Esta manhã tive a oportunidade de entrevistar a Purificación García, que está em Lisboa para o lançamento da peça Piedra Principio, uma colaboração com a artista Sofía Táboas e a Fundación RAC, dedicada à difusão e promoção da arte contemporânea. Trata-se de uma gargantilha produzida em edição limitada (apenas 150 exemplares), banhada a
ouro e completada por uma peça de pedra de granito
cinzento, esculpida nos ateliers locais da Galiza, de onde Purificación García é originária. Esta peça, que custa 92€, estará disponível para venda em quatro países, sendo que um deles é Portugal. O evento de lançamento é esta tarde, às 17.00, na loja da Avenida da Liberdade, e conta com a presença da Purificación García. Ao longo do evento, e também até ao final do mês nas lojas da Avenida e do Saldanha, 30% do lucro das vendas desta peça será doado à associação Make a Wish. Para além disso, 10% de todas as compras feitas hoje na loja entre as 17.00 e as 19.00 revertem também para esta instituição. Se puderem passem por lá.
Esta peça, que criou em parceria com a designer Sofia Táboas, chama-se Piedra Principio. Isto vai ser o princípio de algo que se vai repetir e ter uma continuidade ou é uma parceria única?
Para já é única. Chama-se “Princípio” porque é um projecto muito grande, ao qual dedicámos muito tempo, e que finalmente viu a luz. É muito conceptual mas, ao mesmo tempo, tem um lado muito envolvente. É preciso voltar ao princípio, à forma como se trabalhou e amadureceu até se chegar a esta peça. Fomos contactados por um galerista e coleccionista de Pontevedra que nos ofereceu a possibilidade de fazer este projecto com a Sofia. Achei, desde logo, que era algo muito emotivo, porque me recordava as nossas infâncias. Apesar de termos idades e trabalhos muito diferentes, acima de tudo eu e a Sofia temos a mesma linguagem, dedicamo-nos aos espaços, à matéria, às texturas, às cores, e nesse sentido acabamos por ser muito parecidas. Para fazermos este projecto precisávamos de ter uma linguagem comum. Para além disso, nascemos na mesma zona, vivemos as mesmas coisas em pequenas, e isso é muito importante. A partir daí criámos um projecto enorme do qual fazem parte muitas coisas, incluindo esta peça, cuja influência é o ambiente da Galiza e a época dos romanos, e que foi feita com materiais como o ouro, o bronze e o granito. É uma peça que foi pensada para ajudar várias ONGS em Espanha, no México e no Chile. Aqui em Portugal também vai ajudar a Make a Wish, já que 30% das vendas durante o dia de hoje revertem para esta instituição.
Sempre desenhou roupa. Deu-lhe prazer criar este acessório?
Muito, sobretudo porque é um regresso ao trabalho artesanal e houve muita gente envolvida. Este projecto tem várias partes importantes, desde a recolha das pedras de granito até à parte de as esculpir. Há tanta gente por detrás disto, tantas mulheres a trabalhar para que este sonho se cumpra, e isso é muito bonita. Para além disso, houve também muito trabalho por parte da equipa de design da Universidade de Pontevedra, e todo o contributo da Sofia.
Muito, sobretudo porque é um regresso ao trabalho artesanal e houve muita gente envolvida. Este projecto tem várias partes importantes, desde a recolha das pedras de granito até à parte de as esculpir. Há tanta gente por detrás disto, tantas mulheres a trabalhar para que este sonho se cumpra, e isso é muito bonita. Para além disso, houve também muito trabalho por parte da equipa de design da Universidade de Pontevedra, e todo o contributo da Sofia.
Isto é um pouco como um regresso às origens. É uma pessoa revivalista, tem saudades do que já passou?
Sim, tenho sempre algumas recordações, é normal, é a minha história e não a posso apagar. Mas também olho muito para o futuro. Sou uma mulher bastante inquieta e curiosa, estou sempre a meter-me em novos projectos e desafios, sempre sem me esquecer de quem sou e de onde venho.
E sente que é importante recuperar algumas tradições e materiais de zonas como esta que, muitas vezes, ficam um pouco esquecidas?
Sem dúvida. Para algumas pessoas este é um projecto demasiado conceptual, mas eu acho que tem um lado muito emotivo. Faz-me lembrar o meu início, que também era muito artesanal, sem indústria, tudo era feito por pessoas muito simples.
E como é que as pessoas da Galiza, que estiveram envolvidas neste projecto, o viram?
Acho que também se emocionaram bastante. Este é um projecto muito ambicioso, toca as nossas origens e ajuda muita gente. Todos as pessoas envolvidas sentiram-se muito gratificadas.
Para quem é que esta peça foi pensada?
É uma peça que tanto pode ser usada como estar exposta em casa, como uma peça artística. Pode ser usada numa passadeira vermelha ou num evento especial, porque é uma peça importante. Talvez seja mais para a noite do que para o dia, mas tem muito uso.
E por ser feita de pedra não há duas peças iguais...
Todas as pedras foram talhadas à mão por pessoas da zona, e nenhuma pedra é igual à outra. Para além disso só fizemos 150 peças para o mundo inteiro.
Temos ainda o lado solidário. Acredita que é importante que o sector da moda contribua cada vez mais para projectos deste género?
Todos se devem solidarizar da forma que puderem. Eu, como designer, posso fazer este tipo de projectos, mas qualquer pessoa pode ajudar. Espanha é cada vez mais solidária, não sei como é em Portugal...
Penso que também. Apesar da crise, nestas alturas as pessoas sentem-se mais solidárias.
Sim, um grão de areia de cada um faz a diferença. Ainda a semana passada houve uma recolha de alimentos em Espanha. Mesmo que só se possa dar um euro ou 50 cêntimos, já é muito.
Tem pensados mais projectos como este?
Para já não. Não descarto a hipótese, mas vamos devagarinho. E tanto podemos ser nós a ir à procura como podem vir ter connosco e sugerir-nos algo.
Para terminar, pode falar-me um pouco das tendências Purificación Garcia para a próxima estação? O que é que vamos encontrar nas lojas?
Purificación Garcia é para uma mulher que tem de estar bem 24 horas por dia, por isso é uma colecção muito versátil, que tanto dá para ir trabalhar de manhã como para ir a um cocktail, a uma exposição ou um jantar. Basta pôr um acessório e ficam maravilhosas. No próximo Verão as cores vão ser o azul marinho, o vermelho, o verde e o amarelo mostarda. Há muitos estampados gráficos, seguimos com a tendência de calças curtas e subidas, , o tom sobre tom, e também há muitas sobreposições. Depois temos alguns apontamentos florais, bordados ou prints animais.
Casaco: H&M (antigo)
Saia: Naf Naf
Camisola e botas: Zara
31 comentários:
Por amor de Deus filha, teriam de me pagar muito bem para andar com um pedaço de mármore ao pescoço.
Essa Srª tem mtas plásticas ou botoxes, não? Estranho... a 1ª impressão é que é mto nova, mas depois, ó depois... o estranho... uma mulher AL/AM, portanto*...
Mulher AL/AM = Atrás liceu/À frente museu!
Ola Ana! Podia dizer de onde e o seu look? Era fixe. Como sempre esta muito gira. Beijinho Denise
Gira :)
Pessoalmente, achei o colar lindíssimo. Já agora, e visto que é uma edição especial de apenas 150 exemplares, será que podes dizer quanto custa? Deduzo que não seja barato, mas não custa perguntar :)
A marca das peças está descrita no final da última imagem....
É de louvar uma parte reverter para a Make a Wish
Sónia
Taras e Manias
Gosto muito da Purificación García! Sempre que posso compro alguma peça dela, e esta gargantilha está o máximo!
Tenho um vestido em segunda mão que só usei uma vez para vender, se alguém quiser:
http://lisboacity.olx.pt/vestido-purificacion-garcia-iid-438918671
Beijinho Pipoca honey :)
Gosto do fio e do desenho do fecho mas a pedra faz-me lembrar os tampos de mesa dos cafés de bairro. Aqueles tampos em PVC a emitir mármore.
Mas admito que seja falta de visão da minha parte.
(Sandálias em Dezembro e com este frio, ui! E não me venham dizer que é moda ou dá estilo).
olhei e pensei, olha a bancada de cozinha da minha sogra...
sofia
A Srª. está messmoooo de sandálias???
Não me digam que é preciso uma lupa! Não se vê que está de sandálias?
Não me leves a mal, a peça tem o seu devido valor mas...é que é igualzinha à minha bancada da cozinha!
Está lá escrito. Dão se ao trabalho de ler? Plamordedeus.
Para Cê,.....Esta peça, que custa 92€, estará disponível para venda em quatro países, sendo que um deles é Portugal
Li, mas não me apercebi da referência ao valor, caso contrário não teria perguntado, como me parece óbvio....
Obrigada :). My bad....de facto não me apercebi que texto já tinha feito essa referência.
Credo, tbm não me apercebi do valor mas já vi que não se pode pedir o valor que somos logo atacadas.....
Gira como sempre, mas esse cabelo, onde é que o vais buscar?! Está sempre perfeito :)
Não é ataque. É respeito pela autora. Ler o que ela escreve na totalidade. É como estarem constantemente a perguntar de onde são as peças que a pipoca veste. Está sempre a referência no final do post. Não percebo a dificuldade.
Elegante, como sempre :)
http://ddedetalhes.blogspot.pt/
Não é nada comigo, mas não resisti a comentar esta situação, visto que me parece que a dificuldade não está em perceber que foi feita uma pergunta para a qual já havia resposta…. Está na sua dificuldade em perceber que atacou um comentário que foi decorrente de uma mera distração de leitura.
Sugiro que dê umas voltas pelo blog da Pipoca (até pode ser pelo post das vendas privadas, cuja percentagem reverte para solidariedade) e veja o que é, efetivamente, desrespeito pela autora…
Parece um bocado da bancada da cozinha preso a um fio.
não é mármore é granito e como falou antes de experimentar a peça pensa que é pesada, mas não é! a peça é muito bonita (salvaguardo q ha gostos e gostos...) e cheia de significado!
...passe por uma das lojas PG e peça a um dos colaboradores para ver o colar, para lhe explicar o seu significado (s o que a própria Puchi explicou a cima não é suficiente) e depois sim faça o seu comentário!
Adorei a entrevista Pipoca. Começaste em grande, a pergunta está muito sugestiva.
Vejo que não perdeste o jeito e o gosto pelo jornalismo!
Parabéns!
Suse de Sousa,
Enerva-se com muito pouco...
Pelo contrário.Começou muito mal. A jornalista não deve fechar a pergunta. Quando uma pergunta não aceita senão as duas possibilidades que a entrevistadora lhe atribui -é isto ou é aquilo ? , é a pergunta de jornalismo fraco. Lamento.E este comentário, didactico, não vai ser publicado !
Ah ah ah! Então diga-me lá que outras hipóteses havia para além do "esta parceria é única ou é para continuar?" ? Já sei, podia ter também perguntado se era uma parceria para repetir só às segundas, quartas e sextas? E quem é que lhe disse que um jornalista não pode pode fazer perguntas fechadas? Disseram-lhe na faculdade e levou a coisa à letra, foi? Oh, vida, esta malta que segue tudo by the book...
Respondia-lhe com muito gosto e seriedade, se não tivesse logo fechado a questão, antecipando a resposta com uma rajadazita de perguntas. Sem interesse.
Geralmente encontro-me na situação da entrevistada.
De facto é a Pipoca que segue o livro, e ainda não percebeu isso.
"Isto vai ser o principio de algo ? "
Mostrou classe.
Desejo-lhe um bom dia.
Enviar um comentário
Teorias absolutamente espectaculares