sexta-feira, julho 15, 2011
De manhã, na SIC Notícias, diziam que os resultados dos exames de Português do 12º ano tinham sido os piores de sempre, o que podia estar ligado à maior dificuldade das questões. Por exemplo, pedirem aos alunos para identificarem o sujeito numa oração. De facto, não é fácil identificar o sujeito numa frase do género "O João foi à praia". Exigem de mais aos alunos. Já estou como um amigo meu. Se calhar todas as frases deviam incluir a palavra sujeito, só para ser um bocadinho mais fácil. Tipo, "o sujeito foi à escola.- identifique o sujeito". É que assim, de facto, não há quem consiga ter aproveitamento.
213 comentários:
1 – 200 de 213 Mais recente› Mais recente»é normal que o exame tenha péssimos resultados se não saiu nem uma das quatro obras que fomos obrigados a ler e decorar.
Kitty, o problema deve mesmo ser esse. Os alunos queixarem-se de que são "obrigados" a ler e a "decorar". O princípio está todo errado.
lamento, mas acho que estás enganada pipoca. o exame de português tanto de 9º ano, como de 12º, tinha um grau de dificuldade elevado. porque se as perguntas fossem todas iguais a essa aí sim era de mau beijada. mas quando as perguntas são sobre obras que não constavam na matriz, diria que o grau de dificuldade aumenta...
Duvido que tenha sido essa a causa. Até porque a gramática vale 30%.
E a identificação do sujeito é básica (acho eu...) e normalmente só pedem, no máximo, para duas questões. Talvez uma na gramática e outra na interpretação. (Digo eu, que vi o exame por alto à umas semanas atrás; mas pelo menos no ano passado...)
Cá para mim é porque só saiu Fernando Pessoa. E aquilo requer boa interpretação. E isso ainda falta muito aos alunos...
Pipoca, nós não podemos ser assim tão exigentes com os "nossos justin bieber" e com nossas miúdas 'sem qq feminilidade", eles são uma geração livre do "axo, pk, xato, bué, ganda" e por aí vai..(IRONIA).Óh coitadinhos não vamos assim exigir tanto destas cabecinhas, que qdo tiverem de enfrentar a vida lá fora vão apanhar pra caramba...
OLha que artigo interessante:
http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI247981-15230,00.html
Bjs
*kitty, também concordo com a pipoca. Decorar obras está errado. Se não conseguirem perceber, nunca vão conseguir interpretar perguntas...
se bem que, no caso do fernando pessoa, não se tratam de obras, são poemas e cada heterónimo tem as suas características. Convém "decorar" essas mesmas características...
a mim correu-me muito bem e tive muito boa nota até ! tive um clique à cerca do que ia sair e tive bastante sorte :)
Já fiz o meu exame de Português há alguns anos, mas sinto-me completamente envergonhada (e muito preocupada) com estes resultados.
não achei o exame tão dificil como dizem, não tive uma grande nota mas correu-me bem. e a gramática era bem facil. O problema, falo por mim, foi mesmo o Fernando Pessoa, que saiu tanto no A como no B, os heteronimos. Mas em geral não tinha um grau de dificuldade assim tão elevado.
Ui havia tanto a dizer... caiu-se no facilitismo. Criou-se também a ideia que estudar e aprender deve ser lúdico, é quase como que um passeio no parque. E não é! Claro que não tem de ser uma tormenta mas aprender exige esforço, exige aptidão, exige interesse, curiosidade, exige compreensão e memorização. Enfim muita coisa foi deixada para segundo plano todos estes anos e baixou-se imenso a fasquia. Eu defendo um Ensino motivador sim mas onde se deve incutir também a noção de esforço, de trabalho, de empenho de BRIO. O que no fundo falta por vezes aos nosso políticos, o brio no país, os estudantes também não têm. Hoje em dia os professores também não têm credibilidade nenhuma, são mal pagos, têm fracas condições de trabalho e isso arrasta depois uma série de coisas, entre elas por vezes o Ensino Aprendizagem.
"[...] até que vinham a indiferença e a hostilidade e o rapaz desaparecia definitivamente, talvez ajudado por amizades novas e novas terras."
Identifiquem agora o sujeito.
A pergunta por acaso era feita de outra forma, dava logo a expressão e perguntava qual a função sintáctica. Fazia-se, claro, mas não era propriamente uma questão de caras do tipo "O Joãozinho comeu um gelado". Só pra dizer que antes de andarem a c*gar postas de pescada deviam pelo menos ver a prova, para depois não aparecerem estes comentários completamente descabidos. E atenção que eu até acho que os alunos estão preparados e que há muitos casos de facilitismo no ensino actual, mas ainda assim este post é um bocado se não ridículo, pelo menos desinformado.
(E não, não sou nenhuma frustrada que teve má nota. Fiz o exame o ano passado e correu-me muito bem :) )
Se existem pessoas que tiveram boa nota e escrevem "à cerca" é porque cada vez se exige menos dos nossos alunos.
Os exames não são feitos para serem fáceis, são supostos serem exigentes porque é muito através deles que se entra na faculdade. Se os adultos não têm boas notas é porque não estavam bem preparada e/ou não estudaram o suficiente.
Ups, enganei-me lá encima, queria dizer "mal preparados"
*em cima
Não se exige de mais aos alunos. Mas também não se exige de menos. Acreditem.
Falo do meu caso, no ano passado. Era imensa matéria que tínhamos para dar. O programa era muito extenso e as horas poucas.
Cada vez que alguém falava dos resultados dos exames à minha professora (extremamente exigente e boa profissional) ela dizia qualquer coisa do género "Queixem-se ao ministério! Para vos darem mais Português!"
Só tínhamos tempo de dar as obras que estavam incutidas no programa. então e a gramática?
Tive poucas aulas dela.
E no final ainda tivemos todos aulas extra para fazermos revisões gramaticais.
Convém que a Cereais, antes de se pronunciar sobre português, tenha cuidado com o que escreve: é "há semanas" e "não se trata de obras"
Não costumo comentar o blog mas desta teve mesmo de ser...
Concordaria sim que seria ridículo não conseguir identificar o sujeito numa frase se a frase fosse como (ou minimamente idêntica) a Pipoca indicou: "O João foi à praia".
Mas não, a frase é completamente diferente e, dessa forma, tornou-se, sim, difícil identificá-lo.
Dou-lhe uma sugestão, vá à procura do exame nacional e resolva-o.
Publique a sua resolução, corrija-o ou peça a alguém para o fazer. Faça esse favor a todos os alunos que tiveram de realizar a prova e que neste momento se sentem frustados por os resultados não terem sido do seu agrado.
Facilitismo? Com certeza, que este exame não é o mais apropriado para dar esse exemplo.
Enfim.
Choca-me estes resultados(a Portugues)! sempre adorei ler..e acho mesmo um vicio, mas a minha volta so vejo gente dizer q é uma seca, so se forem obrigados etc...pois assim n vao lá!
Vejo por aí cada adulto a escrever mal e porcamente, a dizer looollllllllleee no meio da rua que até dá dó, e ainda criticam os mais novos por dizer bué, ou por terem de estudar quatro obras e nenhuma delas ter saído, é suposto adivinharmos o que saí no exame.
Anónimo das 16.22h, quanto ao à, sei que escrevi bem.
Ora, substitua lá o "há semanas" pelo sinónimo do verbo haver...
Faz-lhe sentido escrever: "vi o exame por alto existir umas semanas atrás"
A mim não :)
Quanto ao segundo erro que me indicou, é capaz de ter razão.
Mas não seja tão mesquinho/a. Não vale a pena.
Ainda por cima a gramática é toda com escolha múltipla (vá-se lá entender)... E o exame não era difícil. Obrigada a pensar, sim. E se calhar é esse o problema das criancinhas: pensar cansa.
Anónimo das 16h24... não sei como foram as estatísticas do ano passado, mas eu, pessoalmente, também esperava mais. E sei que não fui caso único.
É que os exames de Português, parecendo que não, são sujeitos a uma correcção muito subjectiva...
Mas enfim. Peça revisão de prova.
E boa sorte ;)
Nem vou ler o resto dos comentários Pipoca, mas tanto tu como os jornais que publicaram publicaram isso (eu li) estão errados.
Certamente que não foi por essa pergunta que muita gente não passou e de igual modo, a dificuldade da questão era evidente e não tão simples como as pessoas estão a adulterar.
A estrutura da gramática deste ano mudou imenso. Andamos a estudar (e andaram-nos a ensinar) como responder às perguntas de um modo que não saiu. A interpretação do poema de Álvaro de Campos era horrível e gerava imensas dúvidas.
Toda a gente sabe que a densidade de matéria leccionada na disciplina de português é imensa e é impossível para nós estudar como deveria ser todas as matérias desde Fernando Pessoa e heterónimos, Mensagem, Lusíadas, Memorial do Convento e Felizmente Há Luar. Para não referir a gramática, esta que foi ensinada de forma paupérrima ao longo do ano devido à tal densidade que referi.
Concordo com muitas coisas que dizes, mas este post foi precipitado. Assim como o teu julgamento.
Ainda que tenha dessas perguntas, uma no meio de dez não pode servir de salvação a alguns! O teste era, de facto, acessível a meu ver, mas as sugestões de resposta estavam totalmente fora do contexto ;)
É uma pena quando se emitem opiniões sem fazer ideia nenhuma daquilo que se está a dizer. É comum, mas é uma pena mesmo. Neste caso sugiro que agarres em todos os teus estudos, que são seguramente mais que os dos miudos do 12º ano, e resolvas o exame. Nem precisas de publicar o resultado, mas talvez sirva para ganhares aquilo que distingue os adultos das crianças - maturidade.
Sigo este blog e nunca comentei até hoje..
Fiz o exame, estudei que me fartei e li todas as obras pedidas de bom grado porque adoro ler. E mesmo assim tive uma nota que para mim é péssima, e nunca fui má aluna a português bem pelo contrário. Estudei Fernando Pessoa, como estudei todos os outros conteúdos que poderiam sair mas não, infelizmente não consegui entender um poema de Álvaro de Campos assim à pressão, porque não é nada fácil e por muito que digam que a solução é testes intermédios a português ou mais aulas, não me parece que vá resultar porque não foi por falta de aulas ou estudo que falhei redondamente.
Os alunos não pediam um exame fácil, fácil foi o de 2008, dado aliás, mas infelizmente nasci em 93.
Eu também achava a identificar do sujeito fácil, até me pedirem para identificar um sujeito num texto de José Saramago..
Gosto muito do blog.
Eu estive agora ver o exame (já tinha ouvido um relato bastante cómico há uns dias) e ri-me logo na primeira página do 1º grupo. Acharam que era necessário meter um glossário no final do poema: "sacadas - varandas pequenas".
Em relação à identificação do sujeito não era uma frase facílima "à la 5º ano", porque é um exame de 12º ano. E mesmo assim o exame era praticamente oferecido. Seria difícil tirar uma nota muito alta (por causa do grupo III) mas uma nota decente era perfeitamente atingível.
Eu estive agora ver o exame (já tinha ouvido um relato bastante cómico há uns dias) e ri-me logo na primeira página do 1º grupo. Acharam que era necessário meter um glossário no final do poema: "sacadas - varandas pequenas".
Em relação à identificação do sujeito não era uma frase facílima "à la 5º ano", porque é um exame de 12º ano. E mesmo assim o exame era praticamente oferecido. Seria difícil tirar uma nota muito alta (por causa do grupo III) mas uma nota decente era perfeitamente atingível.
Gosto muito do seu blogue. Contudo este post é estúpido. Sou um dos alunos que teve 12.5 a português (ainda que tenha ido a exame com 16) e garanto-lhe que o problema não foi a gramática (em que, até por acaso, só tive uma errada, porque escrevi "terras" em vez de "as terras", e, sim, disse que era o sujeito) e a frase não tinha absolutamente NADA a ver com o seu exemplo.
O problema não foi a gramática, não foi a composição, foi o poema.
É sempre bom ver que a geração mais antiga acha que os miúdos de hoje em dia estão cada vez mais estúpidos.
Mais uma coisinha, não falem mal de nós, porque foram vocês, a geração anterior, que nos criaram e deram exemplos.
Não sei se sabes (quer dizer, sei, mas enfim) que um exame de português não passa só pela gramática.
O que é ridículo é como é que andamos a estudar obras tão extensivas e extenuantes a nível de tempo de estudo: Os Lusíadas, Mensagem, Memorial do Convento e Felizmente ao Luar, todas passiveis de sair em exame e vai na volta sai um heterónimo pessoano ao qual se dedica menos tempo durante as aulas.
Não discordo da facilidade da gramática, agora fazer a interpretação e grupo III na pressão a que somos sujeitos para tirar uma nota absurdamente alta para entrarmos num curso que nem sequer nos garante um emprego futuro, não venha dizer que é como quem vai ali e já está.
Uma coisa é falar da gramática, que era de caras, outra coisa é concluir erradamente que todo exame era nessa linha de dificuldade e, por último, criticar os alunos que nem sequer têm oportunidade de se defender perante post's deste género.
Antes de falar, conheça.
Cereais, nesse caso é mesmo "há umas semanas" e não "à".
cereais, não se enterre mais...
Cereais, "à semanas" é um erro crasso... aceite a correção!
Assim como o "não se tratam de", o correcto é "não se trata de".
Cereais, o "atrás" é que acaba por ser redundante e segundo os entendidos não deveria ser utilizado. Logo deveria dizer-se "vi o exame por alto há umas semanas". Mas eu não sou picuinhas e ocasionalmente também digo "há... atrás". ;)
lol... Também comentei sobre isso lá no meu buraco...
http://correndoomundodesaltos.blogspot.com/2011/07/exame-nacional-de-portugues.html
:)
beijinho
De facto, há mil e uma razões para nos criticarem. Só fico aborrecida ao perceber que, dessas infindas razões, se caia sempre na ridicularização. E ridicularizar é cingir um exame a uma pergunta aberta de gramática que valia meio valor. Ridicularizar é, ainda, deturpar a dificuldade da mesma pergunta. Eu tenho 17 anos, fiz o dito exame, não o achei de uma dificuldade soberba, nem tão pouco merecedor de uma média nacional de 8,9. A verdade é que há uma grande lacuna no ensino; e a verdade é que nos há também burros e desinteressados. Mas também nos há esforçados e capazes, com exames que não se ficam pelo de Português, que se vêm no meio desta trama toda e que já estão fartos dos bitaites dos mais velhos, quando, esses, não nos dão o exemplo.
Fica o desabafo.
O pipoca nos somos preparados para outro tipo de obras, somos avisados das diferentes obras que podem sair e concentramos-nos muito nisso porque apesar de não ser, no momento do estudo achamos escusado perder o nosso tempo em algo que julgamos que não vai sair. No que toca a exigência da disciplina isso varia de escola para escola de professor para professor logo tudo o que possam dizer não passa de especulação. A verdade é que este exame não era o esperado pela simples razão de um dos textos nem vir no programa.Quanto à gramática que era proporcional ao exame, ou seja, igualmente fácil acredito que tenha sido o que mais pontos deu a maior parte dos alunos que se perderam nas 5 questões (iguais) do texto A, contrariamente ao que dizes a frase não era assim tão simples e quem dera a muitos saber que o que pediram para identificar era o sujeito (que não estava referido,com um o João ou um ele, ou um o ou ainda de qualquer outra forma que fosse simplesmente óbvia). Maus e bons alunos estão de acordo no que toca à "dificuldade" do exame que para quem não o fez é pouco pertinente dizer que era um exame fácil, ate o meu vizinho que tem o 6º ano o disse, portanto é de facto muito racional dizer que nós que ate exames intermédios fazemos como forma de preparação somos todos uma cambada de burros preguiçosos que vai para o exame porque tem de ser sem qualquer ambição ou necessidade de ter sucesso em tal prova.
Ahm, no caso enganei-me mesmo. É realmente 'há'.
Peço desculpa pelo engano.
E Sofia, não me estava a enterrar... Julgava que era assim, afinal não. Paciência ;)
Tambem eu fiz o exame nacional de Portugues A faz uns anos largos...tambem eu estudei as obras sem saber o que sairia convencida que seria o "usual"...enganei-me e fiquei com Eugenio de Andrade para comentar, Pessoa para resumir, e Eca para dissertar....amigos, os autores nao mudam, ou acrescenta-se muito pouco! O problema esta na preparacao seja ela por culpa propria ou de algum professor. Nao e a dizerem que o exame era dificil e desculpar. O exame sempre foi dificil e nao tera logica isso mudar se constitui materia de triagem correcto?
Cara Pipoca, num comentário sobre os exames de Português e as dificuldades que os alunos apresentam nesta disciplina, todo o cuidado com a língua mãe é pouco. Diz-se "exigem demais" e não "de mais". É só uma pequena dica que tenho a certeza que agradece. Afinal ninguém gosta de errar.
Just to set the record straight...
1-O Exame de Português não era estupidamente difícil!
2-Álvaro de Campos faz parte do programa senhora dona kitty!
3- O Sujeito para identificar não era o "João Foi à Praia". A frase foi retirada de um texto do Saramago do mais comunista à face da "terra" (palávra fundamental do exame)
4-Outro anónimo! "Os Nossos Justin Biebers" estão no básico, não no secundário! Estáis desactualizado!
Aqui está o célebre Poema!
Na casa defronte de mim e dos meus sonhos,
Que felicidade há sempre!
Moram ali pessoas que desconheço, que já vi mas não vi.
São felizes, porque não são eu.
As crianças, que brincam às sacadas altas,
Vivem entre vasos de flores,
Sem dúvida, eternamente.
As vozes, que sobem do interior do doméstico,
Cantam sempre, sem dúvida.
Sim, devem cantar.
Quando há festa cá fora, há festa lá dentro.
Assim tem que ser onde tudo se ajusta —
O homem à Natureza, porque a cidade é Natureza.
Que grande felicidade não ser eu!
Mas os outros não sentirão assim também?
Quais outros? Não há outros.
O que os outros sentem é uma casa com a janela fechada,
Ou, quando se abre,
É para as crianças brincarem na varanda de grades,
Entre os vasos de flores que nunca vi quais eram.
Os outros nunca sentem.
Quem sente somos nós,
Sim, todos nós,
Até eu, que neste momento já não estou sentindo nada.
Nada? Não sei...
Um nada que dói...
Álvaro de Campos
As Célebres Questões!
1- "As sensações do sujeito poético são determinantes para a construção de uma certa ideia de quotidiano feliz.
Identifique duas sensações representadas nas quatro primeiras estrofes, citando elementos do texto para fundamentar a sua resposta."
4- "Relacione o conteúdo da última estrofe com as reflexões apresentadas nas duas estrofes anteriores."
Identifique a função sintática desempenhada pela expressão "a indiferença e a hostilidade"
"O grupo cicatrizava-se depressa, mas o garoto, com a alma pesada, andava quilóetros para trnar a ver os seus amigos, os lugares felizes, e de cada vez era mais difícil reconstituir a antiga comunhão, até que vinham a indiferença e a hostilidade e o rapaz desaparecia definitivamente, talvez ajudado por amizades novas e novas terras."
Sujeito ou Complemento directo? Eis a questão...
Fiz o meu exame de Português há doze anos e era imprescindível ter boa nota para entrar em Jornalismo (tive 18). Já não me lembro exactamente do que saiu na altura, mas sei que não era uma das escolhas óbvias. Acho que saiu Vergílio Ferreira e eu tinha apostado tudo n'Os Maias. Mas pronto, fazia parte do programa, se eu não sabia mais sobre o assunto a culpa era minha, não era do Ministério. Agora a maior parte dos alunos queixa-se que saiu um dos heterónimos de Fernando Pessoa e que não tinham estudado para isso. Então... mas não fazia parte do programa? Qual é a estranheza de ter saído?
Não sei se o exame era fácil se difícil, estou apenas a comentar a notícia que foi veiculada e que dava como exemplo a questão da identificação do sujeito. Acredito que não tenha sido só por isso que as notas foram más, mas também acredito que se embarcou num facilitismo em que se espera a papinha toda feita e as saídas mais à mão de semear. E eu vejo isso pela qualidade dos estagiários que me vão passando pelas mãos. Tudo muito fraquinho, com uma ou outra honrosa excepção.
Quanto a quem diz para ir eu fazer o exame a ver se é fácil... bem, não fui eu que passei um ano ou mais a estudar para isso, foram os alunos. É normal que não esteja por dentro dos critérios de avaliação ou que não conheça pormenorizadamente as obras estudadas, até porque acabei o secundário em 1999. Mas se não se limitassem a "decorar", como alguém disse por aí, mas sim a perceber, a saber interpretar e, sobretudo, a saber apreciar, de certeza que a conversa era outra.
Kahkba,
Não sei como é que pode achar que o exame não era difícil, quando nem sequer o deve ter visto uma vez que seja. Isto porque afirma que a gramática foi de escolha múltipla... e não foi.
E não, pensar não cansa quando sabemos que temos o fututo nas nossas mãos assim como o stress e a angústia de, provavelmente, estudarmos que se farta e, mesmo assim, não conseguirmos um emprego, mais tarde, devido a um único exame que não avalia, de forma alguma, aquilo que somos como alunos.
Já foi tempo em que havia escolha múltipla na gramática mas nós, sim, somos a "geração das facilidades"...
O que me preocupa em muitos dos comentários dos jovens que efectuaram os exames é o facto de se queixarem de ter de estudar muitas obras durante o ano e no final estas não saírem. O principal objectivo do estudo destas obras não é saber responder a perguntas concretas sobre as mesmas, mas sim dar-lhes ferramentas de interpretação de estas ou quaisquer outras no futuro.
Mas de facto os jovens têm razão, eles não estão mais burros, antes pelo contrário, criou-se foi uma cultura de facilitismo desde o 1º ciclo, em que até ao nono ano ninguém pode chumbar, não se criam hábitos de estudo desde cedo, e depois os resultados dos exames são o que se vê.
Gostaria de ver a pipoca a fazer o exame, sendo licenciada numa área tida como de "letras", e a ter uma boa nota. (e sim, a vírgula antes do e está bem empregue aqui!)
O exame não é só gramática, também passa pela interpretação de um poema, nete dos mais complicados de um heterónimo pessoano. E, obviamente, o seu exemplo estupido não tem absolutamente nada a ver com o exercício que saiu.
Foi, sem margem para dúvidas, um comentário bastante infeliz e totalmente desnecessário.
Em vez de comentar sem conhecimento de causa, realize antes o exame com o tempo a que nos sujeitaram e corrija e verá a sua nota.
Eu não fiz exames nacionais assim há tanto tempo e tenho perfeita noção que se se perceber alguma coisinha de gramática e de interpretação se consegue ter nota positiva no exame. Quem não tivesse 10 no exame de português não devia sequer poder concorrer ao ensino superior e ponto final. Nem que tivessem 20 na nota final da avaliação contínua, porque ir para a faculdade sem saber fazer interpretação e sem saber alguma coisa de gramática (quer vão para línguas, engenharias, ciências ou saúde), é o grande problema de muita gente que se diz Drº e Engº e depois é com cada "chicotada" no Camões (tadito), que até mete dó! O exame de Português ter média negativa era admissível em qualquer parte do mundo menos em Portugal. Se nós não percebermos o suficiente da nossa língua/cultura literária, para ter uma média positiva nos exames nacionais, quem perceberá?
Gostava de te ver fazer o exame de Português ou Matemática. Com certeza que irias tirar uma excelente nota. Informa-te melhor sobre o que opinas e depois vem comentar. Por acaso conheces o exame? Viste os critérios de coreção? Realmente há pessoas que não sabendo de nada têm opinião sobre tudo.
http://www.gave.min-edu.pt/np3/388.html
Onde se pede o sujeito? Onde se pede 2+2?
Já fiz o meu exame de Português há poucos anos e apesar de ser uma boa quantidade de matéria, penso que é adequado a qualquer aluno que frequente o 12º ano. Actualmente estou no ensino superior, e olhando para trás, posso dizer que a matéria não era assim tanta, comparado ao que por vezes tenho o dobro para estudar num curto espaço de tempo.
A meu ver o ensino no secundário é muito facilitado, e chega-se ao final dos 3 anos e apanha-se este "susto".
Nem mais...Agora é tudo facilitado, tudo pega em resumo e nem se dão ao trabalho de ler verdadeiramente a obra e sobretudo entendê-la... E ainda entendem isso como se fosse um sacríficio em vão...Ah, já agora Vergílio Ferreira é um must ;)
É óbvio que não ia sair um poema que tivesse sido analisado nas aulas. Sempre foi assim. Fiz o exame em 2001 e tinha uma estrutura diferente. Estive a ver o tão falado exame e não o achei assim tão difícil quanto dizem. Note-se que fiz o meu exame há 10 anos e que sou da "área científica", aquela que supostamente fez descer as notas este ano...
Não era bem assim como dizes, realmente.
que maravilha. estamos perante jovens que não gostam de ler, que acham que saber portugues é uma seca e que a escola não serve para nada. a minha mãe é professora e adorou este texto.
Não costumo comentar mas hoje terá que ser. Alguém comentou lá em cima que o exame de 2008 sim foi fácil. Eu fiz o exame de 2008 e tal como muitos dos que o fizeram comigo não o achei fácil. Por falta de tempo pouco ou nada se falou de Lusíadas nas minhas aulas, e quando se falou foi unicamente para comparar com Mensagem. A minha professora era uma excelente profissional e queria que fossemos muito bem preparados, deu-nos aulas extra com revisão gramatical e tentou preparar-nos para o que quer que saísse no exame. Saiu Lusíadas e não estávamos preparados. Por sorte eu tinha estudado Lusíadas na noite anterior e safei-me.
Os exames de português são sempre parecidos e este não foge muito à regra, tanto que mesmo 3 anos passados ainda o consegui resolver sem problemas. O problema destes exames são os seus critérios muito subjectivos, mas quem sabe as coisas e trabalha para as perceber e não para as decorar, com certeza tem uma boa nota.
Para começar a gramática não conta 100%, e essa era fácil, dada, oferecida, um presente dos deuses para qualquer aluno que "estude" português. Acho que a causa dos resultados foi mesmo o facto de ter saído um texto pouco esperado, que por isso não deveria ser desvalorizado mas foi. A maior parte dos alunos tem uma opinião relativamente semelhante quanto à dificuldade do exame. Claro que não estamos a falar de estrelinhas a quem o exame muito provavelmente não correu bem mas que tiveram uma boa nota e agora dizem que era super fácil só para dar ênfase a sua inteligência nunca antes vista num ser meramente comum, eu cá lembro-me bem dos comentários feitos logo após o exame e da preocupação na cara de todos os meus colegas, ate dos espertalhões da escola que diziam "a mim correu muita bem" e que agora vai-se a ver e estavam bem enganados! Os exames não são feitos para serem fáceis (a não ser que seja para subirem as estatísticas claro) mas também não são feitos para estragar o trabalho de 3 anos de alunos que lutam por medias ao longo de todo o secundário. Pelo que vi até professores questionaram a eficácia das perguntas do exame, mas pronto esses também são incompetentes e mais do que qualquer outro nem sabem o que dizem porque não percebem nada daquilo. Outro ponto importante de referir é que sim somos obrigados a estudar obras que podem ou não ser o nosso género literário e a decorar várias coisas referentes a elas, porque caso não saibam algo que nos exames nos dá cotação é referir versos que exemplifiquem as nossas afirmações, versos de poemas que não estão presentes no exame. Nós geração "justin bieber e com nossas miúdas 'sem qq feminilidade", eles são uma geração livre do "axo, pk, xato, bué, ganda" e por aí vai" somos quem anda a ler este e outros blogs (so para ver se começamos a perceber alguma coisa da "coisa" e deixamos de ser tão ignorantes) e somos também muito provavelmente a geração mais lixada pelas capacidades intelectuais de gerações mais velhas.. Agora pergunto qual é a moral dessas gerações em falar de facilitismo e comodismo?
Eu que nunca fui aluna brilhante,após ver o enunciado, achei o exame deste ano (bastante) acessível.
Este facilitismo leva ao ingresso de todos no ensino superior, que posteriormente deixa os docentes estupefactos com a falta de aprendizagem. Aprendizagem essa, que já devia ter sido assimilada ao longo dos anos.
Honestamente, nunca achei que português fosse uma disciplina de "estudo intenso", nem mesmo para os exames nacionais (foi há 7 anos e tive 18 vírgula qualquer coisa). É preciso ler as obras e os autores com atenção e saber gramática. Se o aluno ler muito (outros textos e autores), é óbvio que terá uma vantagem porque estará mais habituado a interpretar e até a estruturar argumentos, mas não é uma disciplina de "marranço".
será a primeira vez que discordarei de si, pipoca. mas o seu discurso não é coerente. Se lhe incomoda o "decorar" então defende o "perceber". e uma pessoa que percebe as coisas não as esquece, portanto, ou a pipoca decorou para o seu próprio exame, ou estudou e percebeu e nesse caso está apta para tentar fazer este. Sou aluna de 19 e garanto que a minha professora não era de facilitismos, mas neste exame não passei alem dos 13. e digo-lhe mais, se o exame era dificil, os correctores deviam ser desempregados de construção civil, pois eu, que sempre escrevi com qualidade (não sou eu apenas que o digo), tive a minha correção linguistica cotada a zero. é lamentavel a quantidade de negativas, e os baixos resultados, mas também o é a falta de profissionalismo de quem tem a vida de tantos alunos na mão. já se é professor só porque sim, é o que é.
Porque é óbvio que não ia sair um poema analisado nas aulas? Acha mesmo que em todas as turmas do pais são analisados os mesmo poemas? Essa decisão cabe a cada professor que analisa nas suas aulas os poemas que acha mais indicados, eu por acaso analisei o poema que saiu no exame numa aula, o exame correu-me muito bem e senti-me prejudicada pela mudança na estrutura do exame no entanto tirei 17 o que considero uma boa nota mas no que toca ao grau de dificuldade do exame não achei que fosse muito simples, as perguntas eram "manhosas". A matéria não era muita se fosse estudada ao longo de todo o ano lectivo, mas pff não desvalorizem o exame de este ano porque só quem o fez e esta sob essa pressão é que sabe se foi difícil ou não.
Hoje em dia, os miúdos, estão uma lástima, no Português. Falam mal, escrevem mal e com erros ortográficos e, cada vez mais, têm mais facilidades na escola. Coitadinhos!
http://dressesandvoyages.blogspot.com/
Marlene
Pipoca, nao fale do que nao sabe.
Concordo com o que foi dito por muitos comentários. Não se pedia no exame nacional para se identificar o sujeito, mas sim davam um excerto do texto e depois identificavam uma parte e pediam para classificar. Cada um tem direito à sua opinião mas não se deve ficar pelo que a televisão diz. Aconselho-a a ir ver o exame e tente resolver. Veja, inclusive, se consegue responder a essa mesma pergunta de gramática. Não falem sem saber por favor, só se envergonham!
Coitadinha de si, Marlene.
"É óbvio que não ia sair um poema que tivesse sido analisado nas aulas. Sempre foi assim." Na minha altura os poemas que saiam nunca eram os que estavam nos livros de texto aprovados. Se mudou, ainda bem. A mim, sinceramente, só me chateou porem as culpas nos alunos da área científica... As perguntas sempre foram manhosas e eu passei igualmente pela pressão desse exame. Desse e de mais 5 do 12º... e depois disso de mais 70 na licenciatura e no mestrado!
Reitero, acho que a desculpa foi esfarrapada!
Mimimimi que era muito difícil, ui que não era uma frase como essa, era muito mais difícil, não fales do que não sabes, Pipoca, coitadinhos de nós que temos de sofrer às mãos dos professores tiranos que fazem os exames e corrigem mal só para nos estragar a vida. Sim, porque nós sabemos tudo, a culpa é deles, que fazem o exame super super difícil de propósito.
Pessoas que fizeram o exame e se estão a queixar, se estudassem em vez de perderem tanto tempo a ler blogs, aposto que tirariam uma nota melhor do que a que tiraram.
PS1: não sabia que este blog era tão frequentado por alunos do secundário (sem qualquer conotação negativa atenção, apenas um apontamento).
PS2: cereais, e que tal ter a certeza de como escrever correctamente antes de vir para aqui fazer afirmações com tanta convicção?
Eu ainda sou do tempo em que tive de ler 19 obras literárias, ao longo de um ano lectivo. Foi uma lista que englobou desde Fernando Pessoa a Antero de Quental, Eça de Queirós e Virgílio Ferreira (que eu abominava!). Foi há uns dezasseis anos,tive de fazer prova de Português e Literatura e achei tudo facílimo (os meus testes eram mais difíceis). Ao ver o comentário acima, com pontos da prova, não consigo ver muita diferença entre a minha prova e a actual. Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades...
Boa tarde!
Sou aluna de 12º ano e estou em Ciências e Tecnologias,não nasci em Portugal e ingressei no ensino Português no 4ºano. Achei o exame de Português deste ano muito mas mesmo muito fácil...Quem se deu ao trabalho de estudar um bocadinho ou pegar no livro de preparação de exame da porto editora tinha o exame feito, uma vez que o grupo I do exame tinha um poema IGUAL a uma FICHA DE PREPARAÇÃO DESSE MESMO LIVRO e.... adivinhem! As perguntas eram quase as mesmas...Tive a sorte de fazer essa ficha no dia anterior e respondi às perguntas do exame seguindo o raciocínio do livro. O texto B era sobre Ricardo Reis, basicamente era debitar matéria muito falada ao longo do ano, estoicismo, epicurismo, e fugacidade da vida. Quanto à gramática concordo que não era dada (o texto era de José Saramago e li-o 3 vezes para perceber muito bem tudo o que era dito), contudo apenas uma pergunta podia suscitar alguma dúvida, que era a do sujeito, pois de maneira como estava colocada parecia mesmo ser complemento directo. Tive sorte, ao longo deste último ano tive uma professora ESPECTACULAR que deu montes de aulas de preparação para o exame e numa destas falou deste caso em que o sujeito está "mascarado" e faz nos pensar que é um complemento directo...Quem não foi às aulas de preparação, ou quem não estudou minimamente, é óbvio que tirou nota baixa...Mas o exame era completamente dado por todas as razões referidas acima. Tive óptima nota (infelizmente não vai contar para nada, pois não preciso deste exame para ingresso), e não foi porque o exame foi mais ou menos dificil, mas sim porque estudei, tirei dúvidas e pratiquei e claro que o facto de ter uma professora que é realmente professora e não vai à escola apenas para passear, ajudou bastante.
Dizem que o exame de matemática também foi difícil, acho que foi mais trabalhoso, mas a escolha múltipla era dada e o resto era só fazer com calma e conseguia-se uma bela nota.
Penso que os alunos estão habituados ao facilitismo, e professores que tem alunos com medias de 18,3/18,4 dão-lhes 20 no fim do ano apenas porque sim. Penso que isto é injusto e faz com que nós (alunos do ensino secundário) fiquemos habituados a dar "graxa" e não fazer nada para melhorar as notas... Tive professores que afirmaram à turma que não davam negativas apenas porque dava muito trabalho chumbar um aluno, e pessoal com média de 5 passava com 11.............
As pessoas não imaginam o que se passa nas aulas, e como alunos que não fazem nada e riem-se daqueles que se esforçam entram no ensino superior e acham que são os maiores...
P.S. As respostas que são dadas nos critérios de correcção do exame são apenas SUGESTÕES, as respostas que são diferentes mas que fazem sentido não são classificadas com 0 pontos como muita gente pensa....
Pipoca, gosto (normalmente) de todos os seus textos , das criticas construtivas e fundamentadas que faz e sei que, muito provavelmente, nem vai ler este comentário mas não poderia deixar de dizer que o exame, de facto, não era nada fácil, bastante duvidoso até. Desta vez o que a pipoca fez foi limitar-se a pegar num exemplo que, ainda por cima, era bastante básico e se tivesse saído no exame era provável que todos respondessem correctamente, e generalizar. Ora, o exame não se limitou a respostas como "identifique" o sujeito. Respeito a sua opinião mas acho que poderia ter lido o exame com atenção para depois fundamentar a sua opinião de forma justa. Francamente, entristeceu-me porque essa era a atitude que esperava da sua parte. De resto, um beijinho.
A verdade é que os alunos são preparados para decorar e não para entender e raros são aqueles que lêem as obras por prazer ou simplesmente para passar o tempo. Convivo diariamente com dois professores em casa e eles próprios o admitem,os alunos tendem a ter pouco ou nenhum espírito crítico,ao ponto de alguns tomarem os exames como garantidos. Quantos não dizem "Oh!Isto não sai, é demasiado complexo"?
Meus caros os exames estão no caminho para a mudança,um bem haja a isso!
Tenta não falar sem conhecimento de causa e não generalizar também.
oh marlene, somos uma merda, diga lá! mas descanse, dizer "hoje em dia", é aceitável!
Nem vou comentar a opinião da Pipoca porque desconhece (e demonstrou-o com esta tentativa de descasca aos alunos) o grau de dificuldade dos exames nacionais deste ano, nomeadamente o de Português. Dirijo apenas o meu comentário aos leitores que perdem o seu tempo a tentar corrigir os erros de escrita das outras pessoas. Bem, se pensam que o Português A dos exames nacionais trata-se apenas de saber escrever correctamente pergunto-me: porque não fazer um ditado aos alunos do 12º como exame nacional? É que têm a lata de corrigir e dar aquela achega: "vês, vês... És um bom exemplo (como aluno ou cidadão) das más notas!"
E sim, corrigir os outros é um privilégio para quem erra mas tornou-se ridículo fazê-lo aqui devido ao tema.
O que aconteceu em Português este ano foi uma falta de respeito para com os alunos.
Na minha humilde opinião, acho que a culpa não é de ninguém em específico, mas sim de um sistema de ensino, que precisa de ser reformulado! Espero que este se torne cada vez mais inclusivo para alunos e professores, e que contribua cada vez mais para a cidadania. Ana
quando me referi à facilidade do exame de 2008, enganei-me era 2009 que queria dizer quando saiu felizmente à luar, peço desculpa. Em 2008 foi o de matemática fácil...
obviamente ninguém está a espera que saia um poema dado, mas como alguém referiu a minha professora também nos preparou muitíssimo bem e nunca nos facilitou. não sei como foi nos vossos anos, mas eu nunca trabalhei tanto como trabalhei no 12º e não me foi dada qualquer tipo de facilidade. Pois, agora vendo o exame também acho fácil, mas no momento entender Fernando Pessoa, tendo ainda que fazer duas composições e gramática é outra conversa.
Já se percebeu que este post gera discussão. A meu ver os dois lados estão certos.
Por um lado, é normal que as notas dos exames em geral e de português em particular sejam mais baixas, quando a grande maioria dos adolescentes hoje em dia não pega num livro para ler. Não lendo, não há vocabulário, não há compreensão de texto nem capacidade de interpretação, nem se escreve decentemente. Ainda que o poema fosse difícil e pareceu-me ser, se a capacidade de escrita estivesse mais desenvolvida seria possível fazer uma interpretação própria do poema, sustentada no mesmo, na tentativa de conseguir pelo menos alguns pontos na questão.
Quando fiz os exames nacionais, há 6 anos, fui para exame o Português A com média de 17 e tive menos dois valores. Muitas vezes o problema não são os critérios mas a forma de como o Professor que corrige os aplica. Noutro exame desse ano justifiquei e pedi revisão de prova a História sendo aumentada dois valores.
Acho que ao invés de ficarem revoltados, quem sente que de facto foi injustiçado na correcção deve pedir revisão da prova depois de mostrar ao Professor, no sentido de saber se vale a pena.
Solução para isto: ler mais, tornar os professores mais exigentes durante as aulas, e perceber que um exame é suposto ser uma prova aos conhecimentos adquiridos e consolidados durante todo o ano, sendo suposto ter um nível de exigência superior.
Generalizar e achar que todos os miúdos são burros e que o exame era quase de 4ª classe é demais, mas também está na hora da malta estudante (seja secundário ou superior) perceber que a sua obrigação e papel é estudar e aprender. Há sempre disciplinas de que gostamos menos ou percebemos menos, faz parte. Na nossa vida profissional vamos desempenhar tarefas de que não gostamos e temos de as realizar decentemente.
Leiam, procurem perceber a matéria e não se limitem a decorá-la, porque muitas vezes na altura de expressarem por escrito o que decoraram, sai tudo ao lado ou mal escrito, porque é complicado escrever sobre algo que não se percebe minimamente.
Se sabes tanto sobre português faz o exame todo e dá aos professores, que geralmente os corrigem, para corrigir e aí veriamos a nota.
Sim, as notas foram as piores, alguns alunos não estudam mas outros que estudam e até dizem que corre bem e sabiam as coisas chegam a pauta e tem muito menos do que achavam que iam ter. A correcção dos exames de português 12º ano não é rígida é absurda.
Devo só corrigir uma coisa. A pergunta não era colocada dessa maneira, não era pedido para identificar o sujeito mas sim para identificar a função sintática de um certo elemento da frase (cuja resposta correcta era sujeito), o que muda um pouco as coisas. Além disso a frase em si, não se resumia a algo tão simples como "O João foi à praia". De qualquer forma, uma média de 8 valores quando se trata de um exame da língua materna não deixa de ser miserável.
E ainda mais miserável é a atitude de conformismo e desleixo de alguns alunos. Hoje quando fui à escola ver as pautas das notas ouvi dois colegas meus do 12º ano a terem a seguinte conversa: Ela "Tirei 12, grande merd*". Ele:"Ou não, tens uma nota 4 valores a cima da média nacional". Ela: "A sério? Oh então é grande nota". Podia considerar que fosse apenas um ponto de vista com o qual não concordasse, mas é ridículo de mais para mão me revoltar! Enfim!
É verdade que os alunos se esforçam cada vez menos, mas também é verdade que os meus alunos se prepararam para o exame e os resultados não foram famosos. Ah! e, por acaso, conseguem identificar o sujeito, mesmo sem ele ter uma bandeira amarela amarrada à cabeça!
O exame não tem de ser facilitista e não o foi. Por isso acho que não deve reduzir todo o exame a uma questão que tinha outro grau de complexidade. De qualquer forma é bom repensarmos o nosso ensino.
pipoca adoro o seu blog, mas admito que quando vi este post fiquei fula, e facil realmente identificar o sujeito numa frase quando a frese e de genero e nao sao, mas quando se trata de uma pregunta que diz "identifique a funçao sintatica presente na frase x " e bem mais complicado saber 1º qual a funcao sintatica e 2º o sujeito nao estava como um nome por exemplo. a verdade e que o exame de portugues tinha um grau bastante elevado de dificuldade.
Fiz exame de Português o ano passado, tive 15 e fui das melhores notas da escola. Sabem porquê? Porque fui das poucas que estudei. Sempre foi tudo facilitado e a minha professora passou o 12º ano quase todo de baixa.
Entretanto, entrei em Direito e descobri que não escrevo assim tão bem quanto pensava. O nível de exigência na minha faculdade, não tem nada a ver com o facilitismo do secundário. Todos os regentes das cadeiras dizem que, a cada ano que passa, chegam cada vez mais alunos aquela faculdade sem saber escrever e falar como deve ser. Para o tipo de ensino que frequentam, deveriam fazer muito melhor. E isto acontece porque, até ao 12º ano,são só facilitismos. E eu contra mim falo. Na minha turma, só três pessoas leram as obras leccionadas e, mesmo assim, fizeram a disciplina de português com algum sucesso.
O que estou a tentar dizer é que a culpa é de quem facilita (os professores, o GAVE, etc), mas também é dos alunos que não se esforçam, não lêem livros e ainda ficam chateados quando alguém os avisa sobre um erro ortográfico que tenham dado. Pior que não saber é não querer saber. E não venham com as desculpas do costume a dizer que é a da pressão e blábláblá. Isso são tudo tretas. A maioria dos alunos do secundário estão-se "a cagar" para o exame de português. E não se sentem pressionados pela possibilidade de não virem a ter emprego e etc. Eles estão é habituadinhos à papinha toda feita.
MV
Tens que perceber que isto é Portugal e portanto o que não falta aí são seres do sexo masculino com o nome de João. Fica difícil identificar o João que se está a falar! Ai, Pipoca, Pipoca... ;)
Fiz o meu exame em 2005 e tive que interpretar um poema (ou prosa, não recordo) de S.Breyner, autora que abordamos,no máximo, em duas ou três aulas. É óbvio que o estudo do português não tem como objectivo responder a perguntas de exame mas para aprender mais sobre a nossa língua. No entanto, pela minha experiência, não existiu tempo para um aprofundamento apropriado das obras dos autores obrigatórios no programa. Dependendo da maturidade dos alunos, penso que é fundamental um acompanhamento mais intensivo, sobretudo na questão da interpretação.
Eu fiz o exame nacional de Português no ano passado, portanto sinto-me com legitimidade para falar neste assunto. Nunca achei que esta fosse uma disciplina difícil (e não, não estou a querer gabar-me, até porque não ganharia nada com isso). Quem gosta de ler e tem boas capacidades interpretativas acaba sempre por perceber o que é pedido, mesmo que não saia aquilo de que estava à espera. Todos os exames que eu já vi até hoje permitiam perfeitamente a passagem do aluno. O problema é para aqueles que ambicionam excelentes notas para entrarem em cursos como Medicina e noutros em que o exame de Português constitui prova de ingresso. Tive 17,6 sem ter errado uma única questão. Descontaram-me 2,4 valores por preciosismos de correcção, simplesmente porque as minhas respostas não correspondiam exactamente ao que eles propunham como correcto, quando eu acabava por dizer o mesmo.
No exame de Matemática A, por exemplo, é muito mais fácil tirar 20. Até podemos não utilizar o processo sugerido na correcção do GAVE, mas se escolhermos um que tenha lógica e que chegue ao resultado certo, dão-nos cotação total.
Não vi o exame de Português deste ano, mas se os maus resultados se devem à gramática, a culpa não é só dos alunos. Falo por mim, que mal ouvi falar disso durante todo o meu 12.º ano. Se quis ter sucesso nesse grupo, bem que tive que ser eu a trabalhar para isso (mas sim, admito que eles deviam ter feito o mesmo).
Genericamente, considero que a Pipoca tem razão quando diz que não nos devíamos sentir obrigados a estudar o que quer que seja, mas, por ter estado tão próxima desta realidade há bem pouco tempo, não consigo analisar esta questão apenas nessa perspectiva.
(Gosto muito do seu blogue)
Em resumo: ridícula esta observação.
Pipoca desta vez o melhor era ter ficado calada. Como jornalista devia saber que falar, do que na realidade não se sabe, não é boa ideia. A pergunta relacionada com o sujeito não era assim tão fácil.
Podia pegar no assunto de mil e uma maneiras, mas pegou nele da forma mais estúpida e cheia de preconceito!
Gosto de a ler mas às vezes os seus discursos moralistas não têm ponta por onde se lhe pegue.
Paula
Todos os tendem a ter perguntas muito fáceis misturadas com outras mais difíceis, precisamente para não desmotivar os alunos. O que importa é o que valem essas perguntas. É que se valerem pouco no meio da avaliação do teste, qual é a importância de haver algumas perguntas fáceis?
A única pessoa que está a ser ignorante aqui és tu. Mas que moral tens tu para estares a criticar o ensino como estás a fazer?
Os exames eram de facto difíceis e como haviam no teu tempo ''burros'' continuam a haver agora. Não podes generalizar dessa maneira. Agora que tens mais de xxxx seguidores achas que podes falar dessa maneira? Gostava de te ver a fazer o exame. SHAME ON YOU!
Se calhar, ao ler comentários unânimes apercebe-mo-nos de algo, completamente notório, a arrogância que a idade nos traz. E este post no blog, foi de alguém que não se lembra dos seus exames nacionais ou que é de um narcisismo estilo Hitler de modo a considerar-se um Ser intelectualmente superior. Eu tive uma excelente nota no exame de Português em 2004, porém reconheço que o facto de haver mais de 50% de negativas não está relacionado com qualquer tipo de facilitismo, mas sim falta de empenho tanto da parte dos professores bem como dos alunos.
Não me vou manifestar acerca do exame de português; não o vi, não falo do que não sei. Contudo, fico incrédula com a má preparação dos alunos que chegam à Universidade. A maioria não sabe estudar,relacionar conceitos, extrapolar, não conseguem sequer organizar o raciocínio. E o maior problema? O facilitismo continua na Universidade. Estive a orientar uma aluna no seu projecto de final de curso e nunca senti uma frustração tão grande! Quando ela me entregou o relatório passei uma semana a decifrar o código (porque português aquilo não era) e outra a tentar colocar alguma lógica naquilo. Todos os meus colegas tiveram o mesmo problema. Confrontámos os professores responsáveis com esta situação, mas a resposta que tivemos foi que re-escrevêssemos nós os relatórios. No caso particular da minha aluna, ela vai seguir a via de ensino. Eu tenho perfeita noção que ela não sabe nada, nem português, nem química, nem física, nem nada. Devia ela terminar o curso? Devia ir propagar esta falta de conhecimento pelos seus futuros alunos? Estão a ver a pescadinha de rabo na boca? Pois...
Desculpe mas penso que não sabe do que está a falar.
Nós não somos obrigados a nada, quem quer estuda, quem não quer paciência.
Não se preocupe que não somos nenhuns bebés que não sabem identificar o sujeito numa frase, até porque isso não pode ser a causa das miseras notas, até porque havia apenas uma pergunta a valer 0,5 (em 20 valores!) a pedir para identificar o sujeito.
Por isso, sim houve más notas, mas não por não se saber identificar um sujeito.
E sinceramente é por isso que o país está a assim, porque vocês vêem meia-dúzia de miúdos a dizer ''bués'' e ''totil'' e já pensam que tooooooooda a juventude abaixo dos 21 anos não sabe falar, não sabe identificar um sujeito numa frase, não sabe fazer 2+2, não sabe ler nem apreciar Eça de Queirós, Saramago, ou o Senhor (esquizofrénico) Fernando Pessoa.
Nós apesar de não passarmos de uns ''miúdos'' já temos bastante responsabilidade, orgulho-me da minha geração porque vejo esforço diário da parte de todos nós que nunca é reconhecido e sempre desvalorizado com as típicas expressões ''No meu tempo não era nada disto'' ''vai de mal a pior esta miudagem'' ''são uns burros que não sabem falar sequer''.
Não, não somos burros e temos a noção das coisas, e este tipo de atitudes, de generalizações e do típico 'bota-abaixo' não nos faz bem, não nos impulsiona para nada, deixa-nos sim revoltados.
Por isso peço, não falem do que não sabem.
Não fale do que não sabe!
A pergunta do sujeito valia 0.5 pontos em 20 valores!
Acha que é isso que baixa as notas? por amor de Deus.
Nós não somos nenhuns arruaceiros que nem falar nem identificar um sujeito sabem.
pipoca, estás enganada. e não digo isto como estudante que sou - digo isto porque tenho noção e consciência da quantidade de exames que já foi feita neste país e a quantidade de facilidade que nos impõem. nós limitamo-nos a seguir os modelos dos exames nacionais e, a partir daí, criamos o nosso método de estudo. não é que não estudemos, porque estudamos. mas este país chegou ao ponto de fazer exames tão fáceis, que não nos vale de nada aprofundar a matéria, pelo contrário, só nos baralha ainda mais!
e quanto ao sujeito? o problema não é o "joão, a maria e o pedro". o problema são os "lhes", os "mes" e etc. que nunca em caso algum lhes deram importância, a não ser neste exame em que literalmente passaram de 8 para 80 sem qualquer avisa prévio. se a culpa é nossa? não. a culpa é dos senhores do gave que facilitam já à muito, mas não queiram que por obra e graça de espírito santo, de um 8 para um 80, o pessoal deste lado esteja preparado para o embate.
um beijinho, Rita.
Ai que eu dava tudinho para ter acesso as notas ( em especial do exame de portugues)da apipocamaisdoce! Mas para gozar desta maneira com os alunos era com certeza um aluna de 20.
e mais uma coisa: se português fosse LER, tínhamos todos MAIS DE VINTE!
Acho que no meio de tantos comentários se perdeu o cherne da questão:
O problema não é o facto de os alunos estarem a preparar-se para certas obras e depois não saírem, o problema é os professores incentivarem os alunos a “empinar” aquelas obras, a decorá-las e não os preparar para de facto conseguirem interpretar qualquer texto que lhes aparece à frente, porque ou sai o que se deu nas aulas, aquilo que foi decorado, ou então ninguém percebe patavina do que está à frente.
Ao chegar ao 12º ano o aluno deve ter competências para ler qualquer texto e compreendê-lo, o que pelos vistos não está a acontecer e isso é que está errado.
Alunos bons e maus sempre os houve, em todos os anos e em todas as gerações.
Eu não ouvi a notícia, mas se for verdade, se agora é mais difícil porque pedem para indicar o sujeito, pergunto-me como é que os exames eram antes...
Acabei de ouvir uma professora no Jornal da Noite da SIC a dizer que os exames são estupidificantes e infantis, e que não são fáceis, são facílimos. Foi a senhora que disse, não eu.
Cereais,
Escreve-se "HÁ semanas atrás", sim. E porquê? Tente substituir antes pela expressão brasileira "tem semanas". Já que só consegue perceber a regra recorrendo a estas mnemónicas, faça assim. Nem sempre se pode substituir o verbo "haver" pelo verbo "existir". Até porque o verbo "haver" queria, há muuuuito tempo atrás, dizer "ter". Por isso é que em francês temos "avoir", em italiano "avere", em romeno "a avea". Todos, juntamente como o "haver", vêm do verbo "habere", do latim, que quer dizer "ter". Por isso temos em português expressões em que o verbo "haver" tem o significado de "ter" e não de "existir".
E, já agora, o verbo "ter" vem de "tenere" ("segurar"). Se temos coisas é porque as seguramos :) Não é gira, a metáfora?
eu fiz o meu exame há 9 anos. hoje em dia vejo as perguntas e fico parva com o facilitismo em que se caiu, e mais parva ainda fico quando vejo tanta gente indignada a dizer que não, que as perguntas são muito difíceis, que têm muito para estudar... pelo amor de deus! é óbvio que há muitos alunos responsáveis e que se esforçam, mas a maioria só se sabe é queixar e estudar, pouco ou nada. tenho medo da educação escolar que os meus filhos um dia terão
Por acaso não vi ainda o exame, mas concordo com o que a pipoca comentou. Ensino inglês a adultos e jovens adolescentes e o maior problema é ultrapassar os problemas que têm exatamente na língua materna. É passar menos tempo a criticar, menos tempo a "cuscar" e ler um pouco que nunca fez mal a ninguém...
Por favor, então faça o exame. Só vejo é aqui pessoas perfeitas.
O exame não era fácil a partir do momento em que durante 3 anos não temos o acompanhamento correcto por parte dos professores.
Pois é, o pessoal está aqui a criticar a gramática, pois bem, no 12º ano a gramática não entra no plano de estudo feito pelo ME. Por isso o professor tanto pode dar como não pode. Por norma não dá porque "não há tempo".
Gente perfeita não vamos comparar os exames de pt destes anos com os exames de há 10 anos atrás :)
Vejam por exemplo o exame de Desenho, no primeiro exercico onde conseguem levar imensos alunos ao erro por causa das imagens que metem
Pipoca, parece que terias muito sucesso no ramo dos fóruns para estudantes, a julgar pela quantidade de alunos do secudário (eu inclusivé) que estão a debater o exame.
Por um lado, concordo contigo, encontrar um sujeito numa frase não é assim tão difícil. Mas a frase em questão não tinha propriamente só uma linha e, para os menos conhecedores (alunos de 13's por exemplo, ou inferiores), o excerto em questão poderia passar por um dos complementos (directo ou indirecto, não me recordo).
Porém, não é aí que está o búsilis da questão. Com todas as disciplinas leccionadas, que por sua vez também contêm matéria e testes e com tantas obras estudadas em português de maneira diferente, de turma para turma (sem falar na diferença entre escolas), os alunos tendem a estudar no último mês antes do exames, para todos os que vão realizar. Como tal fazem, como também eu fiz, uma revisão pelos enunciados anteriores e prevêem o que é mais provável sair, dado o que já saiu nos últimos anos e o que está presente no programa. Por aí orientam o seu estudo.
Eu, por exemplo, após análise dos exames anteriores, conclui que seria mais provável sair Alberto Caeiro ou o ortónimo, por não terem «aparecido» nos últimos anos. Mas não, os protagonistas da interpretação foram dois outros heterónimos pessoanos, que já tinham saído há pouco tempo atrás.
Sou aluna do secundário e ainda não fiz exame a português. Contudo, concordo com o que foi dito pelo Anónimo 21:06! Os professores preparam-nos para aquilo que está no programa e para aquilo que normalmente, desde que há memória, saí no exame: (Felizmente há Luar, Fernando Pessoa...)! O programa é extenso, daí que não exista tempo para leccionar conteudos fora do programa e que os alunos estão tão concentrados em estudar para aquilo que é do programa que não tem tempo para estudar tudo e interpretar poemas, só porque um pode sair!
Os professores como é óbvio, fazem os testes e preparam-nos de acordo com o que normalmente sai. A minha professora (desde o 10º ano) sempre nos alertou que o exame poderia mudar a estrutura e os conteudos, mas esperava que nesse dia nós não fizemos o exame!
Os professores tentam preparar-nos o melhor possivel, mas eles também não adivinham o que vai sair!
Acerca da gramática, a pergunta do sujeito não era assim tão fácil!
Um aluno de 17 que chega ao exame e tira 14, não foi por nao saber, certamente! Ok! Soube tudo durante o ano inteiro (daí ter tirado 17 valores, que é uma nota, na minha perspectiva, boa) e chegou ao exame e tirou 14! Há muitos factores envolvidos! Não é só porque um aluno baixou a nota que se pode dizer logo que ele não saiba os conteudos!
Quem fez sabe, que, não fez calou.
Concordo com a Andreia. E ainda que exista o grau de dificuldade do exame a influenciar a nota final, tudo depende também da subjectividade de quem o corrige, e é por isso que faço questão de pedir reapreciação sempre que exista esse factor.
Pipoca, lamento os comentários desinformados. Em parte nenhuma li sobre a «putativa manipulação de resultados», dependente da variação do tipo de questões e de critérios de correcção. Falo porque sou da área e os critérios são do mais discrepante entre si, de ano para ano e conforme os interesses de quem quer que está no ME/ Governo. Estou CANSADA de ouvir dizer que a culpa é deste ou daquele. Assumam (cada grupo) as responsabilidades - a tranche de rei vai para o governo, sem dúvida. Não falo da minha classe, para não ser acusada de corporativismo. Há bons e maus profissionais, como terá bons e maus jornalistas. Há bons e maus alunos, como em tudo. Acontece, porém que a democratização do ensino (e degradação de condições de vida acenam com a ilusão do canudo, mas não são desenvolvidas condições mínimas de sucesso, o software e o hardware do sistema, digamos). Acusar os alunos de falta de esforço ou os professores de não ensinarem, apetece-me dizer que é burrice. E o João não foi à praia, ficou à porta de casa, à procura do sujeito...Cumprimentos, Laura
Sinceramente, não há nada pior que generalizações. Não, não fiz o exame este ano, logo não estou a comentar por me sentir directamente atacada. Comento, antes, porque não entendo a atitude de arrogância aparentemente inerente a quem atinge uma certa idade. Em qualquer época houve estudantes trabalhadores e outros preguiçosos, houve quem tivesse uma escrita impecável e quem não escrevesse uma frase sem erros. Sempre houve de tudo. E, sinceramente, o ar de regozijo com que algumas pessoas vêm para aqui ironizar não só as notas obtidas, mas também a "nova geração" no geral, não lhes fica nada bem. Se sentem mais inteligentes e perspicazes com o insucesso alheio, desenganem-se. É extremamente mesquinho. Já para não falar das correcções a erros que para aí andam. Estamos cheios de doutores e puristas do português! Só é pena que tanto empenho na correcção de comentários a um blogue, não seja, provavelmente, o mesmo no seu dia-a-dia de trabalho. Caso contrário, com certeza, viveríamos num país bem mais evoluído.
Mas ainda dão tempo de antena a este tipo de professores, que dizem que o exame é facílimo?!...
Espreitem lá o exame e digam-me se aquilo é facílimo.
Já agora, o exame não pedia para identificar o sujeito de uma frase. Pedia, sim, para identificar a função sintáctica de uma determinada expressão presente numa frase de Saramago. E não era nenhuma frase do tipo "O João foi à praia".
E mais, essa tal pergunta valia apenas 0,5 (de 20), ou seja, 2,5% do exame.
E não generalizes! Não me venhas dizer que os jovens do Secundário de hoje limitam-se a decorar! Porque não é verdade!
Pipoca, olha que não é bem assim. Os resultados são vergonhosos, mas houve diferença entre os exames de outros anos e o deste. Sou professora de Português e garanto-te que este foi mais complexo. A gramática não era difícil, mas também não era com perguntas como essa do Joãozinho. Estás a comparar o que não tem comparação.
Anónimo das 21.46, quem não fez pode ver o exame no site do GAVE. E quem fez dificilmente será um avaliador objectivo da dificuldade do exame.
Bem, vamos lá então deixar um comentário por aqui. Sinceramente, sempre fui boa aluna (até existe a possibilidade de ser melhor, mas a preguiça é um pecado tramado), sempre me preocupei em estudar, estar atenta nas aulas,etc, mas também acho que não somos todos iguais. Como a minha querida mãe diz "cada um é como cada qual"- generalizar não é solução.
Por outro lado, sim é verdade que temos a vida facilitada, sim é verdade que nem todos sabemos a tabuada nem todos os rios de Portugal de cor, sim há professores bons e professores maus. Contudo, acho que os seres responsáveis pelos critérios de avaliação deviam de repensar o que deve ser MESMO avaliado (e agora refiro-me ao exame de matemática).
Sempre fui boa a matemática,atrevo-me a dizer que prefiro estudar matemática a ler um livro (a não ser que seja de José Luís Peixoto :P). Fui para exame com 17 e tive 13. Agora perguntam-se: "como foi possível?!" e eu respondo: foi, porque não conta só o raciocínio "numérico" e o resultado, mas sim se escrevi que a derivada da expressão era (15)'+(0.1...)' ou se a área do trapézio era CB+AD a dividir por ... bla bla bla. Se tive o resultado bem, tive sim,mas como não estavam lá as p***s das expressões vai um cortezinho. Corte aqui, corte acolá e assim se chega a um mísero 13 e uma sensação de "A vida não é justa" incrível. Dia e noite de estudo, dores e dores de cabeça terríveis (não me estou a queixar, ou talvez esteja) para nada.
Enfim. Isto foi só mais um desabafo.
Boa noite.
Ps-Bom blog (:
Eu fiz o exame. A minha nota de frequência é 18 e resulta de uma atribuição de notas feita por 3 professoras diferentes mas que foram unânimes num aspecto: eu era aluna de 18. Fui a exame e tive 13. A minha média de secundário é boa e estudei e empenhei-me bastante. Mas interpretei o poema ao contrário. Porque nas aulas são-nos fornecidas informações sobre as temáticas principais dos heterónimos e eu relacionei o poema com uma delas. Relacionei mal. E sofri as consequências. Concordo que o exame não era difícil. Agora, que estou em casa sem a pressão de saber que aquela nota influencia o meu futuro. Eu acho que generalizar e dizer que nós, estudantes, somos todos dotados de pouca inteligência e que não nos preocupamos não é o mais correcto. E para terminar, dizerem que se tivessemos estudado por um livro da porto editora o exame tinha corrido bem não me parece correcto. Nem todos os alunos têm hipóteses de o adquir. Boa noite. E boa sorte a todos os que vão tentar melhorar na 2ª fase.
Rita
Pena que o sujeito não estivesse tão óbvio como isso... Uma professora, logo após o exame, disse-me que eu tinha respondido mal a essa questão. Alegava ela que a resposta correcta era "complemento directo". Eu, que tinha respondido sujeito, tinha respondido incorrectamente, dizia-me a senhora.
Se a professora é má? Não sei, porque nunca me deu aulas a mim. O que sei é que a senhora fez o exame com mais outra professora de Português, não tendo nem uma nem outra chegado à conclusão de que o correcto a responder seria "sujeito".
Ao longo do 12º ano, a minha nota mais baixa num teste de Português foi de 18.9. Neste exame, tive 17. "Ah e tal, os teus testes eram muito fáceis. Os professores facilitavam-te a vida...", podes-me tu dizer. No entanto, para esta objecção, contra-argumento-te dizendo que, nas Olimpíadas Nacionais de Português, realizadas pela UFP, obtive 19 valores no teste que fiz. Não estou a dizer isto para me gabar, nem quero estar a ser convencida. Acho só que notícias como estas não deveriam ser dadas desta forma. Toda a gente fica com uma ideia errada acerca do que é, hodiernamente, o secundário. Pensam que temos a vida facilitada, que temos "a papinha toda feita", como costuma dizer o povo. A realidade não é assim. Não é mesmo nada assim. Só quem a vive é que a compreende. E só quem está mesmo por dentro do assunto é que tem moral para poder julgar. Mas isto é a minha opinião e vale o que vale.
Desculpa o comentário estar tão longo. Gosto muito do teu blogue! É dos meus preferidos. E adoro a maneira como escreves. Nunca tinha comentado aqui, mas, ao ler este post, não pude deixar de o fazer.
Parabéns e beijinho :)
Eu fiz o exame à coisa de 4 anos. E no meu ano, era uma positiva dada. Eu confesso, nunca compreendi nada de Fernando Pessoa, não por falta de esforço mas porque não dava mesmo. Tentei decorar, mas quem sou eu para decorar. Nem uma receita de bolo, quanto mais Fernando Pessoa. Então fui para o exame pensando que seja a sorte que for.
O problema hoje em dia é que facilitam demais. Onde já se viu ver 100 alunos numa escola a tirar mais de 17 a matemática A? Era preciso serem alunos espectaculares. Mas infelizmente não são nada de especial e safam-se nesta coisa estúpida designados exames nacionais.
Giro é vê-los a chorarem pelos cantos com notas, chegarem à faculdade e baterem com as cabeças nas paredes. Porque tão habituados a "decorar" e à papinha toda feita e depois ali um semestre que se aprende mais do que no ensino secundário todo.
Enfim é Portugal que temos. Como uma sábia professora minha de universidade dizia, o que interessa é passar e não saber. Mesmo que se aprenda errado. (isto aconteceu comigo. Cheguei ao primeiro ano de engenharia e fiquei a descobrir que toda a matemática que aprendi em secundário era errada)
Beijinhos pipoca*
Joaninha
P.S. - saudades daqueles post em mostras roupita gira :)
O meu irmão este ano fez este exame, enviou-mo mal o acabou e disse-me que lhe tinha corrido muito mal. Não porque eu tivesse achado o exame difícil, mas sei bem a peça que tenho em casa. Interpretar um poema é interpretar um poema, não sei qual é o problema. Concordo plenamente com as acusações de facilitismo, e posso até dar o meu exemplo: fiz o exame nacional de português há uns anos, e estudei 0, aproveitei o tempo de pausa para ver filmes, e foi um colega meu que - perguntando-me como estava o estudo - me alertou para o facto do exame ser no dia seguinte. Tirei uma nota muito boa e entrei com boa média no curso de línguas e literaturas (e esses, meninos, é que têm programas de leitura extensos e professores que enviam material de 80 páginas para prepararmos durante a noite e apresentar na manhã seguinte).
Isto não passa só por estudar por duas semanas, ou decorar; não fosse assim, as obras dadas nas aulas são mecanismo de ensino, para que o aluno possa partir para outras obras e analisa-las igualmente. E agora não há poesia trovadoresca, nem Antero, nem Vergilio Ferreira, nem nada disso nos programas...
Secretária de S. Jerónimo,
provavelmente não se deve ter dado conta, mas já tinha dito acima que já tinha percebido o erro...
E pedido desculpa pelo mesmo.
Fora de ironias, também já me tinham explicado que o verbo haver já tinha "sido" ter (tal como é naquela frase) no contexto de sala de aula.
Mas, lá está. Foi um erro. Mas apenas isso. Porque concordo com tudo aquilo que escrevi. E não me estou a referir às regras gramaticais nem ortográficas, mas sim ao conteúdo.
Dária: "o exame foi muito facil porque eu fiz as perguntas no dia anterior e então estudei". sorte, é o que se chama. e argumento circular, ou seja, sim, porque sim. não vá por aí. foi desde já uma falta de senso irem buscar um poema que constava no livro de preparação da porto editora. e as mesmas perguntas. há quem compre outras editoras ou simplesmente não possa comprar, portanto deveria ser um ou do manual ou que não estivesse em lado nenhum. e o facto de saber o poema não e uma vantagem. li para cima de 20 poemas de Caeiro e nao li esse, sei analisar bem poesia e não sobe analisar esse. isso foi sorte, não foi estudo.
Ahahahahah!
Ora aqui vai, finalmente, o meu primeiro comentário neste blog.
Primeiramente, como declaração de interesses, devo dizer que fiz o meu exame em 2003, data em que ingressei num agora extinto curso de Literatura. Estou presentemente a desenvolver uma tese de doutoramento na mesma área.
Quanto ao conteúdo do post, devo dizer que concordo integralmente, devendo contudo acrescentar mais alguns elementos:
1. O pior não são estas notas miseráveis. O pior são as lamúrias e a incapacidade de se admitir o fracasso.
2. Esta cegueira não é de agora. Já era há quase 10 anos. Foi-o provavelmente antes também.
3. Grave e preocupante é que mesmo assim, estas notas não vão impedir que estes alunos acedam a um curso de ensino superior. E, pior, o concluam. Alunos medíocres que tinham notas de 12, 13 a português durante o secundário, que continuaram a bambolear pelo 10 na faculdade, estão agora a dar aulas. Fizeram-no no tempo das vacas gordas (há uns 20 anos atrás), mas continuam a fazê-lo.
4. Preocupa-me ainda que, um dia em que tenha filhos, estes sejam instruídos na escola primária por pessoas que entraram com médias de 13 em "eses", onde aprenderam mais a fazer recortes e para onde foram para fugir à matemática e ao português difícil.
5. E último: MAS COMO é que vêm para aqui alunos ofendidos com este post tentar "defender-se" escrevendo autênticas barbaridades ortográficas que nem a alunos do ensino básico deveriam ser admitidas?!
palávras?! acentuação da tónica numa palavra grave?!
Alunos "excelentes" escrevem "apercebe-mo-nos"?! De que verbo veio isto? Mas agora a 1ª pessoa do plural do verbo aperceber, no presente do indicativo, conjuga-se apercebe-mos? Assim com hífen e tudo?
Talvez seja eu a ser miudinha e a passar tudo pelo crivo da exigência. Tive uma professora primária a quem tudo agradeço que nos obrigou a decorar a tabuada (que ainda agora sei) e a decompor sintagmas cuja complexidade apenas reencontrei na faculdade. E sim, eu sempre fui uma nódoa a linguística. Tive o privilégio de uma professora difícil, das que nos fazia copiar perguntas e respostas do quadro, das que nos dava trabalhos de casa intermináveis. Daquelas a quem devemos tudo.
Lamento apenas ver a minha língua, a minha bem estimada literatura, ser aniquilada pelos facilitismos pedagógicos, pelo predomínio da linguística sobre a filologia, pelo estigma de que os livros são para decorar. Lamento que se ensine assim, em vez de se ensinar os alunos a ler.
Tenho 18 anos e fiz este exame de Português, no qual tirei uma nota razoável. Gosto muito de ler este blog, mas não concordo com a opinião da Pipoca nem com a opinião da maioria dos adultos que costumam criticar a minha geração, pondo-nos defeitos em tudo o que fazemos e culpando-nos de quase todos os males. ALguns destes adultos adoram dizer " Ah, no meu tempo é que era... tinhamos de estudar mesmo a sério, não tinhamos tantas opotunidades... hoje em dia eles têm a vida toda facilitada..." mas não conseguem perceber que foram eles mesmos que nos educaram, que nos ensinaram, que nos habituaram a "ter tudo" como também costumam dizer. Culpabilizam os jovens de tudo, mas esquecem-se que nós somos a imagem dos adultos de hoje mas em ponto mais pequeno. Podemos ver um exemplo disso nas crianças: se os pais falam alto, elas também falam; se os pais dizem palavrõs elas também dizem. Parece-me que aqui as culpadas não são as crianças, uma vez que nós aprendemos por imitação. Agora, no ensino, o exemplo que nós temos não é o melhor. Como é que os alunos podem ser pontuais se ALGUNS (estou a generalizar um pouco) professores não o são? Como é que os alunos podem interpretar uma poema de Fernando Pessoa e ler um livro de Saramago se nunca foram habituados a ler desde a primária? Como é que os alunos podem ser empenhados e trabalhadores se a própria sociedade portuguesa em geral é preguiçosa e apenas resolve os seus problemas à última da hora? Seria de espantar se tivessemos uma maioria de alunos brilhantes com tais exemplos. Eu sei que não sou uma aluna perfeita, o aluno perfeito não existe, mas gostava de me sentir mais motivada e receber incentivos dos mais velhos, em vez de nos chamarem "burros" (ainda que indirectamente), "geração Morangos com Açucar" e "ignorantes". Tenho muitos colegas que são muito inteligentes, mas não conseguem tirar boas notas. Falta de estudo e de atenção? Talvez. Mas parece-me que é mais desmotivação, falta de bases logo desde a primária e falta de apoio ds pais e professores. Não me parece que um bom aluno se faça por si só. É preciso mais apoio, incentivos e, PRINCIPALMENTE, uma grande reforma no ensino.
De qualquer forma, esta é apenas a minha opinião e sei que há muitos professores e adultos que são um belo exemplo para nós e para os quais devemos olhar.
C.
Só mais uma pergunta: Se esta geração é tão má e as gerações mais velhas são tão boas ou pelo menos melhores que a actual geração de jovens, porque é que estamos nesta crise? Certamente a culpa não é dos mais novos. Talvez sejamos nós que vamos ter que resolver este grande problema que vamos herdar.
C.
em relação à questão da análise sintática , acho que é necessário dizer que quem realizou exame este ano ainda é do tempo dos complementos circunstanciais de tempo/lugar/modo/etc . a terminologia agora é outra , até pode ser mais fácil , mas depois de sete anos a falar assim é difícil mudar em alguns meses . ou há assim tanta gente a saber o que é um modifcador ?
o meu caso em particular ? fui a exame com 4 h de estudo ( se tanto ) , para ser sincera porque tinha mais três exames com que me preocupar os quais contavam como prova de ingresso ao contrário do de português , no exame saiu tudo o que eu não esperava , e quando saí de lá ia a pensar " todos os meus testes foram bem mais difíceis ! " , os professores FAZEM a diferença , há que aceitar que alguns são efectivamente melhores . assim , o meu 17.5 ainda que não seja brilhante , não me envergonha .
btw , eu estava a torcer pel"A Mensagem " . e sim , os exames são fáceis .
2009/2010 - 2ª fase .
A juventude não gosta de ler ponto. Os pais da juventude não incutem o gosto pela leitura, preferem que joguem PS3 ou XBOX outro ponto. Os professores queixam-se que o tempo é pouco e o programa muito ( quando eu fiz o meu 12º ano minha professora disse com todas as palavras: leiam o livro em casa, a obra é fácil, não tem nada que se saber falaremos sobre a obra em duas aulas). Estudar não é só ir às aulas, ou véspera dos testes e exames, quando e SE chegarem à uma faculdade DECENTE irão perceber, mas porém tardiamente.
A sra pipoca também comete erros ortográficos ( os gramaticais não sei ).
Mas agora pergunto-me: Se não gostam de ler, o que fazem aqui? É que é preciso ter paciência para acompanhar um blogue, ler os post e ainda por cima ler os comentários todos! E mais: O que um exame de português e a sua nota diz sobre um indivíduo? E só mesmo mais um bocadinho: Será que saber identificar o sujeito numa frase no 12º ano vai fazer destes alunos melhores profissionais? Na minha área por exemplo, vão fazer de uma pessoa melhor Economista, Gestor ou político? Saber identificar o sujeito será o cerne principal para resolvermos os problemas económicos do país? Por favor.. Esta ideia errada que a nossa vida é definida por dois dígitos de 0 à 20 só vai continuar a enterrar ainda mais este país.
Pipoca...o exemplo que deste não foi o melhor. Pode ser muito difícil identificar o sujeito. Na frase: 'Ontem nevou em Lisboa', consegues identificar o sujeito? Um desafio...e aposto que não consegues!
Os exames têm um grau de dificuldade cada vez maior, e sim: Há muitos alunos que pensam que são os maiores e não estudam, mas este não é propriamente um dos casos.
ando a ver a noticia de quererem aumentar as aulas aos alunos a portugues e a matematica, mas como aluna, acho que deviam de ter em atenção, tambem, os professores que nos preparam (ou nao preparam) para um exame, ou mesmo dando a materia. E pelo o que vi, este exame e o do ano passado não foram nada meigos e os criterios mt menos. mas claro a culpa é dos alunos que não fazem nada, depois vão com um 17 na pauta e sai com um 12 no exame.
beijinhos
Peço desculpa a todos os meninos que fizeram o exame em questão, mas de facto a Pipoca está certa. Concluí o secundário há três anos (área de ciências, a que pelos vistos mais derrapou este ano) e já "no meu tempo" os exames eram assim, bastante acessíveis, e já nessa altura os alunos se queixavam. Quanto a este, a questão do sujeito era bastante simples (basta fazerem a pergunta "Quem?" e aquilo que lhe responder corresponde ao sujeito - exercício básico e relativamente independente da complexidade da frase). Estamos a falar de um exame de 12º ano e que vai servir de prova de ingresso a muita gente, não queiram a papinha toda feita. Alguém falou aí em ler e decorar obras e realmente não é assim que se vai lá. Se a culpa é dos alunos, do sistema, dos professores eu não sei, mas que os resultados foram uma vergonha tendo em conta a (pouca) complexidade do exame, foram. A interpretação do poema não era propriamente complicada, estava lá basicamente tudo o que era necessário para responder, a questão de desenvolvimento sobre o Ricardo Reis era oferecida, a gramática não era nada do outro mundo e a composição final era bastante normal. A quem se queixa de que fazer as coisas sob pressão só digo, esperem pelo ensino superior que depois já se podem queixar com razão. Quanto aos que dizem à Pipoca para resolver o exame e o submeter a um professor que o corrija, sinceramente, já a formiga tem catarro, "putos" de 12º ano a desafiar uma jornalista, que por acaso é das que sabe escrever, a resolver um exame mesmo ao género "ai é? Então faz tu, que agora quero ver!". Quero acreditar que não é essa a educação que vos dão em casa. Deixem de ser insolentes, ainda têm de comer muita sopinha até terem legitimidade para dizer esse tipo de coisas a quem quer que seja. Aproveitem a experiência para aprender que nem tudo na vida são facilidades e que a interpretação não passa por decorar fórmulas pré-definidas mas em compreender o sentido do texto.
Boa sorte para o recurso, se for o caso. À Pipoca, parabéns pelo blog.
Também não consegui entender pipoca .. Segundo o que sei sairam os heterónimos Álvaro de Campos e Ricardo Reis, para mim foram das matérias mais fáceis do 12º ano! E não venham dizer que não faz parte do plano curricular porque faz! Quem me dera que tivesse saído isso no ano passado em vez do canto dos Lusíadas que saiu, para mim pessoalmente é mais fácil, se bem que gosto de Português no geral.
Agora é aplicarem-se na segunda fase, no ano passado mesmo depois de ter tido positiva na primeira fase inscrevi-me na segunda para tentar melhorar e aconselho que o façam, pois vale sempre a pena tentar.
Quanto ao facto de hoje em dia a grande maioria achar que está a ser obrigada a ler e decorar as obras não podia estar mais de acordo, penso que na minha turma só eu é que li o ''Memorial do Convento'' inteiro, com vontade, e adorei! Confesso que se houve uma única obra das que fazem parte da matéria de secundário que não gostei foi ''Os Maias'', não gostei mesmo da história ..
Desejo muita sorte para a 2ª fase a quem não conseguiu fazer esta primeira, até porque tenho amigas nessa situação.
Acho piada a este tipo de resultados... Visto que, depois dos exames nacionais foram feitas reportagens à porta de escolas e a opinião entre todos os alunos entrevistados era comum. Que o exame tinha sido razoavelmente fácil e que teriam de certeza excelentes notas!!!
Querida pipoca estás muito enganada. No exame podia existir sim perguntas fáceis , mas no global não se tratou de um exame fácil. E já agora a pergunta para identificar o sujeito não era desse género que tu expões, assim de facto seria fácil, mas o sujeito era o pronome relativo "que" como tu deves saber pode tomar várias formas sintáticas numa oração e é ainda mais difícil identificar quando se encontra no meio de um parágrafo enorme. Mas como se costuma dizer quem está de fora raxa lenha. Eu fiz o exame, tive 13 e achei um exame mais dificil do que os que se fizeram nos últimos anos.
De facto não vi o exame, mas convivo diariamente com professores, pelo que as questões foram discutidas várias vezes ao longo deste mês.
Mas a verdade é que também eu fiz um exame nacional não só mas também de português e já no meu ano achei que as correcções eram ridículas e picuinhas, que são.
Mas isso não exclui o facto de que é preciso estudar tudo o que é possível sair no dito exame (tal como eu fiz), mesmo sabendo previamente que provavelmente só serão abordadas uma ou duas obras.
Quanto aos cursos não assegurarem emprego, isso não serve de desculpa. Ninguém escolhe por nós.
Agora o facto de que as notas foram péssimas e terem representado o pior quadro de sempre é irrefutável. E tem de ter alguma explicação.
Kahkba
A vida não é justa! Ora aí está uma verdade. Bem vindos ao mundo real. Não sou uma expert em português, até precisava de umas aulitas, e não venho para aqui comentar se o exame era fácil ou difícil, se os alunos não estudaram... Continuo a achar que as pessoas se ofendem demasiadamente com o que a Pipoca escreve. Se muitos dos leitores vêm para aqui criticar a Pipoca esta também tem o seu direito de criticar irónicamente o que quer que seja (bem ou mal). Como é óbvio muitos de vocês que lêem a Pipoca continuam a não conseguir interpretar a sua ironia. A frase que ela citou é simplista, facilmente se depreende quem é o sujeito, mas foi escrito desta forma para irónicamente mostrar que o nosso português vai mal.Quando muitos de vocês ingressarem no ensino superior vão perceber que aí sim há muitas injustiças, que nos exames saiem matérias de que nunca ouviram falar, que têm má nota porque até discordaram de um professor e ficaram marcados, que o fulano A teve uma boa média porque andou a dar graxa ao professor. Enfim, passei por tudo isto e não virei uma revoltada. Acho que ninguém percebe que a vida é curta demais e que deve ser aproveitada, apesar de todas as injustiças.
Sou aluna do 11º ano, li o exame todo e muito sinceramente não entendo onde estava a dúvida dessa tão falada pergunta para identificar o sujeito.
Marta.
Concordo inteiramente com o FP.
Lá porque já tem um a vida formada, emprego garantido(neste momento nada é garantido), recebem um ordenado, fazem compras das mais caras pensam que tem o direito de rebaixar a geração futura.
Qual é a ideia de estarem sempre com a mesma conversa, que os exames são fáceis, que nós é que já nem sabemos ler nem escrever, que isto e aquilo?
A arrogância, o nariz empinado não fica bem a ninguém.
Se houve professores de português a dizer que o exame era fácil, também os ouve (que eu vi na televisão) a dizer que o exame não era assim tão fácil que não era do mais complexo que podia haver, mas não era facílimo. Mas mesmo que o exame fosse fácil, fácil, fácil, mesmo que nós fossemos todos excelentes alunos, se ao longo destes três anos de secundário os professores não dirigem o ensino para questões tipo exame, só aí já perdemos muito.
A questão neste momento já nem é acerca do exame, não! È da forma como se trata a juventude hoje em dia.
Como podem ver, há alunos, jovens esforçados, que para alem de terem dado tudo para estes exames nacionais ainda vem para aqui para defender esta geração!
Ser treinador de bancada também é muito bonito! Dizer que isto ou aquilo era fácil...
Nesta altura vejo que há pessoas mais velhas e que precisam de crescer mais do que eu.
Estive a ver comentários anteriores, e via que havia pessoas a ironizar sobre o facto do blog da pipoca ter muitos leitores do secundário.
Agora até já se está com azia porque há muitos alunos do secundário a lerem o blog da pipoca.... Mas não se pode?
Pois se calhar não... não temos inteligência suficiente para perceber os textos que a pipoca aqui põe...
C.A
Acho que deverias comentar/criticar algo sobre o qual tens conhecimento. Que eu saiba não és estudante e também não realizas-te o exame nacional de Português. Não tens o direito de gozar com os estudantes (esse exemplo do João prova isso) nem tens o direito de dizer que o exame era fácil.
Sou aluna de 12º ano e fiz este exame de português, não era de caras (mas também não era nenhum bicho de sete cabeças), e nem sou má aluna (tenho média de 19)
O problema é que para grande parte dos alunos (nomeadamente pessoal de Ciências e Tecnologias) a prova de português apenas conta para 30% da nota interna (poucos usam este exame como prova de ingresso), ou seja, ninguém se dá ao trabalho de estudar para 20, simplesmente porque não precisa de tanto, e claro que a estudar para 11,5 (no meu caso) é complicado atingir resultados brilhantes. Tive um 14, e a sensação com que fiquei a ver a pauta foi um misto agridoce, "estudei de mais"..
I.
Lamento que a tua ideia seja essa. Não fizeste os exames portanto não podes falar muito sobre algo que desconheces. Já que leste ou viste as noticias não te apercebeste que este ano os exames do 9º ano e do 12º foram com um nível de exigência superior? Por outro lado viste os critérios de avaliação? São super rigidos, e às vezes nem tem a ver se sabes ou não. Portanto antes de falares sobre algo que achas errado ou que nós somos "Burros" porque não sabemos identificar o sujeito vai-te informar melhor sobre essa questão.
(eu nem sou de comentar, mas hoje não resisto)
Pipoca, parece-me este pessoal não está habituado a "ler-te" e não conhece a maneira como escreves... estou a ter um déjà vu em relação à situação do "limiar da pobreza"... hipérbole, já ouviram falar??!!!
Sem discutir a dificuldade do exame (já houve imensos "entendidos" que se pronunciaram a esse respeito), sou professora e concordo que estamos cada vez mais a cair no facilitismo... e é correcto afirmar que generalizar não é a melhor opção, porque há bons e maus, mas sinceramente estou tentada a afirmar que o que prevalece são os “maus”...
Quem devemos culpar?!! TODOS: governo, professores, alunos e pais...
E tenho dito!!
Se acham este exame difícil, quero ver quando entrarem para a universidade...
Para a interpretação de um poema não é preciso marrar, é preciso pensar, raciocinar, ler com olhos de ler...
De qualquer forma, a gramática aprende-se na PRIMÁRIA, quando se chega ao 12.º ano é suposto os alunos já estarem a um nível em que não é preciso explicar a diferença entre a contracção "à" e o verbo "haver"...
Eu concordo contigo! Eu estou no secundário e vejo bem a miséria que o pessoal estuda. Os exames não são dificeis, os alunos é que estão habituados a que lhes façam a papinha toda. Quando forem para a faculdade quero ver!!
Não concordo contigo, porque fiz o exame e as perguntas de gramática não era tão simplificadas como "identificar o sujeito", a gramática mudou e as coisas estão com nomes diferentes que sim, complica, mas dá para estuda-las e aprende-las que é o que muita gente não fez.
O exame era bastante simples, consegui tirar 17. Hoje em dia o exame de português é desprezado porque não é prova de ingresso para quase nada e porque toda a gente acha que fala e escreve muito bem.
Se não têm tempo para estudar as obras no tempo de escola, leiam nas férias! Não? Ah pois.. de papo para o ar também eu.
Nós alunos de 12º somos "trabalhados" pelos professores para o típico modelo de exame. Este ano o GAVE decidiu mudar o formato e quem se limitou a dar uma vista de olhos pela matéria não se safou. Em nenhum exame a gramática saiu em questão aberta, sempre saiu em escolha múltipla, sempre! Os professores diziam para nem ligarmos muito à gramática e até davam dicas "se sair alguma pergunta de coesão escolham sempre a opção lexical". Este ano as perguntas obrigavam a procurar no texto, a saber mesmo a gramática e a ter o mínimo conhecimento. Correu mal para alguns.
Se é feita uma matriz de exame, acho que esta devia ser cumprida. Somos "obrigados" como já disseram a ler certas obras porque dizem que vão sair no exame, ninguém se interessa se as lemos mesmo ou não, o importante é dar o programa, mas depois as obras não saem no exame e vêm dizer que os jovens não percebem nada de português, podera, passamos um ano a ser martelados para uma coisa, sem aprender o que na minha opinião é essencial.
Este ano senti-me injustiçada, tive 19 e 20 nos testes e a minha professora deu-me 19 de nota final, teve a lata de me dizer que eu era a melhor aluna dela de 12º ano mas como eu tinha uma nota abaixo de 15 não me poderia dar 20. O que é certo é que eu tirei 18,2 no exame e colegas minhas, de outras turmas, que tiveram o dito 20 a português porque a média das notas era 18/19/20 no exame não tiveram além de 14,5 .
Não bastava identificar o sujeito, falam todos porque não estudaram a nova terminologia gramatical como nós tivemos de estudar a correr este ano.
Se escrevêssemos "sujeito" tinhamos ZERO pontos. A resposta certa, de acordo com a nova terminologia seria "sujeito composto".
Escrever e identificar o sujeito é simples como todos dizem!
Fiz o exame e tive boa nota, mas tive de me esforçar para esquecer o que aprendi de gramática ao longo de 12 anos para aprender uma nova terminologia que se lembraram agora de adotar.
Kahkba em vez de falar vá ver o exame !
Pela primeira vez em 14 anos a gramática não saiu em escolha múltipla e saiu pela nova terminologia!
Antes de falar, pensem se sabem do que falam.
Sinto-me indignado com os comentários de pessoas que vêm para aqui sem saber do que falam, não fizeram nem viram o exame.
Oh Pipoca, agora todas as professoras que falam na televisão são génios? O que dizem é a verdade absoluta?
Foste tu que disseste, não eu.
a mesnos que, em 1999, tivesse "severas deficiencias auditivas", o seu exame foi sobre cesário verde ou Frei LUis de Sousa. e os alunos do 12º ano de agora não tem como composição "fazer resumos", como "nos seu tempo".
Gente...fiz o exame, fui com 16, tive 14, 5...epá grande sorte que tive, porque nao desci!
Leio o teu blog à imenso tempo, e teve de ser este post todo catita que me fez deixar um comentário pela primeira vez! Na minha opinião houve 2 coisas fulcrais que originaram esta descida a pique nas notas. Para começar, sinto que com 17 anos, somos todos demasiado insensíveis e imaturos para analisarmos poemas de Álvaro de Campos, e infelizmente a maturidade não é uma coisa que se estude. Para se interpretar certos poemas, é necessário ter já alguma experiência de vida, ou pelo menos ler se este tipo de poesia à alguns anos...Contudo hoje em dia os jovens ou lêem estados do fb, ou livros da J.K. Rowling e isto ainda não calha em exame, por isso até lá, não me cheira que as notas subam.
O outro motivo foi o exame ter fugido à matriz feita pelo gave, mas quem sou eu para divagar sobre isto....Anyway, nao me venham com a palavra facilitismo porque honestamente enjoa, porque 90% das pessoas que a usam, nem sequer passaram os olhos pelas provas.
Ora muito bem... problema de 12º ano... digo-vos que alunos do Ensino Superior pedem ao docente de uma disciplina que diga quais são os "diapositivos que vão sair no exame". Maravilha, não?
Quanto ao exame de 9º não sei, mas no caso do exame de 12º ano as obras faziam parte do programa e os dois heterónimos pessoanos foram abordados nas aulas. Não concordo com o que se diz acerca do exame ser muito difícil. Não era muito difícil, tinha um maior grau de dificuldade do que os exames dos dois anos anteriores que eram estupidamente fáceis.
Pipoca, identificar um sujeito assim na frase que escreveu acho que (quase) todos sabem fazê-lo (espero que sim e quero acreditar que sim), mas a pergunta que saiu referente a isso no exame era mais complicada e a ver pelos exames anteriores não iria sair nada disso. No entanto, não era muito difícil, era só um bocadinho confuso.
É uma forma engraçada de abordar a questão (e de que gostei!). Acho que ainda por aí muita gente enganada na forma como anda a conduzir o Ensino em Portugal... É que a ver pelos resultados que a cada ano saem e que são cada vez piores, não sei como será daqui a uns anos...
Não tenho nada contra a pipoca nem contra quem vem para aqui dar a sua opinião. O exame deste ano até pode ter sido facílimo e nós alunos até podemos ser uns "bibers" que por aqui andam sem saberem identificar o sujeito numa frase, no entanto, não é justo que falem sem sequer verem o exame ou como foi o percurso de cada um. Basearem-se na comunicação para fundamentarem opiniões quando nem sequer o exame viram nem estão nas aulas de português para verem a forma como as aulas são dadas.
Dou-lhe um exemplo, sabe como foi dado o Felizmente Há Luar! na minha turma? Em duas aulas que nos limitámos a ler a obra e sem qualquer nota ou apontamento, assim como as restantes - menos o Memorial, que como era a grande aposta de exame, demos exaustivamente! - E sim, é verdade que nos queixamos ao Ministério, nós somos alunos, se nos são dadas duas aulas de português por semana - disciplina de exame - e três de disciplinas como introdução a Direito ou Psicologia , de quem acha que são as culpas ?? Dos alunos não é ? Que se mataram a estudar durante o ano ? E chegam a um exame com perguntas que nem os próprios professores percebiam á primeira? Temos a nossa parte da culpa, mas será que merecemos o rotulo de "estúpidos e burros", como as gerações "no-nosso-tempo-é-que-era-tudo-mais-difícil" pensam??
Por amor de Deus. Pipoca, vá realizar o exame.
Eu sou aluna de 18 a Português, adoro ler e adoro escrever. Não achei o exame nada difícil. E sabe quanto tive? 11. Quando saí do exame, fui ver os critérios, fiz as contas, e deu-me 16. Tudo o que eles exigiam nas questões, eu referi. Tive a escolha múltipla certa. A composição era de um tema acessível.
E tive 11.
Tenho a certeza absoluta que, se a Pipoca fosse fazer o exame, não teria mais do que a minha nota.
O problema pode estar em muitos alunos, mas está sem dúvida também nos correctores dos exames. No ano passado foi a mesma coisa. Alunos que pediram revisão de prova subiam muitos valores, mas no recurso em si não subiram nada.
E...Pipoca...informe-se antes de falar.
(www.gave.pt)
Vem tudo mandar bitaites. Ai que difícil, ai que fácil. Não e isso que está em questão aqui. É verdade que a exigência já não é o que era, mas não somos todos doutores pois não? Se viram as notícias, sabem que a média das notas dos exames de português não dependeu muito do conteúdo do exame, claro que os nossos jovenzinhos têm culpa de não estudarem muito, mas está errado eles quererem concentrar-se mais no exame de matemática? Têm mais horas semanais de matemática, temem pela vida só pensar que chumbam a matemática, e a pobre disciplina de português é deixada para trás. É sim muito importante, e ninguém lhes tira a culpa por não terem estudado mais, mas a verdade é que a matemática ocupa toda a sua mente. Porquê? Este é um problema que já vem da primária, o bicho papão da matemática contra os verbos e adjectivos de português. Claro que vão concentrar-se no que acham mais dificil, negligenciando o português. A culpa é de todos.
Pelos comentários se vê o que os alunos aprenderam e sabem. Um livro obrigatório do progama, Felizmente Há Luar, é referido de maneiras diferentes. Para uns é Felizmente ao Luar, para outros é Felizmente à Luar.
Para nem falar em Vergílio Ferreira, que escrevem Virgílio Ferreira. Será que nem os títulos dos livros e os nomes dos autores conseguem aprender?
E depois admiram-se e ficam muito queixosos.
O ano passado fiz os meus exames nacionais, incluindo o de português, que por acaso na altura me tinha corrido bastante bem, a nota é que não foi o que esperava, porém o meu problema nunca foi a interpretação do texto ou do poema que por acaso sou bastante boa, mas sim a gramática. Mas, consegui entrar na faculdade, o que para mim já foi um alivio. Mas, como alguém aqui disse nos comentários acima, quando se chega a faculdade é que elas doem, começa-se a perceber que só sabemos uma parte, pois a outra ainda está por descobrir, e o grau de exigência é muito superior. A faculdade é um mundo completamente diferente e quem realmente quer lá entrar tem mesmo que se esforçar e se preparar, eu própria aprendi mais na faculdade [e ainda estou no primeiro ano] do que anos no secundário. É na faculdade que realmente se descobre a vocação e para o que temos ou não jeito, eu própria descobrir e por mais que goste de línguas, não tenho vocação para elas, por mais que consiga dominá-las, por isso é que vou mudar de curso. O secundário tem uma preparação péssima, independentemente de ser ou não bom aluno.
É comum das gerações mais velhas criticarem as gerações mais novas e pensarem que tudo o que estas fazem é mais fácil do que o que elas fizeram... Mas a verdade é que os exames não são facílimos como já li em alguns comentários e muito menos podem ser considerados "papinha feita". Creio que foi uma observação infeliz própria de alguém que não viu o exame. Concordo, porém, que é igualmente infeliz os jovens de hoje em dia decorarem as coisas em vez de as perceberem. Os jovens têm de ganhar o gosto pela leitura, pois ao lerem desenvolvem a interpretação e uma capacidade que creio em vias de extinção que é a de pensar. Penso também que a culpa destes maus resultados vem principalmente da desvalorização das disciplinas de letras e da preocupação extrema por disciplinas mais das áreas de ciências. É necessário valorizar as áreas de letras e tirar da sociedade o preconceito "que para humanidades só vão os burros que não conseguem fazer matemática" e por aí adiante...
O grau de dificuldade do exame depende SEMPRE de pessoa para pessoa. Eu, achei extremamente difícil. Na minha turma, TODOS acharam o exame difícil. Uns tiveram melhor nota que outros, é verdade. Mas, no gerla, não ouvi NINGUÉM dizer : O exame era mesmo fácil. A nossa ogrigação é estudar, é verdade. Mas não se estuda um poema bolas. Cada um faz a sua ideia dele. Uma ideia errada, significa as perguntas c/ mais pontuação todas mal. E sim, o Fernando Pessoa fazia parte do programa, mas não é fácil analisar. Ler, confesso que até é um prazer, mas analisar, é diferente!
A frase não era desse género nem parecida. Era mais complexa e o sujeito não estava perto do óbvio. Não tenho gramática desde do 10º ano e por uma razão muito simples: ou damos as obras do programa como deve ser ou damos o que é o sujeito. Para não falar que este ano mudaram a estrutura da gramática sem ninguém saber. Eu fiz exame a português este ano, tive boa nota e devo admitir (e nisto estou contra muita gente) que aquilo era acessível. Mas posso ser só eu, visto que estou habituada a fazer coisas muito mais difíceis. Os resultados foram maus? Já se esperava. Para ser sincera estava à espera de muito pior.
Anaaaaaa Porteeeeelaaaaaa, "havia no teu tempo" e "continua a haver"' OK?????? Tadinha.
É muito fácil falar do que não se conhece, não é Pipoca?
Vocês aqui falam muito, mas queria ver-vos a todos sentados dentro de uma sala com dois professores a olhar para vocês enquanto vocês próprios definem o que vai ser o vosso futuro.
Sabem qual é o verdadeiro problema dos portugueses em geral? É que falam sem conhecimento de causa. Antes de falarem dos miúdos de hoje, lembrem-se que já foram miúdos e que também cometeram erros, lembrem-se que estes maus resultados não são apenas de hoje ou de ontem, os resultados podem ter, efectivamente, vindo a piorar, porque o Ministério da Educação está mais preocupado em colocar a senhora da limpeza lá do prédio nas Novas Oportunidades, em vez de se dedicar às necessidades dos alunos que irão ser o futuro do país. Que hipóteses tem um indivíduo de cinquenta anos de alcançar um melhor cargo no seu emprego? Muito poucas, na minha opinião.
Queres uma dica Pipoca? És óptima a dar a tua opinião sobre trapitos e tamancas, portanto, limita-te a fazê-lo, porque quando sais da tua zona de conforto, só dá em asneira.
De qualquer forma, esta é só a minha opinião, a opinião de uma miúda de 16 anos que faz parte de uma geração de facilitismos, segundo o que se diz por aí.
Se querem crianças e adolescentes perfeitos vão buscar chineses, eles são os melhores no que toca à Educação, mas não falem de algo que não conhecem.
Caríssima Pipoca, eu não realizei o exame da disciplina de Português este ano e, por isso mesmo, não posso opinar, contudo, realizei o exame da disciplina de Literatura Portuguesa destinado aos alunos do décimo primeiro ano de escolaridade. Ora, o exame incidia na matéria leccionada no décimo e no décimo primeiro ano de escolaridade, e o GAVE decidiu incluir no referido exame um poema de Almeida Garrett que, por sinal, tinha sido analisado numa aula, o problema não era o poema ou as questões, eram os critérios de correcção que são, ouso afirmar, estapafúrdios! No último grupo, foi-nos pedido que dissertássemos sobre a temática da Lírica Camoniana, até aí tudo bem, nada a apontar, mas será que havia necessidade de nos ser dado esse tema para a elaboração de uma redacção quando nos foram leccionadas obras como "Amor de Perdição" e "A Relíquia"? Obras essas que nos permitiam elaborar um texto muito mais rico. Esta é apenas a minha opinião, a Pipoca teve Literatura Portuguesa no Secundário? Se sim, peço-lhe que vá dar uma vista de olhos no exame dessa mesma disciplina.
Cumprimentos.
Isto é tudo muito bonito meus senhores, mas a verdade é que mesmo se o exame é fácil (e não, não estou a dizer que foi, porque até acho o contrário) as notas nunca são nada por aí além.
Eu não fiz o exame de Português, mas estou no 11º ano e tenho (ainda) de fazer o de Fisica-Química. Ora, toda a gente diz que esse exame era facillímo, que os senhores do gave deviam estar a gozar com a nossa carinha e mimimi. No final, vai-se a ver e as notas são o descalabre. É algo prevísivel, basta olhar para os critérios impostos. Agora, se os critérios são maus para uma disciplina como FQ, basta imaginar como são os critérios para português, que têm um elevado grau de subjectividade.
A pipoca tem razão numa coisa, muitos alunos são mal preparados e o aproveitamento não é do melhor. Eu que o diga, tenho muitos colegas assim. Com certeza que existem aí muitas notas que merecem ser o que são, mas quanto a outras não direi o mesmo. Penso que se as notas foram tão más como é dito, é porque o exame não era assim tão acessível como nos outros anos. E não nos podemos centrar apenas nessa pergunta do sujeito. Mas pronto, é a minha opinião.
Não concordo nada Pipoca.
Vou explicar a minha opinião. A questão não é ter saído um heterónimo no exame que estava no programa. O problema foi sair um poema em que NENHUMA das perguntas remetia para o estudo do heterónimo. Eu vou explicar: um poema é alvo de muitas interpretações. Para mim interpretar ou o jeito para escrever é uma coisa inata. Eu posso escrever 1000000 textos e sei perfeitamente que vou continuar a escrever pessimamente. Nunca tive jeito e não é agora que vou ter. É a mesma coisa com um poema: eu olho para ele e fico tipo : o quê? é muito bonito mas não percebo nada. E depois quando ouço outras pessoas com as suas teorias profundas dos poema, apercebo-me que realmente não tenho jeito para a coisa. E, de facto, durante o ano lectivo quando estudamos os poemas de Pessoa, nós analisávamos e concluíamos as características do heterónimo/ortónimo. E é para isso que fomos treinados. Eu, estudei toda a matéria e não serviu de nada, apenas para o grupo B. Eu não tenho culpa de ter uma interpretação completamente diferente (e às vezes estúpida) do poema...
Agora se durante o ano lectivo não nos limitássemos às obras estudas e analisássemos outros textos, poemas, até poderia sair este tipo de questões. Mas é impossível, não temos tempo. É ridículo termos o mesmo numero de horas de Educação física e Área de Projecto que Português. Se querem dar as coisas com calma e a não se limitarem a debitar matéria, talvez aí temos mais tempo para analisar textos e poemas. É pena que só depois de saírem estes resultados é que decidem aumentar o número de horas.
Enfim...
Eu fiz exame, correu-me bem e tive um 13! Fiquei frustrada sinceramente, e mais ainda fiquei quando depois do exame os próprios professores estavam na duvida entre as opções da escolha multipla! Não se safa bem no exame de português só quem lê muito e escreve muito bem. É preciso mais do que isso, é preciso interpretar bem o poema ou texto e claro, neste caso saber bem o heterónimo Ricardo Reis. Acho que é muito facil falar-se em facilitismo, e eu pergunto: E porque não??? Porquê que os exames não podem ser fáceis?? Eu vou com 16 para exame e depois tiro um 13, e é esse 13 a minha prova de ingresso. Os exames não reflectem o ano lectivo. E vêm falar que têm de ser exigentes para nos prepararmos bem para o futuro? Qual futuro? Vou ter de interpretar poemas a vida toda??? Quem vai ter sorte serão os que fazem ou repetem o exame para o ano, já se sabe que serão mais acessiveis, como deveria ser sempre.
Oh Pipoca, eu costumo concordar com tudo (vá, quase tudo) o que escreves, mas desta vez não consigo estar de acordo contigo. Eu fiz o dito exame e posso dizer o sujeito não estava assim tão "à vista" como tu própria o dizes. Era daquelas perguntas que ficavas algum tempo a olhar para ela. Eu falo de mim, que fiquei uns bons 20/25 minutos a olhar para a dita pergunta, e olha que eu sou boa aluna a Português.
Não, não vou começar com desculpe, porque não estou aqui para pedir desculpa por nada do que vou dizer. É muito bonito o "blah blah blah". mas só quem é da nossa geração é que sabe. É verdade que há muita gente preguiçosa, isso há e toda a gente o sabe. Mas não é bonito falar sem saber o que realmente, nós estudantes de secundário, passámos com este exame de português em especial. Para não falar dos critérios, do poema em si e das questões. A não ser que realmente os jovens de Portugal sejam uma cambada de burros e ignorantes (o que realmente não acredito), houve algo de diferente este ano que não caiu lá muito bem. Não sei, só a opinião de uma jovem que passou realmente pela situação. E não, não tirei negativa, mas conheço alunos que são muito melhores do que eu a português e que a tiveram. E sinceramente? Não acho que tenha sido falta de estudo. Sou uma leitora do blog muito desgostosa e desiludida. É pena esta pequena "crítica", ainda por mais vai logo implicar com uma pergunta que tão pouco valia como fonte do problema. Enfim... Talvez devesse consultar o resto do exame e os critérios. Não sei, apenas a minha opinião.
Vejo aqui pessoas que dizem que o que saiu no exame não estava na matriz. Então voltem a ler a matriz. A matriz não diz "interpretar um dos n poemas de Fernando Pessoa: ...", aliás, alunos de 12º têm de estar aptos a interpretar poemas e textos que nunca lhes tenha aparecido à frente.
Portanto, não deito a culpa inteiramente para os alunos, pois acho também, e por experiência própria, que alguns professores deveriam ser mais exigentes. Mas os alunos deveriam esforçar-se. Português não é de decorar, é de perceber, tal como a matemática. Se percebem a parte teórica da matéria, não precisam de estudar muito mais, pois saberão aplicá-la em todas as situações. Um bocadinho mais de esforço, compensa no presente e no futuro.
Fiz exame este ano e sinceramente também não compreendo como é possível tirar notas menores que 6 no exame. Não só neste, como em todos os exames de português. Julgo ser relativamente fácil tirar positiva, ou perto, mas difícil tirar muito boa nota. O problema deste exame residiu simplesmente na forma como os critérios de correção foram tão fechados. Num exame cuja interpretação era impossível de realizar sem um "toque de subjectividade", o facto dos critérios serem muito objectivos, baixou as notas gerais. A gramática foi muito fácil de facto, mas a verdade é que até certos professores ao ver o exame pela primeira vez se mostraram indecisos numa ou outra pergunta de escolha múltipla. Relativamente ao seu post, qual é a pergunta que pede para identificar directamente o sujeito de uma frase? Existe um certo facilitismo, há que admiti-lo mas não exagere. O exame de Física e Química, por exemplo, foi muito mais oferecido que o do Português...
Fiz exame de Português em 2008 , achei acessível (mesmo não estando minimamente à espera que o poema fosse retirado dos Lusíadas, obra que o meu professor baniu completamente das suas aulas de 12º ano). Depois deste Post da Pipoca fui ver o exame deste ano e acho que é da mesma forma acessível, mas claro que tudo isto depende de factores como o estudo individual, a subjectividade das respostas ou até mesmo da pessoa que o corrija. Acho que a Pipoca foi um pouco precipitada nestas opiniões, pois realmente só quem faz o tal exame, sobre a pressão que isso comporta, é que pode dizer algo acerca da sua facilidade ou dificuldade.
Já no que diz respeito aos muitos comentários que vi acerca do decorar em vez do perceber tenho a dizer que tem que ser tida em conta a área das várias matérias que podem ser estudadas.. A Pipoca, como Jornalista, não me diga que percebeu tudo o que deu na Faculdade, pois eu sou recém licenciada em Jornalismo e fiz o secundário na área das Ciências e digo que as matéria de comunicação e jornalismo são de DECORAR simplesmente. a maior parte delas não têm nada que perceber. são coisas que outros disseram, sem nenhuma comprovação científica ou até objectiva. Mesmo que podendo posteriormente se relacionar com outros conteúdos e assim formar um pensamento conteúdos como Semiologia, Teorias de mil autores, etc apenas podem ser decorados e decorados...e infelizmente é isso que nos "pedem" nas faculdades.
Uma coisa é certa: todos se queixam de alguma coisa. Desde quando é que é anormal sair um poema de Álvaro de Campos num exame nacional? Não se parte do pressuposto que, para além do ortónimo, se estudam os heterónimos de Fernando Pessoa? Aliás, não será partir de um pressuposto, mas sim de um programa de estudos. Tal como alguém já aqui referiu, eu também fiz o exame da primeira fase de 2008, e não, não foi fácil, mas não foi uma monstruosidade; é certo que "demos de caras" com uma passagem d'Os Lusíadas, que apenas tínhamos analisado comparativamente com a Mensagem o que tornou uma pouco mais difícil a resolução. Porém, se estivermos habituados (e interessados por) a ler e a interpretar as diferentes obras que nos passam pela frente, seremos capazes de desconstruir até o poema que nunca vimos "mais gordo". Se agora os alunos do secundário se queixam do grau de dificuldade, do tempo que têm para fazer as provas e dos rígidos critérios de correcção, experimentem ir para a faculdade e, aí, terão saudades do grau de dificuldade do ensino secundário e da "enormidade" de matéria que tinham de estudar para o exame.
Ana
As pessoas infelizmente gostam muito de falar...vejam as coisas primeiro e tentem resolve-las e depois vejam se há ou não há facilitismo!
O exame de 12º era dificil, talvez um dos mais doficeis dos últimos anos!
Boa noite a todos!Estes resultados nos exames nacionais são o reflexo de de muitos erros cometidos pelas gerações anteriores na EDUCAÇÂO. Haja bom senso por parte dos mais novos e mais velhos e principalmente por parte dos mais velhos.
GOsto muito do teu blog PIPOCA.
Inês
Muita coisa para aqui vai...
Fiz exame em 2005 (altura em que não saía gramática) e saiu Sophia de Mello Breyneir. Das únicas coisas q posso dizer é que interpretei o poema todo ao contrário...e consegui sair d lá com 16! Tudo o q fazemos, escrevemos, interpretamos, desde que devidamente justificado é contado...
É claro que fui para esse exame sem um peso nos ombros, já que Química e Biologia é q eram as minhas específicas, e isso influencia em muito o meu rendimento...por isso acredito que a falta de "pressão" entre aqueles de ciências e tecnologia possa ter influenciado os resultados finais...mas não serve de desculpa!!
O q m intriga no meio disto tudo é haver gente que ache que um exame nacional, método utilizado para que a seriação de alunos no ingresso à faculdade seja o mais justa possível, e para estabelecer diferenças entre eles, não possa ser difícil.
Do 10.º ao 12.º ano o que mais estudei foi Português e entrei em Medicina...e porquê? Porque tinha mais dificuldade em compreender uma metáfora de Bocage ou a crítica social de Eça nas corridas (em Os Maias) do que a resolver equações, falar do ciclo da funária ou a resolver problemas de solublidade...E hoje orgulho-m de dizer que ainda recordo o primeiro verso do poema de Almeida Garrett que saiu no teste ou que li "Os Maias" 3 vezes, ou que ainda hoje consigo saber "umas coisas" sobre os autores, mentes brilhantes do nosso país, que tanto honram a nossa língua...
Porque saber falar de Torga, da sua relação com Deus, ou do álbum de fotografias na Aparição, não faz de nós crominhos, uns nerds...faz de nós seres informados, com o mínimo de cultura e intelectualmente desenvolvidos...
Acredito que os "miúdos" de agora têm capacidades para mais e melhor, acredito que deviam ser mais estimulados, menos levados ao colo...por isso devíamos apontar-lhes menos o dedo, dar-lhes oportunidades, sem lhes tirar responsabilidades. Aos "miúdos", cabe levantar a cabeça, não achar que toda a gente os critica só porque sim e dar o braço a torcer...confirmar que meteram o pé na poça quando não cumprem aquilo que deveria ser requisito mínimo para entrar no ensino superior ou exercer um profissão com brio...
Bem, que batalha para aqui armaram! Pipoquita, conseguiste mais de alguns jovens do que os seus professores de Português conseguiram num ano lectivo inteirinho! Bem ou mal, com erros lexicais, sintáticos ou, em alternativa, de forma correcta, eles dissertaram sobre um assunto, efectivamente.
Meus amigos, eu fiz o exame em 2006, e o que tenho a dizer é que, falar e escrever bom português é o dever de cada um de nós. Se houve qualquer deficiência na formação tenham a iniciativa de treinar e aprender! Eu comprei uma gramática e fui estudando ao longo do secundário, e é exactamente isso que ensino à minha irmã. Não podemos ir às aulas e cingir o nosso interesse ao que os professores explicam.
A interpretação que se faz de um poema, melhor dizendo, a que se pretende num exame nacional, é a do autor, neste caso Álvaro de Campos, um dos heterónimos do ilustre poeta português Fernando Pessoa. Como podem dizer que estudam Fernando Pessoa e não incluem os seus heterónimos???? São a mesma pessoa, o mesmo autor,mas com nome e perspectivas diferentes. Álvaro de Campos é Fernando Pessoa, Ricardo Reis também o é! Claro que têm de saber o que cada um retira da realidade e a maneira como encara as coisas, a partir desse conhecimento, é pôr a massa cinzenta a trabalhar e interpretar!!! Eu sei que a matéria parece muita e que nas aulas não se fala de tudo, mas esperem... Quando chegarem à universidade vai ser melhor!!! A matéria até é menos volumosa, as cadeiras também deve ser poucas(ironia). Não se habituem a trabalhar extra-aulas que vão ver as belas notas que vão ter e os belos incompetentes que se vão tornar. Depois digam que estão à rasca!!!
A Pipoca queixa-se do decréscimo de competência e conhecimentos dos estagiários... concordo, vejo isso pelos meus colegas da universidade do 1º ano, é vergonhoso... são fruto da "sociedade de consumo imediato",superficiais e fúteis, habituados (no secundário) a ter a papinha feita... Não é para vos denegrir que a Pipoca publica estas coisas, é para chegar à vossa consciência e para que aprendam com os vossos erros...
Portem-se bem e vão lá estudar a gramática, em vez de chorarem pq os senhores do gave foram uns" maus" e fizeram perguntas normais em vez da vergonha facilitista e permissiva dos últimos exames... Eu fazia testes de Português bem mais difíceis que este exame... O poema não era dos piores, se conhecerem o ponto de vista do heterónimo em questão, claro... Estudem "Biebers", estudem...
ahah, adoro os comentários dos alunos ressabiados que fizeram o exame.
meus filhos: se para vocês isto é um exame difícil, é porque não tem noção do que é a universidade!
façam-se homenzinhos/mulherzinhas e assumam: não estudaram o suficiente e pronto! não venham dizer "ah, mas não foi esta matéria que demos mais nas aulas"; a matéria estava no programa, não estava? e também não venham dizer que a "culpa" foi do exame ser todo de fernando pessoa...
fiz o exame em 2007 e tive 18 valores. e o exame era fácil, tal como foi o deste ano. parem de se queixar e trabalhem. o problema é que a maioria de vocês caga para o exame de português. por isso, da próxima vez, estudem! e não se queixem, engulam e pronto!
e sim, escusam de me vir dizer "ah, então vai tu resolver o exame", porque já fui ao site do gave, já vi o exame e era fácil.. o primeiro grupo era praticamente dado, com perguntas semelhantes a exames anteriores.
(e também escusam de me vir dizer que dei erros ortográficos e afins, sim?)
Sempre fui aluna mediana a português (fui a exame com 15), já fiz este exame há uns anos, e, nunca pensei que pudesse melhorar a minha nota à disciplina com um exame. Um exame de 90 minutos. Sei que a professora não ia muito à bola comigo, e, não sei até que ponto é que isso influenciava as minhas notas nos testes, no entanto, fiquei bastante surpreendida por ver um 17 na pauta. Apesar de tudo, fui das melhores da turma... Tirei melhor nota que outras pessoas que tinham acabado a disciplina com 19, 18, 17... Há muita coisa que está mal, e sinceramente... um exame é suposto mostrar aquilo que a pessoa realmente sabe. Afinal, o problema está onde? Nos exames facilitados? Ou nas notas dadas pelos professores? Como é que um aluno de 18 chega a exame e tira um 14? Se o exame ainda é facilitado... então, não quero saber o que é que aquela pessoa realmente sabe...
O programa, a "nova" gramática, os professores, os exames, os alunos está tudo metido no mesmo saco. Tem de haver uma mudança radical na educação. Alterar programas (na disciplina de português já não se leccionam obras como há uns anos atrás!!, está tudo muito "sonso"), avaliar (COM SENTIDO!, E COM CREDIBILIDADE) professores, puxar pelos alunos, e acabar com o facilitismo dos exames em que, nem os ditos bons alunos os aproveitam... por isso, não sei onde está o mal...
Os exames nacionais são quase sempre ridículos na medida em que fogem daquela que parece ser a linha condutora ao longo, pelo menos, dos 3 anos do secundário. Além disso, têm critérios castradores que, muitas vezes, acabam por proibir que um aluno apresente a sua visão das coisas, mesmo que a justifique convenientemente. Por exemplo, a mim sempre me incomodou o limite de palavras tão reduzido que tinham para as composições. No entanto, exigiam uma série de critérios, nomeadamente que o texto estivesse organizado segundo um esquema introdução-desenvolvimento-conclusão (contra isto nada, mas por vezes no desenvolvimento já foi o limite de palavras há muito), com pelo menos 2 argumentos. É muito difícil alguém querer fundamentar uma posição e não ter espaço para isso.
Sinceramente, não acho que o Português leccionado nas aulas seja incrivelmente fácil, como já li. Quanto a mim e regra geral, o Português que se dá nas aulas é mais abrangente e, acima de tudo, mais capaz de desenvolver o intelecto dos alunos porque lhes dá espaço.
Estudar Memorial do Convento, Felizmente Há Luar, Lusíadas, Fernando Pessoa, etc... Acham que é muito? As coisas têm um seguimento. Os Lusíadas, por exemplo, já foram introduzidos no 9º ano. A nível do secundário, já não se deve estar à espera de novidades quanto aos Lusíadas, apenas de uma consolidação de conhecimentos e de uma comparação com a Mensagem.
O texto dramático também não veio do céu aos trambolhões com o Felizmente Há Luar. Interessa perceber a história, saber as personagens e, acima de tudo, ter a capacidade de relacionar o texto com o período histórico a que se refere.
Fernando Pessoa e heterónimos é do melhor que há. Cada um tem as suas características próprias, que estão muito bem explicadas em qualquer livro. Depois, claro, há que pensar, há que perceber que uma pedra, num texto de Pessoa, pode ser bem mais do que isso. A única dificuldade disto, continuo a dizer, prende-se com os critérios que, para uma prova de Português, são demasiado objectivos.
As obras dadas têm um período de estudo ao longo do ano lectivo. Poderia ser mais tempo, não nego, mas as obras têm sido as mesmas de uns anos para os outros. Que tal lê-las nas férias antes do 12º, por exemplo? Quando o professor iniciar o estudo dos textos, já não vai ser uma novidade tão grande. E claro, importa que se vá consolidando o que se aprende sobre cada obra ao longo do ano e não apenas na semana antes do exame. Isso provavelmente não chega, mas não venham dizer que é muito. Se acham que é muito, então mais vale que parem os vossos estudos por aí.
E seria mesmo muito lindo que se soubesse de antemão qual o autor e mais especificamente o texto constantes do exame. É um exame, temos que estar preparados para tudo.
O Português é essencial e igualmente essencial que se escreva e que se compreenda bem. Em qualquer área! Estudo Engenharia e uma das primeiras coisas que ouvi quando entrei na faculdade foi: "A vida de um engenheiro é passada, em mais de 50%, entre papelada. Mau Português em relatórios pode ser fatal." e ilustraram isto com um acidente de um vaivém espacial que só aconteceu porque falhou a compreensão de uma das partes.
O Português enquanto disciplina não se decora apenas, compreende-se também. O Português exige tanta cabecinha como a Matemática. Além disso, temos que encarar o Português como algo estimulante e não como uma seca, do género, "quero lá saber o que é que aqueles velhos escreveram, não gosto de ler".
Acho que aquilo que estou a gostar mais nestes comentários é o cuidado que a malta (principalmente do grupo dos melindrados!) tem a pôr o acento no "à" em situações em que deviam escrever "há"... muito bom!
Querida pipoquinha, eu fiz este ano o exame de Português do qual obtive a nota de 17,5. Sinceramente achei-o mais difícil do que o do ano passado, no entanto fiquei muito surpreendida com o facto de ter sido o pior ano em 14!
Acho que há muita gente com excesso de preguiça e que em vez de ir estudar para melhorar na segunda fase vem para o teu (magnifico) blogue mandar barro à parede.
:)
Não vi o exame deste ano, não me posso pronunciar.
Mas erros como há/à até à melhor jornalista podem acontecer...
É impressionante como, depois de três dias passados desde a edição deste post, ainda há alunos do 12º ano a comentar como se tivessem muita razão. As desculpas por eles dadas são isso mesmo, desculpas. Os autores são muitos? Em 2006/2007 também. O autor em questão presente no exame é Álvaro de Campos? Em 2006/2007 também! Se não acreditam vão à página do GAVE e confirmem! Eu era aluna de 16 e saí do exame com nota de 19! A culpa não é do Álvaro, de certeza! É dos facilitismos da sociedade!
Depois de quatro anos passados e um curso de Enfermagem concluído tenho a dizer: mais de metade dos relatórios que me pasaram pelas mãos eram dos meus colegas que me pediam para os corrigir. Porque eu não invento desculpas, tenho, sim, orgulho em saber ler e escrever Português!
(De salientar que na Internet escrevo com abreviaturas, mas fiz questão de escrever por extenso. Parabéns se encontrarem algum erro! =P)
Sinceramente não me admira muito, até porque quando cheguei a Portugal uma das coisas que mais me impressionou foi as queixas destes alunos de 12º ano, que têm apenas 6 ou 7 disciplinas e que passam a vida a dizer "É demais, não temos tempo, não consigo"... Haviam de ter estudado onde eu estudei que no 12º ano mesmo que tenhas escolhido economia, continuas a ter aulas de biologia, física e as línguas estrangeiras (neerlandês e inglês) para além da língua materna (francês)...
Ahhh e tal como é possivel escreveres português??? Pois aulas ao sábado de manhã com a "stora"...
Tanta reforma precisava este país... mas é mais dificil governar um país culto... já dizia o meu antigo "mestre"...
Pipoca mas a história do hífen infelizmente não acontece só nesta geração... que o digam as minhas conversas telefónicas com alguns/algumas prós neste assunto...
Ahhh e já estive a ler alguns comentários que só comprova a teoria dos "coitadinhos"... "porque não era fácil"... mas é suposto ser?
"Porque os anos anteriores não eram assim, e passaram de 8 para 80" Como??? Mas isto agora vamos comparar com os anos anteriores ou vamos estudar o programa do ano lectivo?
É triste... muito triste, ver que não estudaram e que mesmo assim se acham cheios de razão com a justificação de que "é dificil"...
Se acham um exame com matéria do próprio ano lectivo, gostaria de os ver a entrar no mercado de trabalho... é que a vida meus amigos... essa é dificil...
E agora calo-me, pois isto é daquelas coisas que me fazem falar e falar e falar...
Só uma notinha... que estes estudantes agora não digam... isto são os "velhos", acham que a nossa geração é rasca... nãããããã nada disso!
Gentinha tão deplurável. Então devemos ser MESMO todos burros, incluindo os professores de português da minha escola que dizem : O exame foi realmente complicado. Ou algumas amigas minhas universitárias que me disseram : Bolas, este ano esticaram-se! Vocês são todos tão inteligentes ( e não, não digo a pipoca, deu a opinião dela, errada a meu ver, mas tudo bem). Não é preciso ofender quem trabalha o ano todo, e talvez estes jovens BURROS que só vendo, ainda consigam roubar-vos o trabalhinho, porque estão a ficar velhas/os, não se esqueçam disso. Acho, que em vez de criticarem deviam apoiar-nos. E, vejo por mim, estudei bastante e não consegui alcançar os meus objectivos. Epa, é verdade que também há quem se balde muito, tenho um caso de uma colega que nem lá foi! Mas, a maioria esforça-se, e se não consegue alcançar boas notas significa que somos burros, e vendidos ao facilitismo?? Então, talvez devessem tratar de aumentar a taxa de natalidade, para que sejamos rapidamente substituidos por novas criançinhas, porque se eu fosse a vocês, tinha ME-DO, muito MEE-DOOO de entregar ao país a nós, jovens burros, preguiçosos. Por amor de Deus, tenham dó!
concordo com alguns comentários aqui, mas com outros nem por isso. anyway... era só para realçar que a questão do sujeito, obviamente, não era dessa facilidade que apresentas, bem pelo contrário.
se as "crianças" continuarem a ser ridicularizadas a este ponto, então não, as coisas não vou mudar nunca. tudo bem que tens um blog e reconhecimento público, mas isso não te dá o direito de atirares balelas ao ar. tenho 19 a português e no entanto acabei por ver um 14,6 na pauta. não admito que me digam que a nota se deve a falta de esforço ou falta de leitura da minha parte, e muito menos que me digam que exijo pouco de mim. tal não é verdade. falta de maturidade estás tu a revelar por publicares um post destes. não é assim tão fácil resolver um exame de português sobre pressão, interpretar pessoa, e muito menos escrever um texto assim. basta sentirmo-nos um bocadinho mal dispostos para nos faltar paciência para interpretar poesia ou construir um texto com princípio, meio e fim bem estruturados (ainda que escreva diariamente e me sinta tão confortável ao fazê-lo). nada é assim tão fácil sobre pressão. se calhar devias reconsiderar esta tua opinião e dar o braço a torcer. mesmo que tenhas considerado o exame acessível (nem me parece que o tenhas lido para dizeres que lá era pedido o sujeito numa frase tão simples quanto a que referiste), podias ao menos não ridicularizar os alunos que fizeram o exame.
Adorei o último comentário... mesmo... muito!!!
Hajam pessoas assim... com vontade de trabalhar!!!
Eu já contribuí para o aumento da população jovem com três crianCinhas!!!
Só espero é que NO MÍNIMO saibam um dia escrever correctamente um língua...
São apenas opiniões e ninguém considera ninguém burro... até porque quem é muito mau a português pode ser muito bom a matemática... ups ou talvez não...
Prometo que não venho dizer mais nada de nada :D
Independentemente de tudo, será que nós, a geração mais velha (como se referem nos comentários anteriores) não se deverá questionar sobre a sua culpa em tudo isto? Se a educação piorou, ou há mais facilitismo, a culpa não será dos políticos que alteraram os programas e o nível de exigência escolar? Não será dos pais, que por diversos motivos, não exigem tanto dos filhos?
Actualmente, os pais, por falta de tempo, de maturidade ou, simplesmente, por não se quererem chatear/aborrecer, permitem tudo às crianças. Os erros começam na educação, mas na de casa.
E vamos culpar os mais novos?
Quem tem que lhes ensinar a serem responsáveis,empenhados, interessados, exigentes com tudo o que fazem, somos nós, os mais velhos.
Não sei se sabem, mas, actualmente, um professor do ensino básico para reprovar um aluno, tem que o colocar em plano de recuperação no primeiro período, se não o fizer, e o reprovar no final do ano lectivo, tem que apresentar um relatório. Há muitos professores que passam os meninos só para não terem esse trabalho, porque, efectivamente, recebem mal, não têm qualquer autoridade e as condições de trabalho estão cada vez piores.
Cada vez que me lembro daquele vídeo que andou a circular na net, e passou em alguns telejornais, de uma miúda a bater na professora, só me questiono no que terão feito os pais daquela (futura) delinquente quando tiveram conhecimento da situação. Cá para mim, foram à escola questionar a professora do porquê de ter incomodado a menina.
Concluindo, não consigo culpar os alunos do 12º ano. Eles fizeram o exame que lhes deram para fazer, aprenderam o que lhes ensinaram e são tão responsáveis/interessados e esforçados como lhes exigem (em casa e na escola).
Isto dos exames também é uma questão de sorte, porque no mesmo ano, entre a 1ª e a 2ª chamada (não sei se ainda é assim) também pode haver muitas diferenças.
Só acho que não devem encarar o estudo como um sacrifício, mas sim um investimento.
Beijinhos :)
Bem, eu vi o exame, não acho que tenha sido difícil. Mas entendo que os alunos muitas vezes esperem que saia uma coisa e depois sai outra diferente. No meu ano estávamos todos à espera que saísse um poema de Pessoa ou um dos heterónimos para interpretar e calhou-nos Antero de Quental (que nunca tinha saído e a atenção que foi dada a este autor foi quase nula). Por acaso consegui interpretar relativamente bem e tive uma boa nota. Mas o que acho que todos os alunos têm que entender é que tem que se estudar tudo, mesmo quando é muito e quando não se dá nas aulas porque chegam à faculdade e em algumas cadeiras vai-vos acontecer o mesmo e os professores estão-se bem a "cagar" para o que vocês acham ou deixam de achar.
Eu fui com 17 a exame. 18 nota de 12º.
A expressão de que fala encontra-se no grupo II, pergunta 2.2- Identifique a função sintactica desempenhada pela expressão "a indiferença e a hostilidade"- que alunos que vivem a ser avaliados por um GAVE, que por de traz tem pofessores que nunca deram aulas,desconfiaram e como tal leram o contexto frásico do texto de José Saramago inerente a esta análise.
Quanto ao que se fala que "não se deu", tem o seu q de verdade: a unica corrente de Álvaro de Campos estudada é a Futurista e o poema não era caracteristico desta vertente.
é isso samantha,concordo contigo.ha pessoas que enfim...
Eu acho muita piada a tanta gente a queixar-se...em todos os anos os exames apresentam dificuldades. Temos pena! É uma forma de rastreio...também eu tive que estudar e muito e mesmo quando falhava, reconhecia a minha culpa. Detesto "o não estávamos preparados", "não esperávamos que saisse isto ou aquilo". Epá desculpem lá mas...azar!!! Estudem, trabalhem e esforcem-se. Os tempos não estão para "facilitismos"! No 12.º ano tive um professor de Português que puxou imenso por mim, eu que nos outros anos tinha óptimas notas à disciplina, cheguei a este ano e as notas eram péssimas. Ele sabia o meu valor e foi extremamente exigente comigo durante todo o ano e cheguei ao exame nacional e tive 16. Com esta nota enveredei para o curso que quis numa Universidade pública. A pessoa que me assustava e muitas vezes eu achava injusta foi quem me ajudou a chegar onde cheguei hoje. Não me venham com tretas...a escola, o estudo e os trabalhos dependem de cada um de nós. Estudei 16 anos da minha vida e ainda o continuo a fazer, por isso, falo com conhecimento de causa. Toda a gente falha, mas há que reconhecer que falharam. Detesto o "sacudir água do capote"!!!
Quando a frase é transformada por Saramago para "À praia foi o João" torna-se logo mais difícil e "o João" pode passar a complemento directo, só porque "Foi à praia o quê? O João". :p
Por acaso acertei, escrevi que era sujeito, e tive uma bela nota no exame, mas não o posso considerar fácil, Pipoca. Ainda no sábado escrevi no meu blogue que saí de lá devastada.. Apesar de sempre ter tido boas notas a Português, estava a pensar que iria ter que me contentar se baixasse a nota para 17, uma vez que não quero usar o exame como prova de ingresso. Não baixei e ainda agora não sei como é que o meu 17 no exame foi a nota mais alta da minha escola. Acho inadmissível que os resultados tenham sido tão baixos, a maior parte não passava do 5. Alunos excelentes com 10, 11.
A parte do funcionamento da língua, à qual se refere, não foi muiiito difícil. As composições eram fáceis para quem se sentia à vontade com a língua portuguesa. Agora a interpretação... Parecia que escrevesse o que escrevesse só andaria ali à volta, sem ir directa ao pedido. É frustrante.
Contudo, apesar de ser fácil culpar o GAVE pelos péssimos resultados, eu não vou por aí. O Ensino anda pelas ruas da amargura. Os professores vêem-se obrigados a DAR notas. E a preparação dos alunos? Zero, bola.
Este ano fartei-me de dizer que acho inadmissível que alunos que dão TANTOS erros ortográficos sejam obrigados a analisar génios da literatura, como Fernando Pessoa. E continuo a dizê-lo. Permite-se que alunos prestes a ingressar no Ensino Superior escrevam pior do que aquilo que falam. Não sou perfeita, também dou erros, mas há quem não consiga escrever uma frase sem dar uma calinada qualquer.
Espero sinceramente que o Ensino se torne menos facilitado. Não para os alunos terem piores notas, mas para que tenham uma melhor preparação, cheguem ao exame e "brinquem com aquilo".
Completando o comentário de há pouco.. Quando saí do exame, a minha professora estava a falar com uns colegas da minha turma. Uma rapariga dizia que tinha dado uma certa resposta na primeira do grupo I. A minha professora ficou chocada, que não era nada daquilo. O que é certo é que era mesmo isso que a pergunta pedia e quase ninguém entendeu. Isto porque pedia "as sensações" (cuja resposta era visuais e auditivas - agora que sei o que era, que coisa mais fácil) e toda a gente interpretou como "sentimentos". E porquê? Pura e simplesmente, porque estudámos. A segunda fase de Álvaro de Campos é marcada pelo Sensacionismo, sim, faria todo o sentido uma pergunta desse género; porém, a terceira (que foi a que saiu) não tem nada a ver.
Portanto.. Cada um que tire as suas próprias conclusões :)
Élia: Eu estudei Álvaro de Campos bucólico e foi o que saiu. Deve ser só a minha professora que tem a mania de complicar...
A diferença entre sensações e sentimentos é bastante fácil! Sensações é o que podemos tocar, ver, ouvir... Ter frio é uma sensação, por exemplo. Sentimentos tem a ver com "o que vem do coração", tristeza, felicidade, raiva e por aí adiante. Não é por ter saído Álvaro de Campos e Ricardo Reis que o exame foi difícil. O difícil para os alunos é interpretar os poemas, seja de quem for. Se souberem os conceitos e o modo de pensar do poeta as perguntas tornam-se bastante fáceis.
Quanto à pergunta de gramática de indicar a função sintáctica, eu fiquei bastante indecisa entre sujeito e complemento directo. Não digam que era fácil porque provavelmente no nosso lugar cometiam o mesmo erro. E se formos a ver bem, a única coisa que se dá no 12º ano são obras e poemas. Mas o 11º ano foi todo, ou a maior parte, só gramática, pelo menos no meu caso!
Andreia, espreite o manual adoptado na escola Dr.Manuel Fernandes - Abrantes -: "Das palavras aos actos", editora ASA, cujos autores são Ana M. Cardoso, Célia Fonseca, M.José Peixoto e Vitor Oliveira. O Álvarozito começa na página 92 e termina na 101. Só na 99 há uma ligeira referencia a uma "...fase de falha..." de Alberto Caeiro, onde se expõe 2 poemas e depois se pede para comparar. Não discuto que tenha dado esta vertente. Mas asseguro que muita gente não a estudou sem culpa nenhuma. Sim, porque é binito falar de alunos-maus-não estudam-vitimas de facilitismos baratos-que não assumem as culpas, mas é dificil admitir que nem toda a gente anda a esbanjar dinheiro aos pais pedindo tudo quanto é livrinho para exames, quando, no caso do meu manual, eles já pagaram 29,23€ de manual, mais outro tanto a comprar o "Memorial do Convento" e o "Felizmente há Luar!".
E não me venham com tretas. Sempre ouve maus alunos e bons alunos. Erros todos os damos. Então agora com os 2 acordos ortográficos em simultaneo nem se fala! Se em vez desta troca de palavras que para aqui anda vissem os critérios e se informassem saberiam que depois do exame realizado foram marcadas reuniões de autores por causa da composição; um aluno que diga o maior disparate do mundo numa pergunta se não der muitos erros, tem acotação correspondente à forma, o contrario(aluno com o conteúdo correcto mas com um errito ou outro, muitas vezes sendo unicamente uma forma diferente do corrector interpretar a frase)é logo metade da cotação da pergunta. Não concordo. E há muita coisa com a qual eu não concordo. Como um exame ser aqui julgado por quem não o fez este ano, com o ambiente com que estes alunos vivem. Eu sei, vejo e oiço os professores a referir que não têm tempo para dar aulas ou para estar com a familia por causa de burocracias e o Ministerio impõe. Vamos para o exame decidir o nosso futuro em 120 minutos (que não é assim tanto tempo..), e muitas vezes aquilo com que somos avaliados não tem nada a ver com o curso que desejamos. Colegas meus vão para a Republica Checa estudar. Realizaram testes específicos para entrarem. Coisas relacionadas com o que vão aprender e com o que vão exercer. Assim, tem-se profissionais competentes e a fazerem o querem por gosto. Doutra maneira, a esta nossa maneira mesquinha, temos alunos frustrados que não seguem os sonhos que têm por causa de 90 minutos. Querem saber outra novidade? Nós não somos máquinas. E isso deixa-me muito contente.
E outra coisa me deixa feliz também: quem diz que o exame era fácil, que teve brilhantes notas, que diz que nós, geração que fez este e outros exames somos uns "papinha feita", não está a fazer um bom trabalho com o nosso pais. Porque os politicos governam mal,mas as pessoas não votam, não falam onde devem, conformam-se, chulam as empresas (tal como a pipoca referiu num post anterior). Portanto, a minha geração é diferente da vossa - mas quem sabe, no futuro, não é melhor. Sim, porque muita dessa gente que fala no erro A, e no contexto B ás tantas tem no pc aqueles correctores todos XPTO e só por isso os detectam. E têm também um motor de busca muito eficiente - o google. E atenção que não estou a generalizar nada. Mas chateia-me um pouco ver-me a mim e a tantos como eu, serem ridicularizados por gente que não sabe do que fala. E que mesmo que saiba, não sabe o que custou chegar ao 12º ano a cada um dos milhares de alunos, e não sabe o que doi ficar pelo caminho, e não sabe o estudo que cada um fez, e não sabe se os alunos lêm muito, ou lêm pouco, ou não lêm.
Diria eu, D.Pipoca, que todos esses comentários dariam um belo artigo. Pense nisso, pode ser que alguém "aprenda" mais um pouco.
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