Antes de falar com a Carla, estive um bocadinho à conversa com o Paulo e com a Inês, que só têm maravilhas a dizer da sua "aluna". Segundo o Paulo, a atitude positiva da Carla é meio caminho andado para o sucesso deste tratamento.  "É bastante cumpridora, está sempre disponível para treinar, é muito determinada e isso vê-se nos resultados.  Tem muito foco, não diz que não a nada, é muito motivador treinar uma pessoa assim", explica o Paulo.  O exercício físico é parte imprescindível neste processo e não pode ser descurado. A Carla sempre gostou e sempre foi praticando algum desporto, mas há sempre quem não tenha qualquer hábito e não goste de treinar. Nesses casos, e a par da reeducação alimentar, é preciso trabalhar também a reeducação a nível de exercício. "É importante promover um estilo de vida mais saudável. Isto vai dar mais saúde a nível muscular, articular e metabólico. No final de todo este processo do tratamento Pronokal os pacientes percebem que têm de continuar a treinar para serem saudáveis", acrescenta a Inês.

Passei agora à fase 4. A fase 3 é super rápida, foram três ou quatro dias, em que basicamente o que fazemos é sair do processo de cetose. Na fase 1 só comemos produtos Pronokal e vegetais, na fase 2 já introduzimos a proteína animal, e antes de passar para a fase 4, em que introduzimos a fruta e os hidratos  temos de quebrar a cetose. Isso tem de ser feito de forma gradual, porque já estava há quatro meses sem comer hidratos ou açúcares, por isso a transição tem de ser feita com cuidado. Na fase 3 introduzimos o pequeno-almoço, que para mim foi espectacular. Já posso comer iogurtes, queijo fresco, tostas, pão, uma série de coisas. Até já consegui ir tomar o pequeno-almoço à rua. Comi pão integral e fruta, mas as quantidades são todas controladas. Se tomar um bom pequeno-almoço, com as quantidade certas e à hora certa, o resto do dia corre maravilhosamente bem. Tem sido a minha motivação.

E  a nível de peso?

Nesta fase não me estou a reger pelo peso, porque não se perde tanto. A ideia é manter o peso, por isso nem sequer me tenho pesado em casa, só nas consultas. O que faço é medir-me e está tudo a correr bem.

Estás contente com os resultados até agora?

Sim. Sobretudo tendo em conta que eu não fiquei gordinha. Não tive um filho, não me aconteceu alguma coisa, não foi nada disso. Eu tenho um problema, engordo com o ar e tenho de ter muitíssimo mais cuidado do que as outras pessoas. Temos de encarar o nosso problema de excesso de peso ou a nossa tendência para engordar como uma pessoa que tem uma doença qualquer e toma um comprimido. No meu caso, o comprimido é ter uma alimentação correcta e fazer exercício regularmente. É isso que temos de interiorizar. De qualquer forma, estou muito feliz, já há muito tempo que não pesava 70 quilos, e ainda por cima consegui perder este peso todo em poucos meses. Só me faltam cinco quilos para chegar ao meu peso saudável, por isso tenho de manter-me focada no meu objectivo. Esta é uma etapa muito importante do tratamento, porque tenho de reintroduzir os alimentos de forma progressiva e, ao mesmo tempo, ter cuidado com o que como. É uma etapa de aprendizagem e de interiorização de hábitos saudáveis.

Como está a correr a parte do exercício?

Apesar de ter horários de trabalho complicados, tenho conseguido arranjar energia para treinar. Por exemplo, ao domingo trabalho o dia todo, tenho de treinar à hora de almoço, quando me apetecia sentar um bocadinho, mas é a única hora que dá. À segunda trabalho das 9 às 18h00 num sítio e das 19h às 21h00 noutro, por isso tenho de treinar a seguir. Chego a casa por volta das onze e meia. Tem de ser assim, não posso pensar “hoje não vou treinar”, porque se tiver esse tipo de pensamento passam quatro ou cinco dias sem treinar. Para outra pessoa se calhar isso não tem impacto, mas para mim sim, é como se não estivesse a tomar o meu comprimido. É quase como se tivesse tensão alta  e não tomasse a medicação.

 Já não me faz diferença. Entro numa pastelaria e não me apetece nada daquelas coisas, porque sei que não me fazem bem nenhum. Foi uma mudança completa de hábitos. Tenho-me portado bem, até porque quanto mais regrados formos mais depressa chegamos à fase em que podemos comer um pouco de tudo.

Estou a cinco quilos do objectivo, que é chegar aos 65. Falta pouquinho! Não estou a perder  tanto peso, mas estou a perder volume, e como estou a treinar mais também tenho mais massa muscular. Isso é o mais importante. Mas chateia-me, queria olhar para a balança e ver lá “65”. Era uma pessoa feliz por ter chegado ao meu objectivo. Mas está quase!