Pub SAPO pushdown

E para acabar a semana em beleza

sexta-feira, abril 08, 2016


1- O João Soares, ministro da Cultura (ainda me custa dizer isto sem me atirar para o chão a rir) ameaçou pregar umas bofetadas a dois colunistas do jornal Público (o Augusto M. Seabra e o Vasco Pulido Valente), porque ambos escreveram artigos que não abonavam propriamente a favor da sua pessoa. É tudo tão bom nesta história. Um ministro da Cultura (ah ah ah) que ameaça agredir fisicamente duas figuras, precisamente, da Cultura. Tudo isto num estado democrático onde, digo eu, ainda deveria haver algum respeitinho por conceitos como a liberdade de expressão e de pensamento. A ameaça viu a luz via Facebook, num post em que João Soares deita ódio pelos olhos, sente-se a raiva a espumar em cada tecla. O que é que lhe vai acontecer? Nada. Fez um pedido de desculpas assim meio às três pancadas, em que mais parecia que estava a gozar do que a falar a sério, e a coisa vai passar pelos pingos da chuva. Demissão? Qual quê? Vamos deixá-lo enterrar-se mais um bocadinho (porque vai acontecer).

P.S: nem de propósito, enquanto escrevia isto
o João Soares apresentou o seu pedido de demissão. Diz ele que não aceita prescindir "do direito à expressão da opinião e palavra". Eu diria que um ministro ameaçar dar bofetadas a colunistas não é beeeeeeeem um direito à expressão de opinião e palavra, é só ser troll, mas tudo bem.

2- Depois foi a Joana Vasconcelos. Num vídeo para a RTP, no qual foi convidada a descrever o que levaria numa mochila se tivesse de deixar o seu país como refugiada, elencou objectos como o iPad, o iPhone, os óculos de sol, as jóias, um caderno para desenhar ou vários novelos de lã. A internet, como é óbvio, caiu-lhe em cima. Que era não ter noção, que era gozar com os refugiados, que era não ter um pingo de sensibilidade. Não sei se será isso tudo. Há, como há sempre nestas coisas, todo um exagero, muita gente disposta a indignar-se. Isto faz lembrar um bocadinho o Pepa-gate. No caso da Joana, tal como no caso da Pepa, acho que o problema não está no conteúdo, porque cada um pensa o que quer. Se a Pepa quer uma Chanel força nisso, desde que não me peça o dinheiro para o comprar, p tudo bem. Se a Joana quer levar o iPad por mim tudo bem também, cada um sabe ao que é que tem mais amor ou o que é que lhe poderá ser mais útil. O problema está, creio, no contexto e na falta de empatia, que faz com que pareça insensibilidade. Não a conheço, mas não acho que a Joana Vasconcelos seja uma alma insensível ou alheia aos problemas da humanidade. Mas ao dizer que leva o iPhone e as jóias parece que sim, que está completamente alheada. E não houve uma alma que visse aquele vídeo antes de o lançar para o ar e pensasse "espera lá que isto é capaz de não ser uma grande ideia". Tem tudo a ver com contexto. E, neste contexto, falar de jóias e óculos de sol, está assim a puxar o pezinho para a falta de noção. No caminho, acho que isto obrigou muitos de nós a fazer o mesmo exercício. O que é que eu levaria se tivesse de pegar em pouca coisa e fugir do país? Numa situação de pânico, do que é que me lembraria? Penso sempre no que ter à mão em caso de catástrofe natural e acho que iria por aí: água, alguma comida, estojo de primeiros socorros, lanterna, rádio de pilhas, uma muda de roupa. Mas também levaria o iPhone-com-carregador (porque é o meu telemóvel, tem todos os contactos, dá para comunicar com o mundo) e um ou outro objecto pelo qual tivesse estima (fotografias, um terço, sei lá), mesmo que  não tivesse qualquer utilidade.

Já agora, o que é o João Soares levará na sua caixinha de papel ao deixar o Ministério?

55 comentários:

ana sofia santos disse...

Acho que a Joana já sabia que ia ser criticada.
visto que é criticada por não fazer os próprios trabalhos, porque é das poucas que recebe apoios.
Logo, fala-se mais um bocado dela e ela deve-se estar a borrifar, que seja mau.

Anónimo disse...

As fotografias não costumam estar no IPAD?

As joias, as lãs e agulhas, não seria uma forma de ela garantir alguma sustentabilidade? Ter trabalho, para poder ter comida, outros bens, sem depender de ajudas de terceiros? Dar continuidade ao que sabia fazer melhor...

Parece-me exagerado. Como sempre.

Kate Guimaraes disse...

Pipoca, o caso da Joana Vasconcelos nao e bem comparavel ao da Pepa.

Primeiro porque nao estamos a falar do que levariamos para ferias. Nesse contexto, a Pepa dizer que quer uma Chanel e muito menos ofensivo do que a Joana dizer que levava joias e rolos de la.

O exercicio de nos tentarmos por na pele de um refugiado nao deve ser tomado de forma tao leviana.

Segundo porque a Pepa e uma miuda com um blogue, que podera ter alguma expressao nacional mas nao tem representacao la fora. A Joana Vasconcelos, sendo uma artista de renome internacional, uma figura publica que representa a cultura do nosso pais em varias ocasioes, tinha pelo menos a obrigacao de pensar duas vezes antes de se fazer uma representacao tao lamentavel quanto aquela.

E depois, de facto nao se compreende o que se passa na cabeca destes productores para publicarem uma entrevista assim. Se calhar, deveu-se ao facto de tanto se falar na liberdade de expressao nestes dias. E mesmo os ocos, tem o seu direito a tempo de antena.


Peco desculpa pela falta de acentos mas o teclado nao e portugues.

Cumprimentos,
Kate

Claudia Cunha disse...

OMD... o País esta perdido... Um EX ministro da Cultura (eheheheheh) que resolve tudo num ringue à chapada e uma outra que não prescinde das jóias... é o que temos meus Srs. é o que temos! Viva a Republica das Bananas vivaaaaa

Anónimo disse...

Desculpem ,mas os refugiados não têm que ser todos pobrezinhos e desnutridos! A maior parte das pessoas que conseguem fugir de países em conflito, são pessoas com algum poder económico, as outras, simplesmente, ficam por lá. Se o João Soares subisse ao poder pela ala "MAO", talvez muitos de nós não tivéssemos outro remédio, que não, pegar no nosso I'Phone, I'Pad, nas nossas jóias e outros pequenos objectos de maior valor e sair do país. Não entendo a celeuma? Vivemos numa era em que as tecnologias da comunicação proliferam a nível global e não são um privilégio do mundo ocidental. Vejam como a Jihad se manifesta!

Jo disse...

Ora nem mais! ;)

Anónimo disse...

" João Soares, ministro da Cultura (ainda me custa dizer isto sem me atirar para o chão a rir) " same feeling here.

NR disse...

Conheço uma blogger que acaba de se colocar na fila para as lambadas...

O FILHO DO DIPLOMATA disse...

Até parece que já estou a vê-los aos dois, João Soares e a Joaninhas a sair de mochila às costas de um país não os compreende. Na mala a Joana leva tudo o que prometeu, dos óculos de sol às jóias, o João não teve grande espaço para as coisas dele porque Joana, encarecidamente, pediu-lhe para ele levar mais umas coisas imprescindíveis, uma panela ou outra (não será para cozinhar é mesmo para depois fazer uma peçazita para a exposição no mar Egeu) e umas garrafas de azeite gallo para promover a edição. Tampões com fartura.

Leni disse...

Pipoca, Pipoca, queremos actualização após a notícia da demissão que o nosso PM "naturalmente" aceitou.

Leni disse...

Isto, partindo do princípio que a Joana Vasconcelos sabe usar as lãs e as agulhas...

Kate Guimaraes disse...

Uma pessoa que está a pensar fazer longas caminhadas a pé dia e noite, dormir onde calha, atravessar o Mar Mediterrâneo e tentar entrar num pais da Europa; preocupar-se com as lãs e as jóias a mim parece-me apenas supérfluo. E idiota...

Eu não me chateia tanto que não seja ela a fazer os trabalhos. A obra artística não tem necessariamente de ser executada pelo autor e assim sempre dá trabalho a alguém. Mas não se preocupar sequer com as criticas desta sua intervenção, demonstra uma insensibilidade muito grande...

Anónimo disse...

Eu acho que houve mais exagero na reacção ao caso da Pepa do que neste. Criticaram a Pepa por querer uma mala Chanel como grande objectivo do ano, o que era legítimo, cada qual sabe de si, mas muitos acharam que no contexto sócio-económico era aberrante semelhante ambição.
Aqui é feita uma pergunta que remete para um cenário muito concreto de drama, dor, desterro e incerteza. E a resposta da Joana Vasconcelos parece muito "leve", sem noção, pensando em si, mas não naqueles que deveriam ser lembrados com este exercício. Confesso que os óculos de sol e a agulha e lãs "para uma eventualidade" me custaram mais do que ouvir a Pepa.

Unknown disse...

Também me parece um bocadinho exagerado, mas... será que é uma tarefa nossa interpretar as razões de ela levar isto ou aquilo? Não deveria ter sido ela a pensar que poderia ser mal interpretada?

Se eu tivesse que fugir do meu país e tivesse uma data de ouro no cofre, com certeza que o levava, por essas razões...sustentabilidade! Mas dito como ela diz, os óculos de sol, as jóias, o ipad e phones para ouvir música, parece de facto um bocadinho alheada da realidade!

Não me consigo imaginar em tal situação, deve ser um horror tal, que ouvir música e levar óculos de sol nem me passariam pela cabeça!

Simplesmente Ana disse...

O video da Joana Vasconcelos parece uma comédia. Tudo bem que pode alegar que criar a salvaria da angústia ou algo do género, mas, santa paciência, parece que não vive neste mundo. No entanto, não me choca nada que queira levar o telemóvel. Seria, certamente, das primeira coisas que eu colocaria na mochila, já que poderia servir para me manter em contacto com a família (se nos perdessemos, com a família que teria algures, etc).

Pedro disse...

O João Soares ameaça com bofetadas quando ouve o que não gosta. Cavaco manda prender e coloca em tribunal. :)

Unknown disse...

A mim parece-me um pouquito insensível.....
digamos que percebo o estar ligada ao mundo, a referencia à nacionalidade nas jóias portuguesas (sublinhe-se a parte das portuguesas, não são jóias "normais")... mas se calhar podia ter dito tablet, em vez de ser i-pad...podia ter levado um galo de barcelos, em vez de jóias..... eu até percebo a mensagem, mas estamos a falar de nos pormos no lugar de pessoas que têm frio, têm fome e não sabem o que raio vai ser o futuro delas, sendo que sabem que não querem voltar para o que já passaram......

Anónimo disse...

"Cenas da Cultura Portuguesa" ;D bem que podias iniciar uma rubrica do género, com ministros (ex-ministros, aliás) a baixar o nível e artistas insensíveis, haveria material com fartura. Até o Herman no vídeo teve uma resposta com uma mensagem mais positiva...

Anónimo disse...

Essa também foi de imediato a minha interpretação quanto às joias, se calhar sou demasiado ingenua mas nao consegui ver a maldade de que todos falam.

Ana disse...

Não é bem assim pipoca, as joias têm valor aqui e qualquer parte do mundo e serviriam como moeda de troca, para vender e conseguir ter acesso a bens essencias que precisasse. Os óculos de sol embora possam parecer futeis para muitas pessoas com problemas de olhos e intolerancia ao sol ou claridade seriam indispensaveis ( a minha mãe tem miopia degenerativa e já teve rotura e descolamento da retina e está proibida de sair de casa sem óculos de sol...) e para quem ia viver na rua sabe-se lá até quando secalhar até era essencial....é que aquilo que para nós pode parecer fútil para outra pessoa pode fazer uma grande diferença ou ser mesmo indispensável....

Unknown disse...

A mim, sinceramente parecem-me exageradas as duas histórias, a segunda não conhecia mas a primeira acho tremendamente exagerada pela comunicação social.
O ministro esteve mal, esteve mas não is espetar bofetadas a ninguém. TOdos nós às vezes nos sentimos arreliados e dizemos coisas que sabemos que não faremos mas dizemos na mesma. Ou seja, todos nós temos momentos menos bons mas houve, quanto a mim, um calro exagero.

Anónimo disse...

Recentemente a Dinamarca decidiu confiscar os bens das pessoas que conseguiram o estatuto de refugiado naquele país, desde que esses fossem superiores aos montantes que o estado lhes atribuiu como subsídio. Desses bens, excluíu tablets e telemóveis, por isso, há muitas joanas vasconcelos pelo mundo fora! Há países, até no do terceiro mundo, em que as mulheres não usam jóias falsas, apenas objectos em ouro, que usam desde pequenas.

marta disse...

a mim não me choca nada no caso da joana. cada um leva na mala aquilo que mais sente falta. não vejo gozo nenhum com os refugiados. qto ao ex MC, só tenho pena que o costa não o tivesse demitido. por menos o Sócrates demitiu lá o dos cornexos..

Anónimo disse...

Jóias faz todo o sentido, eu também levava as minhas. Fácil de transportar e vender, não vejo o espanto. A sério que deixavam "os ouros" para trás..? IPhone, se o tivesse também ia. Não é mesmo nada de extraordinário. Só não listou foi nada de comer, e não sei se vejo a Joana a deixar para trás as oreos. Essa é a parte mais fora da realidade, as oreos.

Anónimo disse...

A Sério?! tenho a certeza que se continuasse no cargo que daria um pelo comediante

Anónimo disse...

Lãs como meio de sustento? ora explique-me lá que eu não estou a perceber bem. Um refugiado faz-se á estrada para ir para outro país que esteja no minimo melhor que o seu. A Joana faria o q? Uma camisola no caminho? E vendia-a quando chegava la? sera que no país para onde vai não há lã? Essa da lã é no minimo ridicula! a parte do iphone e do ipad, eu acho que chocou mais pelas marcas! Podia apenas dizer, telemóvel e tablet, aposto que chocava menos! Felizmente nao sei o q é ser refugiado, mas duvido que dê p fazer "malha" pelo caminho!!

Anónimo disse...

Olá, o João Soares mereceu um comentário no seu blog, não concordo com o que ele fez, acho uma falta de vergonha na cara qualquer pessoa com o minimo de educação escrever o que ele escreveu na rede social sabendo que toda a gente ía ler e sendo ministro então muito pior, no entanto, teve a decência de se demitir.
No governo do Passos Coelho houve situações tão graves como esta e a Ana nem se manifestou, e naquele governo faziam e diziam porcaria a toda a hora, ninguém se demitia nem era demitido.
Só para ver que quando é o nosso partido parece que as coisas são diferentes.

Anónimo disse...

Tb os do facebook n sabem fazer mais nada ,não têm as suas vidinhas perfeitas para cuidar? é sempre a criticar e não me venham com a porcaria de dar as suas opiniões nos comentários

Anónimo disse...

ANA, conhecendo-a já um pouquinho, aqui do "estaminé",assim que ouvi a notícia ontem...calculei que não lhe passaria ao lado...
Assim sendo, acertei na mouche!
Nunca morri de amores pela família Soares, sempre achei que o JSoares, nunca conseguiu sair da sombra do pai, um pai demasiado "protagonista" para um filho incapaz de se impor...de sobressair por seu próprio mérito.Todos o sabemos(pelo menos os que acompanham as lides políticas)e ele, melhor do que todos nós o saberá e sentirá na pele! É péssimo o sentimento de frustração, não realização, derrota...é muito mau, horrível, que outros com ou sem razão e de modo público nos mostrem as nossas fraquezas, creio que ninguém gosta! É cruel, com isto não defendo o JSoares, poderá eventualmente ter merecido as críticas...por parte dos afamados e inflamados colunistas do Público...depois pôs-se a jeito, desde a "investidura", foi uma sequência de tropeções, talvez o menos enquadrado, o que parecia estar lá por favor...,enfim o elo mais fraco e o que cedeu...era inevitável! Um alívio para o Costa, tanto ou mais do que o foi a Vitória das Presidenciais do meu querido professor...
Outro MC vira e que tenha quiça menos telhados de vidro!(:
Quanto à nossa artista, cujo talento é proporcional à sua largura x altura, a Joana Vasconcelos, terá certamente sido apanhada de surpresa...e referiu o que para ela tem importância e levaria na mochila...nao teve tempo para refletir e enumerar o "politicamente correcto", aquilo que todas as figuras públicas questionadas para o efeito dizem...porque é bonito e fica bem dizer! deixemo-nos de hipocrisias, só vivenciando a situação poderíamos efetivamente escolher o que colocar dentro da mochila! Tudo o resto são palavras fáceis de dizer perante câmaras de tv, na rádio, no FB...

Bfs
MDM

Sofia disse...

Eu, opinião polémica, não critico o que a Joana disse (embora ela tenha dito o que disse sem usar todos os neuronios), até porque não tenho uma visão tão cor-de-rosa do mundo. Porque parece que toda a gente se esqueceu que se houvesse uma guerra e se se tivesse de fugir do país, uma pessoa tem de levar tudo o que tem mais de valioso para poder trocar por um passaporte ou viagem de comboio ou por alimentação. Esquecem-se que não é meia duzia de pessoa, mas centenas de milhar e que infelizmente estamos num mundo que o que vale mais é ter dinheiro, e não pensem que vão ter acesso aos vossos cartões de crédito. E sim, eu também levaria joias e outras coisas valiosas (entre outras coisas), mas não para guardar, mas para usar como moeda de troca.

Anónimo disse...

Pipoca mais Doce a ministra da cultura!

Anónimo disse...

É claro que as jóias lhe seriam úteis, é ver o que se passou na Segunda Guerra Mundial: foram garantia de sobrevivência, de poder continuar o caminho. No filme "Casablanca" uma das personagens que vemos no café é uma refugiada com jóias que tenta arranjar um passaporte para si e outro para o marido; quem pode fornecer-lho aproveita-se da situação de fragilidade em que ela se encontra. Terríveis, terríveis são estes tempos e o sofrimento dos refugiados, escusamos de nos indignar com a Joana Vasconcelos.

Mãe disse...

Agora era aquela parte em que a pipoca dizia:" Afinal estava redondamente enganada, reitero que ameaçar fisicamente alguém é deplorável, mas sou obrigada a reconhecer que a atitude responsável, de reconhecimento do erro e de desapego ao poder que o JS evidenciou é de louvar e contraria em absoluto as minha certezas iniciais (ah, e já agora, contrasta fortemente com a forma de estar na política a que os meus amigos do PSD nos habituaram )"

Seria isto. Seria bonito. E seria intelectualmente honesto.

Unknown disse...

Curiosamente, na minha opinião, os dois casos são comparáveis precisamente porque há sempre um exagero em relação a tudo o que se diz e escreve... Concordo que o João Soares esteve mal, mas também não me parece que aquilo que os colunistas escreveram sobre ele sejam meros artigos de opinião... São muito pouco respeitosos naquilo que dizem de alguém de quem não gostam e que, por acaso, até é ministro. Liberdade de expressão é muito bonita, mas também deve ter limites.

Anónimo disse...

Ahahah!vai levar o livro "como ser um ministro da cultura" que estava fechado numa gaveta e nunca chegou a ler.

Pipa T disse...

Qd vi o video da Joana Vasconcelos pensei que lhe tinham perguntado o que levaria para uma ilha deserta...

Unknown disse...

Conheço muito pouco do João Soares.
Não deixo de ter um pouco de pena dele ("pena" é feio mas não me ocorre outra palavra). Toda a vida viveu na sombra do pai, tentou seguir-lhe os passos e não me parece que tenha conseguido desligar-se da imagem de "filho do Mário Soares". Não deve ser fácil olhar para trás e questionar-se se o seu percurso foi conseguido por mérito próprio ou por ser filho de quem é. A meu ver, não tem veia política.
Em relação à Joana Vasconcelos, por um lado tento entendê-la, mas é um pouco difícil. Percebo o telemóvel (é-nos essencial hoje em dia e mesmo sem saber se teríamos chance de o utilizar, é um pouco a nossa ligação ao mundo e aos que deixamos para trás) e as jóias (podem ser um meio de sobrevivência, fáceis de transportar e de transaccionar - apesar de não saber se a sua escolha veio neste sentido), mas as outras peças parecem uma melhor escolha para uma mochila de acampamento do que para uma de sobrevivência. Palavras talvez não pensadas (a arte a falar mais alto), ditas pela artista e não pela pessoa, com um ar um pouco sonhador demais para a ocasião, mas que não justificam de todo alguns comentários maldosos e cruéis que se fizeram a ela.
Acho que devemos ser um pouco mais cuidadosos a criticar e na verdade só estando na pele de um sobrevivente saberíamos o que sentir , pensar e escolher. Felizmente não estamos...

apipocamaisdoce disse...

Onde é que houve reconhecimento do erro? Quanto ao desapego ao poder, não me vou pronunciar.

Cliente disse...

Esse Soares, enfim, de rir!! clienteperfeito.blogs.sapo.pt

CAL disse...

António Lamas? Espero que tenha sorrido. E espero que consiga subtrair desta situação algum sentimento de justiça-feita.

Mãe disse...

Ele DEMITIU -SE de ministro. Quer maior reconhecimento? (Para além de ter dito publicamente que, não obstante ter-se tratado de uma metáfora queiroziana, admitia que pudesse ser passível de ser mal interpretado ).

Há de facto aqui uma grande diferença na forma de estar na política. Por muito que isso custe ao séquito de admiradores da paf que tão silenciosos permaneceram durante anos perante situações bem mais graves do que esta.

Anónimo disse...

João soares levaria na sua mochila uma luvas brancas. É que ser refugiado não é a mesma coisa que ser ministro.

apipocamaisdoce disse...

Exacto, porque na política é tudo assim, linear, preto no branco. Demitiu-se ou foi convidado a demitir-se?

Anónimo disse...

O João Soares é um prepotente, mimado, que foi convidado para ministro para satisfazer lá o paizinho todo poderoso... Já vai é tarde!
No caso da Joana, não percebo porquê a indignação... Se eu tivesse que fugir do meu país claro que levava as jóias, antes comigo, que poderiam servir para alguma coisa, do que com quem me fosse pilhar a casa depois de a abandonar.

Unknown disse...

Esse "homem" é de rir!

Mónica Rodrigues dos Santos
http://cupcakewomen.blogspot.pt/

Anónimo disse...

Obrigada pelo comentário mais sensato que li sobre qualquer um dos temas. O mundo seria um lugar melhor com mais Célias :)

J. Cosme disse...

Oh! Pipoquinha! Isto de chamar de "figura da cultura" ao sr. Vasco é um bocadito exagerado, não acha?!

Anónimo disse...

Ai Mãezinha, as palas políticas que teimam em não deixar ver... Não me diga que não entende que o próprio cargo de Ministro da Cultura era imerecido, uma gigante cunha?!

Anónimo disse...

Mãe,
ahahahahah!

Anónimo disse...

Oh senhores, mas ninguém ainda percebeu porque é que a Joana levava as jóias e as lãs??!! É que a maioria do trabalho dela é baseado em jóias PORTUGUESAS (ela frisou isso) e nos crochés!
Qualquer artista gosta de rabiscar fazer bonecos, projetos, desenhos e tem sempre à mão um caderno e um lápis ou caneta (um diário gráfico). A Joana também está sempre a rabiscar os seus projetos e a fazer experiências com as lãs, com base na observação das filigranas e de outras jóias. São coisas que costumam acompanhá-la para onde quer que vá.
Porque não levá-las se tivesse que fugir????
Isto quer dizer que para onde quer que fosse continuaria a ser ela e a tentar trabalhar naquilo que lhe interessa e que gosta. Tem algum mal?
A comida e a bebida acabam-se passados 2 dias, mas as nossas ferramentas de trabalho são a nossa melhor mais-valia.
Quanto ao Iphone, Ipad e os óculos são com certeza os objetos que traz consigo todos os dias na carteira, como qquer pessoa levaria também, pela utilidade que já aqui foi descrita.

É a 1ª vez que aqui venho em defesa da JV, de quem não gosto muito, por sinal...
Mas tb sou artista e sei que também levaria algumas das minhas ferramentas.

alicinha

Anónimo disse...

Já o Passos Coelho não demitiu o Relvas quando este ameaçou os jornalistas, nem a ministra das finanças quando oa marido desta mandou mensagens ameaçadoras a jornalistas

Anónimo disse...

Não sou, nem nunca fui, uma adepta de João Soares! Mas cansa ler tanta virgem ofendida por esta bloga ( todas muito políticamente conservadoras e defensoras de comportamentos hipócritas, mas cravejados de lantejoulas!)enquanto a birra do Portas que custou ao país 13 milhões de euros, mas, sobretudo, pôs a nu um gajo sem dignidade, sem valores, sem palavra, NINGUÉM lhe pediu a cabeça. Que caraças de país é este com pesos e medidas tão díspares? Se até os tremores de terra se medem em graus....

Nina Abreu

Anónimo disse...

Não eram umas joias quaisquer. Eram só as portuguesas, da sua coleção.
Rita

Anónimo disse...

Sensibilidade e bom senso! Obrigada Célia.

Anónimo disse...

É isso mesmo Alicinha! Leiam a entrevista do Siza ao Expresso e compreenderão! Não são caprichos de gente exuberante é mesmo uma necessidade de actividade criativa, que não conhece interregnos nem reforma, é inerente às suas vidas e por alguma razão não enveredaram por outros caminhos, que não o da arte. Não estamos a falar de auto-didactas, nem de curiosos, nem de artesãos, ainda que todos tenham que sobreviver.

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