Saí de casa contentinha da vida para ir ao Casino Lisboa ver o Pedro Abrunhosa. Era uma vergonha, um dos ídolos da minha adolescência e nunca o tinha visto ao vivo. Até que me pus a fazer contas. Recuei ao tempo em que passava a vida a cantar o "Tudo o que eu te dou" e foi aí que me caiu a ficha. Foi há 21 anos, a caminho dos 22. VINTE-E-UM-ANOS! Oi? Como? Como é que isso é possível? Juro-vos que foi ontem que eu tinha 13 anos, que comprava a Ragazza na papelaria da Suzy e a devorava de uma ponta à outra, que sofria com os primeiros amores platónicos, que usava skinny jeans mesmo muito skinny (mas com leggings por baixo, para parecer mais gorda), que poupava todas as mesadas para comprar uns All Star... e que ouvia o "Viagens", do Pedro Abrunhos, em loop. O Pedro Abrunhosa era TUDO, mesmo quando, aos 13 anos, o meu pai me dizia "tu sabes lá o que é boa música, ouve mas é Amália Rodrigues". Só comecei a ouvir Amália muiiiiiito mais tarde, e é óbvio que não há sequer comparação, mas naquela altura fui apanhada pela febre "bandemónica". E tenho tantas memórias do "Viagens" que é impossível não eleger este como um dos álbuns da minha vida. Mas pensar que foi há quase 22 anos e que o tempo passou a voar não deixa de me causar uma certa estranheza. E pena, pela velocidade com que a vida passa por nós. Se, aos treze anos, me pedissem para me imaginar aos (quase) 35, tenho a certeza que me imaginaria praticamente idosa. Para os miúdos, alguém com 35 anos é um idoso. Mas agora, aqui chegada, e apesar de todas as volta da vida, não me sinto assim tão longe daquela miúda que, em 1994, chorava com as baladas do Pedro Abrunhosa. Oh, well, estou a ficar saudosista, não me liguem. E angustiada, porque se os últimos 22 anos passaram num fósforo, isso quer dizer que os próximos 22 irão pelo mesmo caminho. E, confesso, não posso deixar de me sentir um bocadinho como os meus pais quando dou por mim a ter memórias tão antigas e a começar frases com "foi há 20 anos que...".
Enfim, mas falava-vos do concerto. Claro que foi muito giro, porque uma pessoa percebe que não só conhece as músicas do "Viagens" (e sabe as letras de cor, mesmo tantos anos passados), como todos os hits lançados depois disso pelo Pedro Abrunhosa. Foi um concerto para cantar do princípio ao fim, e o homem sabe o que faz e como entreter uma casa cheia. Foi uma espectacular viagem ao passado. O concerto faz parte dos concertos gratuitos do Casino Lisboa, que acontecem todas as segundas-feiras no Arena Lounge. O ano passado fui ver António Zambujo, este ano só consegui mesmo ir ver Pedro Abrunhosa. Perdi Ana Moura, Miguel Araújo e outros nomes que adorava ter visto, fica para a próxima. O concerto de encerramento vai ser no dia 31, com os Azeitonas. Uma boa forma de encerrar 2015 e entrar em grande em 2016.
Deixo-vos um bocadinho (de nada) do concerto de ontem, só para verem como a malta estava entusiasmada:
13 comentários:
Ai como me revi nisto...com uma diferença...nestes 22 anos vi bem mais de uma dezena de concertos desse Senhor! Nunca desilude!
tal e qual..umas idosas que somos ehehe. tb me lembro da tal revista
Este post deixa-me bem disposta. Tenho 35 anos e podia ter sido escrito por mim. 😊
Gosto muito do Pedro Abrunhosa, tenho 30 anos, e revejo-me no texto pipoca. :) Para mim, é um dos maiores letristas da música portuguesa. Ele sente o que canta, o que faz toda a diferença! Não é a voz em sim, é a forma como transmite o que canta.
Eu também adoro!
Assisti a um espectáculo dele no Pavilhão Atlântico (conhecem??)há quase (glup) 12 anos!?!
Feliz Natal!!
Ai que me pregaste tamanho susto agora. Sério 22 anos?!!! Eu também andei a comprar ragazzas e a cantarolar o abrunhosa e o álbum viagens foi o meu primeiro cd que guardo religiosamente até hoje. Mas 22 anos?!!! Estou acabada, e daqui a nada posso dizer "no meu tempo..." e olha quando isso acontecer é o fim! lol :)
looooollll, Pois minha linda os anos passam.....puf.Quando te lembras de algo e começas a ver há quantos anos foi......credo 22 ou 30, sim pois eu tenho mais 10 anos que tu e mesmo assim não me sinto nada idosa. Claro não vamos falar de coisas que acontece com o nosso corpo, isso não interessa nada.Interessa sim o espírito, com que as enfrentas. E o meu às vezes parece mesmo uma criança. O Pedro Abrunhosa vi-o em Cascais no verão. Espectáculo!!
Bjs e um bom Natal para ti e família.
Tadinhas das "velhotas" ...quando tiverem 48 como eu ,estäo acabadas !!! Deixem-se lá de tretas ainda säo täo jovens !!! Boas festas para todas, as de espírito jovem sobretudo ....ahhhh!!!
Acabei de fazer 35 anos e, à parte dos All Star (no meu caso eram Levi's, os All Star os meus país ainda me compravam), parece que estás a falar de mim! Apesar de hoje em dia o Pedro Abrunhosa me irritar, é um excelente músico e jamais vou esquecer o coliseu de Lisboa em 1994, bem gravado na minha memória e um dos melhores concertos a que já assisti.
Minha nossa, imagine então quando tiver meus 49 anos e minhas rugas.... lol
Pior que eu me olho no espelho e sinto que tenho 25 anos, as vezes experimento umas roupas que eu adoraria usar, e aí lembro..."Opa...isso já não dá para ti, ia ficar giro quando tinhas 25, tenhas senso de ridiculo"...ahahah Aí desisto e compro algo mais discreto... ;)
Beijos, ainda és linda demais, e tens ainda muito para viver, mas infelizmente os anos passam mesmo muito rápidos, gostava era de saber o que sei hoje...quando eu tinha 20 anos. ;) Bjokas
Colheita de 1981 sempre em alta😉! Boas festas🎄
Eu sou de 82, e também não quero acreditar que já passaram 20 anos desde o Viagens, marcou-me mesmo! E o 'tudo o que eu te dou' no oceano pacífico da rfm à noite no carro, ainda dá?
O abrunhosa pelo contrário parece 20 anos mais novo, e eu vou ao Porto vê-lo na passagem de ano da avenida dos aliados este ano!! Promete.
Este post podia ser um retrato meu aos 14 anos. Também passava tardess inteiras a ouvir esse cd e também vestia calças de ganga justas com outras de fato de treino por baixo só para parecer mais gorda. Nessa altura lutava contra a magreza e fazia e comia de tudo para parecer que tinha mais "chicha" nas pernas...
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Teorias absolutamente espectaculares