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As time goes by...

quarta-feira, dezembro 02, 2015

Já não sei exactamente em que post foi que alguém me deixou um comentário a pedir que contasse como é que organizo o meu tempo e consigo encaixar tantas tarefas em 24 horas. A esse pedido seguiram-se vários outros, muitos "vá lá, vá lá, vá lá". Ora bem, eu posso falar sobre esse assunto, mas temo que não seja de grande valor, porque o meu tempo não é o vosso tempo, a minha vida não é a vossa vida, os meus interesses não são os vossos interesses. Mas pronto, como diria Ruth Remédios, "as opiniões são como as vaginas: cada uma tem a sua, e quem quiser dá-la, dá-la", por isso acho que posso dar a minha (opinião, não a vagina).

A verdade é que desde que me tornei trabalhadora por conta própria a gestão do meu tempo passou a ser completamente diferente. Para melhor e para pior. Melhor porque não tenho horário de entrada nem de saída. E pior exactamente pelo mesmo motivo. Levei  muito tempo a despedir-me porque temia que, dali para a frente, os meus dias fossem passados tipo Bridget Jones, em roupão, no sofá, a lamentar a minha vida e a enfardar croissants. Nunca foram assim. Garanto-vos que trabalho hoje muito mais do que algum dia trabalhei. Porque, basicamente, se não for eu a fazê-lo ninguém o faz por mim. E porque quando trabalhamos para um projecto nosso, criado por nós de raíz, a motivação é muito diferente.


Então mas como é que é uma semana típica tua, perguntam vocês? Ora bem, nunca é igual, rotina é coisa que não existe mas, ainda assim, tento manter algumas regras. Por exemplo, geralmente à segunda-feira ninguém me arranca de casa. É o dia em que me sento em frente ao computador a responder aos 4608257 mails que tenho em atraso, a produzir e agendar posts para a semana, a fazer propostas e a trabalhar conteúdos para marcas, e a tentar pôr as coisas minimamente organizadas. No resto da semana tento só marcar coisas para de manhã ou para de tarde, para ter sempre uma parte do dia livre para estar no computador. Se estou um dia inteiro fora de casa está o caos instalado.

Contrariamente ao que possam pensar, vou a muiiiiiito poucos eventos. Acreditem, se uma blogger quiser pode ir a três ou quatro eventos por dia (apresentações, lançamentos de produtos, aberturas de lojas, almoços, jantares, lanches), mas o tempo que isso me consome (nunca menos de duas horas) é precioso para estar em casa a trabalhar. Numa semana vou a um ou dois eventos, se tanto, e geralmente são de marcas com as quais já trabalho há algum tempo e tenho uma relação mais estreita. Esta semana, por exemplo, vou ter de ir a três, para a semana ainda não tenho nada, mas a agenda enche-se num ápice.

Então e horários? A menos que tenha alguma reunião, sessões fotográficas ou alguma coisa marcada, não ponho despertador, mas nos dias em que fico em casa a trabalhar, às oito já estou fora da cama. Tomo o pequeno-almoço, faço a cama, dou um jeito à cozinha, apanho os brinquedos que o Mateus espalhou de uma ponta à outra da casa e às nove já estou em frente ao computador. Geralmente, só paro por volta das duas, para comer alguma coisa. Depois volto para o computador até às cinco e meia, hora a que vou buscar o Mateus à escola. Pode parecer imenso tempo, mas não é. Há posts que me levam duas ou três horas a fazer (entre escrever, pesquisar imagens, editar tudo, blá blá blá), por isso as horas voam. Normalmente é o meu homem que trata do Mateus de manhã, porque como a escola fica a caminho do trabalho é mais fácil ser ele a levá-lo. À tarde sou eu. Vou buscá-lo, vimos para casa, brincamos, vê-se um bocadinho de televisão, dou-lhe banho, dou-lhe o jantar e trato do nosso jantar (ou o homem traz alguma coisa). Quando o senhor meu esposo chega mais cedo, é ele a tratar do banho ou do jantar do miúdo (geralmente dividimos). Depois de o Mateus ir dormir, por volta das nove e meia, ainda volto para o computador mais um bocado. Tento estar na cama às onze, para ler ou ver uma série, mas nem sempre consigo. Na maior parte dos dias só me deito lá pelas duas da manhã.

Depois temos o desporto. No Verão, quando estava muito calor, corria às sete da manhã ou então à noite. Agora é mais fácil, dá para correr a qualquer hora, mas como anoitece muito cedo prefiro ir de manhã. Mas também já fui à hora de almoço ou antes de ir buscar o Mateus. É uma das alegrias de gerirmos o nosso tempo, se nos apetece ir correr ou ir ao ginásio ao meio-dia, vai-se e acabou-se, não tem de se dar justificações a ninguém. E depois há dias em que vou buscar o Mateus às três da tarde. Ou dias em que estou para lá de Bagdad e dormito uma hora no sofá. Ou dias em que desespero com a quantidade de coisas que tenho para fazer e penso que não vou conseguir dar conta do recado. Ou dias em que é preciso tratar das compras, das arrumações, das limpezas, das idas ao banco e aos correios e sei lá mais o quê. Cá em casa não somos particularmente neuróticos com a arrumação (bem, já fui menos), até porque com um miúdo de dois anos é impossível ter sempre a casa num brinco. A palavra de ordem é descomplicar. Vai-se dando um jeito à casa e ao fim-de-semana faz-se uma arrumação maior. Tento que a sexta seja o meu dia mais calminho, mas nem sempre tenho sorte. Quando preciso de fazer cenas de gajas (arranjar as unhas, cortar o cabelo, trá lá lá) geralmente chuto para a sexta. É também o dia em que vou buscar o Mateus mais cedo, antes do almoço.

Então e viagens e cenas? Bem, antes de ir de férias trabalho a duplicar, porque preciso de deixar conteúdos agendados para todos os dias. E, claro, não vou para lado nenhum sem o computador, é o meu apêndice, até para a maternidade foi. E nas viagens de trabalho a mesma coisa. O meu computador podia escrever artigos para a Lonely Planet, de tanta viagem que já fez. Aos fins-de-semana tento parar, é tempo para a família e para os amigos, mas é raríssimo não ter de ligar o computador. Se gostava de não ter de escrever todo o santo dia, praticamente 365 dias por ano? Adorava. Se há dias em que não me apetece fazer rigorosamente nada? Ui, tantos. Se gostava de fazer outra coisa? Nem por isso. Se deixava de trabalhar se ganhasse o Euromilhões? É que era já.

Não acho que seja uma pessoa particularmente organizada. Não há dia em que não pense que ficou alguma coisa por fazer - fica sempre -, mas sei que aproveito o tempo da melhor forma que consigo. Não me apanham parada a olhar para o tecto, estou SEMPRE a fazer qualquer coisa. Eu sou a pessoa que enquanto o pão está na torradeira faz campeonatos consigo mesma para ver se consegue tirar e arrumar a louça toda da máquina antes de as torradas saltarem. Juro! Ou que se acorda a meio da noite e não consegue dormir é menina para sair da cama e ir para o computador trabalhar. As insónias dão-me raiva por causa disso, por pensar que podia estar a aproveitar o tempo para algo produtivo e estou ali às voltas. Enfim, não sei se vão conseguir tirar daqui grandes ensinamentos de vida, mas era só para vos explicar mais ou menos como é a minha rotina. Se tiverem dicas super espectaculares sobre como gerir melhor o tempo, venham elas. 

109 comentários:

  1. Bom post Pipoca. Obrigada pela honestidade.

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  2. Que sorte não cumprir horários! Boa!

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  3. Nice... que me dera a mim ter essa energia e organização. Até que sou organizada, mas sou tão preguiçosa. Marco algo para segunda e quando dou o balanço já passei esse "algo" para quarta e assim vou arrastando os meus compromissos =)

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  4. Um ponto não referido e que é o "!" da gestão de tempo: as deslocações.

    O típico lisboeta perde demasiado tempo em transportes, seja próprio, seja colectivo. Ter tudo ao pé, em que o percurso casa-escola-trabalho seja feito em pouco tempo é um enorme upgrade em termos de tempo disponível. Seja para descansar, seja para fazer tarefas diversas.
    Mas cada um sabe de si e da sua gestão de tempo. Se eu tiver 1h livre por dia, prefiro passá-la com o filho, do que ir correr. São opções.

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    1. Correr faz bem a alma! e qui ça a si e ao seu filho!

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    2. Sim, só se for à alma, porque quanto ao corpo, deixa muito a desejar. Caminhadas, sim, e nem todos o poderão fazer.

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    3. Eu vivo em Lisboa (centro) e tenho tudo ao pé! Estou a 20min a pé do meu trabalho e o marido a 15min do dele. A creche da nossa filha fica a um desvio de 10min no total de qualquer um dos trajectos. De manhã ele leva-a, à tarde eu vou buscá-la. Temos o estádio universitário perto, por isso ele vai lá correr de manhã enquanto ainda estamos a dormir e eu vou ao final do dia quando ele já chegou do trabalho. Temos supermercado no nosso bairro (fica no meu trajecto casa-emprego, por isso vou comprando pequenas coisas que façam falta e uma vez por semana vamos juntos para as compras maiores), bem como uma série de outras coisas: lavandaria, farmácia, mercearias, restaurantes, garagens, parque infantil. Perto do trabalho tenho hospital particular com diversas especialidades médicas, onde vou quando preciso de consultas de rotina. Outras deslocações (tipo banco, correios, lojas, etc) costumo ir à hora de almoço, perto do trabalho. Raramente usamos o carro, fazemos tudo a pé ou de transportes e não perco mais que 1h por dia em deslocações!

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  5. Aqui está uma pessoa sincera!!

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  6. desde que o autocarro que apanho tem wifi acreditem que aqueles 35/40min nunca foram tão mas tão produtivos. antigamente fazia a sesta no autocarro para "aproveitar" o tempo, agora vejo e respondo a emails ahah

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  7. E tempo para namorar... onde entra? tb é importante.

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  8. Obrigada Pipoca, achei muito interessante!

    Leitoras médicas, como é a rotina de um médico? Sempre ouvi dizer que trabalham bastante mais do que a maioria das outras profissões e com horários estranhos.. É verdade? Estava a pensar ir para medicina...

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    1. Não sei como é a vida de médico, presumo que muito ocupada, mas não vá para Direito. lol

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    2. Estou como a anónima das 15:09 :) Escolha o que quiser, mas advogada, jámé! :)

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    3. Estou prestes a terminar o curso de Medicina e posso dizer que estes últimos anos foram os "piores" da minha vida: sempre enfiada na secretaria a estudar, pouco tempo para a vida dita "normal", tive que recusar muita coisa ao longo deste tempo... É uma questão de estabelecer prioridades. Para mim elas são aproveitar o tempo com a família, namorar e fazer exercício físico. As saídas com os amigos, jantaradas e noitadas ficam para segundo plano.

      A vida de um medico também não é fácil. Depende da especialidade, como é lógico, mas ainda assim requer muito sacrifício.

      Mas como dizem "quem corre por gosto não cansa" eu não trocava isto por uma vida mais facilitada, porque eu gosto :)

      A anónima tem que ponderar bem se gosta assim tanto da área que esteja disposta a abdicar de certas coisas.

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    4. Se está preocupada com o isso é melhor desistir da medicina porque claramente não tem vocação. Quando se gosta do que se faz, quando se tem paixão essas questões são absolutamente irrelevantes. Digo-lhe já que ate para entrar em medicina vai ter muito trabalho...

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    5. Olhe, porque na Faculdade vai matar-se a estudar para ter um 16, muitas vezes nem 10 vai ter porque o Prof. embirrou com a sua cara ou foi a última pessoa no turno de oral; não é ninguém se não tirar um mestrado e para isso ou se tem dinheiro ou chapéu; porque depois disso, terá muita sorte em arranjar um estágio pago (normalmente 500€, nunca mais) e mesmo aí vai trabalhar no mínimo 12h por dia, quando não fizer noitadas e ainda lhe fazem cara feia quando tem de faltar porque está com 40º de febre. Férias, nem vê-las. E no fim a secretária do escritório ainda a trata abaixo de cão por ser um mero estagiário. Há um ano que não tenho um fim-de-semana para mim e a meio do mês estou a contar os tostões para viver. Enquanto isto, tenho que estar na Ordem a pagar inscrições, exames, recursos, etc. que não poderia pagar sem a ajuda dos meus pais, e há quem não os tenha. Sorry pelo desabafo haha mas muitas vezes olham para mim até com alguma reverência por ser advogada estagiária e isto de glamour não tem nada...

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    6. Anónimo das 16:03, isso não é verdade. Eu adoro ser advogada mas ninguém aguenta trabalhar non-stop, sem uma distração, sem um momento de descanso ou lazer. Não ter tempo nem para dormir ou comer em épocas mais complicadas não é humano, e não há paixão ou vocação que aguente.

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    7. Cara Anónima lá de cima, por favor não ligue ao triste comentário da Anónima das 16:03. Aliás, aposto que nem sequer é médica, pelo discurso. Tem toda a legitimidade em perguntar a respeito destes aspetos que influenciam e muito a nossa escolha. Estou no terceiro ano da especialidade e, na minha opinião, foi muito mais difícil tirar o curso do que ter notas para entrar na Faculdade.

      O horário vai depender muito da especialidade que escolher, mas é sempre necessário uma grande dedicação e espírito de sacrifício. Se quiser ser mãe não vai provávelmente ser uma mãe muito presente, não terá grande tempo para conviver com a família, ir ao supermercado, tratar da casa...

      Pessoalmente, amo perdidamente a minha especialidade e por isso sou muito feliz, mas também já sacrifiquei muito. Na minha opinião, a pior parte de ser médica é mesmo certas coisas injustas que os doente/familiares dizem. Nós fazemos mesmo o melhor que conseguimos e custa, magoa, quando as pessoas são desrespeitosas ou mal educadas.

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    8. Anónima das 16:03, lá por perguntar como é o horário de um médico já não tem vocação?!? Mas que grande parvoíce!! Pode e deve informar-se bem sobre horário, salário, tudo o que estiver envolvido nesta carreira! Já agora, entrar em medicina não é fácil mas é perfeitamente exequível! Essa atitude azeda e venenosa é perfeitamente dispensável. Aliás, aposto o meu mindinho em como nem sequer é médica, senão nem dizia essas barbaridades.


      Sou médica e adoro o que faço. Faço 2 urgências nocturnas por semana e trabalho cerca de 85-90 horas por semana. É muito tempo, muitas vezes muito mal remunerado, mas para mim vale a pena porque de facto amo aquilo que faço. Por outro lado, carrego o fardo de não passar minimamente tempo suficiente com a família.

      É necessário muito sacrifício, mas se tiver vocação, compensa. E não, não é por se informar que deixa de ter vocação. Muita calma, estude de forma metódica e organizada, dê o litro e entra em medicina. Vá-se habituando, porque pior que entrar em medicina é mesmo tirar o curso.

      Muitas felicidades,

      Constança.

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    9. Sou a anónima das 15:29. Respondendo à questão "porquê?": naturalmente que o meu comentário foi em jeito de brincadeira, e pegando no comentário anterior, que certamente também foi em jeito de brincadeira. E foi mais porque, sendo advogada, sei o que é muitas vezes ter de vir trabalhar fins de semana, ter de abdicar de programas que já estavam combinados para ter que ficar no escritório a fechar um prazo, andar com a "espada sobre a cabeça" com as preocupações que a profissão nos tráz, saber lidar com a exigência dos clientes e saber, por outro, desligar dos seus problemas. Mas há também coisas muito boas, que são também o reverso da medalha. É uma profissão muito exigente e que exige muito de quem a pratica, só isso :) Escolhamos nós a profissão que escolhermos, o que interessa é a dedicação que lhes vamos dar, isso é o mais importante!

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    10. Aos advogados/estagiários que comentaram acima: sei o que é essa vida, tive-a durante os 3 anos que duraram o estágio e, durante esse tempo todo, fui sempre delineando um plano para dela me escapar! Porque, sim, não é vida para ninguém! E eu não ganhava 500€, ganhava o triplo disso porque estava numa sociedade top, mas trabalhava como escrava na mesma e não tinha vida pessoal e isso não há dinheiro que pague. Fui estudando o mercado de trabalho, pensando onde podia trabalhar que me proporcionasse uma vida melhor, assim que o estágio se aproximou no fim comecei a enviar CVs e saí (só tive de trabalhar ainda uns 3 meses como associada). Estive no estrangeiro uns meses, voltei e agora trabalho cá, num sítio onde ganho menos, mas tenho uma vida imensamente melhor. Portanto, não se conformem e façam os possíveis por arranjar uma solução melhor para as vossas vidas. De onde eu estive, já muitos como eu saíram entretanto e com os mesmos motivos! E já soube que os sócios da referida sociedade estão a começar a ficar preocupados e a equacionar melhorar algumas condições, pois também para eles não é lucrativo andarem a formar jovens talentosos como nós e vê-los a sair ao fim de 3, 4, 5 anos...

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    11. Anónima original: pergunte, informe-se o máximo que puder! Aliás, em Inglaterra ao concorrer para o curso de Medicina eles até esperam que tenhamos realizado estágios em hospitais ou clínicas para que saibamos o que está envolvido em ser médico! No meu primeiro ano de curso houve logo bastante gente que saiu porque se apercebeu que afinal a realidade de um médico não correspondia ao que tinham idealizado. Ignore a 100% o que o anónimo das 16:03 disse, é o maior disparate. Questões como horário e ordenado influenciam muito a decisão.

      Da minha parte, penso que a esmagadora maioria da população tem uma ideia altamente distorcida do que está envolvido em ser médico. Muitas pessoas dizem que ae devia descer as médias de entrada (como se isso fosse possível), que ter vocação é só saber falar bem com o doente... A relação médico-doente é importantíssima mas para se ser um bom médico é preciso estudar muito, para toda a vida. É preciso decorar quatidades enormíssimas de informação. Quanto mais conhecimento tiver e quanto mais actualizado estiver, melhor tratará os seus doentes. Se gostar de cuidar de outros mas não gostar de estudar muitas horas ou aprender quantidades enormíssimas de informação, então deve ir para auxiliar de ação médica ou enfermagem.

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    12. Isso é uma questão importante. Antigamente um médico trabalhava muito mas ganhava o suficiente para ter empregada que lhe tratasse da casa, assim podia passar o pouco tempo que estava em casa com a família. Hoje em dia trabalha-se como um escravo mas não se ganha o suficiente para contratar ajuda lá para casa (nem de perto nem de longe). Há que levar isso em conta... Pode achar que não compensa trabalhar tantas horas, que a perda para a família e vida pessoal é demasiado pesada.

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    13. Depende da especialidade. Há uns que se matam a trabalhar e há uns que têm horário tipo 9 às 5.
      O curso mete muuuuuito marranço e isso às vezes frustra muito (até porque as cabeças que decoram tudo com a maior das facilidades costumam andar em Medicina), mas dá para fazer um bocadinho de tudo. Amanhã vou ter uma frequência de Radiologia e hoje deu para estar umas horinhas na Urgência de Psiquiatria a ver como é que aquilo andava (sempre que lá vou, as Urgências andam super calmas, nessas alturas é que a TVI não vai lá :P)

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    14. Faz-me tanta impressão pessoas que estão no início de carreira, jovens, com cursos com dificuldade de emprego (como o Direito) e que se queixam de ter de trabalhar muito ... Mas estavam à espera de quê??? No inicio quando se é estagiário TODOS temos que engolir sapo, fazer trabalhos menores, etc... Trabalhem, aproveitem as oportunidades, agarrem-nas com unhas e dentes, sejam bons no que fazem, não se queixem de ter trabalho.

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    15. Anonimo das 19:18... é por estas e por outras que emigrei ;) Acabei há 2 anos o curso de farmácia e vejo como colegas meus da mesma profissão e de outras (nomeadamente o caso da advogada que ja li aqui e tambem de medicos que conheço nao seja por isso...) eu so porque sao estagios as pessoas têm de comer e calar. Aqui não se tratam as pessoas "abaixo de cão" com ordenados da treta so porque acabaram o curso ha pouco tempo. E convenhamos, ja ha pessoas a fazer "estagios" em Portugal atrás de estagios. Uma pessoa não é estagiaria para sempre. Por isso essa postura é ridicula, tacanha e muito redutora. As pessoas têm de aproveitar as oportunidades sim mas não ceitar tudo. 500€ não dá PARA NADA. As pessoas formadas a receber esse tipo de ordenado não são produtivas. Sentem-se tristes pelas mais de 40 horas que fazem todas as semanas e por verem o pouco que lhes cai na conta ao fim do mês. Muitas das vezes com atraso. Sim porque em Portugal quando se trabalha até às 16, nao é às 16 que se sai, é sempre depois por isso mesmo que no horário sejam as 40horas... isso nunca é real. Mudemos as mentalidades senhoras -.-"

      http://goingnorthtilnorway.blogspot.pt/

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    16. Oh anónimo das 19:18 há trabalho e há quase escravatura. Os estagiários que aqui falaram (a maior parte) e grande parte dos estagiários que conheci em qualquer área ganhavam 0 ou perto disso e trabalhavam mais que toda a gente da empresa. E eram mal tratados. Não tenho nada contra que os jovens comecem por baixo - a não ser que sejam prodígios - até acho que enriquece. Mas por algum motivo andamos a emigrar, é porque somos muito mal pagos (ou não somos pagos de todos), trabalhamos horários absurdos e somos mal tratados. Lá fora, felizmente, as coisas são diferentes...

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    17. Sou médica, trabalho 80 a 85 horas por semana, 90 horas nas piores semanas. Ganho bem, mas se calcular o quanto ganho por hora, vejo que a empregada dos meus pais ganha mais e a fazer um trabalho sem grande responsabilidade.

      Conclusão: medicina só vale a pena se gostar do que faz. Em termos financeiros, não compensa. A qualidade de vida é péssima.

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    18. Anónimo das 17:53

      Enfermagem é um curso superior com competências específicas. Não é por não se querer estudar tanto como num curso de medicina que se opt por enfermagem. O que disse é errado. Ser enfermeiro também implica estudar atualizar conhecimentos trabalhar muitas horas e ser mal remunerado. Profissões diferentes com caracteristicas diferentes.

      Joana

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    19. Bem respondido, Joana. Gostava de trabalhar ao lado do anónimo das 17h53 e esclarecer-lhe alguns factos...sabe, Enfermagem é uma das cinco ciências da saúde, fazem-se doutoramentos em Enfermagem...os enfermeiros têm um campo de conhecimentos próprio! Tal como a Medicina e outras ciências, vamos buscar outros conhecimentos a outras Disciplinas, como Biologia, Ciências Farmacêuticas e etc...com todo o respeito que tenho pelos auxiliares de ação médica, mas aposto que o senhor anónimo das 17h53, médico ou estudante de Medicina, não gostaria que eu o comparasse aos mesmos, tal como eu, como enfermeira especialista não gostei, pois o nível de formação e competência não é comparável.

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    20. Para o comentário original
      Daquilo que eu tenho visto depois passar pelos vários estágios, depende muito das especialidades mas é qual coisa do género:
      Segunda-feira: consultas das 8:30 às 13 (começam mais tarde porque tem de se passar visita na enfermeria e acaba-se mais tarde porque se começou mais tarde e porque dar consultas em 15 minutos é tarefa complicada muitas vezes)
      Terça-feira: SU 24 horas (se for em cirurgia pode ter que ir ao bloco, se for em especialidades mais especificas, a partir das 20 horas ou da meia-noite está so de prevenção)+ver doentes da enfermaria
      Quarta-feira: Teoricamente deveria ser descanso, mas acontece freq trabalho na enfermaria ou consultas pré-op ou consulta de grupo
      Quinta-feira: Bloco das 8 às 13 e consultas das 14horas às 19horas
      Sexta-feira: Reunião de Serviço+Visita Geral + Enfermaria
      Sábado: Urgência 12 horas ou 24 horas
      Domingo: Descanso (obvio que nao e todos os domingos depois vai rodando e uma vez por mês fazem urgºencia aqui em vez de fazerem urgencia noutro dia)
      Tenta-se sempre arranjar um espacinho para ver os doentes que estão internados, para falar com os familares, tratar de burucracias (Cada vez mais é a medicina, com mil formularios para preencher). A vantagem é que como se trabalha muitas vezes em equipa os membros que não estejam "tão ocupados" naquele dia veem os doentes da enfermaria por exemplo
      Depois não esquecer que há trabalho de casa, é preciso fazer trabalhos para avaliação, há certas especialidades que exigem algum tipo de investigação, depois há a ida para congressos para formação e para apresentação. E depois há momentos formais de avaliação tanto durante o internato como na especialidade
      Dá trabalho? Dá imenso, mas quando se gosta do que se faz as vantagens superam as desvantagens.

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    21. Experimentem ir para empregado/a de mesa. Trabalham 60h por semana, sendo que 20h são de borla porque horas extras não são pagas, não recebem horas noturnas, não recebem subsídio de alimentação, não recebem feriados a dobrar, nem domingos, fazem horário repartido, vivem sempre consoante a vida dos outros, 50% das x são tratados com inferioridade, recebem á volta de 600€ e não conseguem arranjar trabalho em mais lado nenhum porque assim que pegam no vosso cv, olham com cara de estúpidos "empregada de mesa"? ;)

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    22. A questão é: ninguém deveria ter de trabalhar como um escravo! A vida não é para ser uma sucessão de sacrifícios e um martírio para os que cá estão. Por isso, quem pode trabalhar "só" 40h por semana, quem tem um horário fixo e este é respeitado, quem tem subsídios de alimentação, creche, etc, quem tem seguro de saúde... essas pessoas, sim, estão em empregos decentes. E quem está noutros nunca deve desistir de procurar o seu "lugar ao sol" e também encontrar um emprego desses um dia. Trabalhar serve para ganharmos dinheiro, termos o nosso sustento, podermos ter uma vida independente. O que é realmente importante é a nossa família, amigos, tempo livre, lazer, as coisas que gostamos de fazer e nos fazem felizes. E ninguém deveria ter de se "sentir mal" ou "estranho" por querer isso e por não querer trabalhar 12h por dia a ganhar uma miséria, só porque "está no início de carreira" ou porque "as coisas estão difíceis". Acho que temos a tendência para nivelar por baixo e querer que fique tudo na miséria como nós, mas isso sim é que me faz impressão! Quando as pessoas que estão mal ainda concordam com tirarem-se "regalias" a trabalhadores da função pública, ou apontam o dedo a classes "privilegiadas" como médicos e professores... valorizem mas é quem tem um papel fundamental na nossa sociedade e lutem por mais direitos e mais qualidade de vida para TODOS.

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    23. Bárbara Barbosa, não se pode comparar. Estamos a falar de pessoas que tiveram de estudar de 11 a 13 anos: 6 anos de mestrado integrado + 1 ano comum + 4 a 6 anos de especialidade.. É necessária uma enorme dedicação que não compensa em termos monetários, daí o tão necessário amor à camisola.

      Sou médica e líquidos ganho 800 e tal € por mês. Acho que para os anos todos que estudei e sacrifiquei, a diferença não é muita.

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    24. Anónima das 12:00, tem toda a razão! Vejo tanta gente a argumentar que os outros não podem lutar contra a perda da sua qualidade de vida por haver outras pessoas que estão piores.. Vejo tanta gente que parece que até fica feliz com os cortes dos outros.. Tanta gente que exige a perda de "privilégios" dos outros em vez de lutar para que todos possamos ter uma vida melhor...

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    25. Anônimo das 12.20, mas eu só não continuei a estudar porque realmente não pude. Fiquei-me pelo 12o segundo porque o meu pai não tinha dinheiro para me pagar a faculdade e na altura já trabalhava a part-time mas o que ganhava não dava para pagar as propinas, assim como o horário, não dava para conciliar com o curso que queria. E relativamente ao que ganha, para o que faz é para o que estudou, é pouco. O que eu queria dizer é que empregado de mesa também não é fácil, aliás estou 12h p/ dia sobre as pernas (azar que tive uma trombose) e não compensa o que ganho .. E quando tento procurar alguma coisa minimamente decente a nível de carga física e horária, apresentam valores de 500€ e para mim é impensável sustentar uma casa em que o meu namorado recebe 500€, eu não posso ganhar o mesmo valor .. se não, não da.

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    26. Só por curiosidade, que especialidade médica é que ganha 800€ e tal líquidos por mês? É uma pergunta legítima e não capciosa. Obrigada :)

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    27. Barbara Barbosa, se ainda sentir vontade de voltar a estudar, sei que há bolsas às quais pode tentar concorrer. Tenho um colega meu que só paga 250€ de propinas por ano (na UPorto). Também tenho várias colegas licenciadas/ mais velhas a tirar o curso...

      Por favor, não leve isto a mal. Só estou a tentar ajudar. Se ainda quiser, há formas de tirar o curso.

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    28. Acha q isto tb está bom para se estudar? Gastar rios de dinheiro em estudos? Pedir créditos para estudar ? Sim porque conheco pessoas q pediram creditos para se fornarem; e agr abdam a paga los!Estar na casa dos pais até aos 30anos. Estudar tantos anos para "nada" trabalhem mas e agarrassem com unhas e dentes seja no que for ! E quem está mal só tenho uma coisa a dizer é o país que temos! Muitos estudam tanto vão para especialidades que se for preciso nem gostam e fazem frete! A minha irmã foi operada a apêndicite e quando foi para o bloco operatório viu a cara de nojo que duas estagiárias! Gajas assim nem merecem canudo parece q estão contrariadas a trabalhar! Futuras doutoras e a fazem figuras tristes como estas! Ou seguem áreas boas só para ficarem bem vistas diante de outros? Ah sim senhora é formada e tal. Depois não fazem nada de jeito nos hospitais. E estamos a falar de saúde !

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    29. Também sou médica mas tenho uma opinião muito diferente daquelas que li.
      Da minha experiência, tenho a dizer que é muito mais difícil entrar na faculdade do que sair dela. É realmente necessário muito estudo, método/organização, motivação e vontade. Mas "o querer tem muita força"! Tinha um objectivo e concentrei toda a minha energia para o alcançar. Durante o secundário, fui disciplinada mas sempre tive tempo para ser uma adolescente saudável, conviver com os meus amigos pelo menos uma vez ao fim-de-semana, e ter um desporto.
      Quanto ao período da faculdade, foi um dos melhores da minha vida, muito devido à "família do coração" que criei! Vivi fora de casa dos pais, ganhei autonomia, raramente faltava as aulas, mas todos os dias dava para fazer programa de amigos (lanches de estudo lá em casa, café no "piolho", jantar conjunto)... E durante os três primeiros anos, saíamos quase todas 5f (noite académica)! Claro que época de exames (Janeiro e Fevereiro) não existia e não saia de casa, mas acredito que seja assim em quase todos os cursos!
      O volume de estudo é realmente imenso mas tudo se faz!
      Enfim! Acho que consegui um equilíbrio saudável que me enriqueceu enquanto pessoa! E ainda tive oportunidade para fazer Erasmus!
      Não era caso único! Todo o meu grupo de amigos tinha esta filosofia de vida...
      Verdade é que, o último ano de curso é horrível! Tudo porque temos que fazer as cadeiras, a tese de mestrado e estudar para um exame exigente do qual a nota ditará o que iremos fazer toda a nossa vida!! - o exame de especialidade!
      Portanto, escolhi cirurgia geral com o coração! É das especialidades mais trabalhosas da medicina e não estou arrependida, até porque não me vejo a fazer outra coisa, mas ter vida própria é algo complicado!
      Na fase do internato (tirar a especialidade), principalmente nas especialidades cirúrgicas, temos que ter quase disponibilidade total!!
      Há hora de entrada mas nunca de saída... Facilmente trabalho o dobro das horas que me pagam!... Amor à camisola! Fora o estudo, os trabalhos para o serviço e congressos, os cursos...
      É trabalhar a um ritmo alucinante e nem sempre temos fim-de-semana livre ou festas!
      Apesar de Tudo isto, adoro aquilo que faço...
      Podemos não ser reconhecidos ou bem remunerados mas geralmente sentimo-nos realizados!
      Apesar de tudo, tenho exemplos bem perto de óptimas médicas que também o são óptimas mães, esposas, amigas e filhas!!
      E eu não acredito em vocação em medicina... Só na religião!
      O segredo é: quando temos tempo livre temos que aproveitar a 100% e compensar as nossas ausências!
      Quando estamos a trabalhar, temos que o fazer por gosto!
      Enfim! Mas acho que é assim com a medicina e com todo o resto na vida!
      Boa sorte!

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    30. Sou aluna do 4º ano do curso de medicina e o meu horário (tal como o do meu círculo de amigos) é das 8:30 às 20h de Segunda a Sexta. Durante este tempo temos aulas, estudamos ou fazermos investigação (alguns de nós até já dão aulas). No início da cadeira, basta estudar durante um dia do fim de semana. Nas semanas anteriores ao exame, desaparecemos e é estudar o dia todo, todos os dias. Há pessoas que na Quinta vão sair, mas eu sempre tive aulas às 8:30 de Sexta e se tivesse ido sair na noite anterior seria impossível estar na aula. Aliás, ficava com o dia todo "estragado". Cada um encontra o seu equilíbrio. Tenho tempo para o meu namorado, para ir ao ginásio, para passear o meu cão..

      Sei que não perguntaste como era a vida de uma estudante, mas é capaz de te interessar. Estudo mais agora que no secundário. Não é fácil, mas penso que vale a pena. Quem corre por gosto não cansa. Às vezes irrita-me ver colegas do secundário a fazerem uma vidinha bonita quando eu me mato a estudar! :p

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  9. Uma coisa que ajuda muito é fazer listas de tudo o que há para fazer. Ajuda bastante,acreditem.

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  10. "Eu sou a pessoa que enquanto o pão está na torradeira faz campeonatos consigo mesma para ver se consegue tirar e arrumar a louça toda da máquina antes de as torradas saltarem. Juro!"
    Eu acredito porque sou igual. Eu pensava que era só eu, afinal não e ainda bem.
    É bom saber que não sou a única a desenhar campeonatos e metas mentais. É que quando penso nisso parece um hábito estranho.

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    1. Eu sinto-me incompetente quando não tomo banho e lavo os dentes ao mesmo tempo. Maximização total de recursos ;))))
      Acho que somos muitas ;)

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    2. E quanto se tem algo no microondas e fazer N coisas antes de ouvir o PLIM? EU!!! LOLOL

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    3. Aaaaah mais uma também a acrescentar, estar parada é q não =)

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    4. Opá, que ideias fixes!

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    5. A minha questão é: Mas há alguém que fique a olhar para a torradeira enquanto o pão lá está? :)

      Hoje de manhã, aproveitei para arrumar a louça nesse tempo.

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    6. Há... a maioria dos homens :)

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  11. Para mim o essencial para me organizar é planear as coisas. Se às vezes não correr como planeado não entro em stress, mas acho que ajuda muito planear. Também tento sempre fazer as coisas mais importantes primeiro e só depois é que me ponho a procrastinar. Eu trabalho, estudo e moro a 60km disto tudo, não é fácil mesmo. Mas tento estabelecer prioridades e posso dizer que consigo conciliar tudo, sendo que ainda tenho o blogue também e tento correr pelo menos 3 vezes por semana. :)

    http://entreosmeusdias.blogspot.pt

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  12. Gostei muito deste post. De facto acho que o segredo está na organização e na auto disciplina. E nada de engonhar. :)
    Ainda preciso de me organizar bastante para conseguir produzir mais posts e com maior regularidade. Chego a casa e tento fazer isso ao fim do dia mas é bem complicado... Entre fazer comida, tratar da roupa, estar com a minha filha e ver uma série vão-se as poucas horas que tenho disponíveis depois do trabalho. mas sou bastante desorganizada. Vou trabalhar nisso, ou tentar.

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  13. O importante é faze-lo com gosto, se o fizermos não cansa e acho que tb é o teu caso, parabéns
    Mark Margo
    www.markmargo.net (entretenimento e cinema)

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  14. Pois eu também iria gostar imenso de ter um trabalho em que eu próprio poderia gerir o meu tempo sem pressões e coisas do género.
    Pipoca se precisares de um ajudante podes contar comigo :D

    www.pensamentoseepalavras.blogspot.pt

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    1. Se iria ajudar a pipoca, suponho que não iria gerir o seu tempo. Suponho que um ajudante (assistente) fique com as coisas que têm mesmo timings para ser feitas.. Não anda a ver demasiado 'sex in the city'?

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    2. o anonimo das 16:36 parece que padece de falta de humor..

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  15. Obrigada pelo post, gostei muito! Parabéns.

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  16. eu faço uma maratona de dar um jeito à cozinha é enquanto o leite está a aquecer no microondas 😜

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  17. Aha, Pipoca. Como freelancer com crianças, identifico-me com quase tudo, menos com a parte de tentar estar na cama às 11 da noite. Desde que trabalho em casa, tornei-me mega pro da logística. Cada momento, desde que acordo, é passado a pensar, a escrever, a organizar, a responder a coisas, a arrumar e, confesso, a comer torradas ao lanche. A noite fica para trabalhos urgentes, passar recibos *inserir emoji de vómito aqui* e adormecer no sofá depois de jurar a mim mesma que é desta que fico acordada a ver um filme. (eventos é que não. só deslocações obrigatórias de trabalho e circo montado com a ajuda da família toda, felizmente.)

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  18. O que rouba mais tempo são as refeições. Planear e confeccionar refeições para mim, marido e filha. Eu e o marido precisamos sempre de almoço e jantar e a filha só de jantar.
    Isso de comer/trazer fora não dá para a nossa carteira.

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    1. Eu não tenho filhos ainda, mas eu e o marido levamos almoço todos os dias para o emprego. O que fazemos é ao fim-de-semana cozinhar para a semana toda. Por exemplo, ligar o forno e fazer logo um pirex de peixe, outro de carne e uma quiche. No fogão fazemos uma panela de sopa. Assim temos sopa para 1 semana inteira (e normalmente até sobra, porque só comemos numa das refeições diárias, sendo que congelamos logo um tupperware). A carne e o peixe, deixamos por exemplo 2 tupperwares de fora que já dão para 2a e 3a e congelamos o resto. 4a e 5a comemos duas coisas que cozinhámos na semana anterior e que estão congeladas e 6a fazemos alguma coisa rápida de manhã (ou levamos um resto da quiche, por exemplo). Todos os dias de manhã, durante a preparação do pequeno-almoço, fazemos os acompanhamentos (por exemplo, arroz que dê já para 2 vezes, ou massa ou puré para o dia, couscous, batatas). Ao jantar, comemos algo mais leve, tipo salada, ou tostas com queijo fresco/de barrar, atum, gelatina à sobremesa, alguma mistura assim. Como lanchamos (iogurte, fruta e bolachas) e à noite já não costumamos sair, um janyar mais leve é suficiente!

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    2. Estão aqui boas ideias e faço algumas delas mas não posso passar os fins-de-semana a cozinhar. Só tenho o Domingo livre e é para aproveitar estar com a minha filha. E mesmo com ela em casa não posso estar na cozinha porque ela requer atenção (ainda é pequena). Nos dias de semana saio do trabalho, vou buscá-la e cuido dela. Ah, e o meu marido não come massa. Nenhuma, de nenhum tipo! Isso corta-me logo as opções de marmita em metade! :(

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    3. Pois, se já tem o fim-de-semana limitado, assim é mais difícil! No nosso caso, não o passamos agarrados à cozinha, porque preparamos os 2 o que vamos pôr no forno e depois ele fica ligado umas 3h, mas da nossa parte é só ir monitorizando o que lá está e ir tirando/pondo as coisas, podemos estar a fazer outras coisas entretanto. Será que lhe compensava investir num robot de cozinha? Eu não tenho, mas quem tem diz que pupa bastante tempo na cozinha e que com filhos é bom, porque é só programar aquilo e podem ir fazendo outras coisas até dar sinal. O Continente está agora com uma campanha com a Yammi a 150€. Está temporariamente esgotada, mas dizem que no decurso deste mês devem repor o stock!

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  19. Pipoca, tens empregada? Dizes que arrumas e dás um jeito. Portanto deves ter empregada para a limpeza de casa-de-banho, do pó, aspirar e aquelas tarefas mais a fundo, certo?
    Gostava só de saber pois não me consigo organizar com a casa.

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    1. Eu vivo com o meu namorado há 5 anos (temos 28) e nunca tivemos empregada. Durante a semana vamos fazendo aquelas coisas tipo máquinas da roupa e da louça (ficam a trabalhar durante a noite e de manhã estendemos/tiramos, por exemplo), pequenos cozinhados e limpeza da cozinha do que ficar sujo no momento. Ao fim-de-semana, normalmente ao sábado de manhã, os 2 em 1h limpamos a casa toda. Um aspira e o outro lava o chão a seguir, vamos fazendo isso os 2 passando pelas várias divisões (vivemos num t2). Eventualmente se for uma semana em que vamos estar fora nesse fim-de-semana (viajamos com alguma frequência e os nossos pais não são de Lisboa, por isso também nos ausentamos para os visitar), só limpamos no fds seguinte (a casa é toda chão de madeira, excepto cozinha e casa de banho, nós vamos 3/4 vezes por semana ao ginásio à noite e tomamos banho lá, por isso, a casa nem se suja assim tanto e não somos uns xiitas das limpezas eheh). Nem ponderamos contratar empregada! Ah e roupa temos cuidado a estender e depois a dobrar, por isso, a maioria das peças já nem requer passar a ferro ;)

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    2. Ah Ah! Somos duas, trabalho por turnos e irrita-me profundamente que nas minhas folgas tenha que estar "agarrada" à lida da casa!
      ODEIO arrumar/limpar a casa! Se fosse aumentada a primeira coisa que fazia era contratar uma empregada! Limpinho! :)

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    3. Anónimo das 17:43, agradeço a partilha pois é sempre bom ver outras realidades mas não se pode comparar a vida de não tem filhos com a de quem tem. A diferença é descomunal. Já para não falar que o meu marido tem 3 empregos. Mas percebo o que diz pois quando era só eu e ele (e ele trabalhava menos) as coisas eram muito diferentes. Nem considerava ter empregada, não fazia sentido.

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    4. Ah outra coisa que ajuda muito é não andar com os sapatos da rua em casa! Nós temos 3 sapateiras no hall de entrada onde guardamos tudo e, assim que entramos, pomos lá os sapatos e calçamos chinelos (no Verão) ou pantufas (no Inverno). Isso reduz imenso o lixo dentrod e casa, às vezes é só preciso aspirar/lavar o chão de 2 em 2 semanas :)

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    5. Anónimo das 11:55: Concordo! Isso ajuda muito! Mas nós temos quintal e o marido entra e sai e aí não se calça e descalça de cada vez que o faz. E o quintal suja-se muito. É uma guerra que tenho com ele. Mas mesmo não usando sapatos dentro de casa, moro numa vivenda com a acesso quase directo à rua e entra muito pó e "lixo" da rua só de abrir portas e janelas. Aspiro e lavo o chão todas as semanas e às vezes não chega.

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  20. Raiz não tem acento.
    (desculpa, tantas vezes vejo eu este erro que já me faz arrancar cabelos...)

    Obrigada pelas dicas, gestão de tempo é uma daquelas coisas que se pode sempre melhorar :) (exceto se se for esta pessoa, que conjuga um emprego, uma segunda licenciatura, dar e receber aulas de yoga, uma família e sei lá mais o quê... http://busywomanstripycat.blogspot.pt)

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    1. Verdade, o melhor blog com dicas para destralhar, organizar tempo e ser produtivo... adorava ser como a Rita :)!

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  21. tá fixe este post..boa pipoca!

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  22. Li este post e senti-me uma pessoa inútil, talvez porque seja mesmo! :) Ora bem, acabei o meu curso há cerca de 1 ano, mas sinceramente não estou nada entusiasmada para trabalhar na área. E então porque raio é que tiraste esse curso, sua estúpida?! pois, bem...não sei! Neste momento trabalho só ao fim-de-semana, numa área completamente diferente, já tinha este part-time antes de entrar na universidade. Durante a semana não tenho horários, apetece-me vou ao ginásio de manhã, se não me apetecer vou só à tarde. Por isso, todas as semanas são diferentes, não tenho uma rotina. Mas sou tão feliz assim :)) Mas claro que não posso ficar assim o resto da vida.

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  23. Não passo o meu dia a escrever no blog mas passo-os em frente ao compuatador e confesso que sinto imensa dificuldade em controlar o tempo. Sou extremamente desorganizada e perco-me com qualquer coisa. Quanto às insónias, sou muito parecida. Detesto perder tempo a andar às voltas na cama!! Beijinhos Pipoca :P

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  24. tantosmedicos e advogados neste blog lolol valeu as gargalhadas do dia q ainda n tinha dado nenhuma com tanta vontade hahahahahahaahah

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    1. Onde está a piada?

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    2. Se não queres estudar vai para enfermagem.
      Não sabe o que escreve.
      Anonimo das 17.53

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    3. Olhe anónimo das 23h49, fiquei estupefacta com o seu comentário e só me apetece descer ao seu nível de ignorância e estupidez e mandá-lo para um sítio para onde merece ir!
      Sandra

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    4. Sou uma das advogadas que escreveu lá em cima. Também não percebi a piada... Acho que dá para perceber pelos inúmeros comentários que as leitoras aqui deixam que as profissões das mesmas são bastante transversais.

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  25. Quero lá saber como organiza o seu tempo!...gostava era de saber como é que uma familia que ganha o ordenado mínimo e tem 3 filhos organiza o tempo e o dinheiro! Isso é que a mim me dava jeito saber!
    Agora o seu!? Poupe-me srªpipoca

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    1. Sabe como é que pode ser poupada? Não vindo ao blog. :)

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    2. Podia começar por poupar na internet...

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    3. Olhe tivesse estudado e tirado um bom curso em vez de engravidar três vezes

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    4. Anónima aí de cima!! E porque não pensou no tempo e no dinheiro antes de ter decidido ter os seus três filhos??
      Põem-se crianças no mundo, diz-se "tudo se cria" e depois é só azedume para cima dos outros??
      Parece que culpa o mundo pelas suas decisões de vida!
      Poupe na internet e poupe-nos a nós também o ter de a aturar!!!
      Olha-me esta!!

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    5. ora ai está...

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    6. ora ai está...

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    7. Se eu fosse a pessoa a familia ordenado mínimo e tivesse 3 filhos não precisaria de testemunhos para isso porque essa seria a minha experiência.felizmente não é.não ganhamos o ordenado mínimo e não temos 3 filhos. Apenas queria dizer que essas pessoas sim,poderão ter um testemunho válido sobre organização de tempo e dinheiro,mais do que uma blogger cujo trabalho se resume a tão pouco e quer fazer acreditar que trabalha muito e tem muito pouco tempo. Gerir um dia com 3 horas de trabalho efectivo é tão simples.agora gerir um dia de 8 ou 9 horas de trabalho,deslocações,filhos,escolas e pouco dinheiro,isso sim merece o meu respeito. Era só isso. E só um esclarecimento a algumas leitoras ingénuas:há pessoas com cursos superiores que ganham o ordenado mínimo. Há familias que têm filhos numa conjuntura e passados uns anos ficam sem emprego.há muitas variáveis.tem 16 anos ou vive num mundo cor de rosa!??

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    8. Eu não a quero fazer acreditar em nada, minha boa amiga, que não sou o novo Messias. Limitei-me a partilhar a minha experiência, porque algumas pessoas me perguntaram. Mas, aparentemente, ou não leu ou não percebeu nada daquilo que eu escrevi. Quer apenas ser do contra. Nada de novo.

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    9. Caros comentadores: há e haverá sempre alguém com vidas mais complicadas que as vossas. Há quem não tenha filhos, há quem tenha três, quem tenha doze, quem esteja desempregado, quem se farte de trabalhar e ganhe o ordenado mínimo, quem ganhe balúrdios e trabalhe das 9 às 17h. Não percebo porque atacam quem vos parece estar melhor na vida. Volto a dizer que os posts da Pipoca têm uma missão social muito importante, desde a distração sobre assuntos mundanos até à luta por causas humanitárias. Mais uma vez, obrigada, Pipoca.
      Sandra

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  26. Olhe, aproveite e poupe na taxa de natalidade... Se só ganham o ordenado mínimo...favor usarem métodos anticoncepcionais. De nada!

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    1. Exacto! Procriam que nem coelhos sem condições para tal e depois queixam-se da vida miserável que levam...

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    2. Ainda no outro dia estava no cabeleireiro e ouvi uma senhora a falar sobre ela e o marido estarem desempregados, já com dois filhos mas andavam a tentar o terceiro porque ela queria uma menina. Perguntaram-lhe se seria a melhor altura e a resposta foi que cá se criavam, melhor ou pior. A sério, depois não me peçam para ter pena. Ganhem juízo.

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    3. Ao menos tinha dinheiro para ir ao cabeleireiro.... Há uma parte de mim que estremece quando os doentes reclamam por terem de pagar 4€ por uma caixa de comprimidos para coração que lhes dura 2 meses (comparticipada, claro) mas depois aparecem com a unha de gel impecável, com madeixas...

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  27. Realmente... pode começar por poupar no valor que gasta de internet para ler um blog com o qual pelos vistos não se identifica...
    Você poupa uns euros ao fim do mês, produz mais no seu trabalho porque não perde tempo a escrever estes comentários (pode ser que o patrão lhe dê um aumentozinho) e poupa-nos a nós e á Pipoca porque nós não temos culpa que seja revoltada...
    Mónica

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  28. Se é um blog pessoal, vem para aqui, tratar "mal" a autora...
    Menos muito menos...!!!

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  29. Eu sou trabalhadora por contra de outrém e por vezes penso que gostava muito de começar a trabalhar por minha conta, mas neste momento não posso arriscar o certo pelo incerto, mas não está fora de questão.
    Ter um horário fixo das 9h às 18.30h, faz com que tenha de sair da cama às 7h todos os dias e só chegar depois das 19h.
    Os filhos também só chegam a essa hora e aí começa mais uma jornada - jantar, banho, roupa s, mochilas e lanches para o outro dia, roupa a lavar, estender, passar... nunca estou na cama antes da 1h.
    Mas o que sinto mais falta é tempo para ir ao cabeleireiro, estéticista, porque quando saio do trabalho esses locais estão fechados ou a fechar, então só posso ir ao sábado, o que implica por um lado deixar de estar em casa, com a familia e arrumar.... e por outro perder a paciência de tanto esperar, porque é o dia em que mais gente tem.
    Gostava de ter uma folga, nem que fosse uma tarde/manhã a meio de semana para pdoer organizar as minhas coisas, fazer compras sem ser ao fds, ir a repartições pulicas que necessite, por exemplo...
    Sei que trabalhar por conta própria tem os seus contras, mas sermos donos do nosso tempo é outra coisa...

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    1. Nos centros comerciais o cabeleireiro tem um horário mais alargado.

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  30. Nem de propósito, este post.
    Estou a precisar mudar de vida, ando fartinha da vida que levo, de casa, trabalho, trabalho, casa e sem tempo para nada.
    Isto de ter um emprego das 9h às 19h, casa grande (na hora de a fazer ai que giro e tal, espaço, mais uma divisão aqui, outra ali, agora só para a limpar...), 2 filhos, 1 cão, 1 marido que chega tarde a casa, está a dar comigo em doida.
    Quando chego ao trabalho já estou estourada, depois de fazer 3 camas, estender uma máquina de roupa, fazer pequeno almoço, ajudar a vestir, levar o cão à rua, dar de comer ao bicho, deixar algo a descongelar para a noite... deixo a miuda na escola, o mais velho sai cedo com o pai (que como saem mais cedo, não fazem tarefas em casa de manhã, senão tinham de se levantar ainda mais cedo).
    Mais de duas horas depois de me ter levantado, chego ao trabalho com falta de motivação e paciência.
    Regresso só à noite e começam os tpc, os banhos, o jantar (que nunca é antes das 21h) e mais roupa para lavar, passar, estender. Nos dias que os miudos têm atividades ainda é pior (têm uma cada um, dois dias por semana).
    O marido contribui com tudo o que pode, mas a verdade é que está muito pouco tempo em casa.
    Ao sábado temos de fazer compras que durante a semana não é possível, a casa para arrumar (dar um jeito!), mais roupas (malditas roupas) e lá se vai o sábado. Resta o domingo, damos uma voltinha ou então ficamos por casa a morrinhar que às vezes também sabe bem, mas depressa é segunda de novo e começa a roda viva... estou mesmo desanimada, não é isto que quero para mim!

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    1. Tenho um bocado de medo de "crescer" e dar por mim e a minha vida ser assim! Se bem que nós só queremos ter 1 filho, nada de cães e, vivendo em Lisboa, nunca estará ao nosso alcance uma casa grande ;) vejo tanta gente amargurada à minha volta, colegas nos 40's com filhos, casadas ou divorciadas, sempre a queixarem-se da vida, com o dinheiro todo contado, com o dia cheio de coisas que são apenas tarefas e "coisas para fazer" e nada de lazer ou prazer, isso assusta-me. Pergunto-me se foram más escolhas, não planear bem o que queriam para si, ou se como o rumo da vida são coisas que "acontecem". Por agora (tenho 28 anos, vivo com o namorado há 5, desde que começámos a trabalhar) tenho uma vida que adoro. Sabemos ambos o que queremos, temos estilos de vida semelhantes, sempre planeámos a nossa vida em comum em conjunto e ambos na mesma direcção e todas as escolhas que fizemos foram pensadas, com expectativas realistas e tudo correu bem. Mas tenho medo de o passo "filho", ou "vida profissional" no futuro, ou "conjuntura económica" façam tudo isto mudar e vir a ficar também numa vida em que não me revejo, como a que descreve.

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    2. Não posso falar por todos os que estão nestas situação, mas por mim.
      Não sei se foram más escolhas, foram simplesmente escolhas... aqui que me sinta estupida simplesmente por reclamar da minha vida.
      Se fui eu que construi a minha casa, porque me queixo agora que é grande e custa limpar?
      Se fui eu que quis dois filhos e adoro tê-los, não me posso queixar (e deles não me queixo)?
      Se fui eu que quis um cão e adoro tê-lo lá em casa, dá-nos alegrias, de que me queixo?
      Tenho um trabalho, pior estaria se estivesse desempregada, assim como o meu marido. De que me queixo?
      O dinheiro não abunda, mas felizmente não temos os tostões contados, por isso, de que me queixo?
      Queixo-me da falta de tempo, que por mais que eu me organize e considero-me uma pessoa organizada, não consigo que estique.
      Sei qual era a minha solução, mas isso implica um esforço financeiro que eu tenho medo assumir numa altura que ter emprego é quase um privilégio, que era eu deixar de trabalhar (se bem que isso também me assusta um bocado porque sempre trabalhei e fui independente), mas gostava tanto de ter mais tempo para mim, para os meus filhos, para o meu marido e até para a minha casa.
      Mas depois penso, daqui a uns anos os miudos vão para a universidade e todo o dinheiro que se conseguir juntar agora fará jeito, além de que depois deles serm independentes, eu já terei mais tempo e depois... irei fazer o que?
      Enquanto estas dúvidas me assaltam, vou vivendo...


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    3. Penso que, infelizmente, hoje em dia o tempo é um bem valioso! Cada vez se trabalha mais, se perde mais tempo em deslocações, se gasta tempo em tarefas domésticas, em cuidar dos filhos... com tanto avanço tecnológico e estamos se calhar pior que os nossos avós há 50 anos atrás, quando não havia tv e telemóveis!

      Eu sou uma pessoa muito organizada e "planeadora". Ou seja, penso muito sobre a vida, sobre o que quero, sobre que escolhas fazer, antecipo cenários, etc. Já deixei um emprego mais bem pago que implicava trabalhar 12h por dia (num dia normal, às vezes era mais) para agora estar num trabalho menos estimulante, pior pago, mas onde tenho um contrato sem termo, um horário fixo de 7h30 por dia e subsídios de apoio a quem tem filhos (que ainda não tenho, mas quero ter para o ano). Penso que apenas quero ter um filho porque penso que 1 é mais "gerível" entre os dois membros de um casal. Porque, sim, não quero que a minha vida se transforme unicamente num corropio de levar crianças à escola, ir buscá-las, levar a actividades, fazer tpcs, dar banho, jantar etc... penso que com um isso já irá acontecer, quanto mais com 2, 3, por aí fora. Gostava de poder tirar 1 ano ou 2 sem trabalhar quando tiver filhos, mas já sei que isso não será possível, iremos apenas gozar a licença legal. Mas estou determinada a continuar a ter um estilo de vida simples como já temos hoje os 2 e a continuar a fazer a 3 as coisas que gostamos. Por exemplo, viajar. Viajamos cerca de 4/5 vezes ao ano e com um filho sei que teremos que reduzir. Toda a gente me diz que com filhos nem sequer dá para viajar. Mas quem mo diz são pessoas que, antes de terem filhos, também nunca viajaram tanto como eu. E tenho lido tantos blogs de pais que continuam a viajar com os filhos e dizem que é óptimo, por isso estou determinada a fazê-lo. Espero que pensando assim a pouco e pouco e a cada momento a fazer escolhas que me mantêm feliz, espero não chegar a esse ponto de "estar farta da vida que levo". Diz que adora ter 2 filhos e 1 cão e que lhe dão alegrias, certo, mas já pensou que se calhar se tivesse tido só 1 filho e nunca ter tido um cão, o balanço final também seria de felicidade, talvez até maior? Agora, com essa escolha feita, não é possível imaginar como seria a sua vida sem essa pessoa e animal, porque já os ama, mas pensando antes talvez evitasse esse encargo. Enfim, não sei.

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    4. Entendo quando diz isso que antes de os ter "quem não é visto...", mas a verdade é que ter dois filhos foi o que sempre quis, assim como um cão, uma vez que sempre teve animais desde bebé. Casar e deixar de os ter era impensável, aliás, chegou primeiro que os filhos.
      Nós viajamos em familia uma vez por ano e a dois, uma ou duas vezes, não temos propriamente o dinheiro contado, mas isso é porque trabalhamos os dois, se um de nós o deixasse de fazer, lá está, teria mais tempo, mas em casa teríamos de abdicar de outras coisas, o que é uma escolha dificil.

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    5. Como me revejo nas suas palavras, cara anónima como eu.
      Hoje, por exemplo, é um dia em que me sinto tão em baixo... até gosto do que faço, mas ganhar 560 euros por mês, sem um aumento sequer de 5 euros há uns 5/6 anos deixa-me desmotivada.
      Em casa faço tudo e mais alguma coisa, não consigo deixar de o fazer, mas sinto que ninguém dá o real valor. O marido é daqueles que "ajuda" quando lhe é pedido e acha que até nem é mau, há quem não faça nada. Estou sempre a dizer-lhe para se comparar com os bons e não com os maus.
      Os meus filhos estão habituados à minha ajuda nos estudos e faço-o por gosto, mas a verdade é que fico sem tempo para mim. Não tenho hora do almoço, porque vou tratar deles, saio do trabalho a correr para ir para casa tratar do jantar que eles têm de sair para as atividades.
      Fico em casa a tratar de tudo: roupas, arrumações, lanches e mochilas.
      Se tenho a (in)feliz ideia de sair depois arrependo-me que fica tudo acumulado, ninguém faz nada, acumulam as roupas, a casa fica logo um caos.
      Ando muito desanimada com esta vida, mas não vejo soluções para deixar de ser assim...
      Ainda hoje vinha a caminho do trabalho a pensar que estamos quase no Natal e só me apetece chorar. Eu não quero Natal, uma época que esperam que estejamos felizes... mas eu não estou :( mas não tenho o direito de o dizer porque até as minhas amigas acham que sou a mulher mais sortuda do mundo, que tenho um marido fantástico (e é, em certas coisas), dois filhos maravilhosos (e são), um emprego (sim, tenho, mas ganho tão pouco), uma boa casa e um bom carro (pago).
      Como a anónima de cima disse, de que me queixo?

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    6. Todas as vidas tem os seus quês - com filhos e sem filhos, com tempo e sem tempo. Do que sinto e observo, muita da frustração que sentimos resulta de nos colocarmos a nós próprias (infelizmente as mulheres continuam a ser mais afectadas por estas questões) expetativas muito elevadas, seja porque idealizamos uma determinada vida, seja porque caímos no erro de comparar o nosso interior com o exterior dos outros, e queremos que o nosso dia a dia, com todas as suas dificuldades e complexidades, seja igual às imagens que vemos em blogues e redes sociais. A minha vida não tem nada, mesmo nada a ver com o que imaginei, mas sinto-me grata pelo que tenho. Tento procurar, de forma muito consciente, um equilíbrio entre aceitação e ambição, encaixando o que não posso mudar e procurando, com todas as minhas forças, mudar o que pode ser mudado. Acima de tudo, procuro evitar qualquer tipo de amargura perante mim mesma e os outros. Nem sempre é fácil, mas não é impossível :)

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  31. gostei muito, ficámos a conhecer um pouco mais de ti!

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  32. Muito Obrigada Pipoca! Fui eu que "pedi" este post (quando te dei os parabéns pela maratona), já que, também trabalho por conta própria (sou freelancer) e sei o quão rápido o tempo voa. Quem acha que a vida da Ana é superfácil é porque não deve saber o que é sentir que o trabalho não tem fim e que muitas vezes é muito fácil ficarmos absorvidos só a trabalhar e a não fazer mais nada que tenha a ver com lazer, ou a estar com a família, porque, além de fazermos o que gostamos, o trabalho está sempre connosco. Admiro a Ana porque além de perceber que se envolve em mil projectos, está sempre a pensar nos próximos. Só quem o faz sabe o trabalhão que isso dá. Só quem escreve um blog também sabe que os posts requerem imenso tempo. Além disso ainda treina para maratonas, vai ao ginásio, dedica-se ao filho e marido, viaja, lê, vê séries e mais uma data de coisas inerentes à vida (arrumar a casa, cozinhar, supermercado, etc.) Obrigada Ana. Para mim este post foi super útil. Percebi que, de facto, faz o que todos deviam fazer: produzir o máximo nas horas em que estipula trabalhar. Acho que a maior parte das pessoas têm muita dificuldade em por-se no lugar do outro, por isso são tão críticas.Acham sempre que a vida dos outros é mais fácil que a deles.

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  33. Bom Post Pipoca. Já li várias leitoras a pedir para a pipoca descrever o seu dia.
    Há comentários que parece que a pipoca é a culpada da desgraça do mundo.
    Cada um tem a sua vida, uns uma vida melhor, outros pior. Todos temos problemas.
    É a vida.
    Aos azedos: "Live and Let Live"

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Teorias absolutamente espectaculares

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