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A UBER é fixe

terça-feira, fevereiro 28, 2017


Apesar de continuar a ser grande utilizadora do metro para as deslocações casa-trabalho-casa, a UBER já é praticamente o transporte que mais uso. Não é propriamente novidade, já aqui falei várias vezes das qualidades do serviço e do quanto sou fã, por isso é normal que dê por mim a utilizá-lo cada vez mais. Muitas vezes dou por mim a pensar "ora bem, tenho de ir até não sei onde, tenho de pegar no carro, gastar gasolina, perder uma vida à procura de estacionamento, pagar estacionamento, enervar-me no trânsito... esquece, vai de UBER". 

E é o que faço. Gosto de muitas coisas na UBER (o preço, a comodidade, os carros limpinhos, a musiquinha boa, os motoristas simpáticos e prestáveis e que me fazem rir, o facto de às vezes nos oferecerem água ou rebuçados, as iniciativas solidárias) mas uma das minhas preferidas é, talvez, o facto de não ser uma empresa estagnada. Nota-se uma preocupação efectiva com os clientes (coisa que vai rareando nos dias que correm), há sempre novos serviços a surgirem. O mais recente é o uberSTAR, que já está em funcionamento em Lisboa e no Porto, as duas primeiras cidades europeias a oferecerem esta opção, e que fui convidada a experimentar.

E o que é o uberSTAR, perguntam vocês? Estão a perguntar? Sim? Ok, eu explico: é um serviço desenhado para os utilizadores que usam a UBER com mais regularidade, disponibilizando-lhe os motoristas com maior pontuação. Para quem não sabe como isto funciona, depois de cada viagem de UBER atribuímos entre uma e cinco estrelas, conforme o que achámos do serviço (e os motoristas fazem o mesmo em relação aos passageiros). Isto faz com que cada motorista tenha a sua pontuação. Com o uberSTAR podemos pedir, sem um custo adicional, uma viagem com os motoristas com as pontuações mais altas da cidade. Aqueles que, segundo os utilizadores, foram mais simpáticos, cuidadosos, com uma boa condução. A crème de la crème da UBER. =)

Isto é uma mais valia para os clientes (gosto de saber que estou em mãos, se bem que nunca tive o mínimo problema nas inúmeras viagens que já fiz), mas é também uma forma de reconhecer e premiar os melhores motoristas. E eu acho isso fixe. 

Quem é que pode ter acesso ao uberSTAR? Um cliente que complete, no mínimo, doze viagens mensais nas cidades nacionais. Quando o fizer, no mês seguinte terá acesso automaticamente a este novo serviço, assim como a várias outras vantagens: ofertas exclusivas e horários alargados em futuras iniciativas on-demand, como o UberICECREAM ou o UberTREES.

Estou numa de UBERizar o país. =)

73 comentários:

  1. Também sou fã da Uber.Neste momento estou curiosa é com o serviço da Cabify.

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  2. Taxistas, familiares de taxistas, e simpatizantes, aqui a armar um escândalo em 3,2,1...

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    1. https://www.susanjfowler.com/blog/2017/2/19/reflecting-on-one-very-strange-year-at-uber

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  3. Olá Pipoca,
    Já deverá certamente ter conhecimento das condições de trabalho e precariedade dos trabalhadores da uber?? Vale a pena fazer uma pesquisa no Google e ver as várias reportagens sobre o assunto... deixo apenas uma para exemplo:
    http://observador.pt/especiais/excesso-de-horas-precariedade-baixos-salarios-a-vida-dos-motoristas-da-uber/
    Ainda quer continuar a UBERizar o país???
    Dá que pensar..

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    1. Verdade :\ Ainda há pouco vi uma reportagem onde os motoristas alegavam não ganhar mais de 300€/mês

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    2. São leis do mercado,não estou a dizer que estão bem ou mal mas são estás. Tenho licenciatura antes de Bolonha,mestrado e um executive master recebo 900€. Hoje em dia é uma sorte ter emprego e conseguir trabalhar,sei que não é por falta de mérito é o que existe no mercado. Devia também saber que a Uber em França que muitos jovens que não conseguiam arranjar emprego em lado nenhum,porque eram considerados "marginais" tem esta oportunidade de ter um emprego e serem reconhecidos pela sociedade. Era óptimo ganharmos todos muito bem,mas essa realidade não existe. Vou deixar a pensar que quando as empresas não tem lucro,o mercado não foi o melhor esse ano,quem são os empregados se preocupam com a empresa,o foco é meu ordenado meu ordenado...existe muita coisa que está mal,mas a falta de consciência de muitos aspectos é a mais grave.

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    3. Dá que pensar,
      os trabalhadores todos da Ibersol, os trabalhadores da sonae, os trabalhadores de quase toda a restauração...deixo apenas estas para exemplo.
      Cumprimentos
      Vanessa Sousa

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    4. A fonte é o observador? Ahahahah

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    5. Exato por isso conseguem pedir menos aos clientes mas tudo à custa de ordenados e condições laborais miseráveis. Mas sendo a Pipoca apenas cliente até a entendo... Mas é muito má esta empresa.

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    6. Trabalho num escritório, se quiserem fazer um estudo sobre mim e as condições, ordenado e tal e tal também estou disponivel.

      Utilizo a Uber quando preciso e são fantásticos.

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    7. É verdada amigo Anónimo das 23:50.
      Nada como utilizarmos o Google para percebermos melhor alguns temas:
      http://www.cmjornal.pt/cm-ao-minuto/detalhe/taxistas-burloes-pagam-multa-e-voltam-ao-trabalho

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    8. Se houve aqui alguma leitora que trabalhe na ACT, por favor deuncie para que sejam feitas inspecções. Se houver ainda quem seja magistrado do Ministério Público, por favor, instaure as competentes acções de reconhecimento da existência de contrato de trabalho. Eu vou fazer a minha parte. O que se passa com a UBER é vergonhoso!!

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    9. Acho que em Portugal há muito o espirito de: Se eu estou mal, então que os outros estejam ainda pior! Cada vez que uma classe profissional tenta melhorar as suas condições de trabalho e denunciar o que está mal, o que mais se ouve não são expressões de solidariedade e encorajamento! Pelo contrário, dizem que é uma sorte terem emprego sequer, que eles ganham ainda pior, etc. Não entendem que se as condições de trabalho melhorarem para uns, hão de melhorar para os outros por arrasto. A norma passa a ser um salário justo e adequado à responsabilidade e anos de formação e não o trabalho precário. Nivelem por cima, e acima de tudo, apoiem quem luta por uma vida melhor!

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    10. Sou uma jovem licenciada numa área com pouco desemprego. No entanto, o valor por hora que nos pagam é muito baixo, especialmente tendo em conta a enorme responsabilidade e anos de formação. Para terem uma ideia, recebemos cerca de metade do valor por hora que uma empregada doméstica ganha. Cada vez que nos tentamos manifestar contra as condições de trabalho, dizem que não nos podemos queixar pq a maioria dos jovens estão no desemprego ou em estágios não remunerados. Dizem que já somos uma sortudos por nos pagarem para trabalhar, mesmo que concordem que esse valor não é minimamente justo.

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    11. Tem razão, anónimo das 11h55!

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    12. anónimo das 11:55, esse pensamento foi o que me fez fugir do país. tinha gente de todos os lados a convencer-me a trabalhar de graça, a aceitar condições de trabalho miseráveis (16h diárias), a fazer trabalho especulativo, etc., e a achar isso tudo muito bom e aceitável nos tempos que correm. não é. não somos um povo unido, infelizmente, e saber que o vizinho está pior ainda conforta muita gente. não ando de über porque não existe na cidade onde vivo, e mesmo que houvesse, não seria uma alternativa mais barata ao meu carro ou aos transportes públicos. de resto, só sou contra a avaliação das estrelas, acho que nos aproxima demais daquele episódio do blackmirror. mas se as condições dos trabalhadores são más, é porque alguém as aceitou. e alguém que, à partida, não terá dificuldades financeiras (para poder comprar um carro bom).

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    13. Anónima das 12.36h, deixa-me adivinhar, és médica :D

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    14. Anónimo das 12:36, recebe cerca de metade do valor por hora que uma empregada doméstica ganha. Hum? Não é por nada, mas anda a pagar à sua empregada um valor estapafurdiamente alto. O dobro do que ganha à hora como médica? A sua empregada enganou-a bem.

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  4. Não só concordo com a opinião do anónimo 23:50, como gostaria também de partilhar este artigo: https://www.susanjfowler.com/blog/2017/2/19/reflecting-on-one-very-strange-year-at-uber

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    1. Ontem foi publicada mais uma denúncia do sexismo / racismo / bullying a que os trabalhadores são sujeitos na Uber: https://medium.com/@amyvertino/my-name-is-not-amy-i-am-an-uber-survivor-c6d6541e632f#.z4nspcbix

      E hoje o CEO apareceu num vídeo a maltratar um condutor da Uber. http://www.bbc.co.uk/news/technology-39124096

      Absolutamente nojento. Ter a app da Uber instalada é um crime moral.

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    2. Lol um crime moral. Felizmente só ne guio pelos crimes formais tipificados no devido código. Isso da moralidade é subjectiva.

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    3. Os judeus também estavam em campos de concentração legalmente durante a Segunda Guerra Mundial. No entanto, não sei se todos os alemães que tornaram isto possível dormiam bem de noite.

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    4. Eu também gostava de não ter moralidade e... - no wait, eu não sou uma sociopata.

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  5. Acima de tudo, o blog é seu e naturalmente escreve sobre os assuntos que lhe interessam.
    Acredito que tenha uma óptima opinião sobre o serviço e os seus motoristas. Eu também já experimentei algumas vezes e tive nada a apontar contra. A qualidade do serviço é realmente fantástica e os motoristas são muito simpáticos e correctos. Até aí concordo.
    Mas já não uso o serviço.
    No inicio, com menos motoristas, apesar das condições de trabalho, o esforço via-se no rendimento que tinham, que não era muito significativo, mas dava alguma folga.
    Hoje em dia, com o grande aumento de oferta da Uber, as condições pioraram e os rendimentos são quase insignificantes depois de todos os descontos. Mas as pessoas têm medo de perder esse pouco e vão-se queixando "à boca pequena".
    Através de amigos, conheci alguns casos.
    A partir daí nunca mais utilizei a Uber. Fiquei com vergonha de compactuar com o que considero uma exploração descarada.
    É possível que as manifestações de trabalhadores da Uber que vão despontando em outros países, cheguem aqui também.
    Claro que a Ana não é obrigada a fazer investigação sobre o assunto e escreve o que quiser sobre o mesmo. Mas acredito que o bichinho do jornalismo continue dentro de si e custa-me acreditar que a Ana não tem conhecimento, ainda que pouco, sobre esta situação.
    Eu não sou a Ana e a Ana não é certamente a Célia mas, a Uberizar o país, eu Uberizaria com todos os factos. Aí, os "evangelizados" seriam-no em plena consciência.
    Desculpe o testamento, mas achei que devia dar a minha opinião.

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    1. Você sabe que a Uber é só o intermediário, não é ela que paga os ordenados aos parceiros. Se gosta do serviço, use. Se gosta de um motorista peça o contacto e utilizie o transporte privado dessa empresa. Deixar de utilizar a Uber porque passou a haver muita oferta e os motoristas e parceiros passaram a ganhar menos não faz sentido! É por causa de pensamentos como o seu que os motoristas tiveram uma quebra de facturação desde que estas notícias da precariedade começaram a sair.

      Nunca se esqueçam que a Uber é só a aplicação, quem presta o serviço são empresas nacionais e pessoas reais que o único dinheiro que ganham é aquele que os utilizadores pagam!!

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    2. Free transfers, então está a incentivar a utilização da Uber ou das empresas de motoristas? É isso que eu, pessoalmente, não compreendo, em que é que a Uber é melhor que as empresas de motoristas. A quebra da faturação da Uber pode significar que os consumidores estão mais informados para outras opções.

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  6. Não sei se aceitarás este comentário mas de facto a Uber consegue preços mais acessíveis aos seus clientes MAS à custa da exploração dos empregados! Pagam mesmo muitooo mal.

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  7. Não sou familiar nem amiga de taxistas, no entanto, elogiar o trabalho e prontidão da Uber, é como elogiar um "condutor" de riquexó na China - que está disponível e tal, que faz tudo pelo cliente e não se queixa, etc. Aliás, nem vamos muito longe, era o que faziam alemães e franceses entre outros quando descobriram o Portugal dos anos 80 e colocaram ou contrataram aqui fábricas têxteis - eh pá, aquela gente é trabalhadora, competente e pontual, por peanuts!!! Se é bom para cleintes e empregadores? É, sim, mas não vamos esticar a coisa a quem trabalha.

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  8. EU não sou fã da Uber, no sentido em que refere o anónimo acima. As condições de trabalho preocupam-me assim como o rumo que parecer seguir. Cada vez mais parece que estamos no sentido "salve-se quem puder e como poder e vale tirar olhos" e os "santinhos dos consumidores que podem" adoram estas regalias e nem pensam no resto.... O que não se vê não se sente.

    (e sim, tento comprar made in portugal, não, não vou a Primark nem Zaras desta vida, e sim consigo roupa barata feita cá ou pelo menos na união europeia, e não tenho pais ricos, nem marido que me sustente, e ganho menos que 1000 euros por mês. Por isso, sem desculpas)

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    1. Concordo plenamente consigo e fico satisfeita com a discussão que este tópico levantou. É bom que as pessoas não se preocupem só com o "eu", eu tenho uns sapatos novos, uma carteira, uma refeição, uma viagem de taxi que foi uma pechincha mas ter consciência do outro que tem de trabalhar para que eu possa ter essas coisas. Que é bom que tenham trabalho mas que recebam o que é justo pelo seu trabalho como qualquer um de nós gosta de ser reconhecido pelo que faz.
      De fato não há desculpas para que não procuremos que esse fator seja satisfeito porque o pagar barato não deveria ser retirado do salário do trabalhador mas dos lucros exorbitantes que essas empresas (Ubers, Zaras, Primarks e por aí fora)têm.

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    2. infelizmente as ZARAS desta vida também são de produção nacional. Podem ter a certeza que muitas camisas são produzidas em fábricas portuguesas, apesar da etiquetagem ser feita em Espanha. Podem continuar a comprar nas ZARAS desta vida para assegurar a continuidade destas fábricas pouco ou nada reconhecidas.

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  9. Pipoca, não sou taxista nem tenho familiares taxistas mas ou tenho tido muita sorte ou não sei, porque sempre apanhei táxis limpos , motoristas simpáticos, nunca me senti enganada. Acho a Uber uma moda pode até ser melhor mas não desprezo os táxis e continuarei a usá los.

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    1. Também é a experiência que tenho!

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    2. Finalmente que alguém partilha desta opinião. Uso algumas vezes os táxis e nunca tive razões de queixa. Costumo andar frequentemente sozinha e os taxistas nunca foram inapropriados ou deselegantes e os carros são limpos e cuidados.

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  10. Ai Pipoca, por uma questão de consciência social não deverias usar a Uber. As condições são mesmo péssimas. Fui a uma entrevista e senti até vergonha alheia . Gabo lhes a coragem de olhar na cara das pessoas e dizerem o que dizem... ou melhor, de oferecerem o que oferecem.

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  11. Tanta gente indignada com as condições de trabalho da Uber, mas não vejo ninguém a manifestar (nem nunca vi) solidariedade e indignação pelas condições dos advogados estagiários. Uns não pagam nada, outros pagam uma miséria. E só falo do que conheço, mas aposto que há mais áreas onde as condições são igualmente péssimas, mas só se fala na Uber, pq foi por aqui que conseguiram pegar para dizer mal da concorrência aos taxistas. Da minha parte, antes a pé, de metro, de boleia ou de patins do que meter os pés num táxi.

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    1. Verdade, até uma grande amiga minha começar a estagiar numa
      firma de advogados a ganhar 350€ mensais, também achava que ganhavam mesmo bem. Mas pronto, "não se podem queixar porque há muita gente no desemprego ou em estágios sem remuneração..." Também estou numa profissão que toda a gente ataca. Imaginam que ganhamos muito bem, o que não corresponde de todo à verdade. E se quisermos um ordenado decente temos de trabalhar dias, noites e fins de semana. É praticamente impossível pensar em começar uma família assim.

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    2. Creio que agora se falou da Uber porque o post era sobre a Uber. Tantas e tantas outras situações haverá a denunciar. Mas quanto ao seu comentário, e sendo eu advogada, infelizmente dou-lhe toda a razão. Digo infelizmente porque esta é uma situação que a ordem dos advogados ainda não conseguiu resolver. É de facto muito injusto para um advogado estagiário que trabalha todo o dia num escritório (ainda a aprender, é certo, mas também noutras profissões, quando os alunos saem para o mercado de trabalho também vão passar os primeiros anos a aprender) muitas vezes não receber nada como contrapartida do trabalho que presta. Vejo caso de colegas mais jovens que, inclusivamente, tiveram que vir para Lisboa porque noutras cidades mais pequenas não há mercado de trabalho (este também é um problema por resolver) e o que há, é não remunerado. E mesmo aqui, ganhando retribuições (que não são bem retribuições, como sabemos, pois o trabalho é prestado em regime de recibos verdes) muitas vezes inferiores ao salário mínimo nacional, vendo-se forçados a alugar quartos ou a dividir casas com amigos para conseguirem sobreviver. E não estamos só a falar de jovens de 23 anos acabados de sair da faculdade. Estamos a falar de jovens já com 26, 27 anos, pois o estágio da ordem é bastante longo. Enfim, tanto haveria mais por dizer, seja na profissão de advogado, seja em tantas outras. Portugal é um país com muitas assimetrias neste campo, e muitas vezes os responsáveis preferem fechar os olhos. Às vezes tenho a sensação que em vez de avançarmos, regredimos e voltámos um pouco à era da escravatura, em que tudo vale para se poder dizer que se tem um emprego, porque, se não se quiser, há muitos à espera para esse lugar.

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    3. Se calhar a maioria das pessoas desconhece que os advogados estagiários são mal pagos. Eu, por exemplo, desconhecia. Só podemos falar daquilo que conhecemos. Não tem um sindicato a quem possa denunciar as suas condições? Isto não invalida que os outros comentadores falem do que conhecem, por isso deixe lá de insinuar que os comentários se centram no dizer mal da concorrência dos taxistas.

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    4. Anónimo, falamos da Uber, porque a Ana escreveu um post sobre a Uber. Mas outros exemplos já foram dados também.
      A criticar, critique com construção.

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    5. Olhe que há cada vez mais movimentos contra a precariedade que alastra pelo mercado laboral neste país, seja as uber, estágios miseravelmente pagos ou mesmo gratuitos ou seja os recibos verdes. Mas esses movimentos devem partir dos afectados para conseguirem ter voz na sociedade. Gostava de ver os advogados estagiários organizarem-se para fazerem a sua voz ouvir-se, em vez de se queixarem entre dentes, como, aliás, acontece com a maioria dos precários.

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    6. Se calhar fala-se da Uber porque o post é sobre a Uber não será?

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    7. Há profissões que no passado já deram muito dinheiro mas que actualmente, para os mais novos, já não dão. Os Médicos e Advogados são 2 exemplos. Lá por haver advogados de 60 anos a cobrar 200€/hora, não significa que os mais novos ganhem bem.

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    8. Cara anónima das 14:53, o caso dos advogados é muito particular, por uma questão, têm uma ordem profissional na qual estão inscritos, a qual não funciona bem como um sindicato. É um pouco como a classe médica, estamos a falar de classes muito corporativas que se fecham muito sobre si mesmas e que, muitas vezes, sucumbem a outro tipo de interesses. Claro que um advogado mais velho não quer ser obrigado a pagar a um advogado mais novo. Quanto muito, paga se achar que tem que pagar. Não estou a dizer que isto é certo, mas há regras próprias para os advogados, tendo ainda que respeitar uma série de regras deontológicas que não existem noutras profissões, o que torna a coisa mais complexa de definir. A classe dos advogados mudou muito nos últimos anos, estamos a falar de situações que aqui há algumas décadas atrás não eram um problema. Cabe à ordem resolvê-los, mas nem sempre é fácil, acredite.

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    9. Enfermeiros a receberem 2 euros por hora

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  12. Se ninguém aceitasse trabalhar pelas condições que eles oferecem, talvez eles fossem obrigados a melhorar as condições. Enquanto tiverem quem trabalhe com as condições que dão, vão continuar a fazê-lo.

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    1. Isso é absurdo, vai sempre haver alguém desesperado o suficiente para aceitar quaisquer condições, há quem trabalhe só por comida. Não deve ser aceitável é ser legal para as empresas oferecerem condições abaixo do ordenado mínimo - que já é uma miséria - ou falsos recibos verdes ponto.

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  13. Ola... quando li este post pensei em comenta lo para agradecer nao do os elogios mas pela verissidade do post. Pois vê se claramente que estamos a ler um post escriyo por uma pessoa que alem de ter bom senso é conhecedora do que escreve. Mas depois ao dar uma vista de olhos pelos comentarios chego à conclusao de que ou ha por aqui muita falta de bom senso ou muito informacao totalmente errada.
    sim tenho alguns Uber! Nao sou contra taxistas e ate tento compreender a atitude deles,no entanto as vezes torna se dificil.
    Primeiro porque ate consigo compreender que eles estavam tofos muito sossegadinhos aqui a fazer o que lhes apetecia a ter carros sujos,serem indelicados,prsticar as tarifas que desejam a vender alvaras (sim porque esta é a realidade VENDER por +/-100 mil euros) e por norma esta "cedencia" da se entre amigos... e agora vem os uber com carros novos, limpos com motoristas simpaticos educados e que acima de gufo esta o cliente, com varias tarifas e coitados nso gostaram... claro eu tambem nao iria ver com bons olhos ser "destronada"...
    Segundo... as condicoes de trabalho sao mas?
    As senhoras/os referem se a Quem?
    Se pago uma boa precentagrm da facturacao geral para a empresa,pago. Mas a ideia nao foi minha. Eu comprei uma ideia e uma aplicacao e em vez de me pedirem uma fortuna para isso o que nunca teria hipotese de comecar o negocio nao vou pagando asaos poucos e dao a possibilidade de pessoas que nao nasceram ricas como de iniciar um bom negocio.
    se foram exigentes comigo? Muito. Mas por isso mesmo tem a certeza que eu gou esforcar me para ter um bom negocio e que ele de de fscto resultado..
    em relacao aos motoristas... estao todos comiho desde o principio nunca ninguem se tentou despefir e 2 deles eram taxistas... cumprimentos

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    1. Desculpe, mas se quer ser entendido, comece por escrever melhor e utilize pontuação.
      Nada contra si, mas fiquei a perceber muito pouco do que escreveu. E se trabalha com a Uber (pelo que percebi...), este tipo de discurso só mancha mais a imagem da Uber.

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    2. Anónimo das 13.04, mas de que raio é que está a falar? Melhor, em que raio de língua é que escreve? Como conseguiu tirar sequer a carta se é praticamente analfabeto?

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  14. Então agora vamos todos deixar de usar a UBER, e para onde vão os motoristas que para eles trabalham? Desemprego? É muito bonito dizer "Ah e tal devias ter vergonha de usar a uber, pagam tão mal." Quem trabalha para a Uber é porque precisa e aceitou as condições. Se agora vamos todos deixar de usar para onde vão todos estes motoristas que por mais mal que ganhem precisam desse dinheiro?
    Pensem, e sim usem muito a Uber! Invertam o pensamento, usem mais e pode ser que estes motoristas que ganham pouco, passem a ganhar mais!

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    1. O mesmo se passa com a Zara, não?
      Comprei muito na Zara, que assim pode ser que as crianças que são exploradas todos os dias na confecção das roupas, passem a ganhar melhor...
      Pensamento estranho e invertido...

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    2. Pensamento estranho é o seu! Não se está a falar de exploração de crianças... São dois assuntos bem distintos!

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  15. Só um esclarecimento... não há motoristas ao serviço da Uber. A Uber não emprega motoristas. Há sim motoristas ao serviço de empresas que trabalham com a Uber. Não estou com isto a retirar qualquer responsabilidade à Uber uma vez que as empresas trabalham com base nas parcerias realizadas... mas quem paga mal ou providencia más condições de trabalho não é a Uber mas sim as empresas parceiras. A Uber é apenas uma plataforma tecnológica.

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    1. Uma plataforma que impõe as regras, as tarifas, fiscaliza e pune... não tem por isso responsabilidade...
      Está a gozar, não?

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    2. Não, não estou a gozar... mas se soubesse ler o que está escrito na totalidade talvez não perguntasse se estou a gozar.

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  16. Não andam de UBER porque os ordenados são baixos, então deixem de ir aos hipermercados, lojas de shoppings e cadeias de fast food...

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    1. Muito bom este comentário. ah também não comprem nada no grupo inditex, a roupa é feita em caves no Bangladesh por crianças que trabalham 16 horas por dia.

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    2. ohhhh god! Alguma roupa é feita em bangladesh, outra é feita em espanha, outra na china e pasmem-se: MUITA ROUPA É FEITA EM PORTUGAL SENHORAS!!!! Calculo que não tenham noção da quantidade de algodão e camisas produzidas neste país que vão para essas cadeias de lojas, apesar da etiqueta poder ter "Made in Spain". E estas cadeias de lojas empregam quantidades obscenas de funcionários portugueses e as fábricas onde são produzidas albergam familias inteiras e as condições de trabalho são controladas pelo nosso sistema. Claro que vem muita roupa de fora. Mas assim sendo deixem a hipocrisia de lado e não usem o vosso computador, ou telemóvel, ou fogão, ou máquina de lavar... Ou nunca viram o "made in...." que vem nessas reliquias do nosso dia-a-dia?

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  17. Se fossem só os funcionários da UBER a serem explorados...

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  18. Usar a Uber é compactuar com a precarização do trabalho, que acima de tudo tem de ser digno e cada pessoa tem de se valorizada pelo trabalho que desempenha ( que é coisa que não acontece na Uber)

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    1. Concordo plenamente... ja se fala em "uberização" da sociedade para explicar esse fenomeno de precarização... Em França, o resultado esta à mostra: as condições da Uber mudaram (comissões mais altas ao fim de alguns meses...). Um business model falhado

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  19. Conheço quem trabalhe para a Uber, e ganha conforme o que trabalha. Sim é a recibo verde, mas não é um falso recibo verde. Quem me dera tb receber mais por trabalhar mais horas. Há bom e mau em todo o lado. A pessoa que eu conheço foi despedida por ter ido ao funeral do pai e era um falso recibo verde. Safou-se na Uber pq tem de sobreviver. E se fizer bem, só ganha e acho muito bem premiar-se o bom, coisa que tanta falta faz neste país.

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  20. Os comentários por aqui são o espelho da sociedade desinformada em que vivemos... Comem o que lhes põem à frente, sem questionar, sem pesquisar (não, jornais online não contam). Poucos são os que percebem o modelo de negócio da Uber mas todos os criticam! É surreal e seria hilariante se não fosse triste...

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    1. Então explique tamanha "injustiça" nas críticas à Uber...

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    2. Anónimo, porque não nos explica o que de facto é a Uber e qual o modelo de negócio?
      Elucide-nos e até pode ser que lhe possamos dar razão.
      Ou também pertence à sociedade desinformada e está só a escrever umas palavras?

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    3. Pois, os portugueses são todos muito burros e mal informados. Mas no final do mês os trabalhadores a recibos verdes da Uber (ou não, já que não quer ser responsabilizada) levam para casa 300 euros. E o resto é conversa.
      E não é só por cá que tem má fama, antes fosse...

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  21. A ler: https://www.susanjfowler.com/blog/2017/2/19/reflecting-on-one-very-strange-year-at-uber

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  22. nunca tinha ouvido falar deste novo serviço da uber!! gosto bastante!! :) super inteligente

    dorky-and-weird.blogspot.com

    Xoxo Jessy

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  23. Se fossemos boicotar todos os serviços que exploram os trabalhadores não se fazia nada neste pais, porque, infelizmente, muitos são os setores onde os trabalhadores são, se não explorados, pelo menos muito mal pagos...
    Claro que num mundo perfeito boicotava-se estes serviços e os empregadores aprendiam e começavam a tratar bem os empregados mas....no mundo real vai haver sempre pessoas que se sujeitam a 300€ mensais porque não têm outra hipótese, pessoas que compram na primark porque preferem (ou só podem) pagar 2€ por uma camisola feita por escravos do que dar 20€ por uma semelhante feita na UE...pessoas que aceitam um estágio não remunerado porque é a unca forma de ganharem a tal experiência sem a qual não arranjarão nunca um emprego na área...

    Trabalhei a falsos recibos verdes uns anos valentes, e trazia para casa por vezes menos de 400€...fi-lo porque queria? obviamente que não...se tinha outra hipotese? quando tive "saltei fora" obviamente..mas enquanto a hipótese não surgiu fui bem mais feliz com os meus 350€ mensais do que seria a ganhar 0..e se me tivesse recusado ao trabalho o patrão iria subir o ordenado e "aprender" a dar condições aos trabalhadores? haveria outro à espera de o aceitar...alias neste momento a minha substituta até recebe menos à hora do que eu recebia..e continua com os tais falsos recibos verdes...e depois de ter estado anos no desemprego, estou certa que está bem "agradecida" por ter 300€ mensais para varia dos 0€ que teve ate agora...

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  24. A Uber é fixe:

    http://observador.pt/especiais/excesso-de-horas-precariedade-baixos-salarios-a-vida-dos-motoristas-da-uber/

    https://www.theguardian.com/technology/2017/mar/03/uber-secret-program-greyball-resignation-ed-baker

    https://www.nytimes.com/2017/03/01/technology/uber-case-could-be-a-watershed-for-women-in-tech.html

    Há muito mais, mas não lhe interessa, não é? E para quem diz que se deve estar grato por se ganhar 300 euros por mês, não se preocupem: é graças a vós que o país será uberizado.

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  25. Quer se unir ao Uber? A resposta a essa pergunta tem implicações mais sérias do que parece à primeira vista. Para pesquisadores, o aplicativo tornou-se uma chave para analisar as transformações contemporâneas do mundo do trabalho, como aponta o economista Marcio Pochmann, professor do Instituto de Economia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) nesta entrevista. Segundo ele, o aplicativo é apenas a ‘ponta do iceberg’ de um processo que caracteriza como a uberização da força de trabalho: a generalização, para inúmeros setores de atividade econômica, de formas de contratação nos moldes que o Uber popularizou no ramo dos transportes. Processo que caminha a passos largos em alguns países, com resultados catastróficos: reportagem recente do jornal britânico The Guardian apontou que o chamado self-employment, ou auto-emprego, cresceu 45% desde 2002 no Reino Unido, mas que esses trabalhadores ganham hoje, em média, menos do que em 1995. Ante a escalada do desemprego, e seduzidos pelo discurso neoliberal do empreendedorismo, que vende a ideia de que o esforço pessoal é a chave do sucesso financeiro, cada vez mais trabalhadores se submetem aos contratos precários, longas jornadas de trabalho e ausência de garantias trabalhistas que essa modalidade de contratação implica. Pochmann acredita que esse é o cenário que se desenha com a aprovação do projeto que amplia a terceirização no Brasil, em tramitação no Senado, e com a reforma trabalhista que o governo pretende apresentar no segundo semestre de 2017. Ele alerta: conquistas históricas dos trabalhadores estão em jogo nesta disputa.

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Teorias absolutamente espectaculares

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