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Um saco a mais por muitos sacos a menos

domingo, julho 28, 2019

Em minha casa, os meus pais sempre nos tentaram incutir algumas boas práticas ambientais. Na verdade, e agora que penso nisso, acho que tinham mais a ver com poupança do orçamento doméstico do que propriamente com preocupação com o ambiente. Aquelas coisas do "não tomem banhos de um hora", "desliguem a água enquanto estão a pôr champô", "desliguem a luz do quarto se não estão lá" foram ditas e repetidas até ao infinito. E, talvez por isso, também eu agora dou por mim a fazer o mesmo. Juro que fico nervosa com água a correr sem haver necessidade e que me sinto pequenas taquicardias de cada vez que vejo uma luz ligada desnecessariamente. Desconfio até que a minha missão mais importante nesta família é andar constantemente a apagar as luzes que eles deixam acessas. 

Mas voltando aos meus pais e à minha infância. Claro que eles me ensinaram aquelas coisas básicas, tipo, "não se deita lixo para o chão" mas, na nossa época, não se ouvia falar de metade das desgraças ambientais que hoje se ouve. Talvez porque vivêssemos na crença inocente de que estava tudo óptimo com o planeta, talvez porque as coisas ainda não estivessem, efectivamente, tão más, talvez porque tivéssemos menos acesso a informação, talvez porque ainda não houvesse tantos e tão completos estudos a dizer-nos que isto vai de mal a pior e que já  não nos sobra assim tanto tempo para remediar o mal que fizemos. Sempre se falou de poluição, claro, mas era um tema que pairava assim muito ao de leve, como se só se passasse em sítios muito longínquos.

E, de repente, levamos com tudo em cima e é uma chapada violenta. O ar que respiramos está cada vez mais sujo, o mar onde mergulhámos toda a vida está cada vez mais cheio de lixo, há cada vez mais espécies animais ameaçadas, o aquecimento global demonstra os seus efeitos nefastos, já esgotámos praticamente todas as nossas reservas de recursos naturais e... já não dá para ignorar. Já não dá para assobiar para o ar e fingir que não é nada connosco ou que é só uma coisa que vai ter efeitos daqui a milhões de anos.

De todos os lados saltam notícias, saltam estudos, saltam alertas: temos de ser mais conscientes, temos de mudar a nossa forma de viver, temos de encontrar formais mais sustentáveis de andar por este mundo, temos de garantir que ele ainda cá estará para as próximas gerações como esteve para nós. E há coisas tão pequenas, tão simples e tão fáceis que podem ser feitas. Estou sempre a ouvir pessoas a dizer coisas do género "não é por eu deixar de usar garrafas de plástico que isto vai melhorar" e juro que tenho vontade de lhes enfiar um dedo no olho. Porque se todos pensarmos assim, então é impossível mudar o que quer que seja. 

Há pouco tempo estive num hotel no Porto Santo que tinha espalhadas fontes de água por todo o lado. Nas zonas interiores, nos jardins, junto às piscinas, no caminho de acesso à praia. Tudo para que as pessoas pudessem encher as suas garrafas e não tivessem de estar sempre a pedir garrafas de plástico. Tinha levado a minha garrafa de inox, que anda sempre comigo, por isso passei as férias a enchê-la nas várias fontes disponíveis, mas vi muito pouca gente a fazer o mesmo. A grande maioria preferia passar no bar e pedir garrafas de plástico para a família toda.  É que nem se davam ao trabalho de reutilizá-las, iam só pedir mais e mais e mais. E eu não sei se faziam isto por se estarem nas tintas ou se por, lá está, acreditarem que o seu gesto não fará qualquer diferença.

Estou longe de ser absolutamente exemplar no que toca à protecção do ambiente, ainda tenho muiiiiiiito caminho pela frente e muita coisa que preciso de mudar, mas vou tentando fazer alguma coisa. Além de andar sempre com a minha garrafa, também já aboli as palhinhas de plástico na família inteira (somos crescidos, sabemos beber por um copo), procuro comprar frutas e legumes sem serem embalados, estou a substituir as escovas de dentes de plástico pelas de bambu, estou a tentar andar mais de transportes públicos ou a pé do que de carro e, quando vou às compras, levo um saco para não ter de estar a recorrer aos de plástico. E foi por isso que quando o LIDL, a propósito do Dia Mundial da Conservação da Natureza (que se celebra na próxima semana), me desafiou a desenhar um saco reutilizável,  eu disse logo que sim. Como não?


Ok, quando eu digo que desenhei, vamos ter alguma calma. Não desenhei, desenhei que, graças a Deus, sou uma pessoa bastante consciente das minhas limitações artísticas. Mas, em conjunto com a equipa LIDL, dei os meus inputs, fui explicando o que gostava e, juntos, chegámos ao ecobag final: um desenho bonito, floral e a frase #menosplásticomaisambiente. O saco vai estar à venda em todas as lojas LIDL, de norte a sul do país, já a partir de segunda-feira, 29 de Julho. É uma edição limitada, por isso corram e, por favor, dêem-lhe muito, muito uso. Acreditem que este pequeno gesto de ter um saco reutilizável faz mesmo muita diferença na quantidade de plástico que consumimos. E acreditem, também, que tudo conta, que tudo pode ajudar. Se ainda têm sacos de plástico em casa, reutilizem-nos até não dar mais porque, regra geral, cada pessoa não usa um saco mais do que 25 minutos. Depois deita-o fora e demora 300 anos a decompor-se no ambiente. Um pequeno crime, certo? Não podemos continuar a fingir que não se passa nada.

Para quem não sabe, o LIDL tem-se empenhado muitíssimo na redução dos plásticos e a tomar várias medidas para eliminá-los, reduzi-los, substitui-los e transformá-los (podem ver mais aqui). Em 2018 o LIDL assumiu o compromisso de reduzir o consumo de plástico em, pelo menos, 20% até 2025, o que conseguirá através de iniciativas como o fim da venda de sacos de plástico para transporte de compras (até ao final de 2019), o fim da venda de artigos de plástico descartável em todas as lojas nacionais, a incorporação de materiais recicláveis em todas as embalagens de marca própria (até 2025), a redução do plástico nas cápsulas de café e nas embalagens de frutos secos, ou o lançamento do TransforMAR, um projecto de sensibilização e reaproveitamento do plástico nas praias portuguesas.

Acho que se queremos ser mais conscientes nas nossas escolhas, é importante conhecer os sítios onde fazemos compras habitualmente  e escolher aqueles que, como o LIDL, se preocupam com o ambiente, estão envolvidos em projectos de responsabilidade social e estão empenhados em fazer a diferença. Porque todos os passos contam.


Post em parceria com o LIDL



25 comentários:

  1. Concordo, mas continuo sem saber quais serão as alternativas aos sacos de lixo comum.

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    1. Por exemplo, não colocar saco do lixo no balde/caixote e lavá-lo sempre que depositar no contentor. Dá mais trabalho, requer mais limpeza e depósitos frequentes, mas é bem possível.

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  2. Aqui na minha casa também compramos sacos assim para usar muitos menos :).
    Beijinhos
    Blog: Life of Cherry

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  3. Cansa-me muito a (pouca) beleza que tenho quando vejo que a maioria das pessoas não está nem aí para este tipo de preocupações, estive no Algarve num pestana também e devia haver 3 pessoas com garrafas próprias, o resto era a pedir n garrafas de plástico no bar...
    Já nem para falar das toalhas que mandavam para lavar todos os dias, já se sabe que sou a única porca que consegue usar a mesma toalha de piscina e de banho 5 dias!
    Bailarina

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  4. Olá Pipoca. Muito cuidado com as escovas de dentes de bambo. São rugosas e acumulam muitas bactérias.

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  5. Muito bem Pipoca! Bom tema para se falar. Aqui por casa também tentamos ter cuidados a pensar em termos ambientais.
    Uma coisa que era bom mudarem nos supermercados é o sistema de comprarmos fruta, por exemplo, e termos de usar aqueles saquinhos que, praticamente, vão logo para o lixo assim que arrumamos a fruta.

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  6. Todos podemos fazer a diferença. No ano letivo passado a educadora do meu filho pediu que levassem uma garrafa para ir enchendo e bebendo água. Supostamente a garrafa regressaria a casa à sexta para lavar e regressava à segunda. Das 20 crianças cerca de metade levou uma garrafa reutilizável que ia e vinha todas as semanas, as restantes traziam uma garrafinha nova todas as semanas. Estamos a falar apenas de uma salinha de 20 crianças. Se todas tivessem uma garrafa reutilizável e fazendo a conta apenas a 44 semanas de aulas num ano, seriam, 20 garrafas, considerando que foram metade que optaram pela reutilizar foram utilizadas, 440 já não parece assim tão pouco, se nenhuma tivesse reutilizado seriam 880 garrafas utilizadas num ano letivo.... apenas numa sala..... dá que pensar. 20 - 440 - 880 garrafas

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    1. Impressionante!

      Não estamos cá para julgar os outros ou as suas formas de educar/criar os filhos, mas custa-me aceitar que haja quem não siga as recomendações da escola e não queira dar bom exemplo aos filhos. Em coisas tão básicas como isso das garrafas reutilizáveis ou até mesmo das sugestões de lanches saudáveis, p.e. Na escola onde as minhas sobrinhas andam, a professora teve uma reunião com os pais e sugeriu que os meninos levassem opções mais saudáveis para lanche, em vez dos bolos, bolachas e sumos tão típicos. Só meia dúzia de pais têm, de facto, esta preocupação. O mesmo com as garrafas. O que é que custa levar uma garrafa no início do ano e usar sempre a mesma? São pequenas coisas que fazem a diferença. E estaremos a falar de pais com idades ainda relativamente jovens, já não há sequer a desculpa de "no meu tempo não era assim" que muitas pessoas mais velhas usam. Compreenderia melhor estas reticências todas em gerações mais velhas, agora em pessoas jovens e com tendência, inclusivamente, a terem mais estudos, faz-me mesmo confusão.

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  7. Tanta coisa e depois usam protectora solar em barda que é só altamente prejudicial para os oceanos. Sol até ao 12h não faz mal e até se recomenda.

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    1. Está bem está...se estiver ao sol até as 12h sem proteção, garanto lhe que nao vai correr bem!

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    2. WTF?? Então não se deve proteger a pele? Daqui a uns aninhos venha cá dizer isso ;)

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    3. Há protetores solares que não prejudicam a vida marinha. É só pesquisar :)

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  8. Olá Pipoca. Que bom que é que estes assuntos também sejam abordados aqui. A minha sugestão para continuarem a minorar o vosso impacto no planeta é primeiramente consumir menos... sobretudo roupa e calçado vindos do outro lado do mundo e procurar alternativas made in europe. A outra sugestão e mais simples é olharem para a vossa casa de banho e gradualmente substituírem as embalagens de plástico por produtos sem embalagem :) parece muito radical? Está ao alcance de todos! Beijinhos e espero chegar a tempo de ter um desses sacos lindos

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    1. E os sapatos sintéticos não são nada ecológicos, muito devido à sua fraca duração e qualidade.

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    2. Aí está o cerne da questão. Substituir tralha por mais tralha, ainda que ajude, não faz já grande diferença. O planeta jamais aguentará este ritmo de acumulação, mudar o guarda roupa anualmente, ter 30 bikinis diferentes e 100 pares de sapatos. A salvação do planeta implica a destruição desta mentalidade, que não convém às marcas nem às infuenciadoras ao consumo, portanto dificilmente alguma mudança drástica acontecerá nos próximos 10 anos. Falo em minimalismo absoluto. Sem a mudança para uma existência minimalista, bem que podem ir-se despedindo dos sítios de que gostam e desejem boa sorte às gerações que nos seguem. É muito difícil porque implica abandonar todo um estilo de vida, modelo de negócio,... mas não é de nenhuma forma sustentável vivermos neste modelo de consumo completamente selvagem, com necessidades e desejos a serem-nos enfiados pelos olhos dentro a todo o instante. Pensem nisso...

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    3. Consumir menos sapatos, malas e roupas? Ahah isso naaoooo, achas? Ta bom, esperar sentado pq de pe cansa....

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  9. Acho que o Lidl faz um esforço de um lado e exagera do outro. O lidl é um dos supers a que mais recorro e cada vez vejo mais plástico na secção de frutas e legumes. Os sacos do pão também têm plástico no meio do papel e duvido que muita gente os separe para reciclagem. Eu levo quase sempre rum saco do pão, antigo, e sacos de pano para legumes e frutas. Nunca me levantaram problema, pelo contrário e isso é positivo. Outra coisa que agora faço e6andar com um desses sacos para compras em lojas. Já estou cansada de acumular sacos (e não compro assim tanto) e chateia-me ter de os deitar fora de vez em quando. Mesmo sendo de papel, prefiro recusar do que deitar fora.

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    1. Pensei o mesmo... E a carne vem toda embalada. É muito prático mas nada amigo do ambiente

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    2. Eu separo o plástico do papel nos sacos de pão. Não dá grande jeito, mas separo.

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    3. Acho que faz muito bem em levar os seus próprios sacos. Eu estou a tentar ser cada vez mais consciente nestas coisas, portanto (apesar de não ser a solução perfeita, que seria levar os sacos como a Filipa) sempre que chego a casa faço a separação do papel e da parte de plástico desses sacos de pão.

      Já recusei várias vezes palhinhas, papel desnecessário de tabuleiros, fruta só trago em saco aquelas que precisam mesmo (nunca coloco as bananas, gengibre ou ananás em sacos). Os sacos, quando não conseguimos mesmo recusar, devemos utilizar ao máximo, não deitar logo fora. Tenho sacos de lojas de roupa a servir de saco de lixo ou para armazenar alguma coisa, quando necessário.

      Ainda temos todos um longo caminho pela frente. Mas se começarmos a pensar mais sobre o assunto e a dar pequenos passos, um dia chegaremos lá!

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  10. Mesmo não "desejando" exactamente, ficou fantástico e tal como a mensagem geral desta publicação.

    She Walks Blog

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  11. Adoro as sandálias! São de onde?

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  12. E os sacos de lixo? Ah tá bem, sobre isso ninguem fala. Ok.

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  13. Uso os sacos de plástico para apanhar as fezes do cão :)

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  14. Os sacos de algodão não são ecológicos. Aqui falo da água gasta na produção dos mesmos e na água gasta para os lavar. Há um estudo dinamarquês sobre o tema.

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Teorias absolutamente espectaculares

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