Pub SAPO pushdown

Um passo gigante para os pequenos lutadores

terça-feira, novembro 13, 2018


Quando a Benedita nasceu não a vi mais do que uns poucos segundos. Como era prematura e estava com alguns problemas, levaram-na logo para ser avaliada e, em seguida, para a incubadora. Só voltei a vê-la passadas oito ou dez horas, uma coisa mínima enfiada numa caixinha de vidro, com fios a sair por todo o lado. Na altura contei aqui que a primeira vez que lhe pude pegar foi um ou dois dias depois, e só assim muito rapidamente, enquanto lhe mudavam a fralda. Foram uns nano-segundos em que tive aquela bolinha de dois quilos nas mãos, mas foi num dia em que estava tão, tão triste que, para mim, foi como se fosse Natal.

Mudar a fralda a um prematuro é uma aventura. As enfermeiras estão mais do que habituadas mas, mesmo assim, é um processo que ainda implica algum tempo. Para já porque os bebés têm de ser manuseados com muito cuidado, depois porque é preciso retirar todo o arsenal de coisas que há à volta deles (almofadas, e ninhos e cenas). E depois porque é preciso afastar e contornar sondas e cateteres e uma data de fios que uma pessoa não sabe muito bem para que servem mas que de certeza que são importantes. Ao fim de alguns dias já podíamos ser nós, os pais, a mudar a fralda sozinhos, e eu estava sempre com medo de fazer asneira, de desligar para lá algum fio vital ou de, de repente, aquilo largar tudo a apitar. Parecia que estava a manejar uma bomba. Mas era dos poucos momentos em que podia estar mais pertinho da Beni, por isso a hora de mudar a fralda era sempre uma alegria. 

Quando os fios sairam todos a coisa ficou muitíssimo mais fácil. Claro que o medo de poder magoar a miúda se manteve durante algum tempo, de tão pequenina que era, mas a "operação xixi e/ou cocó na fralda" correu sempre pelo melhor. Probleminha: na maternidade as fraldas eram mais pequenas, mas quando levei a bebé para casa não havia nenhuma que lhe ficasse bem, era tudo assim a atirar para o grande. Era sempre preciso fazer uma dobra para aquilo assentar mais ou menos. Aliás, só agora, aos três meses, é que as fraldas de tamanho 1 lhe ficam mesmo bem. E se ter uma fralda devidamente ajustada é importante para qualquer bebé, imaginem para um prematuro, que é muito mais frágil e a quem todo o volume extra incomoda.

Muito pouco tempo depois de ter levado a Beni para casa estava a ver televisão e começou a dar um anúncio da Dodot, sobre umas novas fraldas para prematuros (o vídeo que podem ver no cimo do post). E revi-me tanto, tanto naquilo - as visitas diárias aos bebés, as primeiras vezes em que lhes damos colo, a ansiedade de levá-los para casa - que me vieram as lágrimas aos olhos. Tinha vivido aquilo tudo há muito pouco tempo, por isso era impossível que aquilo não me tocasse. E só não aplaudi de pé porque estava sozinha em casa e era um bocado ridículo.

Então, esta nova linha de fraldas foi desenhada especificamente a pensar nas necessidades dos prematuros e são o resultado de mais de dez mil horas de investigação e mais de 100 entrevistas a enfermeiros neonatais. As novas Dodot Sensitive Prematuro são assim uma coisinha mínima. Para terem uma ideia, são três vezes mais pequenas do que as fraldas para os recém-nascidos de tamanho normal. São mesmo, mesmo pequeninas, com três tamanhos diferentes pensados para bebés entre os 2,3kg e os 800 gramas (ou menos). Felizmente, não foi este o caso da Benedita, mas teve vários "colegas" na neonatologia com esse tamanho ou ainda mais pequenos. Além de mínimas, as Dodot Sensitive Prematuro não levam qualquer fragrância e não têm elásticos, porque a pele dos prematuros é mais fina e sensível. Ou seja, é  de evitar tudo o que possa causar fricção e magoá-los sem, no entanto, comprometer a absorção.

O número de prematuros tem vindo a aumentar. Só no último ano nasceram mais de 7000 em Portugal, ou seja, um em cada 13 partos ocorreu antes das 37 semanas. Posto isto, é de louvar que a Dodot esteja sensibilizada para esta realidade e que tenha empenhado tanto esforço para lançar estas fraldas. É um passo mesmo, mesmo importante para a vida dos prematuros. E é por isso que a Dodot irá oferecer 200 mil fraldas às unidades neonatais portuguesas, a partir de Janeiro do próximo ano, para que estes pequeninos comecem a vida da melhor maneira e para que a sua luta fique um bocadinho mais fácil. Além disso, por cada partilha do vídeo a Dodot irá também doar um euro à XXS, uma associação sem fins lucrativos que presta apoio aos pais de bebés prematuros.

Fico mesmo, mesmo feliz com esta novidade da Dodot que, para já, não estará disponível para venda, só se encontrarão mesmo nas unidades neonatais. Mas já é óptimo. Enquanto mãe de dois prematuros, só posso mesmo agradecer e esperar que isto faça a diferença na vida de muitos bebés.

#PequenosLutadores


Post em parceria com a Dodot

29 comentários:

  1. Também me emocionei com o vídeo e não sei, graças a Deus, o que é ter um filho prematuro. Força para os pequenos lutadores e seus pais. E um bem-haja à Dodot.

    ResponderEliminar
  2. Verti uma lágrima! Parabéns dodot pela iniciativa ❤️

    ResponderEliminar
  3. Lindo ! Não passei pela situação e fiquei de coração apertado... Parabéns à Dodot !

    ResponderEliminar
  4. Revejo-me completamente e eu tinha um prematuro de 1,790kg e existiam na neonatologia as dodot tamanho 1, mas mesmo assim tinham que ser dobradas...

    ResponderEliminar
  5. Emocionei-me tanto com este video, e não sei o que é ter um filho prematuro, mas calculo que para quem passe por isso, não seja nada fácil. Um bem haja à Dodot, por estar sensível a esta causa. A estes pequenos lutadores, só desejo que vençam esta batalha.
    Andreia

    ResponderEliminar
  6. A par de incrementar políticas e incentivos que aumentem a natalidade, está na altura de e pensar seriamente por que razão nascem cada vez mais prematuros. Será que as mulhere vivem cada vez mais sobre stress? Será que não é por terem dificuldade de conciliar a vida profissional com a familiar? Será que é porque muitas mulheres trabalham por conta própria e não conseguem tirar uma licença antes do parto? Coisas para reflectir...

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Eu trabalho na Neonatologia de um hospital e respondo-lhe a essa pergunta: a grande maioria dos casos e razão pela qual tem havido um aumento dos bebés prematuros nos últimos tempos deve-se ao recurso cada vez mais facilitado (desde que haja €€€) a técnicas de FIV no privado. Mesmo em casos em que é duvidoso se as mesmas seriam aconselhadas medicamente, o que, havendo o nascimento de um bebé prematuro, demonstra que provavelmente não o eram.

      Eliminar
    2. Cara Anónima, agradeço antes de mais o seu esclarecimento, mas devolvo-lhe a pergunta: qual então a relação directa entre o recurso a técnicas de procriação medicamente assistida e a prematuridade? Mais questiono, é assim tão elevado número de mulheres que recorrem a essas técnicas sem necessitarem? Por que motivo? (nesta parte estou até um pouco incrédula, acho incrível um casal sujeitar-se a tal processo sem ter necessidade para isso). Obrigada pela sua ajuda e bem haja.

      Eliminar
    3. O que tem as FIV a ver com o assunto? Ninguém está a falar no caso de gravidezes gemelares em que há probabilidade de isso acontecer. Se trabalha numa neonatologia (é da área da saúde portanto) e tem essa mentalidade.... eu fiz uma ICSI (ainda pior que FIV) e o meu filho nasceu com 41 semanas e 2 dias!

      Eliminar
    4. Após uma gravidez avançar, seja por FIV ou não, as gravidezes são iguais como se fossem “feitas” naturalmente. Atualize se!

      Eliminar
    5. Anónimo/a 15:39, o que disse está errado. A FIV não é, por si só, factor de risco para prematuridade. A gravidez gemelar sim, mas tanto o é em gravidezes decorrentes de técnicas de reprodução medicamente assistida, como em gravidezes "naturais". Quanto ao facto do bebé ser prematuro se correlacionar com uma indicação errada de aplicação da FIV, nem vou comentar.
      Há que ter cuidado com o que se diz relativamente ao que se conhece apenas superficialmente, as suas afirmações roçam o preconceito.

      Eliminar
    6. A grande maioria dos casos tem a ver com a idade materna e não com técnicas de fertilização. Se as mães não tiverem problemas não são as técnicas de fertilização que vão levar a que o bebé seja prematuro . Se pela idade ou por problemas de reprodução que os bebés nascem prematuros, esta aí a prova que a reprodução assistida seria necessária . A técnicas de reprodução não levam a que os bebés sejam prematuros, as razoes que levam a que seja necessaria a reproducao assistida sim .

      Eliminar
    7. sim, está provado que o uso de métodos de fertilização assistida aumenta as probabilidades dos bebés nasceram prematuros. além disso, a idade da mãe também tem influencia e como as mulheres têm filhos cada vez mais tarde, o número de prematuros aumenta. o stress também tem alguma influencia, mas menor comparativamente com os dois fatores anteriores.

      Eliminar
    8. Penso que é multifactorial. É pelo que a colega diz mas também pelo numero cada vez mais elevado de mulheres que tem bebés ate mais tarde e da nossa capacidade cada vez maior em prestar cuidados a bebés muito prematuros. A evolução tecnológica e científica em relação a neonatologia tem sido incrível. Cava vez mais nos propomos a cuidar de bebés mais prematuros.

      Eliminar
    9. Anónima inicial: há casos de pessoas que nem esperam o tempo recomendado para engravidar naturalmente (1 ano para mulheres com menos de 35 anos, 6 meses se tiverem mais de 35), partem logo ao fim de uns poucos meses de tentativas para uma FIV no privado (onde, pagando, a fazem antes desses timings). Também há casos de mulheres que, seja pela idade, seja por doenças associadas, condição física, etc não lhes seria recomendada uma FIV no público, mas no privado, lá está, pagando, a fazem.

      Há uma série de casos em que, por uma multiplicidade de motivos, o corpo da mulher não a está a permitir engravidar. E é preciso perceber porquê primeiro, que a natureza normalmente sabe o que faz. Se se saltam essas etapas e se parte logo para uma FIV (que, repito, estão cada vez mais popularizadas e acessíveis no privado), isso origina em grande parte dos casos "mal orientados" bebés prematuros, que acabam a ser tratados nas neonatologias dos hospitais públicos.

      Claro que isto não implica que uma FIV num caso em que faça sentido equivala a um bebé prematuro, ou que não haja prematuros resultantes de gravidezes "normais". Mas o grande aumento desses casos deve-se maioritariamente a isso, sim.

      Eliminar
    10. Técnicas de FIV no privado? Porque se for no público já não há esse risco? Deve ser piada. A prematuridade é uma questão multifactorial. Talvez um dos maiores riscos seja a gravidez gemelar mas esta acontece naturalmente ou em tratamentos no público ou privado...Outra questão, quem recorre a tratamentos de fertililidade no privado, não é na generalidade porque quer e não tem onde gastar dinheiro. É porque precisa e a lista de espera no SNS é ridícula.

      Eliminar
    11. Catarina, porque no privado, havendo dinheiro, fazem-nas em casos em que nao seria o mais aconselhado e no público nao. Isso acarreta riscos.

      Eliminar
    12. Quem dá a primeira resposta não diz que a prematuridade se deve à FIV. O que diz é que o aumento no acesso a técnicas de reprodução medicamente assistida é um dos motivos para haver mais prematuros.
      Não é a FIV a causa do prematuro, são os motivos que levaram à FIV que, eventualmente, são a causa do prematuro. E como a procriação medicamente assistida tem tendência a aumentar, aumentam também os prematuros.

      Eliminar
    13. A anónima se trabalha na área devia estar um bocadinho melhor informada, até porque pela resposta vê se aí um azedume a quem recorre ao privado.
      Dada a minha idade aconselharam me ir a um especialista, no público deram me previsão de espera para a primeira consulta entre um ano, ano e meio. No privado consegui em semanas. Ainda bem que existe alternativa, se contássemos só com o público ainda haveriam menos crianças em Portugal, e ninguém vai gastar dinheiro ao privado porque quer é por desespero e muitos sacrifícios financeiros à mistura.
      Quanto aos bebés que acabam por ir parar à neonatologia do público, e então? Os pais já gastaram dinheiro nos tratamentos no privado, e indirectamente pelos seus impostos também pagaram os tratamentos de quem fez no público, ou seja, pagaram duas vezes, e no nascimento também tinham de ir ao privado não, na sua óptica? É engraçado que muitas vezes quem menos contribui é quem mais gasta do erário público. Coitadas das crianças que lhe caíam nas mãos e que saiba que foram fruto de FIVs no privado, espero que o seu preconceito seja só nas redes sociais

      Eliminar
    14. Ai tantas douturadas no assunto...!!! Se burrice pagasse imposto, já estavam todas carimbadas na testa.

      Eliminar
  7. Na altura em que a filha teve alta, depois de 16 dias na Neonatologia, só lhe serviam as fraldas para prematuros da Libero, à venda nas farmácias. É bom saber que a Dodot também está a apostar nas fraldas para mini bebés...

    ResponderEliminar
  8. A minha filha mais nova nasceu com 2,300g, 34,5semanas. Há 19 anos eu teria amado essas "nanofraldas". Hoje fico feliz por outros bebés.
    Atenciosamente
    Alice Nunes

    ResponderEliminar
  9. Olá, quando fez o post no facebook (há uns tempos), fiz logo um donativo à XXS. Foi pouco, mas fiz. Partilhar o vídeo é fácil, e é um segundo, uma transferência bancária e o envio do comprovativo faz-me sentir que estou mesmo a ajudar. Go prematuros, que a vossa vida não é nada fácil.

    ResponderEliminar
  10. Lindo...sou mãe de um xxs de 965 gramas. Pequenos grandes guerreiros.

    ResponderEliminar
  11. Há 17 anos o meu filho mais velho nasceu com 2.200gr, era pouco maior que a mão do meu marido :). Até aos 6 meses foi alimentado apenas com leite materno e mamou até aos 2 anos porque tinha leite e porque me predispus a isso. Recordo-me que as fraldas normais ficavam gigantes e as mais pequenas eram muito caras. Tinhamos que as dobrar porque sobravam naquele corpinho minúsculo e frágil. Hoje mede 1.85, é um moço bonito e saudável. As fraldas pequeninas são um mimo. Força para todos esses bébes lutadores :)

    ResponderEliminar
  12. Senti como se fosse hoje o que vivi há 7 anos atrás, ao ver este vídeo.
    Excelente iniciativa da dodot, mas já que falamos de fraldas para os pequeninos mais pequeninos, é importante deixar a informação que a marca libero tem fraldas de prematuro e vendem-se nas farmácias. Serviram perfeitamente na minha bebé de 1,400kg. E são ótimas também para os bebés de termo mais pequeninos (porque também a esses as fraldas t1 são enormes)

    ResponderEliminar
  13. A minha sobrinha nasceu há poucos dias com 28 semanas e 800g, já emagreceu, mas já começou a aumentar o peso novamente.. já teve várias complicações como hemorragias etc.. mas a esperança é tanta que de certeza, apesar de tanta incerteza, tudo vai correr bem..
    Que todos os pais tenham forças para lidar com está fase tão delicada..

    ResponderEliminar
  14. Aqui nasceu às 36 semanas sem ninguém prever com 2,300 kg.
    Também foi à incubadora e também as fraldas eram toooodas grandes!
    Mas agora esta um rapagao com 1,5 anos.

    ResponderEliminar
  15. Nunca comentei mas nao podia deixar de felicitar esta iniciativa da dodot pois tenho dois filhotes prematuros dois pequenos guerreiros aos quais as fraldas libero ficam grandes. E ja agora... Feliz dia do prematuro ����

    ResponderEliminar

Teorias absolutamente espectaculares

AddThis