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Não é para vos alarmar mas... e se houvesse um sismo?

segunda-feira, agosto 29, 2016


Entre as várias características que me definem há duas que chocam de frente: ser tão fatalista quanto desprevenida. Passo a vida a pensar em desgraças, é um facto. Estou na praia e dou por mim a ser assolada por pensamentos tão positivos como "e se agora viesse uma onda gigante?". Ou estou na cama, à noite, ouço um avião e acho que é um tremor de terra a anunciar a sua chegada. Também penso muito em incêndios e, fora da temática catástrofes, tenho pavor de morrer engasgada, que é assim uma morte muito estúpida e pouco sexy. "Ah, coitada, tão nova, morreu como?". "Nem queira saber, foi um bocado de bitoque que se lhe enfiou no canal errado". Enfim. Esta minha tendência para estar sempre a imaginar cenários de terror podia ter um lado positivo. Podia fazer com que eu fosse uma mulher mais precavida, com que tivesse vários planos de salvação desenhados na mente (ou passados para o papel). Porque eu penso muito em desgraças, verdade, mas nunca penso no que poderia fazer para tentar escapar delas com vida. Verdade que ninguém quer pensar nos piores cenários, verdade que achamos sempre que só acontece aos outros, verdade que, como boa portuguesa, me fio muito na Virgem. Mas as coisas acontecem mesmo. A terra treme, há ondas gigantes, há merdas que pegam fogo e, num instantinho, vemo-nos metidos numa daquelas situações que até imaginámos, vagamente, mas que nunca nos nossos piores pesadelos acreditámos que pudessem mesmo acontecer. Quando se dá uma tragédia algures somos sempre muito empáticos. Aperta-se-nos o coração, solidarizamo-nos com as vítimas, pensamos no "e se tivesse sido comigo?", mas é tudo. Depois não se passa à acção. E passar à acção pode ser uma coisa tão simples como ter um plano de fuga, um ponto de encontro ou uma mochila preparada com coisas úteis que, na adrenalina do momento ou por falta de tempo, não conseguiremos reunir na altura. 

Ora esta minha conversa vem a propósito de um artigo que andava a circular na net com o título "o que tem na sua mochila de emergência se houver um terremoto?". Li a pergunta e vi logo que estava lixada
. Porque nunca me lembrei de criar uma mochila de emergência, por isso não posso fazer o exercício de saber se o que lá tenho é o mais correcto em situação de catástrofe. Acho que já todos demos por nós a pensar "hmmmm, se houvesse um incêndio o que é que eu tentava salvar?", mas é só isso, queremos logo afastar esse pensamento negro da cabeça. Não se passa à acção porque, lá está, não estamos aqui para atrair desgraças e de certeza que na hora se orientam umas latas de atum e umas garrafas de água. Somos portugueses, ninguém nos bate na arte do desenrascanço. Só que não. No meio do caos queremos é pôr-nos em segurança e somos meninos para sair de casa só com o que temos no corpinho. Na maior parte dos casos só isso já é uma grande benção, mas se pudermos estar prevenidos tenho a certeza que depois agradeceremos o trabalho prévio.

Pois bem, segundo a página da Protecção Civil, há um conjunto de coisas que devemos ter à mão. E à mão não é tudo espalhado, à mão não é num saco enfiado debaixo de quatro caixas e oito grades de cerveja, à mão não é na divisão mais longe da porta da rua. À mão é... à mão, pegar e arrancar. Então e que coisas são essas? Atentem:

- Um estojo de primeiros socorros (pode ser preciso acudir a alguns ferimentos de forma imediata);
- Um rádio a pilhas (para ir ouvindo as notícias e alertas das autoridades);
- Uma lanterna de pilhas (a electricidade é sempre das primeiras coisas a ir à vida);
- Várias pilhas de reserva
- Medicamentos essenciais;
- Agasalhos;
- Água engarrafada;
- Alimentos enlatados para dois ou três dias;

Depois do "Joana Vasconcelos gate" uma pessoa tem um certo receio de dizer o que é que levaria em caso de emergência, não vá ser considerado ridículo, supérfluo e motivo de paródia nacional. Mas assim de repente, e agora que tenho tempo para pensar nisso, acho que acrescentaria um pacote de toalhitas (dão jeito para tudo), alguns artigos de higiene pessoal (desculpem o preciosismo, mesmo que vá parar a algum campo de acolhimento de vítimas vou gostar de poder continuar a lavar os dentes), chinelos de borracha (não pesam nada nem ocupam muito espaço), dinheiro e documentos pessoais. Acho que também ia tentar levar o telemóvel e o carregador, para apanhar Pokemons nas horas mortas. Estou a gozar na parte dos Pokemons, nada de nervos. Mas é no telemóvel que tenho todos os contactos, várias informações úteis, fotografias, além de que, provavelmente, seria a única forma de poder saber de familiares e amigos, por isso não me parece uma coisa assim tão descabida. 

Então e as coisas mais pessoais, com carga afectiva? Pois, isso é o pior. Não imagino o que seja ter de sair de casa a correr, em pânico, numa tentativa de salvar a vida, de salvar os filhos, de salvar os animais. E se é mais ou menos fácil pegar numa mochila que já esteja pronta, não sei se será assim tão fácil ir a correr buscar um álbum de fotografias, o boneco preferido do filho ou aquele objecto pelo qual temos tanta estima. Imagino que nestas situações se saia de casa sem saber se se voltará ou em que condições encontraremos o que deixámos para trás. Para muita gente é um adeus irreversível a uma vida que levou anos a ser construída, é o ruir irreparável de uma data de memórias, é ver desaparecer coisas insubstituíveis, que até podiam não ter grande valor monetário mas que nos diziam tanto. O site Contas Poupança dá uma dica útil: "digitalizar e guardar TODOS os documentos importantes na “nuvem” (Dropbox, Google Drive, One Drive, etc.). Se não sabe usar a nuvem, digitalize ou tire foto e mande por e-mail para si próprio. Se tudo arder ou ficar destruído, quando tiver acesso à internet vai ter lá tudo e vai ver que vai ser tudo mais fácil do que não ter nada". Para mim, maior info-excluída de todos os tempos, pessoa que tem tudo o que é documento e foto espalhado em 670 pastas divididas por vários computadores e telemóveis, é capaz de não ser má ideia tratar de juntar tudo. Just in case...

Bem, isto já vai longo, mas o tema parece-me pertinente. Acho que ninguém se importa de "perder" dez minutos a ler sobre isto sabendo que são dicas que podem fazer toda a diferença. Aproveitem e leiam o folheto da Protecção Civil sobre sismos. Pela parte que me toca, fiquei a saber uma data de coisas que desconhecia. Mas vá, agora também não vos quero para aí desassossegados e a pensar em desgraceiras. É prevenção. É só prevenção.



46 comentários:

  1. Cá está um artigo muito útil (não estou a afirmar que os outros não são). Vou partilhar já.
    Eu agarrava mesmo nas minhas filhas e namorado e punha-me a andar com a roupinha do corpo mas, depois de ler isto, faz-me sentido levar algumas coisinhas.
    Concordo com as coisas que a Ana acrescenta mas quanto a objetos com carga afetiva, creio que não tenho nenhum que ponderasse levar. Para as minhas filhas sim, se estivesse mesmo muito à mão, levaria o boneco preferido, mas para mim nada de nada, nem fotos. Acho que não tenho objetos com carga afetiva e, numa situação de pânico era capaz de ganhar um afeto muito especial por uma lata de atum daquelas gigantes. :D
    Mas isso sou eu, claro que não critico (nem tenho nada que criticar) quem tenha apego a alguns objetos.

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  2. Gostei mesmo deste post. Também me ponho a pensar nisso muitas vezes... Mas fazer alguma coisa, está quieto. Claro que a primeira coisa que ia fazer era salvar as pessoas que estivessem comigo e os meus animais, nem sei se conseguiria pensar em mais alguma coisa. Mas pegar numa mochila e meter às costas não demora tempo nenhum e pode realmente salvar.

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  3. agora uma questão... teríamos tempo no caso de um terramoto/sismo, incêndio para nos lembrarmos da mochila!?
    se não acontecesse pior cenário, era o deus me acuda....

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    1. Exato, acho que a meio de um sismo, a última coisa de que me lembraria seria de correr para ir buscar a mochila. Já para não falar que há uma enorme probabilidade de nem estar em casa mas sim no trabalho, no trânsito... Quando regressasse a casa, já estaria tudo destruído, não me iria meter no meio dos destroços para recuperar a mochila. Se não ficasse desalojada, então penso que já não iria necessitar da mochila...

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    2. Eu acho que sim, que nos lembraríamos. Daí a necessidade de ter a mochila num local visível e junto à porta.
      Li recentemente sobre ter também um apito na mochila.

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    3. claro que não nos lembraríamos... a primeira coisa era tentar salvar a familia... e depois tentar fugir (se pudesse) o mais rápido possível para bem longe daquele cenário

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  4. Sou parecida nestas coisas do pessimismo/medo de catástrofes! Penso mil vezes em arranjar uma mochila sos, mas por 1761863 mil razões nunca arranjo tempo de a organizar. Penso sempre que se algo acontecesse, ou não conseguiria chegar à mochila, ou por azar estaria longe de casa, e a mochila estar pronta em casa valia-me de zero! Mas depois caio em mim e penso: "caramba se não fizeres e se algo acontecer e até tiveres tempo e discernimento de ires buscar os teus bens essenciais vais-te arrepender de já não teres a mochila preparada!" Bem... tenho de tratar disso!

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  5. Ai Pipoca, é das situações que me metem mais medo: Os sismos. Já senti um grande, creio que em 1968/1969, não me lembro bem do ano exacto. Nessa altura era jovem e vivia com os meus pais num 4º. andar, e lembro-me de ter sido a primeira a chegar à rua. Foi assustador, mas não houve vítimas. Mas ao ver o recente em Itália, assustei-me tanto e imaginei se fosse cá, mas é bom ter algumas coisas essenciais à mão, tal como a Pipoca sugeriu.

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  6. Muito obrigada pelo post! Muitas vezes dou para mim a pensar nisso, mas quase sempre quando acontece alguma catástrofe e depois passa. Por isso, desta vez não passa vou tratar da mochila.

    http://lifeworklive.blogspot.pt

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  7. A coisa que mais penso e a que mais me faz impressão é engasgar... Vi uma noticia sobre uma rapariga de 24anos que ficou em estado vegetativo depois de se engasgar a tomar o pequeno-almoço antes de ir para o trabalho. Uma coisa rotineira...a partir daí? Todo um filme com "engasganços". Escusado será dizer que quando tiver filhos só começarão a comer "a sério" quando tiverem a dentição completa :D
    Agora sobre o tema catástrofes, é sempre bom pensar nisto.

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    1. Tendo em conta que a rapariga de 24 anos já tinha a dentição completa, essa sua afirmação sobre só deixar comer os filhos com a dentição completa faz todo o sentido.

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    2. Tem, realmente, toda a razão. Mas de uma forma inconsciente eu panico muito com crianças a "aprender" a comer :) são coisas da nossa (no caso, minha) cabeça :)

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  8. Acho que é um post muito útil e sim, não gostamos de pensar em desgraças mas devíamos prevenir as coisas na medida do possível... Acho que vou fazer uma mochila destas! E se houver um sismo em Lisboa acho que estamos todos lixados, os edifícios não me parecem minimamente preparados... E estando Lisboa situada num local com algum risco, acho que os edifícios deviam ter todos construção anti-sísmica, mas isso custa dinheiro então pois...

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    1. Concordo. Tirando os da baixa pombalina não deve haver muitos edifícios preparados para terremotos.

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  9. Documentos pessoais. Como faria ? Punha na mochila todos os dias ao deitar ? Tal como o telefone ?

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    1. Podem muito bem ser fotocopias, não há drama. E quanto ao telemóvel, acho que hoje em dia é objecto que nem sai da mão. :D

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    2. sem dúvida! Eu durmo, tomo banho,dou banho aos filhos, cozinhos, limpo a retrete...tudo, tudo de telefone na mão!!!

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    3. ahahahah muito bom, estou a imaginar a Pipoca todos os dias a ir pôr os documentos na mochila, à porta, antes de ir para a cama, não vá o diabo tecê-la, a conselho deste anónimo com ideias brilhantes. Arrisco-me a dizer que lhe ia dever a vida! Ou a identidade, vá...

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    4. Não digo que o tenha mesmo na mão, anónimo das 09:20, mas se calhar quando se vai deitar lá está ele na mesinha de cabeceira. Ou quando vai tomar e dar banho se calhar lá está ele a tocar uma musiquinha. Não me parece assim tão disparatado.

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  10. eu sou assim tal e qual! Já tenho sítios definidos de fuga/salvação dependendo do local onde estiver e spots combinados com família para lá nos encontrarmos! Chega a ser doentio o medo que tenho!

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  11. à essa lista devem acrescentar-se também os documentos de identificação.

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  12. Lisboa ia c o cr***.

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  13. Pena que não seja o tema central do post mas falaste em engasganços e do que sei muitos pais dão aos filhos de pouca idade 3 anos uvas , maças cruas e comidas que podem ser fatais!! Isto se calhar merecia um outro post mas de facto existe muita irresponsabilidade. E sim, também tenho receio dos sismos! Catarina

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  14. Pipoca desculpa que te diga mas a meio de um terramoto achas mesmo que te vais te lembrar da mochila??? Nunca na vida! Reza é para não acontecer!

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    1. Não querendo de maneira alguma insultar a sua Fé (eu própria sou crente), acho mais eficaz fazer uma mochila destas mesmo correndo o risco de não se lembrar da mesma em caso de emergência, do que rezar "para não acontecer".

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  15. eu passei por uma situação que tb me levou a pensar. em 2013 houve aqueles tornados todos em que ficamos sem água e electricidade durante 2 ou 3 dias. lembram-se? pois bem. num desses dias de mau tempo, eu estava no trabalho e o telhado (antigo) levantou com o tornado. mas o estrondo foi tão grande e tão ruidoso que eu pensei que me estava a cair na cabeça. só tive tempo de gritar aos meus colegas: corram! e desatei a fugir. não consegui pensar em mais nada..infelizmente um colega meu levou mesmo com uma telha na cabeça e ficou bem ferido! é muito complicado. cada um reage à sua maneira. os meus colegas ficaram serenos a olhar para mim e a pensarem q eu era maluca :)

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  16. Sem dúvida um post interessante, ou não vivesse no arquipélago dos Açores composto por 9 ilhas distintas, mas com uma caraterística comum “origem vulcânica”. É de facto aterrorizante pensar num cenário catastrófico como um sismo, mas para quem cá reside torna se um hábito conviver com eles, os SISMOS.
    Quase todos os dias as nossas ilhas tremem só que uns sentem se, e outros não, conforme a sua escala Ricte que regista valores de magnitude ou Mercalli,que regista os valores de Intensidade. Alguns estudos falam na necessidade de haver sismos ou até mesmo vulcões, pois vão libertando energias existentes nas placas tectónicas ou gases nos vulcões.
    Nos Açores, com incidência na ilha de S. Miguel grande parte do solo é composto por buracos, fumarolas que deixam os visitantes incrivelmente admirados, mas que para nós são fenómenos tão naturais que nem damos quase por eles, ainda bem que existem. Não entanto, temos sempre receio quando se sente com mais intensidade, e vem nos à cabeça o mesmo de sempre, se acontecer alguma coisa fugimos para a rua da maneira que estamos a dormir, sabe se lá que maneira será! Ou andamos pela casa sem qualquer fonte de iluminação, mas rapidamente esquecemos e voltamos ao de sempre, nunca temos nada preparado para em caso de…
    Não obstante, as nossas ilhas deveriam estar no mapa de todos aqueles que se interessam ou não por estes fenómenos naturais, são de facto ilhas que quem por cá passa inevitavelmente ficam para sempre no roteiro de férias. Para os habitantes, e falo por mim adoro este canto do mundo, ainda meio intocável pela ação humana, mesmo com receios à mistura. Quando tenho vontade de alargar horizontes apanho um avião, mas com a certeza que é um tkt de round trip.

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  17. Eu também sou assim, pipoca. No dia dos incendios na Madeira, fui para uma praia de dificil acesso, todo ele feito no meio de muito arboredo. Estive quase para não ir, tal foi o medo de aquilo se incendiar também e não ter escapatória.. na escolinha do meu sobrinho tiveram aquela iniciativa das mochilas e ele até hoje não deixa que lhe desfaçam o saco. Eu nunca tinha pensado seriamente no assunto, mas hoje vou tratar disso. Nunca se sabe o dia de amanhã..

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  18. Eu já passei por uma catástrofe e aprendi a ter sempre 2 malas prontas para 4 pessoas com o básico como comida, água, medicamentos, roupa, calçado produtos de higiene, fraldas da bebé,kit de primeiros socorros, lanternas, pilhas... Além do que referiu tenho um disco externo pequeno com todas as fotos da minha família,tenho cópias dos documentos pessoais dos seguros pessoais e da casa,telemóvel extra com todos os contactos (perdi o meu no meio do pânico da última vez) carregador e carregador portátil sempre carregado e dinheiro. Importante referir que tenho as malas prontas sempre ao pé da porta da rua dentro do armário em caso de fuga é só esticar a mão e puxar as malas.

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  19. Tenho exatamente a mania de pensar "e se acontecesse alguma tragédia?" e sinceramente acho que a ultima coisa que me ocorreria era ir buscar uma mochila preparada o que me deixa ainda mais ainda inquietante mas fiquei chocada quando ao ler no folheto da Protecção Civil "Solte os animais, eles tratam de si próprios."!!! Nunca na vida deixaria a minha cadela na rua muito menos numa situação dessas e acredito que ninguém deixaria os seus animais!!

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    1. Mas você só tem uma cadela...Se como eu tivesse 3 gatos como é que fazia? Vivo sozinha e não posso com os 3 ao mesmo tempo, não há tempo para os colocar nas transportadoras... A única coisa que podia fazer era abrir-lhes a porta e deixa-los fugir e sim, os animais têm instinto de sobrevivência, inclusive eles sentem o terramoto com minutos de antecedência. É bastante frequente em casos de sismos, tempestades ou furacões, os animais aparecerem dias depois no exacto local da casa, já destruída. Se você só tem uma cadela é óbvio que vai tentar pegar nela fugir, mas quem tem muitos animais não consegue. Ninguém quer deixar os seus animais, mas entre solta-los e não os conseguir levar, é melhor solta-los. Nada me doia mais do que perder os meus amigos, só de imaginar é um pesadelo.

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    2. Eu tenho 3 gatos e 4 cães e já pensei no assunto: ponho cada gato numa mochila e vai uma mochila às costas, outra à frente e a terceira na mão. Solto os cães, parece-me que têm mais chances de voltar que os gatos. Provavelmente nada disto resultaria na realidade, mas pelo menos descansa-me pensar que sei o que faria.

      Kill Your Barbies // Strangelove #2: Quem ama não trai?

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  20. Aqui no Japao recomendam isso e muita gente tem mochilas prontas em casa. Até no trabalho as empresas tem um kit de emergencia em cada secretária. A essa lista há que juntar luvas de trabalho, pois em caso de terramoto grande sao boas para ajudar a remover escombros. Quanto aos documentos, como normalmente estao na carteira é só levar a carteira com a mochila ao sair.

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  21. Vivo em Maputo, e na minha empresa Sul Africana éramos obrigados a ter um "plano de fuga". Quando me pediram para organizar um plano, pensei que era gozo. Mas não. Todos tinhamos que ter um plano. O meu era simples, apenas um voltava a casa (levava apenas e só os passaportes, roupa, dinheiro que estava sempre num canto e pouco mais), e encontravamo-nos num local fora da cidade, normalmente aqui quando há alguns confrontos, a primeira coisa é bloquearem a rede de telefone, por isso não se pode ficar dependente dessa informação. Do local de encontro, partiriamos juntos até ao ponto de recolha da nossa empresa, onde já nos dariam todo o apoio financeiro até a crise passar. De facto, vendo bem, até é algo muito bem organizado. Termos isto pensado, e planeado, se de facto algo acontecer, estamos no mínimo preparados.
    Sinceramente, não levaria nada pessoal, aqui aprendi a dar valor a outras coisas, no entanto, compreendo que levar algo que nos lembre da nossa "vida normal" poderá até dar alento para continuar.
    Bjs
    Vanessa

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  22. Devo ser a única a ter efetivamente a mochila feita. Aliás não tenho 1, tenho 2. Uma para mim e outra para o meu marido. E em cada uma delas além do material alistado ainda temos o necessário para o noss bebé. Isto implica uma manutenção regular na mochila porqur as necessidades dele bem como a sua alimentação estão sempre a mudar. Cada um tem uma pequena mochila de campismo e do lado de fora temos uma pequena tenda e esteira. Temos também pontos de encontro. Sim pontoS. Caso alguém esteja no trabalho é um ponto. Se estivermos em casa ou na zona é outro. A minha cabeça também é pró em dramas. Por isso tive de fazer alguma coisa para me deixar maia tranquila. As mochilaz estão no roupeiro do quarto do filho. Muito provavelmente vou ter de ir ao quarto do filho para o ir buscar. Por isso também trarei as mochilas. Na teoria é isto. Na prática não sei. Mas estar prevenida nunca fez mal a ninguém

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  23. Muito util mas tenho de confeçar que me fartei de rir tens a capacidade de dizer coisas serias de forma elariante😂

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  24. Eu vivi na cidade do México, e quando estava lá houve um sismo de 7.6. Houve poucos estragos por as ondas foram, digamos, "horizontais" em vez de "verticais" ou seja sentíamos tudo a mexer da lado para lado, mas quase nada caiu. O que as pessoas de lá me disseram, e eles estão muito habituados, é que saem a correr de casa, porque quando as pessoas que morrem em sismos costumam ser as que ficam em casa e ficam soterradas.
    Da minha experiência eu não me lembraria de ir buscar mochila nenhuma, porque demorei bastante tempo a perceber o que se estava à passar, quanto mais reagir com tanto sangue frio para ir buscar uma mochila. Mas pronto também não sei muito, foi só aquela experiência.

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  25. E é na prevenção que está o ganho. Eu sou engenheira e doutorada em engenharia sísmica. Trabalho nesta área há cerca de 15 anos, no Instituto Superior Técnico (IST), e a divulgação e passagem dos conhecimentos a todos é essencial para sabermos nos comportar em caso de sismo. Não basta saber o que fazer, é preciso saber se a SUA casa é segura.
    Convido a Pipoca a se juntar a esta causa, nos vários projectos que temos, um que está actualmente a decorrer sobre o que fazer para minorar os danos em minha casa: www.knowriskproject.com (em que o IST é Coordenador).
    Outra acção é divulgar o jogo Treme-Treme: http://www.treme-treme.pt/, para crianças e adultos jogarem e aprenderem a construir o kit de emergência e a conhecer os locais seguros na sua casa.
    Espero que a Pipoca aceite este desafio e nos contacte.
    Parabéns pelo post.

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  26. Achei interessante este tema, assim como os comentários, mas para mim que olho para a vida de maneira muito pragmática, acho que as pessoas se preocupam com estes temas porque realmente têm medo de morrer. Quando cai um avião ninguém vai a seguir viajar com um paraquedas ás costas, quando há um acidente de carro, ninguém fica fechado em casa para evitar o trânsito, ninguém fica acordado com medo de ter um ataque cardíaco enquanto dorme, a maior parte de nós frequenta ou já frequentou espaços onde se houver um incidente, poderá haver um numero de vitimas muito maior (estádios de futebol, concertos, discotecas, etc.) No entanto para morrermos basta estarmos vivos, se estivermos no sitio errado á hora errada (por exemplo um ataque terrorista) não vai haver kits, nem mochilas, nem planos, que nos salvem. Por isso acho que vivermos a nossa curta vida com medo do que possa acontecer, e que possivelmente nunca irá acontecer enquanto formos vivos, é um dos maiores factores para termos uma vida instável e com muito stress. Mas isto sou eu, a minha mulher diz que este meu modo de ver as coisas não é muito normal, talvez seja verdade, mas prefiro assim do que ser “paranóico” como muitas pessoas que me rodeiam. Á e não acredito que se chamarmos por “deus”, iremos ter melhor sorte.

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  27. EU GOSTEI BASTANTE DESTE ALERTA NUNCA ME TINHA LEMBRADO DISTO MAS É UMA BOA IDEIA VOU ARRANJAR UMA MOCHILA COM ALGUMAS COISAS TAMBÉM OBRIGADA.

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  28. O telemóvel, podes esquecer. Podes levá-lo a pensar que daí a 2 ou 3 semanas o vais poder carregá-lo e contactar as pessoas. Mesmo agora, em várias das zonas atingidas na Itália, ainda não existe cobertura móvel. As televisões tem estado a usar ligações fixas que sobreviveram numa das praças da principal aldeia atingida. As operadoras já estão a reparar as torres destruídas mas, ainda faltam as ligações eléctricas que podem demorar 2 meses a ser repostas. E estar a carregar as baterias de uma torre a cada 48 horas, fica muito caro, quando for um sítio bastante vasto como uma cidade (basta ver que um bairro de Lisboa tem 60 torres. Com 20 delas inactivas, 76% dos telemóveis ficavam sem cobertura... gastando a bateria em 1/17 do tempo útil normal.
    E o enviar ficheiros para a Cloud só funciona em situações locais, como terramotos. No caso de uma catástrofe ou danos na estrutura, poderás ficar décadas sem acesso à internet. Teres lá os ficheiros... vale tanto como teres queimado tudo e andar à procura das cinzas. Se querem fazer isso, NUNCA DEPENDAM DA INTERNET PARA NADA. Guardem-nos numa pen e coloquem-na dentro de algo que ande com vocês. Algo que em caso de fuga de casa, vá com vocês. E um computador com energia é mais simples de obter do que estar a depender de ligações que precisam de um suporte mundial para funcionarem. O mais seguro mesmo é terem cópias físicas das coisas mais importantes. Podem guardar dentro de um livro ou até na bolsa da mala que guardam logo atrás da porta. Em caso de fuga, pode ser mais simples apanhar essa mala do que a outra.

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  29. Adorei este post. Sobretudo porque não é original. Pelo menos para mim não, que já me tinha lembrado disto, embora com vergonha de o admitir. "Se calhar estou doida!!!" LOL E, claro, por vergonha, nunca passei à ação de preparar a tal mochila... Foi bom saber que há mais gente que pensa nestas coisas. Grata pelas dicas. Acho que é desta que vou fazer uma mochilinha destas para ter lá em casa!!! :)

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  30. Também nuca pensei nisso,mas a 1º coisa seria pegar na minha gata( não tenho filhos)e fugiria com o meu namorado.Pegaria na minha mala que tem a minha identificação e telemóvel.

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  31. " O site Contas Poupança dá uma dica útil: "digitalizar e guardar TODOS os documentos importantes na “nuvem” (Dropbox, Google Drive, One Drive, etc.)."
    Já pensei nisto para outros problemas que me parecem mais mundanos (pelo menos para mim) como esses documentos serem roubados ou simplesmente perdidos.
    Mas depois algo me deixa de pé atrás: alguém entra na minha conta da dropbox (ou email, ou o que seja) e tem acesso a TODA a minha documentação. Se é possível fazer contratos só com o número de CC e NIF, o quão fácil será "usurpar" a nossa identidade quando um estranho tem acesso a TODOS os nossos documentos importantes? Quando difícil é provar que não fomos nós?

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  32. Querida Pipoca,

    Adoreiiii tudo o que disse.

    Eu própria ao longo do tempo tenho feito listas do meu kit de ''preparados para o fim do mundo'' e tenho sempre acrescentado items.
    As luvas de trabalho, o power bank para telemóvel e as toalhitas juro que vão ser incluidos.
    Não sei é quando os 4 kits do agregado familiar vão ser montados.
    Talvez no próximo periodo de férias agora em Setembro.
    Espero que sim.
    Beijos da Anabela S. R.

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  33. Esqueci as cópias dos docs p/ o e-mail.
    Adorei.

    Mais um abraço da Anabela S. R.

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Teorias absolutamente espectaculares

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