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A tragédia da avioneta

quinta-feira, agosto 03, 2017
Desde ontem que estou com o estômago um bocado embrulhado à conta da avioneta que aterrou na praia. Quase todas as mortes são estúpidas, mas morrer assim, desta forma, é tão improvável e inverosímil que fica difícil acreditar que isto aconteceu mesmo. Tinha vários amigos na praia de São João àquela hora, quase todos com os filhos. Li os relatos que fizeram, o pânico que sentiram, a "sorte" que tiveram. Porque podiam ter sido eles, os filhos deles, qualquer pessoa que estivesse ali. E estavam muitas. Morreu um senhor de 58 anos, morreu uma criança de 8 anos, e nunca a expressão "estar no sítio errado à hora errada fez tanto sentido". A verdade é que eles não estavam no sítio errado. Estavam só a gozar um dia de praia, a aproveitar o calor, provavelmente felizes, descontraídos, despreocupados como todos estamos num dia de praia. Longe, muito longe, de imaginarem que a sua vida acabaria ali, no areal, colhidos por uma avioneta. Sobretudo no caso da menina, não consigo imaginar o que sente uma mãe, um pai, ao ver um filho morrer-lhe assim. Não consigo imaginar a impotência, a dor, a revolta. 

Mas não consigo, também, de pensar no outro lado, nos tripulantes da avioneta. Já li tanta gente a arrasá-los, a dizer que os matava, a sugerir que só se preocuparam com a sua vida ou em salvar o aparelho, que deviam ter tentado a amaragem. Não sei isso tudo. Não tenho informação suficiente para poder desenvolver uma teoria mais específica, não percebo nada de aeronaves nem dos procedimentos a ter em caso de emergência (mas que sei que variam de modelo para modelo), e sei menos ainda da capacidade de reacção de cada um perante um cenário de morte. Porque acredito que, ao ficarem sem motor (alegadamente), essa hipótese lhes passou pela cabeça. E eu gostava de ser muito lúcida e altruísta ao ponto de dizer "se fosse eu preferia morrer do que matar pessoas", mas isso é o que eu posso pensar aqui, sentada no conforto do meu escritório, em segurança, a escrever num blog. Na hora H, tomada pelo pânico, não sei como reagiria. Não sei sequer se teria tempo para pensar. Mas desconfio, seriamente, que "não quero morrer" seria um pensamento que me ocorreria.

Quando estava a tirar a carta de condução
ensinaram-me o que fazer caso nos rebentasse um pneu em andamento. Mas quando isso me aconteceu, em plena auto-estrada, varreu-se-me tudo da memória. Só consegui agarrar-me ao volante enquanto andava aos piões, a bater nos separadores, a ver a vida a passar-me à frente dos olhos e à espera de levar com outro carro em cima. Correu tudo pelo melhor, tirando um carro amolgado. Não me magoei, ninguém se magoou por minha causa, mas foi sorte. Foi só sorte. Se, como tudo indica, a avioneta ficou sem motor, trata-se um acidente. O piloto não se lembrou de que giro, giro era aterrar no areal de uma praia cheia de gente, em pleno Agosto. Essa foi só uma decisão que teve de tomar, talvez em segundos, perante um cenário de crise. Já li que evitou ir para a areia seca, porque era onde estava mais gente, e que evitou ir para a água, porque aí seria mais difícil para os banhistas conseguirem fugir atempadamente. Não sei se aterrar à beira-mar terá sido a opção mais correcta, o menor dos males, mas, aparentemente, eu sou a única pessoa que não percebe nada deste assunto, porque o que não falta por aí, de repente, são especialistas em aeronaves.

Morreram duas pessoas em circustâncias quase surreais e isso é de lamentar. Profundamente. Mas não nos precipitemos a fazer todo o tipo de julgamento sobre matérias que desconhecemos. Se se provar que houve negligência ou que haveria forma de evitar aquele desfecho trágico, então que a justiça actue e que os culpados sejam devidamente punidos. A culpa de terem tirado vida a duas pessoas, essa já ninguém lhes tira. E a menos que sejam dois insensíveis sem coração, acredito que essa seja a sua maior pena.

82 comentários:

  1. Texto sensato, ao contrário da maioria dos comentários pela internet fora. O pouco que percebo de aviação é que este tipo de avioneta não pode amarar, porque isso seria a morte certa dos ocupantes, além das pessoas que estivessem ao redor na água. Tiveram de escolher, em minutos ou segundos, entre a morte certa dos dois ou uma situação desconhecida (aterrar na praia). Talvez tivessem pensado que como a avioneta ia devagar porque o motor não estava a funcionar, os nadadores salvadores e as pessoas na praia se iam aperceber e conseguir fugir a tempo, imagino que tivessem pensado que sim. O problema é que sem motor, a avioneta faz pouco barulho e as pessoas só se aperceberam dela demasiado tarde... É uma situação complicada, não percebo como é que há quem diga que isto é preto no branco, vejo aqui tanto cinzento...

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    1. O seu comentário poderia ser o meu, subscrevo-o.
      Mais uma inqualificável e inesperada tragédia que pôs
      fim a duas vidas e destruiu outras tantas, todas no mesmo verão, que decerto ficará para a história por tão negro e sangrento! 😢
      Que Deus nosso Senhor, tenha compaixão de todos os intervenientes, lhes dê força, e os reconforte na medida do possível, porque a vida é insubstituível e impagável😔

      MDM

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    2. Só gostava de saber se a criança que morreu fosse sua se este texto estaria escrito desta forma... só me consigo por do lado dia inocentes que morreram.

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    3. É claro que se fosse o filho dela o texto seria diferente! Mas a circunstância também o seria. É bom de facto termos a compaixão e o altruismo de nos colocarmos no lugar dos outros. Mas na verdade colocarmo-nos apenas do lado das vitimas mortais e suas familias é o mais "fácil". Mas e os pilotos? Eles também foram vitimas..dum acidente. Não merecem a nossa compaixão só porque o acidente que eles não tiveram intenção de causar fez outras vitimas? É complexo..

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    4. Sofia, só gostava de saber se o piloto fosse seu filho/pai/irmão se o seu comentário estaria escrito desta forma? Duvido muito.

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    5. Sofia se o piloto fosse seu filho...

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  2. Pelo que ouvi e não sei se é verdade, eles tentaram aterrar primeiro numa praia sem ninguém. Também ouvi que no caso especifico daquela avioneta a aterragem em água implicava que a avioneta se partisse ao meio e que os tripulantes morreriam na certa...Aqui entra o instrutor que com certeza também tem família e que nestes momentos de pensou nela e que tinha um instruendo a seu cargo que com certeza também quereria salvar. Penso que terão tentado minimizar o que pudesse acontecer e ainda assim perderam-se duas vidas inocentes. Agora caberá à justiça analisar o que se passou e tirar as conclusões que forem necessárias..... Altruísmo numa altura destas é possível para quem está de fora a ver sem implicações.... mais confusão me fez um pai que perdeu uma filha há horas numa situação completamente absurda, ter estado mais interessado em dar entrevistas sem nexo, porque as opiniões são como as vaginas..... vamos acreditar que estivesse tão perturbado que não soubesse o que estava a acontecer.....

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    1. Todo um texto muito bonito muito politicamente correto para com os tripulantes e depois estraga tudo ao condenar o pai da criança,já só falta dizer que a culpa da morte da menina é do pai,numa hora de dor
      intensa como esta por vezes reage-se das formas mais absurdas e talvez este pai não tenha verdadeiramente assimilado(aceitado)toda esta tragédia,está nitidamente em estado de negação como tal vai pó caralh...mais a puta da tua opinião pede a Deus para que nunca te aconteça,deverias isso sim estar a dar os teus sentimentos a estas pobres famílias

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    2. Anonimo das 19:55 de certeza que não leu bem o que o anonimo acima disse ou então não quis perceber e nem leu a última frase.... E a sua última frase é que é de uma falta de educação atroz. Desejar mal a outra pessoa? Enfim.... eu tinha era vergonha!

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    3. Anónimo das 19:55 há aí muita coisa de mau na sua vida! Talvez tratar-se não fosse mal pensado, ou talvez arranjar se conseguir quem goste um bocadito de si para esse sentimento de ser mal amado não transpareça tanto... o anónimo na sua última frase diz exatamente o que dá a entender no seu comentário, o senhor devia estar estar perturbado queremos todos acreditar.

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    4. Anónimo das 19:55, um texto tão "bonito" e no final estraga tudo!! Perdeu toda a razão!!

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  3. Tudo isto foi surreal... Mas perdoem me... Surreal foi a entrevista que o pai da criança que morreu deu à tvi!!!! Wtf!!! Fiquei incredula...

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    1. Não fique, o homem estava claramente em estado de choque e não há uma forma certa e única de reagir a uma situação como aquela. Especialistas como psicólogos podem explicar melhor, que a minha área é outra. Incrédula estou eu com tanta gente indignada com a entrevista. Cada um reage como tiver de reagir.

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    2. Hoje ouvi a opinião do psicólogo Quintino Aires, o qual disse que o cérebro humano reage de forma diferente uns dos outros a certas situações, por isso cada um reage como tiver que reagir, não podemos julgar ninguém.

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    3. Culpa têm os jornalistas de colocarem um microfone em frente a um pai que acabou de ver a filha a morrer esmagada por uma avioneta, sem que ele tenha tido tempo de digerir a situação. Para quê? É uma falta de respeito e profissionalismo tremenda.

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    4. Anónimo das 18:29, foi o próprio pai que se disponibilizou para falar, tanto que a própria jornalista assim explicou. Nota-se que houve uma insistência da parte dele para dar o seu testemunho. A páginas tantas, ele vira-se para a jornalista e lhe diz que se não o quiser ouvir, vai falar com um repórter da CMTV. Portanto, foi a necessidade que ele teve no momento de desabafar mas notava-se perfeitamente que estava transtornado e até veio um familiar (presumo um cunhado) interromper o seu discurso. Concluindo, neste caso julgo que não houve falta de profissionalismo da TVI.

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  4. Hoje de manhã li no fb um testemunho de uma bloguer que estava nessa praia com os três filhos e sobre os momentos de pânico que viveu, até aí tudo muito bem, mas logo a seguir fiz a burrice de ler os primeiros comentários das especialistas... é de bradar aos céus!
    Faço parte da raça humana e é triste ver que às parece que não faço parte de grande coisa...
    Cândida

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  5. Concordo com tudo o que escreveu. Também penso que não devem estar nada bem os tripulantes da aeronave.

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  6. E como em tudo .. só sabe quem passou pela situação

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  7. Muito bem Pipoca!! Concordo plenamente. Nenhum de nós estava naquela avioneta para saber o que se passou por isso não podemos simplesmente opinar conforme nos apetece.
    E sim numa situação de pânico é muito dificil ser racional e ter sangue frio, raramente nos lembramos de fazer as coisas mais corretas e óbvias.
    Mas atrás de um computador, tablet ou telemóvel é tão fácil criticar tudo e todos e, de repente, tornarmo-nos os maiores entendidos em todos os assuntos.

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  8. tbm por isto é que és a melhor blogger, de longe, portuguesa!

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  9. Finalmente leio alguma coisa sensata sobre o assunto... obrigado pipoca! É tão fácil julgar os outros mas com toda a certeza que não foi de propósito e que não há ninguém que compreenda o que sente o jovem piloto e o seu instrutor.

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  10. é mesmo isto. parabéns

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  11. Nestas situações é impossível para mim não pensar nos que ficam... nos próprios que fizeram mal, nos seus familiares... Também as vidas destas pessoas ficam destruídas.

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  12. Não piloto avionetas mas conduzo e posso dizer alguma coisa sobre isto. Eu já estive numa situação de ter, em segundos, de decidir se punha risco uma vida ou outra (não a minha). No caso, decidi pôr em risco a vida de um animal. Já me vi em situações de aquaplanagem e tive presença de espírito suficiente para agir corretamente. Sei que reajo com calma em situações de stress.Muitas pessoas que conheço, nas mesmas situações, simplesmente travava e provavelmente não ficava cá para contar a história. Ou seja, os grandes especialistas do momento, que dizem que devia ter feito assim ou assado, nunca teriam a presença de espírito para analisar uma situação de risco depressa e tomar decisões depressa. Basta ver como as pessoas ficam quando calha alguém magoar-se. Portanto podem é calar-se e parar de mandar bitaites.
    A Pipoca tem razão em tudo o que diz.

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    1. Lol
      Você acabou de comparar aterrar uma avioneta numa praia da costa da caparica em pleno agosto com atropelar um animal?!

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    2. Anonimo das 17:52 qual é o seu stress mesmo? Não sou o anonimo das 17:03 mas podia ser, portanto qual é o seu problema? Já esteve numa situação de aquaplanagem? Sabe que também pode morrer ou matar outras pessoas neste caso?

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    3. anónimo das 17:52. Lol mas achas que a vida de um animal humano tem mais valor que a de um animal não humano?! mas mais valor para quem, para alem dos próximos?! não para este planeta de certeza

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    4. Leia com atenção o que escrevi. Optei entre um animal ou uma pessoa e por isso optei por não salvar o animal. Mas a questão não é essa certo? A questão é que num momento potencialmente mortal para um terceiro eu fui capaz de decidir.

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  13. Texto sensato Pipoca, é por isto e por outros assuntos que a sigo sempre. E tenho que deixar de ler outros comentários na net porque fico revoltada com a opinião de certas pessoas, sabem tudo, agiam melhor e têm sempre o dedo apontado aos outros. Aproveito também para enviar as condolências aos familiares das vítimas, se por acaso lerem o seu blog.

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  14. Totalmente de acordo. Se nao houve negligencia (e a maioria das pessoas nao tem conhecimentos para falar sobre o tema, eu de certeza que nao tenho), nao ha por que "querer matar" alguem. Se se provar que nao houve negligencia, nao sequer consequencias juridicas para o piloto. Escolher a sua propria vida em vez da vida dos outros (seja 1 pessoas ou 100) nao e crime:
    "Artigo 35.º [Codigo Penal]
    Estado de necessidade desculpante
    1 - Age sem culpa quem praticar um facto ilícito adequado a afastar um perigo actual, e não removível de outro modo, que ameace a vida, a integridade física, a honra ou a liberdade do agente ou de terceiro, quando não for razoável exigir-lhe, segundo as circunstâncias do caso, comportamento diferente.
    2 - Se o perigo ameaçar interesses jurídicos diferentes dos referidos no número anterior, e se verificarem os restantes pressupostos ali mencionados, pode a pena ser especialmente atenuada ou, excepcionalmente, o agente ser dispensado de pena."
    Era heroico o piloto amarar com risco para a sua vida ou perante morte certa? Era. Era-lhe moralmente exigivel? Nao sei. Se eu era capaz de o fazer? Tambem nao sei. Mas acho fabuloso como tanta gente tem a certeza que era capaz de arriscar a vida por estranhos.

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    1. Sim, era moralmente exigível amarar com risco para a sua vida. As pessoas em terra não têm culpa de quem ESCOLHE fazer lições de voo. As pessoas em terra não devem sofrer determinadas escolhas de outros. Nem sei como é que há pessoas que ainda põem isso em causa. E é óbvio que na água havia menos pessoas, ainda mais num mar como o da caparica, em que normalmente as pessoas não se afastam da linha da costa. O pensamento do instrutor foi salvar-se. Já disseram várias vezes que ele disse à torre de controlo que ia aterrar numa praia! Azar de quem estivesse na praia.

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    2. E olhe, anónimo das 17h48, nunca pilote nenhum avião, se nem sequer sabe se dava a vida por um estranho numa situação em que ESCOLHEU algo para si.

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    3. Gostava de ser como a Anónima das 20:11, cheia de certezas absolutas, 'as sou como a Pipoca, e tenho a humildade de admitir que não sei como reagiria na altura.

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    4. Aparentemente há escolhas profissionais que implicam sermos mártires... sem ser os serviços secretos que protegem o Presidente dos EUA (assumindo que não é só nos filmes), nem um polícia tem que se pôr à frente de uma bala por si ou por mim! Tem que tentar parar o agressor, mas não tem que escolher dar a vida por outro.
      E eu não piloto aviões, mas sempre que me sento ao volante de um carro, faço uma escolha e se de repente cair uma árvore à frente, provavelmente terei o instinto de desviar o carro.
      Tenho a certeza que dava a vida pelos meus filhos, mas por um estranho? Não tenho. E continuo a achar espectacular que tenha essa certeza.
      E só para deixar claro, sou dadora de sangue, estou inscrita como dadora de medula e acho que doaria um órgão a um estranho para lhe salvar a vida.

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    5. Existem muitas escolhas profissionais que implicam ser-se uma espécie de mártir, pondo a nossa vida em perigo para salvar outros... Mas veja lá, anónimo das 22h46 tenha cuidado com que órgão decida doar ;)

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    6. Não há negligência por "nao ha por que "querer matar" alguem."?

      Adoro estas pessoas que citam o Código Penal sem saber do que falam. Acham que é enunciar a letra da lei e pronto, são donos da razão e a justiça popular está feita. É por isso que me rio quando os meus amigos me dizem que estudar direito é fácil porque "está tudo escrito nos códigos". Peço desculpa se estou a ser arrogante mas quando não tenho conhecimentos sobre um assunto limito-me a remeter-me ao silêncio e deixar os comentários a cargo de quem sabe, nem que não sej para não cultivar a ignorância ou divulgar informações erradas.

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    7. 👍 Concordo.O que mais pulula por aí são "magistrados" de "bancada", isto é, sem licenciatura em direito e passagem pelo CEJ! 😂😂😂

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    8. Por acaso, sou Advogada... penalista, veja só... e o que há mais é pessoas que não sabem interpretar Português. Comentando o facto de haver pessoas que 'queriam matar' o piloto, eu disse 'se não houver negligência' não há motivo para 'querer matar' ninguém.
      O que se passou é o exemplo típico de estado de necessidade desculpante (dado por alguns professores nas aulas, assim mesmo: um avião com uma pessoa aterrar na praia, matando não sei quantas pessoas). Se quiser mais análise teórica, pague um parecer; se quiser análise dos factos concretos, vai ter que esperar pela investigação dos acontecimentos.

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  15. Se tivessem feito a aterragem e não tivessem morto ninguém, eram os heróis nacionais do momento. As pessoas em geral têm muita dificuldade em aceitar que os acidentes existem. Se formos bem a ver, a grande maior parte dos acidentes não passam de um acaso infeliz da vida, mas sempre, ou quase sempre , estão relacionados com uma acção humana mal calculada. O condutor que achou que tinha tempo de travar; o trabalhador que achou que o empilhador não ia cair; a mãe que achou que o filho não se ia queimar... Estes serão os típicos casos de negligência. Muito me surpreenderia se estes pilotos forem acusados por homicídio que não por negligência. Alguém no seu perfeito juízo acha mesmo que os pilotos, nos escassos minutos que tiveram para decidir o que fazer (que é como quem diz, salvarem-se a si próprios) previram este resultado? Eu diria que não, mas também já nada me surpreende.

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  16. Finalmente um comentário sensato no meio de tantos outros feitos por pseudo especialistas na matéria.
    Irrita-me atrozmente a certeza absoluta que as pessoas têm nestas alturas e as verborreias que lhes saem da boca.
    Só consigo pensar que duas pessoas que morreram e outras duas vão carregar esta responsabilidade para sempre. Não consigo imaginar o que as suas famílias sentem, o que sente aquele pai que deu a entrevista.

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  17. Pois, mas temos que pensar que têm havido, nos últimos anos, muitos acidentes com avionetas. Faz-me pensar que andam latinhas sem condições no ar, e que culpa temos nós, cá em baixo, de que alguém lhe apeteça ir voar, ou decida fazer lições de voo? Quantos aviões comerciais caíram em Portugal nos últimos anos? Agora comparem com as muitas latinhas que têm caído nos últimos anos. Recuso-me a pensar que aquelas pessoas estavam no local errado à hora errada. A responsabilidade é do instrutor e da escola. Foi uma situação muito grave.

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    1. Subscrevo. É isto mesmo.

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    2. Mas por acaso sabem as condições específicas daquela avioneta, se a escola e o instrutor cumpriam tudo o que lhes é exigível para estarem a dizer isso só porque tem havido muitos acidentes com avionetas?
      (já para não falar que querem comparar uma avioneta com um avião comercial)

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  18. É muito isto tal e qual como a Ana fala aqui no seu post.
    Assim como muitos que criticam o pai e a aparente frieza com que falou e a filha acabara de falecer... mas afinal ele tinha salvo a outra menina e sobrinhos. Sabe-se lá qual a nossa reacção a uma situação destas...

    Como em vários casos, não demora muito até aparecerem os "entendidos da coisa" mas que no fundo estão como eu e você: sentados no conforto do lar, a escrever umas coisas...

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  19. E ainda há quem sinta receio de viajar de avião com medo de que ele possa cair...
    Esta história só nos ensina que corremos perigo tanto dentro como fora do avião e em qualquer lugar onde estivermos, que não existe segurança em lugar nenhum do planeta e que a vida parece uma espécie de roleta russa. Muitas vezes temos sorte mas nunca sabemos qual a "sorte" que nos vai calhar em seguida...

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    1. Pode crer que existem efectivamente muitas pessoas que receiam viajar de avião, e em maior número do que se julga, muitas ocultam esse receio, tomam calmantes, comprimidos para dormir, etc. Pessoalmente conheço várias que ficam muito "transtornadas" em voo e, confesso que "euzinha" fico algo nervosa e sempre atenta ao mínimo "detalhe", já dizia o velhinho ditado: "o seguro morreu de velho"😊

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    2. Os medos são, muitas vezes, irracionais. Viajei há três semanas e nesses dois vôos, na descolagem, só tremia e chorava em silêncio. Se deixo de ir? Não. Mas é sempre aterrador.

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    3. Sendo que a aviação civil é o meio de transporte mais seguro do mundo... não comparar com estas avionetas privadas!

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  20. Tenho lido cada comentário infeliz a este caso...parece que de repente as pessoas acham se especialistas em aviação e direito penal. Enfim. Sobre este tema apenas tenho imensa pena ...pena de quem morreu e nem quero imaginar a dor destes pais que perderam a sua menina e da família da outra vítima. E sim, nem quero imaginar o que vai na alma daqueles dois tripulantes porque de certeza que não tinham intenção de matar ninguém.

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    1. Totalmente de acordo com o seu comentário!

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  21. Excelente texto. Resta dizer que neste acidente nós não temos acesso ás provas que poderão determinar a sua causa. Não temos acesso ao avião, não temos acesso às caixas negras (se elas existirem nesta aeronave, não sei se são obrigatórias em aviões deste tipo) nem tão pouco temos acesso ás conversas entre a torre de controlo e os tripulantes do avião. Só temos acesso às imagens de uma câmara de vídeo que estava na praia e que filmou parte da aterragem.

    É com base nestas provas que se pode chegar a uma conclusão concreta e definitiva das causas do acidente.

    As palavras do pai da criança que morreu, são legítimas e espelham toda a dor que ele deve estar a sentir neste momento. Mais condenável será a atitude das estações de televisão que transmitiram este momento em directo, esquecendo todas as preocupações éticas a que os jornalistas se obrigam a fazer.

    No entanto, não vou dizer que a tripulação fez bem ou fez mal em ter aterrado ali. Permitam-me que eu diga antes duas coisas:
    - Um avião, seja ele qual for, não vai por onde quer e lhe apetece; nem tão pouco toma a altitude que lhe apetece (obedece sempre a ordens ou autorizações das torres de controlo);
    - Se a tripulação decidiu aterrar em pleno areal, certamente terá comunicado isto a quem de direito.

    Para além disso, pense-se no seguinte: nenhuma tripulação de uma aeronave pretende salvar-se à conta das vidas dos outros. Se a opção de amarar não foi tomada, é porque se sabia que seria um desastre iminente para o avião e para os passageiros que nele andavam. E eu acredito que a aterragem foi pensada para ser num sítio que não tivesse gente.

    Alguns comparam a amaragem deste avião ao do avião do Rio Hudson. São coisas completamente diferentes. É muito diferente aterrar um avião a jacto num rio "liso" e aterrar uma avioneta num mar encapelado. No primeiro caso, tivemos uma tripulação experiente, profissional; enquanto que no segundo caso tivemos um instrutor e instruendo...

    Pense-se nisso.

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  22. Tanta maldade... e ainda não vi ninguém realçar o gesto nobre que o senhor teve em salvar os sobrinhos. Ele foi, acima de tudo, um héroi. Tentou salvar as crianças, independentemente se eram seus filhos ou sobrinhos. Num momento de aflição e de "salve-se quem puder" não acredito que houvesse muitas pessoas que o fizessem...

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  23. Mal sentem a mínima turbulência rezam aos santinhos todos. Quando ouvem o som do trem de aterragem ficam tensos. Quando aterram na Portela aplaudem.

    Mas, agora, atrás de um computador, têm o ATPL e são verdadeiros mártires. Nunca, mas nunca, hesitariam em fazer uma amaragem no oceano com um Cessna. Nem por um segundo duvidavam que, contrariando o seu instinto de sobrevivência, cometeriam suicídio só para garantir que não haveriam outras mortes.

    Certamente que se tiverem um problema no carro, e à direita estiver um precipício e à esquerda a faixa contrária, essa malta toda vai virar direita e matar-se. Só para prevenir eventuais mortes de quem venha em sentido contrário.

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    1. Mesmo verdade aquilo que diz, penso o mesmo.

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    2. Exacto... vivemos num pais de martires e nao sabiamos.

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  24. É mesmo isto, obrigada. Estou cansadinha de donos da verdade e especialistas em todas as matérias, fogos, aviões, filhos, alimentação, segurança, terrorismo, enfim,toda a gente sabe exactamente o que os outros devem fazer em cada situação, é fantástico.

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    1. Paula, ou não fosse o nosso País o MÁXIMO em xicos-espertos!

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  25. Tens tanta razão. Li tanta parvoíce no facebook. Como é que as pessoas têm a lata de se porem a julgar sem conhecimentos de factos! Não entendo.... Não percebo nada de pilotagem, sei lá eu o que se passou ali. Não acredito que quisessem matar pessoas. Cabe aos peritos avaliarem e perceberem o que se passou... enfim

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  26. Até dá um aperto no coração de uma pessoa só de pensar nisso!
    Muito bem escrito, concordo!

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  27. Hoje é sensato o politicamente correcto, enfim... Cada vez temos menos heróis, e não estou a falar da MARVEL, estou a falar de pessoas realmente dignas do nome. Claro que cada um numa situação-limite terá uma resposta mais ou menos altruísta. O problema é que, sendo todos humanos, uns têm maior sensibilidade para a vida dos outros do que outros. E esta sensibilidade que é humanidade é ética, deontológica e sobretudo pessoal. Uma professora que protege dois ou três alunos num ataque a uma escola nos EUA poderia ter tratado de fugir e proteger-se, em vez de dar a vida pelos filhos dos outros, por exemplo. Gostamos de ver o soldado Ryan e o Armageddon, mas depois na vida real é a selva - cada um por si. Todos somos humanos, todos temos medo, família, dependentes, etc. Mas aqueles de entre nós que numa situação-limite põem a vida do outro à frente da sua, esses são heróis e são-no porque são melhores do que a maioria de nós. Podes publicar ou não, é-me indiferente.

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    1. Por acaso, acho que politicamente correcto e dizer que somos todos herois e e muito incorrecto dizer que se nao sabemos se escolheriamos a nossa vida sobre a vida de estranhos.
      Ha um motivo pelo qual ouvimos falar de herois (a professora que usa o corpo para proteger os alunos de um tiroteio, o homem que enfrentou um outro que estava a atacar umas adolescentes, etc.): e porque essas pessoas fizeram mais do que aquilo que lhes era exigido, pelo menos pelo Direito (no caso da professora, talvez tambem pela moral). Quando as pessoas nem sequer intervem para parar situacoes de violencia contra terceiros (as vezes, pode ser simplesmente fazer uma chamada paraa policia quando ouvem uma mulher a ser agredida pelo marido, por exemplo), so da para rir ouvir toda a gente a dizer que dava a sua vida para salvar estranhos.

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    2. Anónimo das 16h51, ponha você o barrete relativamente ao assunto da violência doméstica. Parece-me é que a sociedade está, claramente, podre (eu primeiro e os outros que se lixem).

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    3. É verdade, trabalho com vítimas de violência doméstica e quase não me passam pelas mãos casos em que os vizinhos tenham intervindo de alguma forma. No entanto, a avaliar pela amostra, vivemos num país de mártires e heróis que davam a vida por um desconhecido. Pegar no telefone quando ouvem gritos e objetos a partir é que não.

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  28. Eu não consigo pensar em culpas eu não consigo por-me na pele de ninguém. Na minha cabeça só há uma coisa. Uma criança MORREU. Estupidamente,,,,bardamerda para aeronaves e deposrtos radicais. Eu so penso naquela vida e nos pais e irmã que ficam. O resto que sa fxxxx

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    1. E no senhor de 58 anos que também morreu de forma prematura e violenta.

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  29. Os portugueses são todos especialistas em tudo em que não tenham de pôr a mão. Infelizmente, não há muito tempo, encontrei um bando de gente a rodear uma vítima em paragem cardiorespiratória. O que faziam estes pobres de espírito? Manobras de reanimação? Não. Comentavam que o INEM é tudo uma cambada de inúteis que nem para salvar vidas se apressam. É triste quando sabemos tanto de garganta, mas em atitude está quietinho.

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    1. Também já encontrei um senhor em
      paragem cardio respiratória na rua (que depois acabou por falecer) e também estava rodeado de gente que criticava ferozmente o INEM, os médicos, etc, mas não faziam nada para ajudar aquele senhor! Não sou profissional de saúde mas tirei um curso de suporte básico de vida para a população geral e pude fazer alguma coisa para tentar ajudar aquele senhor. Se alguma daquelas pessoas que chegaram antes de mim soubesse suporte básico de vida, o senhor podia não ter falecido, mas criticar sem fazer nada é muito mais fácil e divertido.

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  30. Obrigado pela postura humana do seu texto porque também andei nestes dias a sentir muitas náuseas com os comentários do "esquadrão das torchas e forquilhas" das redes sociais e a tentar "educar" com factos (que não são naturalmente do conhecimnto geral para quem não tenha andado num aparelho daqueles - mas que - apesar disso - não se inibiram de falarem com todo o conhecimento de causa).

    Entre o momento em que o motor falhou e o toque no chão não passaram mais de 90 segundos. O avião ia a 330 metros de altitude (1000 pés). A planar sem motor desce a mais de 180 metros por minuto. Estes 90s tiveram de servir para comunicar a emergência à controladora da torre de Cascais, escolher um local para aterrar (inicialmente a praia deserta da cova do vapor), realizar os procedimentos padrão (verificar se a torneira de combustível está bem aberta, mistura rica, ar do carburador frio, ignição ligada, tentar reiniciar o motor, tudo isto enquanto se continua, à mão, a pilotar o avião para o local de aterragem que o avião, basicamente, já escolheu. Por isso, provavelmente por estarem demasiado altos para aterrarem diretamente na cova do vapor mas demasiado baixos para darem a volta e se reposicionarem, optaram por aterrar na praia que estava em frente - sem altitude sequer para darem meia volta e se posicionarem contra o vento de norte - aterrar contra o vento permitiria aterrar mais devagar e percorrer uma distância mais curta no chão. O procedimento pedia então que desligasse tudo para evitar uma bola de fogo caso se despenhasse - cortar o fluxo do combustível ao motor, cortar a mistura, desligar a ignição para evitar que o motor despertasse na pior altura, baixar os flaps para poder voar mais devagar e ajudar a perder velocidade (a velocidade da aproximação ao chão terá rondado mais de 80-90 km/h). E finalmente concentrar-se em colocar o avião no chão. É importante salientar que a visibilidade para a frente é reduzida, que o piloto instrutor está sentado do lado direito e portanto não vê o areal, não vê ninguém, e não pode subir, só pode voltar para a esquerda ou direita. À esquerda tem a areia seca - capotamento certo, à direita tem a água - capotamento certo seguido de possível afogamento, em frente tem a maré vazia - um golpe de sorte no meio disto tudo - é o melhor cenário para sobreviver - e uma praia relativamente desimpedida. O que é que cada um de nós escolheria, com a adrenalina a pulsar nas veias e a vida do aluno piloto à nossa responsabilidade ali ao lado?

    O piloto, por bom senso ou instinto, ainda improvisou a manobra final de aterragem - sacrificando o avião e a sua própria integridade - ao arrendondar (perder o máximo de velocidade puxando o nariz para cima) a 3 metros do chão em vez de o fazer a 30 centímetros do chão como seria padrão. Assim voou por cima das pessoas o máximo de tempo possível. É este momento que se vê no video da surfcam. Neste momento o piloto não tem visibilidade nenhuma para a frente. Não pode desviar-se de ninguém. É o momento em que o avião está prestes a deixar de voar e literalmente cai na areia. O impacto foi fortíssimo pois partiu a asa (e fez o avião ressaltar para o ar, fora de controlo). A seguir só restava ao piloto travar o avião. Estavam duas pessoas no caminho dele. Uma delas, vítima da asa partida.

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    1. Alex,
      a sua explicação será certamente muito correcta e assertiva. E eu até consigo perceber que as decisões foram instantâneas e sob muita pressão, momentos horríveis certamente para quem os viveu no avião. Mas desculpe, continuo com muita dificuldade em perceber como é possível pensar que aterrando um avião num areal da Costa da Caparica, à tarde, em pleno Agosto, não iria provocar a morte a alguém... tenho mesmo dificuldade em aceitar isto! A opção deveria ter sido o mar... eu, pelo menos, só peço aos anjinhos que no dia que tiver um acidente de carro não mate ninguém! No momento em que falham a aterragem na Cova do Vapor, não daria mesmo assim para virar mais o avião para a água?! Não sei, que percebo zero deste assunto.
      O que acho é que o instinto de sobrevivência (irracional, e que está em todos nós) falou mais alto naquele momento. E que obviamente aquelas pessoas (aluno e instrutor) nunca mais serão pessoas, e terão muita dificuldade em ultrapassar isto. E terão que lidar com este assunto na justiça.
      E que o pai da menina (não vi a entrevista) é uma pessoa extremamente metódica e focada no trabalho. Irá sem sombra de dúvida cumprir os objectivos de vida que enunciou naquele momento! (não vi a entrevista, que não fui capaz, li apenas uma transcrição das palavras do pai).
      E que tudo isto é uma tristeza imensa!
      Carla

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    2. Muito obrigada pelo seu comentário, Alex. (Na verdade, ninguém quer saber dessas coisas técnicas, que ajudam a compreender as razões das acções. O que o povo quer é crucificar, é tudo muito católico e dono da moral. Gente naturalmente opinativa.)

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  31. Exatamente o que penso, exceto a parte em que falam no plural. Só havia um piloto. Se houve negligência foi de uma pessoa e não do desgraçado do aluno que deve ter apanhado um valente susto.

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  32. Gostei muito de ler este texto Pipoca, consegues saber sempre como abordar o assunto e escolher as palavras certas.
    Obrigada por partilhares a tua opinião sincera connosco. Sinceramente, não poderia concordar mais contigo em tudo o que disseste! Odeio quando as pessoas, de repente, se tornam todas em "chico espertas" e de um momento para o outro já falam como se fossem especialistas no assunto. É preciso ter calma e evitar julgamentos precipitados e desnecessários.

    Beijinhos, Beatriz ♥
    Cat Lover

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  33. "Se se provar que houve negligência...que a justiça atue" Hã?! Li bem?!:O Não é assim que funciona. Eles mataram, ponto. Homicídio involuntário OU voluntário, MAS, ainda assim, foi homicídio!!! A justiça atuar...isso tem que atuar sempre!

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    1. Meu Deus, que indignação... Não funciona assim? É já perpétua, visto que um anónimo acha óbvio o facto de ser homicídio punível por lei? Prevejo que vamos poupar bastante dinheiro em julgamentos daqui em diante.

      De uma forma ou de outra o piloto estava condenado, de acordo com os seus "ideais" - ou aterrava ali com o risco de ferir/matar alguém,ou noutro sítio e seria culpado pela morte do colega. Para isso é que existe a lei, nem eu nem o anónimo estamos em condições (ou no direito) de dar um veredito. Refreemos as acusações.

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    2. homicídio voluntário ou involuntário é nas séries de TV americanas. a lei portuguesa é bastante diferente. não se meta também a opinar sobre cirurgias pelo que vê na Anatomia de Grey, ok?

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    3. E assim que funciona sim, ha varios casos em que violar direitos dos outros - mesmo o direito a vida - e justificado ou nao e censuravel pelo Direito (legitima defesa, estado de necessidade, culpa do lesado, etc).

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  34. Entre outros pensamentos estúpidos e absurdos, consegui pensar "Antes estar a partir um pé num areal do Algarve, do que a levar com uma avioneta numa praia da Caparica. Que sortuda sou."

    A nossa reação ao choque é imprevisível!

    Paula
    Vida de Mulher aos 40




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  35. Em 2015, o mesmo tipo de avião, um cessna de asa alta e trem fixo, com uma banda publicitária, também a levantar de Tires e a fazer o trajecto até à Costa, teve uma falha de motor e amarou no mar. Ninguém se lembra disto? E amarou e não virou, sendo que o ocupante ficou bem, recuperado rapidamente. Tantas semelhanças e com uma agravante, o peso extra da banda publicitária. Que azar o das pessoas que morreram...

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    1. Ouvi numa entrevista, que esta avioneta em concreto não podia amarar por lhe faltar o "trem" para isso. Mais uma gaffe do piloto.

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Teorias absolutamente espectaculares

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