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Pôr a leitura em dia #1:então e o Anna Karénina?

quinta-feira, fevereiro 14, 2013
Nota prévia: se ainda não leram e estão a pensar ler o Anna Karénina, então é melhor ficarem-se por aqui. É que nas linhas que se seguem vão ficar a saber tudo. E é chato.

Ora então muito bem, vamos lá dizer de nossa justiça sobre o Anna Karénina. Pessoalmente, gostei bastante. Não amei de paixão, não vai para o meu top de livros preferidos, mas gostei mais do que aquilo que estava à espera. É, sem dúvida, um livro muitíssimo bem escrito, bem estruturado e com personagens fortes. Ainda assim, não fiquei particularmente ligada a nenhuma personagem, não fiquei a torcer por nenhuma, não houve nenhuma que conquistasse a minha simpatia. Aliás, todas elas têm as suas fragilidades. Ao início achei que ia estar ao lado da Karénina, mas ao longo do livro foi-me irritando cada vez mais. De mulher segura e imponente, transformou-se numa chata, possessiva, ciumenta, obcecada e paranóica. Sinceramente, nunca desejei tanto a morte de uma personagem. Quase bati palmas de alegria quando a mulher se atirou para debaixo de um comboio. Só pecou pela demora. Credo, não havia paciência para a aturar, sempre com os seus achaques. E o Vronsky, o amante, também me irritou por não ter sido capaz de dar um murro na mesa na hora certa. Sempre ali à volta dela, sempre a fazer-lhe as vontadinhas todas, sempre a justificar-se. Que nhó-nhó que me saiu. Depois temos o marido, o Aleksei Karénin que, coitado, é um paz de alma. No meio daquilo tudo, ainda me pareceu ser o que tinha mais juízo. Deu 89 hipóteses à tresloucada da mulher, sempre sem efeito, e debatia-se com aquela questão do "dou o divórcio, não dou o divórcio". Este livro é muito bom para se ficar com uma ideia da sociedade russa do século XIX. Sobretudo do papel da mulher, que era um bocadinho (muito, vá), ostracizada. Claro que já tinha acesso a cultura, a viagens, a festas, mas depois tinha zero poder de decisão. E tinha de engolir as amantes do marido. E tinha de se dedicar à procriação e educação total dos filhos. E se queria divorciar-se, isso significava o adeus ao marido mas também a toda a vida social. A partir daí, passava a ser repudiada por tudo e por todos, persona non grata onde quer que fosse. Enfim. Não era agradável.

Mas voltando à história. Para mim, sem dúvida que os melhores capítulos eram os que se dedicavam directamente às relações. Fosse a do trio Anna-Vronsky-Aleksei, fosse a da Kitty-Levin, fosse a da Dolly-Stiva Oblonsky (é normal que nos vossos livros os personagens tenham nomes ligeiramente diferentes, variam conforme a edição e a tradução). Para mim eram os mais interessantes, mas fiquei com a sensação que para o Tolstoi esses capítulos eram absolutamente secundários e acessórios. Na verdade, e agora que penso nisso, acho que ele só criou um romance para poder falar das coisas que realmente lhe interessavam: a filosofia, o sentido da vida, as relações entre proprietários e agricultores, o anti-comunismo, etc e tal. O romance serve só para encapotar os temas que ele queria abordar. Mais alguém ficou a achar que o Levin era o próprio do Tolstoi? Aliás, o livro devia chamar-se Konstatin Levin em vez de Anna Karenina, porque é ele o verdadeiro protagonista. Quando a Karénina se mata e uma pessoa pensa que aquilo vai ficar por ali, não. Ainda tem pela frente mais uns quantos capítulos dedicados ao Levin e às suas crises existencialistas. Sinceramente, acho que o final deixou um bocadinho a desejar. Teve o ponto alto com a morte da Karénina e depois amornou.

Mas pronto, é um belo livro, que é, tem momentos altamente cativantes e que nos fazem não querer largar o livro, e tem outros que quebram um bocadinho o ritmo e parece que nunca mais voltamos ao que interessa. É, sem dúvida, um must-read. E vocês, pequenitos? Gostaram ou ainda vão na página 130?

Ah, entretanto devo dizer que vi o filme que é muito, muito fraquinho. Que me lembre, nunca houve uma adaptação cinematográfica que me cativasse mais do que o livro, mas o Anna Karénina deixou muito a desejar: acho que o casting foi completamente ao lado (a Keira Knightley é uma grande querida, que é, mas está longe de corresponder à mulher imponente descrita pelo Tolstoi), que ignoraram personagens importantes e que cortaram muitas cenas relevantes. Muito pobrezinho.


33 comentários:

Sara disse...

Que pena que no final de tantas páginas ainda se escreva Karenina com acento :(

Anónimo disse...

"Que me lembre, nunca houve uma adaptação cinematográfica que me cativasse mais do que o livro". Lê As Horas de Michael Cunningham e depois vê As Horas com Nicole Kidman, Julianne Moore, Meryl Streep ;)
S.

apipocamaisdoce disse...

Na minha edição (Relógio d'Água), Karénina leva sempre acento. Logo, também escrevi com acento. E como russo é uma língua que não me assiste e não consigo saber se a tradução foi bem feita ou não, limito-me a assumir que sim.

Anónimo disse...

Estou na página 700. Espero chegar ao fim hoje mesmo e amanhã venho cá comentar :) Ainda não li o que escreveste para não estragar o meu encanto. Até agora senti-me "enfadada" naquelas partes sobre o Lenine no campo, ou na política. O amor da Karenina com o Vronski é tão delicioso que dá vontade de ler apenas essas partes :)
Vou tratar de ver o filme também depois de acabar a leitura, apesar de já saber previamente que não vale nem metade do que vale o livro.
Estou ansiosa por acabar, ler a tua opinião e a de outros leitores. Obrigada por esta tua rúbrica, entusiasma-me bastante este "comunismo" de leitura.

Anónimo disse...

Concordo na maior parte das coisas. Ao contrário de si, esperava melhor: por ser Tolstoi (se bem que ainda não li mais nenhum livro dele, mas o homem é conhecido), por ser um clássico, por ser um dos livros mais bem cotados da literatura russa. Pensava que me ia "arrebatar", mas a verdade é que só me conseguiu prender já ia a mais de metade e mesmo assim nada do outro mundo. As partes que não se prendem com o enredo em si são chatas e demoram a ler e, sim, algumas partes do Lévin são dispensáveis. Mas claro que o livro é bom, gostei da parte da morte da protagonista, foi pena eu já saber que ela acabava por morrer até antes de começar a ler o livro. Mas a forma como ela morre surpreendeu-me, porque estava à espera de uma morte como no Madame Bovary ou algo do género e não foi isso que aconteceu. A minha personagem preferida era, sem dúvida, o Oblonski, acho que tinha pinta.


Já agora, sei que a pipoca não costuma responder aos comentários, mas tem conta no Good Reads? Se tem podia partilhar a sua conta que eu queria cuscar, se não tem, acho que ia gostar de dar uma espreitadela e acho que daria uma boa utilizadora...

WW333 disse...

Quanto a adaptações cinematográficas, no geral concordo com o que diz pois os filmes costumam desiludir e muito. Há, no entanto, uma excepção(quanto a mim, claro!): A Insustentável Leveza do Ser de Milan Kundera e a respectiva adaptação para o cinema com o Daniel Day Lewis e a Juliette Binoche, lá lá vão uns aninhos.. Entre o livro e o filme não sei dizer qual gosto mais!:) Fica a dica! É uma sugestão..

MyBook disse...

Acabei hoje o livro, mesmo a tempo do post :)
Gostei bastante do livro, lê-se muito bem! Também me fartei da Karenina! Agora vou ver o filme.

amola-tesouras disse...

O meu primeiro contacto com esta história foi o filme antigo, com a Greta Garbo. A história é um bocadito condensada e a Anna é mesmo uma figura trágica. Mas depois li o livro e concordo com a tua opinião. Aliás os historiadores acham todos que o Levin é mesmo uma alegoria do Tolstoi, uma das adaptações nos anos 90 (aquela com a Sophie Marceau e o Sean Bean) acaba mesmo o filme com o Levin a escrever um manuscrito e a assinar "Leon Tolstoi".

Quanto ao novo filme, acho que a Keira não tinha estaleca para fazer uma personagem destas, mas de certo modo acho-a irritante tal como acho a própria Anna do livro irritante! Mas achei que o Jude Law pela primeira vez no cinema faz jus ao Karenin, que é sempre retratado como um tirano e aqui finalmente surge como uma personagem multifacetada e, enfim, o mais equilibrado no meio daqueles neuróticos. Sinceramente tive pena e admiração na cena em que pensam que a Anna vai morrer depois de dar à luz, e ele permite que o Vronsky se despeça dela e quase que o consola...

Mariana disse...

Vou sensivelmente a meio do livro (a chegar à página 400), e sinto-me tal e qual o "anónimo" anterior. Realmente as partes do Lenine no campo e quando falam de burocracias políticas são um pouco aborrecidas, demasiadamente descritivas (pelo menos para o meu gosto). Agora as partes que metem a Karenina e o Vronski, isso sim dá vontade de ler e até de procurar pelo livro quando aparece a nova "cena".

Carolina disse...

Mas pipoca, no filme nao gostaste do facto de parecer uma peça de teatro? Eu achei bastante interessante.

SBarreiros disse...

Século XIX!!!!

Anónimo disse...

De facto, a última adaptação cinematográfica deixa muito a desejar. Se tiver interesse nisso, veja o "Anna Karenina" na versão de 1948, que é bem melhor.

Ana disse...

Também gostei muito! Sim, os capítulos das relações eram os mais interessantes. Adorei a Kitty e o Levin (estive sempre a torcer por eles, tão queridos!), mais do que a Anna e o Vronsky. Pensava que ia ser ao contrário mas não. É assim a vida, sempre a surpreender-nos. A Anna era uma chata do pior! Pensei que ia adorá-la, sentir-me inspirada por ela e tal, com um nome tão bonito (também sou Ana xD), e aquela gaja revela-se uma chatarrona. Que mudança tão drástica de uma mulher segura para uma mulher... bom, nem tem descrição possível! Ela transformou-se num diabo autêntico! Parecia possuída, o raio da mulher, sempre a enfernizar a vida de toda a gente, especialmente do Vronsky, que se revelou um bananinhas xD

Quanto ao filme, gostei, achei estranho no iníco a maneira como foi feito. Sempre a parecer uma peça de teatro. Muito estranho, nunca vi nada assim. Gostei da Keira Knightley. Acho que fez bem o papel, sempre lindissima! Gostos são gostos, não se discutem :)
Uma coisa que não gostei no filme foi a rapidez do final. Fica-se a pensar que o Vronsky anda a ter casos atrás de casos amorosos e não foi bem assim. A parva foi a Anna e já ouvi dizerem o contrário. Aconteceu tudo muito rápido para se perceber e quem não leu o livro pode ficar com a ideia errada.

Gostei da experiência! Estava com medo de ler um clássico tão grande, de me aborrecer mas adorei! Vamos ver como corre agora com o 1984. :)

Ana

Sara disse...

Pois, é capaz de ser complicado encontrar uma transliteração uniforme para nomes.
Mas já agora aqui vai o original: Анна Каренина (assim pelo menos já fica a saber o seu nome próprio em Russo, que ganda maluqueira, ah?)
Capa (Sara)

Anónimo disse...

o lenine era outro. O do tostoi é levin

Anónimo disse...

Ainda estou a ler o livro, mas não me importo nada com os spoilers.
Estou a gostar bastante, dá para perceber com era a vida e vivências na Rússia na segunda metade do séc. XIX, se calhar deixando já antever as revoluções políticas que nela ocorreram.
Concordo quando dizes que o Levine tem muito de Tolstoi e a Karenina é uma aborrecida!
Quanto a adaptações para o ecrã, se calhar vale mais espreitar as feitas para o pequeno ecrã: espreitei no youtube uma da BBC, dos anos 70:
http://www.youtube.com/watch?v=CiEmTyvaU7c
outra adaptação para tv de 2000:
https://www.youtube.com/watch?v=tiSlkv-2AMw
e ainda outra:
https://www.youtube.com/watch?v=14WkrBj5lXY
vou vê-las depois de ler o livro.
Quanto ao filme também ouvi dizer que era pobrezinho, valerá talvez pela realização e utilização de apenas um "palco"... não fiquei curiosa.
Pelo que li, até agora, o nosso Eça, contemporâneo de Tolstoi, arruma-o a um cantinho. Não sei se é pela tradução do Tolstoi, se por ter estudado Eça e daí que o leia com mais atenção, acho muito mais apeladora aos sentidos a escrita do Eça que do Tolstoi.

Continua com esta rúbrica Pipoca, é um bom incentivo para lermos!

Maria Vieira

Annabelle disse...

Ora então, só li a nota prévia, porque, não estou na página 130, estou na 457, e quero continuar a ter o prazer de ir descobrindo a história aos poucos :), se bem que Anna Karénina não é segredo para ninguém.

Anónimo disse...

Gostei do livro, leitura fácil ... Já do filme, não posso dizer o mesmo...fiquei desiludida. Pois estava com o entusiasmo do livro e quando comecei a ver.... Venha o próximo.

Andreia disse...

Não podia concordar mais contigo Pipoca!

Lia Santiago disse...

Olá,

não acho muita piada ao Tolstoi, prefiro mil vezes o Dostoievski. O Anna Karenina irritou-me! Confesso que não tenho muita paciência para "achaques" de senhoras do Sec xIX que já foram lidas, estudadas, e mais que vistas. Li o livro, admirei o escritor e a forma como foi desenvolvendo os personagens: Sem duvida obra de mestre. Mas a suposta heroina irritou-me.
Não fui ver o filme, mas recomendo a série em 10 episódios da BBC.
Obrigada pela iniciativa do clube de leitura.
Bjos

Claudia

Anónimo disse...

(Anónima das 20:47)
Ora bem, tal como prometido já terminei e cá estou para dar o meu parecer.
Se calhar mais valia ter-me ficado pela pagina 700, pois ao contrário da opinião geral não gostei da morte da Karenina. Claro que ela estava demente, mas eu sempre tive esperanças de que tudo se recompusesse e ela fosse feliz com Vronski. O Levine ficou cada vez mais chato. Ainda tive esperança que se suicidasse (assim pelo menos era tudo tragico). Ou que a Kitty morresse debaixo da arvore com o bébé e ele ficasse só como o Vronski. E pronto, o final foi assim chatito mas gostei muito do livro, estou orgulhosa de o ter lido.
Votei agora no 1984 porque existe em pdf ao contrário do "em parte incerta". Apesar de achar que pela sinopse, ia gostar mais do "em parte incerta". Infelizmente encontro-me desempregada, e enquanto esta situação não estiver solucionada não posso gastar dinheiro em livros.

Daniela disse...

Acho o livro muito melhor, porque é bastante introspectivo e muita coisa n passa para o filme. Acho q gostei pk já tinha lido o livro, se tal nao tivesse acontecido, muita daquele sofrimento me passava ao lado.

Moonstone disse...

Escrito em finais do século XIX, o Anna Karenina, é sem dúvida um must read. Redigido no período de regência do Czar Alexandre II (conhecido pelas suas reformas liberais), Tolstoy retrata as dualidades da sociedade russa à época, ou seja, a dicotomia entre os valores mais conservadores e os mais liberais, dando ênfase aos valores familiares, ao casamento e claro, ao papel da mulher numa sociedade fortemente espartilhada e patriarcal. O desenlace trágico remete para uma “forma de pagamento” contra quem não segue os valores estabelecidos, ou seja, para a sociedade o final da personagem é uma espécie de castigo e para a personagem o cumprir de um derradeiro acto (impelido pelo sentimento de culpa).

Relativamente a adaptações cinematográficas, recomendo o clássico de 1935 com a Greta Garbo… Garbo é sempre Garbo :)!

Quanto a moda… :) a colecção de Ralph Lauren Outono/Inverno 2013 fortemente inspirada pela ambiência de Anna Karenina.


E agora, de volta a 1984!:)


Obrigada pela rubrica "Pôr a leitura em dia"!

Anónimo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anónimo disse...

Depois desse resumo nao passo nem perto deste livro.....rsssssss

Anónimo disse...

Pipoca, não podia estar mais de acordo com esta frase: "(...) o livro devia chamar-se Konstatin Levin em vez de Anna Karenina, porque é ele o verdadeiro protagonista." Quando acabei de ler o livro (há alguns anos já) recordo-me de ter pensado exatamente isto!
Interessante a hipótese de ser o alter ego do Tolstoi :-)

Filipa

Mariana disse...

Pois era! Erro meu a escrever! Devia estar com a cabeça noutro lado...
Obrigado pela correção :)

Anónimo disse...

De acordo consigo quanto à Keira Knightley,foi uma escolha ao lado - novinha, magrinha, inocentinha, sem arcaboiço para dilemas morais.
Em desacordo quanto ao resto - acho "Anna Karenina" um grande, grande romance e não me refiro à extensão.
A Ana não gostou da personagem, mas precisamos de o fazer? É possível gostar de Raskolnikov? E de Julien Sorel, Mme. de Rênal ou Mathilde de la Môle? E de Meursault? E, já agora, em cinema, de Hannibal Lecter? Mas não são enormes personagens e não compreendemos por que razão o são?
A Anna Karenina é a personagem que é, nas suas hesitações, dúvidas, lentidões, etc. porque a obra mostra bem o conflito entre o indivíduo e as suas aspirações e as normas sociais que evoluem mais lentamente. A morte de Anna torna-se inevitável no contexto social e psicológico.
"Anna Karenina" faz-nos assistir às dores de parto de uma sociedade em devir, como também acontece em Zola ou Stendhal, por exemplo.
E é por isso que não é importante que Anna morra antes do fim, bem pelo contrário - o ponto era outro.(Também em "Psycho" a Janet Leigh morre cedo e o interesse não diminui - mais uma vez, o ponto era outro).
Leituras diferentes só nos levam a ler mais e, por isso, os meus parabéns pela sua iniciativa de criar esta espécie de "clube de leitura". Cá estaremos para a discussão de "1984".
E, já agora, uma sugestão - que tal fazermos uma lista dos livros que nos mudaram a vida?

Anónimo disse...

Acabei de ler a semana passada e também não posso dizer que foi dos meus preferidos. E contudo, houve uma cena que adorei: quando a Kitty e Levin reatam a sua relação. É tão amoroso... Senti tanto, que nesse dia mandei sms amorosos ao meu marido a ponto dele responder "o que está a acontecer??"

Sara disse...

gostei do livro. só acho que Tolstoi da muita importância ao Levin e as suas crises. E se dúvida que o livro devia-se chamar Levin e não Anna. Gostei do final da Anna acho que foi merecido assim como o de Vronski.

Pequeno Cachalote disse...

Uffas, pensei que era a única a pensar que a Anna Karénina, devia morrer e que já não havia pachorra para aturar a senhora, aquilo era exasperante! E que o marido não era nenhum tirano, e que as personagens secundárias eram sem duvida mais interessantes do que aquela Anna! E sim, O livro devia chamar-se Lévin! ;)

Anónimo disse...

Concordo com o facto de haver algumas partes do livro em que desejei que passassem rápido para poder ler o que "realmente interessa". No geral, gostei do livro, apesar de esperar mais em relação ao final. Vou ver o filme (com uma enorme suspeita de que resultará em desilusão) e tentar arranjar a série que não sabia que existia (obrigada pela informação). Siga-se o 1984 :)

Diz que é Blog disse...

Eu devo ser a louquinha que andava a passear pelo blog e de repente este post "passou" pelos meus olhos. Louquinha por vir comentar um post com três anos!
Bem, há umas páginas que entrei na oitava e última parte do livro, acabei de passar a parte em que a dita protagonista resolve mandar-se para debaixo dos vagões..
Há uns 10 anos (sim 10..) que andava para ler o livro, entretanto saiu o Filme que desejei não ver antes de ler o livro..
Para esquecer! Acabei por ver o filme sem antes ler o livro e fiquei a pensar "a sério? só isto?!". No filme é tudo passado muito a correr, detesto principalmente a parte em que cortam cenas do filme e este deixa de fazer sentido em muitas partes..
O problema número um de ver o filme e depois ler o livro, é que, independentemente do que Tolstoi for caracterizar, eu vou tendo em mente as personagens do filme! Detesto!
Outra parte que também não gostei do filme, foi precisamente a parte de porem sempre o palco em várias cenas do filme..
Na minha perspetiva, se a sociedade desses tempos era uma fantochada e a qual sobrevive das aparências, por que motivo colocar esse palco mostrando ao espectador que a sociedade vivia como que num teatro e de todo um teatro.. Acho que isso já se sabia de antemão.. Mas não, cortar em cenas importantes é que é!
Enfim, voltando ao livro, é como dizes.. A Anna passa um bocado de "bestial a besta" e sim, mais para o final só me apetecia dar um par de chapadas na moça, a ver se acordava para a vida.. E ao Vronsky também me apeteceu dar-lhe uns bons gritos..
E à Kitty, que no início me parecia uma parvinha, mas vá, veio a revelar-se mais inteligente do que esperava.
O Karenin nem sei o que pensar, mas acho que devia levar uns abanões..
O Oblonsky é um fantoche que ali anda, não consegui perceber muito bem..
Gostei muito da escrita de Tolstoi, não me parece ser muito massudo (já os Maias, a conversa é outra..), foi fácil de ler e de perceber tudo - estava receosa, confesso.
Quando terminar (faltam umas 40 páginas) vou tentar ver o filme, já mencionado por alguns comentadores, de 1984.

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