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sábado, outubro 29, 2005
Raisparta ao centro de emprego

E pronto, os senhores do centro de emprego insistem e eu já nao sei que hei-de fazer. O meu pai ligou-me ontem, à beira de ter um piripaque, a dizer que tinha chegado outra carta e que eu tinha que me pôr a caminho de Lisboa para resolver o assunto de vez. Nao estao a perceber nada, nao é? Eu explico. Como jovem desempregada que sou, inscrita num centro de emprego e a receber um chorudo subsídio de 280 euros mensais, tenho que cumprir um variadíssimo conjunto de obrigaçoes para com essa entidade tao eficiente. Obrigaçoes essas que passam por apresentar-me lá sempre que se lembrarem de me chamar. Para quê? Para coisas tao variadas e interessantes com um curso de ponto de cruz nível avançado ou um trabalhinho num call center. E o que é que eles fazem se eu nao der um ar da minha graça sempre que eles convocarem a minha presença? Cortam-me o subsídio! Ah, pois é, essa fortuna! E nem sequer vale a pena alegar que "ah, mas eu estou a tirar um mestrado brilhante em Madrid", porque estar fora do país implica que nao posso trabalhar, e se nao posso trabalhar também nao tenho direito ao subsídio. Sim, como é que eu ousei sequer pensar que podia vir passear a minha beleza para estas terras à conta da segurança social portuguesa!!!!! Moral da história, a primeira vez que me chamaram consegui endrominá-los com uma justificaçao de falta, mas acho que eles vao desconfiar se eu usar a mesma todas as semanas. Ninguém vai ao oftalmologista assim tantas vezes, nao é?? Assim sendo, a única soluçao é apresentar-lhes um projecto para criaçao de emprego próprio para eles me passarem o dinheiro todo do subsídio de uma vez só e nunca mais me chatearem na vida!
Porque é que eles nao se metem com aquela gente que usa baixas fraudulentas ou com aqueles que recusam trabalhos para ficar o dia todo em casa a giboiar? Eu sou uma pessoa activa, que estuda e trabalha, por isso deixem-me lá estafar os 280 euros mensais em sapatos e afins! Raisparta ao centro de emprego. De um momento para o outro parece que acordaram para a vida e se lembraram que, afinal, até têm trabalho para fazer. Deixem-se disso e voltem mas é a ser como todas as instituiçoes portuguesas: inúteis, lentas, descoordenadas e completamente a leste do paraíso.

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Teorias absolutamente espectaculares

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