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E se fosse comigo?

quarta-feira, outubro 11, 2017

Gosto muito do "E Se Fosse Consigo?", a rubrica da SIC que - e explico isto para quem viveu em Marte no último ano e só agora regressou - confronta os portugueses com situações encenadas de discriminação, violência ou preconceito em espaços públicos, para testar a capacidade de reacção das pessoas. Apesar de achar que não se pode fazer uma leitura simplista, do género "quem intervém é atento, preocupado, com uma forte consciência cívica e quem não faz nada é porque se está a cagar e é uma merda", a verdade é que a pessoa dá por si a pôr-se naquelas situações e a pensar "o que é que eu faria?". 

Em casa, no conforto do sofá, somos todos muito decididos, muito justos, muito racionais. Nenhum de nós tem dúvidas que entraria em acção, qual herói de capa e espada, pronto a salvar qualquer vítima que nos aparecesse à frente. Sabemos até que palavras usaríamos, um discurso muito coerente e ponderado. Mas no meio da rua, quando provavelmente até vamos com a cabeça no trabalho, na perna de peru que tem de se descongelar para o jantar ou no dentista que tem de se marcar para o mais novo, não acho estranho que algumas coisas nos passem ao lado. Atenção, se eu visse uma mãe a espancar uma criança, se eu visse um homem a arrastar uma mulher pelos cabelos (ou vice-versa), qualquer coisa assim muito óbvia, tenho quase a certeza que tentaria acalmar os ânimos, chamar a polícia, fazer qualquer coisa. Mas se passasse por uma discussão, por um tom de voz mais elevado, por uma troca de palavras mais alterada, não sei se não continuaria na minha vidinha. Não sei mesmo. Acho que depende muito do contexto, do sítio, de uma data de coisas. E por isso vivo no pavor de passar por uma qualquer situação, não fazer nada, e de repente ter a Conceição Lino a perseguir-me com um microfone e a perguntar "então? Porque é que não fez nada? Porque é que não reagiu? Hã? Hã? Hã? E se fosse consigo?".

Assim de repente, acho que nunca passei por nenhuma situação parecida com as que já passaram pelo "E Se Fosse Consigo?". Ou então ia mesmo muito distraída e não dei conta. Assim o máximo que já me aconteceu foi dizer a um grupinho de benfiquistas, à saída do Estádio da Luz, para pararem de provocar dois portistas que não estavam a chatear ninguém. Responderam-me "ah, mas quando nós vamos ao Porto também somos maltratados, nem sequer podemos usar a camisola do Benfica", como se isso servisse de desculpa. Não serviu, estavam só a ser parvos e eu não consegui ficar calada. Também já tive de pedir ajuda para uma vítima de violência doméstica, mas foi num contexto mais específico, por isso não sei se conta.

Acho que sou uma pessoa justa e atenta aos outros, mas não consigo jurar, assim com os dentinhos todos, que reagiria em todas as situações. Sem dúvida que o programa é um enorme despertar de consciências, acho que pode fazer com que todos nós passemos a estar um bocadinho mais atentos ao que nos rodeia, com que não vivamos tão virados para nós mesmos, mas também acho que há algumas situações um bocadinho exageradas e alguns conceitos que se confundem. Como o episódio de ontem, sobre maus tratos infantis, em que às tantas já se metia ao barulho agressões violentas e  uma palmada no rabo. Mas isso fica para outra oportunidade, que eu tenho coisas a dizer sobre o assunto e agora não tenho tempo.

E se fosse com vocês? Reagiam ou saíam de fininho?

99 comentários:

  1. Infelizmente penso que, mesmo que a situação fosse grave (e especialmente se fosse grave) não conseguiria intervir por medo de sobrar para mim - nomeadamente, medo de acabar por levar porrada. Chamaria a polícia, mas meter-me fisicamente numa situação de agressão não faria, por não ter nem porte nem força física para me conseguir defender.

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  2. Eu sempre fui uma pessoa muito idealista, sempre tive como ídolos o Robin dos Bosques e outras personagens, ou seja, sempre tive muita dificuldade em estar calada. E durante anos e anos sempre fui repreendida por me meter em assuntos alheios (como avisar as pessoas que não podem tirar fotografias em museus/capelas), eu sei q não é a mesma escala, mas se há um placar a dizer que é proibido tirar fotografias, porque raio é que sacam da máquina? E mesmo na escola, tomava sempre o partido dos indefesos. E apesar de na altura sempre achar q era o correcto, a verdade é que após tantos anos a levar na cabeça para não me meter nos assuntos alehios, q agora não me meto. Continuo a ficar indignada. Claro que se fosse uma situação extrema iria intervir, e detestei ver a actriz/mãe chamar aqueles nomes todos à criança. Mas numa situação normal, muito provavelmente se alguém fosse interferir directamente a mulher talvez se fosse virar contra as pessoas. O melhor seria chamar a polícia? Sinceramente não sei.

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    1. Também sou assim e tenho de engolir tantos sapos. Revolto-me com imensas situações do dia-a-dia, tipo pessoas que estacionam em cima do passeio parai comprar o jornal ou tomar café e depois vemos velhinhas ou pais com bebés no carro a ter de ir pelo meio da estrada para passar... pessoal que anda com os cãezinhos e deixa os cocós... pessoal que fuma e deita as beatas para o chão, etc, tanta coisa. Às vezes falo, outras vezes engulo em seco e não digo nada, mas fico com aquele aperto na barriga de "porque é que as pessoas fazem estas coisas?? porque é que tenho de partilhar o mundo com esta gente?? é tão fácil viver em sociedade e estes pequenos comportamentos estragam tudo!". Tento ser menos ansiosa e não deixar que essas coisas me incomodem tanto. Enfim.

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    2. Eu passo-me! Mas passo-me mesmo quando vejos essas merdas. Da última vez que me lembro de me passar estava à espera que o comboio passasse e a tipa do carro da frente manda alto caixote de bolachas tipo sortido para o meio da rua. Esperei uns segundos, saí do meu carro, apanhei a caixa e fui bater-lhe à janela do vidro: "- Isto é seu? - Sim, deitei ao lixo (com ar de palerma). - Desde quando a rua é o seu lixo? - Não tem nada a ver com isso, eu faço o que eu quiser! - Ah faz? Eu também! (e atirei-lhe a caixa à cara para dentro do carro) Ela ficou lá aos berros a insultar-me e ameaçar-me e eu voltei para o meu carro e fui à minha vidinha.
      Às vezes penso, eh pá não me devia chatear com isso, mas a maioria das vezes é mais forte que eu...

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    3. Palmas anónimo das 16:27.

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  3. Já me aconteceu por duas vezes, em situações muito distintas, intervir para defender, num dos casos, um homem, e noutro, uma mulher.
    Não digo que eu seja uma super-pessoa porque o fiz, mas a verdade é que, no caso do homem, a situação foi tão violenta que, apesar de ter sido presenciada por muitas pessoas, eu fui a única que e dignou a atravessar a rua, que foi ter com o homem caído no chão acabado de levar com pontapés na cabeça, e que chamou o 112. Mais ninguém SE MEXEU! Ninguém!! E no caso da mulher, até colocando-me em perigo, pois a mesma estava claramente a ser vítima de violência por parte de um rapaz que, pela situação, assumi que fosse namorado ou ex-namorado, e mesmo colocando-me em perigo, porque reagi com ele por perto, só não chamei a polícia porque a mesma não quis e só me fui embora quando ela entrou dentro do prédio sozinha. Há coisas em que eu não consigo ficar quieta, não sei explicar. Se calhar também virá o dia em que poderei virar as costas, mas acho que se isso acontecer é porque estou a temer por mim própria e pela minha integridade física. Há coisas que me tiram do sério, e a não reacção ao insulto, à violência, é até coisa que me choca. Não obstante, concordo com o que a Pipoca referiu, pode haver vezes em que podemos ignorar uma discussão normal entre um casal, ou ver um pai dar uma palmada no rabo do filho, mas quando a coisa assumir contornos mais sérios e graves, acredite, a Pipoca reagirá.

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    1. Penso que as pessoas não agem não por indiferença, mas por medo.

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    2. Cara anónima das 11:06, compreendo o seu comentário, mas muitas vezes podemos até quase "passar de fininho" sobre a situação e, ainda assim, chamar a polícia, por exemplo. Por exemplo, quando relatei a situação que vivi quanto ao homem para quem pedi o 112, houve amigos meus que me disseram que provavelmente não tinham feito nada. Como nada?? Eu nesse situação não me coloquei em perigo. Repare, pelo menos mais umas 5 ou 6 pessoas viram o que eu vi, pelo menos, e ninguém fez nada! Limitaram-se a abrir a boca de espanto e a dizer frases feitas tipo "ai meu Deus, que horror". E que tal ir ajudar o senhor? É este tipo de situações que não entendo. Não estou a dizer para os irmos colocar entre duas pessoas que estão à luta e arriscarmos-nos a levar uma facada, não é isso. Mas neste exemplo, podemos sempre pegar no telefone e chamar a polícia. Agora, virar as costas? Como?

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    3. ninguem ou quase ninguem é educado para intervir da maneira mais simples, isto é pegar na merda do telefone e ligar para a policia. e'a verdade. qts de voces ouviram dos vossos pais: se fores testemunha disto ou daquilo, n queremos q intervenhas pq nunca se sabe, mas deves ligar a policia imediatamente. qt's?

      eu tendo um progenitor fan da violencia psicologica e verbal, obviamente n fui educada nesse sentido.

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    4. Pois, cara anónima das 12:47, certamente estas reacções virão da maneira de ser de cada um. Eu sou assim, e gostava que se alguém um dia me vir em apuros no meio da rua, seja porque motivo for, me viesse socorrer.

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  4. Não consigo ver o programa porque não suporto a Conceição Lino mas sou daquelas que normalmente (fora situações extremas) saio de fininho, apesar de depois ficar a pensar na situação e no que poderia ter feito para ajudar o mundo a ser um lugar melhor. Sou uma fraca, a verdade é essa!

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    1. Gostei da honestidade. Mas acho que alguém que consegue perceber que a atitude não é mais correta e não arranja desculpas, é tudo menos fraca...
      É preciso coragem para nos autocriticarmos e admitirmos que não agimos corretamente. Esse é o primeiro passo e o mais difícil. Só lhe falta dar o seguinte. Coragem e inteligência parece-me que não lhe faltam :)

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    2. Na minha opinião o segredo, como tudo na vida afinal, é encontrar o meio termo, o equilíbrio. Não viver alheado e indiferente aos outros e ao seu sofrimento, nem cair no extremo de por a integridade física ou a própria vida em risco. É sempre possível ajudar e nem sempre a melhor forma passa por sermos os heróis.

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    3. Anónimo das 11:01 Concordo (quase) totalmente com o seu comentário ;) só não concordo com " a atitude não é mais correta". Sair de fininho e evitar confrontos não é uma atitude incorreta, é apenas outra maneira de lidar com as situações. :)

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    4. Peço desculpa mas sim, sair de fininho não é a atitude mais correcta e também é outra maneira de lidar com as situações. Só que para mim é uma outra maneira inadmissível, desculpem. Para mim não há contextos assim ou assado, é mais, ou faço algo ou não faço. Eu escolho fazer. Fazer pode ser não me envolver directamente mas sim por exemplo chamar a policia. Perante a Lei aquele que ouve, assiste e não denuncia por exemplo a violencia é cúmplice. Prefiro não ser. Um casal a falar mais alto numa discussão, uma Mãe a repreender o seu filho, para mim não é à partida violencia. Os casos apresentados pela Conceição Lino (vi todos quer desta temporada quer da anterior), são situações que até parecem exagero mas que infelizmente são assim mesmo. Nestes casos não tenho hesitações, abelhuda, não tem nada a ver com isso, meta-se no seu lugar, veja lá se apanha por tabela... são expressões que para mim não têm a mínima importância, prefiro ouvi-las a nada fazer. E não, não sou, nem quero ser herói, nem santa, sou apenas cidadã acho que este é o meu dever, tal como votar, dar prioridade a quem a tem, cumprir o código da estrada, etc.Estou errada?

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    5. Assim de repente não consigo perceber porque não suporta a Conceição Lino... Os gostos são mesmo relativos, é uma jornalista que gosto particularmente de ouvir.

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    6. Se está errada? Está. Porque está a “obrigar” outros a pensarem como você. Você opta por reagir, há quem não o queira fazer.

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    7. Não está errada, mas eu também não estou errada por ficar paralisada pelo medo e não me conseguir intrometer.

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    8. Obrigar alguém a pensar como eu? E que tal umas aulinhas de português no capitulo da interpretação de texto? Em tudo o que escrevi fui SEMPRE dizendo "para mim", ou seja "na minha opinião". Minha, ok? Eu reajo assim outros de outra maneira com a qual EU não concordo. Ele há cada umaaaaaaaaa

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    9. No meu tempo de faculdade uma colega opresenciou um furto no autocarro. Avisou imediatamente a senhora que um fulano lhe estava a mexer na mala.A senhora ficou muito agradecida, a coisa passou-se.O fulano foi expulso do autocarro. Quando a minha colega saiu umas paragens mais a frente, levou uma surra enorme, partiram-lhe o nariz e teve que ser hospitalizada e operada ao nariz; estavam cumplices no autocarro com o gatuno e apanharam-na á saída. :(

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    10. Claro que não anonimo 22:09. Até os traços de personalidade de cada um podem influenciar a nossa forma de agir.

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  5. Penso como tu, não sei o que faria. nesta situação especifica, os insultos à criança eram audíveis e chamavam a atenção e incomodaram-me bastante, mas lá está, estava no meu sofá... (quanto a uma palmada no rabo, não tem nada a ver com o que se passou ali! uma palmada não são maus tratos, devem ser evitadas, mas ás vezes salta uma...)

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  6. Eu já intervi uma vez numa situação de violência de mãe para filha, mas depois arrependi-me, pois foi enxovalhada pela mãe a dizer que eu não tinha nada que me meter na vida delas, e ainda por cima ameaçou-me. Tentei mas depois saí de fininho, não fosse levar eu também. Estas situações muitas vezes fazem-nos ficar com o pé atrás, apesar de sabermos que devíamos fazer alguma coisa. Atualmente não intervenho apesar de saber que não é correto.

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    1. "Eu já intervim..." e não intervi. O verbo intervir conjuga-se como o verbo vir e não como o verbo ver. Portanto o correcto é intervim, intervenho, intervieram, interveio etc e não intervi, interviram, interviu.

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    2. Obrigada pela correção anónimo das 11.30h

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    3. Então corrige (e bem) o "intervim" e não corrige aquele "foi" que deveria ser, claramente, um "fui"?

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    4. Gostava de ser assim coerente mas metendo-me ao barulho tenho tudo menos medo de apanhar... Quem vai à guerra dá e leva. Se me baterem também levam, simples! Tirando exceções de ser alguém estupidamente espadaúdo não tenho medo de safanões, não é como se se tratasse sempre do Mike Tyson que sabe como magoar a sério...

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    5. Anónimo11 outubro, 2017 11:30
      Correto e não "correcto".

      cor·re·to |ét|
      adjetivo
      1. Sem erros.
      2. Conforme ao dever, aos usos.

      "correcto", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2013, https://www.priberam.pt/dlpo/correcto

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    6. O "foi" em vez do "fui" é uma gralha. O "intervi" não é gralha e é um erro infelizmente muito comum. Resolvi intervir para ver se morrem menos pandas. Quanto ao correcto vs correto, não sigo o novo acordo ortográfico. :)

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    7. Eu não sigo o dicionário. :)

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    8. O foi em vez do fui muitas vezes não é uma mera gralha. Infelizmente é também um erro muito comum.

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  7. Num fim de dia de inverno fui até à praia dar uma caminhada. Nessa caminhada verifiquei que estava a ser seguida por um homem desconhecido que chegou a tentar falar comigo. Assustei-me e caminhei para um local mais movimentado. Pedi ajuda a duas senhoras só para elas me acompanharem ate ao meu carro, que estava a 10 metros, porque estava com medo. NÃO ME AJUDARAM! Responderam "É complicado" e foram à vidinha delas!

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    1. Você ia à sua vida, e ficavam as 2 senhoras à mercê do tal homem... Compreendo que tenha pedido ajuda, mas não compreendo a crítica às senhoras.
      Maria

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    2. A critica, penso que é, perante um pedido de ajuda, o recusaram.

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    3. Elas eram duas! Tinham-se uma à outra... simples. Eu ajudava se tivesse na situação das duas senhoras. Já dei por mim a desejar o mesmo, quando estava sozinha.

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    4. Compreendo, e imagino o seu sentimento no momento. Mas repare, quem garantia às senhoras que o seu pedido não era apenas uma forma de as levar até ao carro e depois ameaçá-las, roubá-las, fazer-lhes mal... que até conhecesse o tal senhor e estivessem combinados um com o outro? Sei lá! Eu falo por mim, era logo o que me vinha à cabeça!
      O problema é que vivemos desconfiados de tudo e de todos e apenas nos queremos proteger.

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    5. Não acho que haja certo nem errado nestas situações. Cada um é livre de reagir como se sentir mais confortável.
      Só não concordei com a crítica às senhoras, elas estavam no seu direito de recusar ajudar. Até porque acredito que não o tenham feito com receio também do tal homem.
      Maria

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    6. As pessoas n ajudam por medo, outras pq elas proprias viveram episodios diabolicos e ahcam q o melhor é retribuir a falta de ajuda. Mas Anónimo11 outubro, 2017 11:02 eu sinceramente lamento a sua ma experiencia, eu tb tive bastantes, mas de vez enquando tenho peisodios de ter sido salva por pessoas genuinas e q me fazem esquecer os maus episodios.

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  8. Acho que depende da situação, no outro dia uma mulher voltou a estacionar no lugar dos deficientes, outra vez, mais uma vez, eu a bufar parei ao lado dela para a desancar, para lhe chamar deficiente, para lhe perguntar que mensagem estava a passar à filha e o meu filho pediu-me que não o fizesse, que a filha dela era amiga dele, que a senhora podia ficar chateada. O meu filho do alto dos seus 8 anos disse-me que achava que não havia nada a fazer com aquela senhora...
    No caso do programa eu considero que na questão da bomba de gasolina e da deficiência falaria e bem alto, mas na questão da violência da mulher contra o homem acho que não. Infelizmente era uma rapariga pequena a bater num homem enorme, não sei se era por serem menos bons atores ou por estar a ser preconceituosa mas foi uma situação que não me tocou. Quanto à da violência para com a criança confesso que ficaria à "coca" como já fiquei, para ver se a coisa resvalava ou ficava alterada (mais) e chamaria a policia, como já chamei quando o minha vizinha de cima apanhava forte e feio. Para culminar o testamento informo só que cada vez que a policia era chamada a minha vizinha dizia que estavam a festejar um aniversário...Todas as semanas havia um aniversário.
    Sandra

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  9. Esta da criança não vi mas vi a do moço de cadeiras de rodas e não acredito que interviesse. Simplesmente porque acredito que "defender" um homem só porque está em cadeira de rodas pode ser considerado uma ofensa ao próprio. Seria pior a emenda que o soneto. Eu, pessoalmente, sentir-me-ia ofendida se achassem que não me conseguia defender de um insulto verbal apenas porque teria uma limitação física. Tal como a Ana refere há imensos factores legítimos que levam alguém a agir de determinada forma em determinada situação sem que essa pessoa seja considerada uma péssima pessoa só porque não agiu da forma que seria expectável.

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    1. Por acaso nessa situação era daqueles que tenho quase a certeza que dizia qqr coisa.

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    2. Nesse caso, como em muitos outros, não acho que o facto de intervir seja porque determinada pessoa precise de ser defendida. Não era o homem na cadeira de rodas que precisava de defesa, era a pessoa que o atacava que precisava de ser criticada. Por nunca serem confrontadas, essas pessoas até acreditam que a generalidade das pessoas pensa como elas e só não tem é coragem de o dizer.

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    3. Que estupidez Angela. Só a conversa da senhora nessa situação já a im me incomodava. Se o Sr que estava na cadeira de rodas não gostasse que eu interviesse só tinha que me dizer "olhe desculpe mas eu sei me defender" aí eu poderia continuar indignada mas por mim porque vai contra tudo o que eu penso numa situação daquelas. Podemos reagir também porque nos incomoda porque não queremos compactuar, porque não queremos ser incomodados.

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    4. Exactamente Inês 100% de acordo.

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    5. Se alguém chamasse de estúpida a sua opinião apenas porque não concorda consigo, o que faria? E se fosse consigo?

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    6. Se fosse comigo anonimo 01:15 diria que apesar de estúpida (a opinião)para alguém, não deixava de ser a minha opinião e que para mim não era estúpida. Difícil? Não.

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  10. Este programa é interessante na medida em que nos confronta com situações hipoteticamente reais e nos fazem pensar no que faríamos se fossemos nós naquela situação. Contudo, não me espanta nada que a maioria das pessoas não faça nada e admita aqui nos comentários que tem medo de intervir e ser maltratado também.

    Primeiro, a confrontação é algo difícil para muitas pessoas. Ter que ir lá confrontar outros com aquelas atitudes, aquela ideia de que não nos devemos meter em assuntos que não nos dizem respeito e o próprio medo de ser insultado/agredido também, impede-nos de agir. E depois Há um principio psicológico de desculpabilização e desresponsabilização quando estamos rodeados de mais pessoas.
    Achamos que, por existir tanta gente a assistir ao mesmo, alguém terá que intervir e, portanto, não serei eu. Por isso é que é mais fácil que alguém nos ajude numa rua sem movimento, onde a pessoa passa por mim sozinha ou sem outras pessoas por perto, do que ser ajudada numa multidão. Sozinha tenho a responsabilidade de fazer alguma coisa para ajudar, enquanto que se existir outras pessoas a assistir ao mesmo, todos vão pensar que alguém vai lá ajudar e ninguém faz nada.

    E esta coisa de dizer "eu faria e acontecia" do lado de fora é muito bonito, mas só confrontados com as situações poderemos saber na realidade como agimos.

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  11. Um dia, no shopping Parque Nascente ouvi um casal de jovens adultos a discutir. Quando olhei, vi a rapariga a dar vários estalos ao rapaz. Pensei em intervir mas, face ao que estava a presenciar, não tive dúvidas de que ia sobrar para mim e segui caminho. Não me orgulho da minha atitude mas o receio foi mais forte do que a indignação.

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    1. Deus me livre!! Ainda por cima em Rio Tinto?? Eu nunca me meteria ao barulho!

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  12. Intervim uma vez, lembro me tão bem, trabalho ao pé duma escola secundária, uns 100 miúdos numa roda a verem uma miúda a levar porrada, já caída no chão, eu ia a passar e não consegui ficar indiferente, meti me no meio, sou pequena, era quase a mais pequena deles, lol, levei safanões mas consegui meter me no meio, e só pensava ainda vou apanhar, ainda vou apanhar, mas por outro pensava podia ser o meu filho ali, e a força veio do nada e agarrei no miúdo ai com os seus 16 anos no ar. O que mais me revoltou em frente a um restaurante onde estava dezenas de pessoas de pé a ver, ninguém se mexeu. Mas eu fiquei com nódoas negras mas com a alma limpa, e no fim ainda me ri, porque quando veio a PSP o miúdo q agarrei só dizia essa velha (eu 38 anos na altura) rasgou me a camisola lol. Enfim não esqueço a cara da miúda no chão, não esqueço o ar de pânico de medo, mas sim faria de novo.

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  13. Uma vez estava um gajo a espancar uma mulher que presumo fosse a namorada. Eu e uns amigos intervimos, e até com alguma dureza, dado que o gajo resistiu à separação. Qual o meu espanto quando a moça, com a cara feita num oito, desata ao soco e pontapé a nós. Ok. Demos-lhe um chega para lá e dissemos "leva nos cornos à vontade". E não é que levou? :)

    É complicado pq nunca sabemos o que está do lado de lá e não somos super homens/mulheres. Ter medo da reacção é perfeitamente natural.

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    1. Bem verdade. Às vezes é mesmo muito difícil perceber qual é a melhor atitude.

      Eu quando tinha cerca de 14 anos descobri que uma das minhas melhores amigas era abusada pelo padrasto. Ela pediu-me para não contar, mas eu não consegui ficar calada a ver o que ela estava a sofrer. Como não conseguia chegar à mãe dela fui até à directora de turma e contei-lhe, ela chamou a mãe dela para uma reunião connosco e foi aí que percebemos que ela compactuava com aquela coisa horrível.

      A minha amiga ficou muito zangada comigo, a mãe dela ralhou com ela por ter ido contar, ambas tinham claramente muito medo do monstro que vivia lá em casa, mas a verdade é que passado duas semanas ela já estava fora daquela casa. E isso serviu-me de consolo, apesar de ter sido tão difícil lidar com tudo aquilo numa idade tão jovem.

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    2. A mim já me aconteceu uma situação parecida, na estação do metro da Trindade no Porto, entre marido e mulher e quando tentamos intervir, a mulher que já tinha levado pancada ainda disse que não era nada connosco.

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    3. Anónimo11 outubro, 2017 12:08
      fez bem mt bem, sei q custou, mas sei q tem consciencia do bem q fez a sua amiga.

      um abraco

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    4. Tenho 23 anos e acho mesmo que nunca mais intervenho numa situação dessas. Há uns meses, eu e um grupo de amigos vimos na rua um casal a discutir e o namorado começa a estrangular a namorada. Gritei para pararem e uns amigos meus tentaram afastar o namorado da rapariga. Não é que ela começa a insultar-nos e a pontapear e bater com a carteira nos meus amigos que a tinham acabado de ajudar?? Fizeram uma boa ação e ainda foram agredidos pela vítima.

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    5. As pessoas vítima de violência doméstica são manipuladas ao ponto de sentirem culpa do que não têm.

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  14. eu fui "apanhada" no programa sobre maus tratos a idosos... no bate boca com a actriz fiquei absurdamente ansiosa e saí de lá a disparar asneiras para o ar... abordaram-me depois e perguntaram se podiam usar as imagens. Disse que sim, dos nervos. Mas depois não apareci no programa. E agora ninguém vai saber a boa pessoa que sou. A boa pessoa que diz montes de asneiras. Isso sim, é dramático!

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  15. Confesso que fiquei com muita pena de algumas pessoas que passaram e ficaram como más na fita quando na verdade se calhar nem se aperceberam bem do que estava a passar, ou iam a pensar na morte da bezerra e nem ligaram muito para a situação. Eu compreendo bem porque sou uma dessas pessoas que anda sempre com a cabeça na lua. Depois, tirando a parte em que a mãe chama nomes à filha e diz que ela não devia ter nascido, não achei que a situação era assim um exagero. Por isso, se visse apenas uma mãe a puxar pela filha para ir embora e ela a fazer birra, passava adiante e não ligava nenhuma.
    Mas isso sou eu, que sou uma insensível!

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    1. Não é insensível nenhuma, a verdade é que nesse caso específico não dava para ter a certeza de que estávamos perante uma criança a fazer uma birra e uma mãe com a paciência já esgotada, ou se estávamos perante um claro caso de abuso. O que eu acho é que o abuso infantil é silencioso e não se presta a dramas na via pública...

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  16. Concordo com a Pipoca, na teoria e no quentinho do sofá a ver o programa somos todos muito decididos e corajosos, mas quando nos vemos envolvidos numa situação concreta há imensos factores que nos podem levar a acobardar-nos, não só o ir distraído com a vidinha, mas o medo de levar por tabela também, ou por exemplo ir acompanhado de um filho pequeno e não o querer envolver na contenda. Não me parece que a maioria das pessoas não reaja por indiferença, mas por estes factores. A mim já me aconteceram duas situações do género: a primeira foi quando estava em erasmus e uma rapariga aproximou-se de mim e das duas amigas com quem eu estava e pediu-nos que a acompanhássemos porque se sentiu seguida por um homem que vinha a poucos metros. Nem hesitámos e acompanhámo-la, fingindo que a conhecíamos até o homem passar por nós e se afastar, perdendo-nos de vista. Aqui lá está, não sentimos perigo nenhum, estávamos em superioridade numérica, mas também não havia nenhum conflito aberto, se o homem efectivamente a ia a seguir desistiu quando a viu acompanhada. A segunda situação foi há uns meses em Espanha (parece que isto acontece mais noutros países, ainda bem), um homem e uma mulher, os dois com bastante mau aspecto (de toxicodependentes) discutiam numa rua super movimentada, ele gritava com ela e agarrava-a por um braço e ela chorava. Tentei, com o meu marido, procurar a polícia, mas não vimos nenhum e também não sabíamos o número porque não estávamos na nossa cidade. Não interviemos directamente porque os ânimos estavam muito exaltados e levávamos connosco o nosso filho bebé de 1 ano e meio, se fosse agora também não interviria. Mas dizer que fiquei um bocado chocada porque a situação estava-se a desenrolar à hora de jantar numa rua com muitas esplanadas cheias de gente e ninguém fazia nada, embora houvesse muita gente a olhar. Se estivesse com um grupo de adultos se calhar teria feito alguma coisa ou quanto muito chamado a polícia.

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  17. Lembro-me de três episódios marcantes na minha vida, em que, em diferentes idades e por diferentes motivos, fui "atacada" no meio da rua em plena luz do dia, e estando eu a precisar de ajuda, só numa dessas situaçōes (e já estava eu a telefonar para a polícia) é que fui ajudada. Das outras vezes vi as pessoas a fingirem que não viram e numas das situações a fugir também. Agora que já passou algum tempo olho para trás e conpreendo que as pessoas de facto reagem de maneiras diferentes e aceito isso. Também eu não sei o que faria, confesso. Nessas três situações, apenas uma pessoa tinha o dever de me ajudar, visto ser o segurança do espaço onde eu estava, e não o fez. A desculpa foi a mais esfarrapada que já ouvi, mas apenas a ele culpo de ter virado a cara sem me ajudar

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  18. Há cerca de dois anos, estava a chegar a umas passadeiras quando reparei que estava um senhor cego a tentar também passar a estrada. Estavam umas boas 10 pessoas a olhar para o senhor, notava-se que não conseguia encontrar o sítio certo da passadeira para passar a estrada e ninguém o ajudou, apesar de todos olharem para ele. Fui ter com ele e ajudei-o a chegar ao destino enquanto todos os outros ficaram especados. Acho que vivemos num lugar onde todos são ótpimas pessoas no sofá, mas na vida real ninguém é capaz de intervir.
    Daniela

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  19. São situações muito complicadas.
    Já vi um rapaz que estava a vomitar de bebedo ser gozado.
    Toda a gente estava a ver aquilo e ninguém estava a fazer nada. Até que uma rapariga o fui ajudar e foi espancado , repito espancada.
    E eu só pensei se aquela rapariga não tivesse lá ido tinha ido eu, e certamente me teria acontecido o mesmo.
    A partir daí embora me custe muito , mas por medo , nunca mais me meti em situações a ajudar estranhos.

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  20. No caso desta semana eu provavelmente chamaria a polícia e ficaria a olhar de longe...

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  21. Também gosto imenso do programa, e penso várias vezes se fosse eu que estivesse na rua a assistir a qualquer um dos casos como reagiria. É verdade que em casa pensamos de uma forma, mas depois quando no momento assistimos a certas coisas acho que não podemos garantir a reação. Ontem por exemplo, enquanto assistia à situação da mãe com a filha comentei com o namorado que não teria a certeza se interviria. A mão estava a ser bastante agressiva com a criança, principalmente verbalmente. Mas mesmo assim não sei se teria coragem de me dirigir à mãe para a acalmar e não tratar assim a criança!
    Um dia ainda nos sairá na rifa passar por uma dessas situações encenadas e logo vemos como reagimos. E era tão bom que fosse sempre só encenação!!!
    https://jusajublog.blogspot.pt/

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    1. Eu também já presenciei uma mãe a falar para um filho (ao lado do pai, que também aceitava esse vocabulário) a dizer que este era mesmo burro, que não sabia fazer nada de jeito, se ele achava que as coisas eram assim, que era mesmo burro... assim com esta agressividade.

      Não disse nada, porque de facto há pessoas que são mal educadas e desagradáveis e, infelizmente, transmitem esse comportamento/atitude aos seus filhos e há pouco que nós possamos fazer em relação a isso. Se calhar podia tê-la abordado e tentado dar uma "lição" de como nos devemos dirigir aos outros, especialmente àqueles que nos são próximos e como se educa com amor. Mas o tipo de pessoa adulta que reage assim com um filho não me parece disposta a ser "educada", muito menos por um estranho e no meio da rua. Por isso não disse nada, mas fez-me impressão.

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  22. Eu acho que só tive assim uma situação grave ao ponto de ter de intervir. Este ano, ia correr às 6h da manhã perto de casa e vi um tipo de carro a entrar em contramão numa via e a espetar-se contra um separador central (que tinha pilaretes e uma árvore). O tipo em causa era jovem (estudante, provavelmente) e parecia estar claramente embriagado. Um taxista foi falar com ele (o airbag abriu) e, a seguir, o tipo desata a andar para longe do carro e abandona a cena assim (carro espatifado no meio da via pública, peças espalhadas pelo chão). Fui falar com esse taxista, que confirmou que ele tresandava a álcool, a perguntar se alguém tinha chamado a polícia e ele disse que não, que depois éramos indicados como testemunhas e isso dava "uma trabalheira". Fiquei em choque, mas liguei para a polícia e relatei o que vi, nomeadamente que o condutor tinha fugido e descrevi quem era/como estava vestido. Lá fui correr e, quando voltei, estava a polícia no local do acidente e voltei a abordá-los para explicar o que se tinha passado. Não sei se deu em alguma coisa, mas achei vergonhoso esse tipo, que, por sorte, não matou/feriu ninguém, estar a abandonar assim o local para não ser apanhado com álcool num valor que já seria crime e ninguém fazer nada, as pessoas pararam para olhar e logo a seguir voltaram para os seus carros e seguiram viagem...

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  23. Estive perante uma situação que me chocou, fui à minha vida e arrependi-me. Num centro comercial, saiu do elevador uma mãe a ralhar forte e feio com o filho (?) pré-adolescente. Já fora do elevador, estava eu a entrar para o mesmo, a mulher manda o filho baixar as calças para lhe dar uma palmada e acrescentou "se não ainda é pior que ontem!". A porta do elevador fechou-se e juro que senti vontade de voltar atrás, mas quem estava comigo disse para não me meter e que, provavelmente, o filho teria feito um disparate bem grande. A situação foi tão caricata que depois pensei que a cena fosse para o "E se fosse Consigo?". Para a próxima não fico calada, é a minha convicção.

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  24. Querem saber uma coisa? Não me vou mexer em situação alguma. Porquê? Porque é um direito que me assiste de me borrifar de alto para os outros. Porque quero lá saber se levam uns estalos, uns berros, se são mortos a tiro ou a pontapé.
    Não me vou preocupar minimamente com os problemas dos outros, mas quero ter o direito a comentar sobre os referidos problemas.
    Quero lá saber se a filha do vizinho é molestada pelo pai. Quero lá saber se a mulher tão bem vestida e educada, leva uns tabefes bem assentes. Quero lá saber se a idosa é regularmente maltratada pelos netos, filhos e afins.
    Quero é saber os podres. Agora mexer-me para ajudar!? Ganho o quê com isso? Notoriedade? Nope.
    Por isso, façam lá programas sobre a estupidez humana, à vossa vontade, que eu não me vou mexer. Ainda acabo vítima. E depois como vou coscuvilhar e opinar sobre terceiros?! Hein?

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  25. Certo dia estava no norteshopping a dar o almoço à minha bfilha (na zona dos bebes) e sentou-se um casal ao lado com a filha de 2 anos (mais ou menos) para lhe darem a sopa. Só que a menina não queria comer a sopa e os pais queriam obriga-la a comer á força toda. Principalmente o pai, já estava ser demasiado desagradável com a menina, agarrava-lhe no braço com tanta força e gritava-lhe e mãe nada fazia. A menina chorava e já toda a gente em volta olhava para aquela cena. Eu estava com tanta pena da menina. AS tantas o pai repara que toda a gente esta a olhar, pega na miúda com uma brutidão e sai por la fora. A mae foi a correr atras. Não sei o que sucedeu seguir. Mas ainda hoje me arrependo de não ter ido pelo menos atras tentar perceber se ia bater à menina. Tenho uma filha e sei bem como eles as vezes nos tiram a paciência, principalmente na hora da refeição. E as vezes também me sai um berro, mas nunca mais do que isso. Não é a força-los a comer que se resolvem as coisas. Nem trata-los daquela maneira. E aquele pai mostrou claramente ser uma pessoa violenta. E pior era a mãe que via e nada fazia.  Sinto-me péssima só de relembrar esta história. Porque é que eu não fiz nada? Não sei! Ou melhor sei…foi receio de ir falar com eles e me tratarem mal e me dizerem pra me meter na minha vida! Ainda por cima também estava com a minha filha!!

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  26. No Norteshopping assisti a uma cena semelhante... Um pai a "perder a cabeca" perante uma birra do filho... Digamos que ja era tarde e estava imenso movimento no shopping, perfeitamente normal que uma crianca comece a descompensar, portanto... O pai só gritava com o miúdo e tenho a certeza de que nao lhe bateu por haver muita gente a olhar... Sempre a vocifrar, acabou por se levantar com o garoto e andou com ele um bocadito ao colo, ali na zona da praca da alimentacao... Foi o suficiente para o garoto acalmar e voltar para a mesa. Nessa altura ja tinha o meu garoto (que tambem me tira do serio, mas a quem eu, por principio, nao bato), pelo que se o visse a levantar a mao, tinha intervindo... espero que esse pai tenha aprendido que a violencia nao e, nunca, a melhor resposta para uma birra...

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    1. E diga lá qual era o mal do pai lhe dar uma palmada? Vinha algum mal ao mundo? Uma palmada dada na hora certa no rabinho faz muito pela educação de uma criança. Hoje em dia as pessoas têm esta convicção de que estão a traumatizar e a agredir a criança com uma palmada, e fica tudo escandalizado a olhar como se fosse o fim do mundo! Raramente uso esse método e olhe que a minha filha faz birras monumentais, mas entendo-o como uma forma de repreensão. Então de acordo com a sua forma de pensar, a menina não quer comer a sopa, não come, não quer tomar banho, não toma, não quer fazer os tpc, não faz ... bela maneira de educar! Talvez o pai estivesse nervoso por ver um sem número de super mães a olhar com reprovação, tipo eu é que sou!

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    2. Os meus pais nunca me bateram, que me lembre. No entanto, recordo com mágoa todas as vezes que perderam as estribeiras comigo em criança. Não sou traumatizada, mas não contribuiu, de todo, para a minha boa formação.

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    3. Uhmm recorda com mágoa todas as vezes que perderam as estribeiras? Então isso poderá querer dizer que existem maus tratos psicológicos bem mais graves do que uma palmada no rabo, não acha? (não estou a falar de si especificamente) Está mais que provado que comentários depreciativos danificam bem mais o indivíduo, pela sua prática reiterada, do que uma simples palmadinha, dizer apenas "ai eu não bato" não é prova de que não se educa com abuso, insultar, humilhar, menosprezar, também constituem formas de abuso.

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    4. As pessoas dizem que dão uma palmada para educar, mas a verdade é que dão uma palmada porque perdem o controlo. Gritar, igual. Há outras maneiras z essas sim correctas, de lidar com crianças. Devia haver cursos obrigatórios, a ver por estes comentários........

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  27. Em relaçao a birras e relações entre pais e filhos acho mais dificil intervir. Detesto que batam na cara das crianças mas acredito que as vezes o desespero e tanto que salta uma palmada no rabo. Nos assistimos a uma parte da situação . Não sabemos tudo o que levou a essa palmada. Acho que a idade nos torna mais prudentes se calhar. Uma vez vi um casal em grande discussão enquanto me dirigia para o carro ate ao momento em que ele a agrediu. E ai intervi entre palavras menos proprias e chamar a policia. O mais caricato foi um arrumador de carros vir ter comigo e escoltar-me ate ao carro sempre a dizer para não me meter que ainda acabava eu a apanhar. Mas agora que relato penso se fosse apenas a agressão verbal não teria feito nada. Porque será que se aceita melhor este tipo de violência?

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  28. Este comentário foi removido pelo autor.

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    1. Teresinha, a única coisa até hoje para a qual foi provado existir uma nítida falta de pachorra da parte dos internautas, são os comentários/reparos das pseudo-professoras que abundam por ai. E se a minha educação não fosse tão boa e não soubesse viver tão bem em sociedade eu seria capaz de ensinar-lhe outra maneira correcta de usar a sua língua.

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    2. "correta" e não "correcta"!

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  29. Eu tenho vergonha de dizer que assisti a uma avó agredir o neto num parque infantil público e não ter feito nada! Ainda disse "ui! Vou ligar à polícia!" Tinha o tlm na mão, mas ao lado uma senhora ouvia.me e eu pensei "ui, ainda conhece a senhora é sabe que fui eu a ligar..." E não o fiz! Já a voltei a ver com o neto e é de igual forma agressiva, não lhe batendo desta vez.
    Eu assisti a isto, e muitas outras pessoas com os seus no parque a brincar, também assistiram e a reação foi a mesma. Assistir ao longe incrédulos.... Revoltados. Pensei muito nos pais daquela criança... Onde estariam à noite para o menino estar com a avó. Foi numa noite de verão com festa do município.
    :(

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    1. Meu Deus, esta gente nasceu toda numa estufa de orquídeas, lirios e tulipas...
      Se o neto fizesse birra ficavam todos chocados por ver a avó ficar quietinha e não pregar um estalo no miúdo, mas se a avó quiser dar o ensino oh coitadinda da criança...

      Que tristes que sois...

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    2. Que boas que são as pessoas a fazer juízos de valor, havia festa do município mas os pais também poderiam estar a trabalhar, ou no estrangeiro, ou até terem morrido!

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  30. No verão passado noite de calor imenso, estava a tentar adormecer quando couvi na rua qualquer coisa tipo estaladas e uma voz do sexo feminino a chorar de desespero. Esta situação já durava a pelo menos 10 minutos e eu estava a ferver (E não era por causa da noite quente de Agosto). A pobre era como um tambor, apanhou tantas, tantas e todo o tipo de insultos e humilhação verbal o pior que se pode imaginar. Não me contive e levantei-me , fui para a rua em roupa de dormir mandar vir com o fulano (era um casalinho muito jovem): se ele não tinha vergonha na cara, para parar imediatamente com aquilo ou chamava a policia etc etc. Entretanto o meu marido percebeu que eu estava na rua , também apareceu em boxers (senhores que filme) a dizer-me para ir para casa etc etc. O individuo só olhava para mim com cara de otário e acabou por meter o carro a trabalhar e ir embora. A verdade é que no dia seguinte contei a várias pessoas e todas me condenaram e disseram que não devia ter lá ido, que deveria estar quieta e deixa-la apanhar!! Não consegui foi mais forte do que eu. No entanto passados alguns dias cheguei a casa já tarde e lá estava o mesmo carro parado com o dito casalinho mas desta vez na "marmelada" ....

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  31. Pipoca , eu presenciei uma das primeiras situações desse programa em que uma rapariga apresentava o namorado negro ao pai que fez uma escandaleira no meio do café, a reação de todas as pessoas foi de choque mas ninguém se meteu! Porquê? Ninguem ia chegar ao pé de um homem de 50 anos e dizer-lhe para não falar assim com a filha de 16! A resposta dele obviamente que ia ser "a filha é minha e dou-lhe a educação que quero!" Por isso acho que cada situação é uma situação e quem está em casa a ver até fazia e acontecia (incluindo eu !) até passar por isto e depois acabam como eu que so queria beber o meu cafezinho e apanhar sol e tive de levar com um maluco aos gritos a dizer que a avó nunca ia aprovar o namoro da filha --'

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  32. Depois de ler os comentários concluí que, a maioria dos comentadores, intervinha para defender um homem de um ataque verbal mas nada fariam para defender uma criança vítima de violência verbal e/ou física.
    Gostaria de dizer que compreendo mas, na verdade, não posso. É incompreensível!

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  33. Revejo-me em tudo o que escreveste Pipoca! Quanto a situações, uma vez a ía com a minha mãe na Rua Direita em Cascais, ela viu um homem a meter-se com uma moça, mesmo assim tipo perseguição a falar-lhe ao ouvido e a começar a apalpa-la...Quando dei por ela estava a minha mãe a dar com a mala na cabeça do homem.A minha mãe que é a pessoa mais calma deste mundo. "Subiu-me uns calores acima quando vi que ninguém protegia a moça!", disse ela! :)

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  34. Eu não vejo esse programa porque já lido com esses problemas durante o dia de trabalho e chega-me bem (sou advogada).
    Como toda a gente já vi situações dramáticas no meio da rua. Mas como advogada sei o desfecho que algumas situações têm e por isso tento resguardar-me. Já intervim em muito mais situações do que muita gente, tenho a certeza, mas faço-o sempre resguardada por isso era bem capaz de ficar mal na fotografia do programa. Já chamei a polícia quando suspeitei de maus tratos em casa de um vizinho, já denunciei vizinhos com animais presos em casa em condições indecentes, já denunciei carros abandonados na via pública, sou a 1ª a telefonar quando vejo incêndios mesmo que me digam que de certeza que alguém já ligou e já fiz uma denúncia para a CPCJ que foi a coisa mais difícil que fiz na vida de tal modo que a fiz a chorar. mas raramente faço isto aos olhos do público porque tenho medo. Tenho filhos e sei como as pessoas se podem passar da cabeça mesmo que as nossas intenções sejam as melhores e por isso quase sempre evito entrar em confronto direto. Sim, porque já me aconteceu ser forçada a parar no meio do trânsito por um maluco que saiu do carro com cara de caçador de domingo e com cara de me querer bater. Portanto... o programa é parvo. Que faça as pessoas pensar tudo bem mas que não humilhe quem não agiu porque é normal que as pessoas se queiram preservar. E não sabemos a vida de quem vai a passar...

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    1. Melhor comentário. Sensato, equilibrado e ponderado.

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    2. Não acho o programa parvo, acho que tem muita utilidade, pela qualidade de muitos comentários. Todos gostaríamos de ser ajudados, mas muitos receiam ou não querem ajudar em situações limite. Se fosse prática corrente ajudar os desconhecidos, talvez os malfeitores pensassem duas vezes...faz-me lembrar o caso de uma inglesa há já largos anos, esfaqueada na via pública, em pleno dia, por um estranho, com pessoas à janela a assistir, sendo que ou já depois de morta ou depois do agressor fugir (já não me recordo) é que alguém, em sua casa, resolveu ligar para a polícia. Os malfeitores esperam que tenhamos medo, se não mudarmos a nossa conduta social, podemos ser nós um dia atingidos, por isso acho que o programa é bom, útil e nada parvo.

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  35. A única vez que me lembro de acontecer uma situação semelhante, não foi com uma pessoa mas com um cão. Vivo fora de Portugal e voltei de férias no verão. Estava a chegar a casa da minha a avó quando vejo um homem claramente bebedo a espancar um cão. Mas a espancar mesmo, pontapés, socos, tudo. Os vizinhos todos a assistir e ninguém disse uma palavra. Não consegui ficar calada e fui lá, meti me a frente do cão e ameacei-o que chamava a polícia. Fui insultada de tudo e mais alguma coisa. Por momentos até achei que ia levar também mas estava tão chateada que só pensava "se me bater, leva também, mas esta criatura indefesa não apanha mais". Peguei no Telemovel e fingi que ligava a polícia e ele começou a ir se embora sempre a insultar me. No fim peguei no cão e levei o para a minha avó e foi aí que ela me contou que toda a gente o conhece na freguesia por ser maluco e bebedo e que toda a gente sabe que ele leva para casa todos os cães vadios que encontra e que lhes bate. Fiquei com um nó tão grande na garganta que só me apetecia chorar. Nesse mesmo dia liguei a polícia e fiz queixa.
    Sabem qual foi a resposta? "Menina, tenha mas é juízo que nos temos mais que fazer". Nunca me senti tão impotente na vida! A própria polícia não quis saber da situação!!! E depois penso até que ponto é que vale a pena defendermos os outros, por a nossa vida em risco para ajudar os outros se aqueles que nos deviam defender não quer saber ?

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  36. Bem, depois de ler todos estes comentários cheguei à fácil conclusão que, afinal, ainda há esperança para o mundo. O mundo da Net pelo menos...

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  37. EU ACHO QUE REAGIRIA SEMPRE, SÓ SE FOSSE NUMA LINGUA DESCONHECIDA E EU NÃO ME SOUBESSE EXPRIMIR, SERIA AI MAIS GRAVE, PODERIA VER-ME ENVOLVIDA EM CENA DE PANCADARIA. EU SOU DAS QUE REAGE, DAS QUE TEM UMA MOLA E A LINGUA SOLTA-SE, PORQUE SE ME EXALTAM OS ªANIMOS E SÓ ACALMO QUANDO A MINHA ATITUDE É AQUELA QUE EU ACHO CERTA, MESMO QUE O RESULTADO DELA NÃO DÊ EM NADA E ISSO ACABE POR ME ENERVAR AINDA MAIS. NA REPARTIÇÃO PUBLICA, ALGUÉM É MAL ATENDIDO E PARECE NÃO SE IMPORTAR, EU IMPORTO-ME E FALO. NUM CONSULTÓRIO A CRIANÇA É MAL EDUCADA E A MÃE NÃO FAZ NADA EU REPREENDO A CRIANÇA. SE ESTOU DE PÉ NUM AUTOCARRO E VEJO ALGUÉM COM BOAS PERNAS SENTADO CHAMO A ATENÇÃO QUE DEVIA DAR LUGAR Á SENHORA DO LADO QUE VEM A COXEAR .. . . .

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Teorias absolutamente espectaculares

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