passagem que ainda foi um pouco carinho :))
Estudei na univ de aveiro. Fui praxada, adorei ser praxada e não sou parvinha nenhuma. Sim, existem pessoas normais que adoraram as praxes.
E sim, só vai às praxes quem quer.
Gosto de ti na mesma pipoca
Free@LAST
http://perfildojornalista.eusou.com/pt/entrevista_documento.asp?det=4481&id=1859&mid=278
Página 4 sff.
Concordo plenamente Sara.
Eu também trabalhei durante o meu curso e nunca chumbei a uma única cadeira. Trabalhar não é desculpa para não estudar.
não confunda este dux de 24 matriculas não tem nem 1 licenciatura existe um João Luis Jesus Fernandes que não é o João Luis Jesus, são 2 pessoas diferentes.
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Teorias absolutamente espectaculares