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Saudades

quarta-feira, outubro 16, 2013

Há já dois anos que o meu cunhado mais novo está fora do país. Não é uma coisa má. Trabalha no maravilhoso mundo do futebol,  por isso estar fora é bom. Quer dizer que está a crescer profissionalmente, que está a aprender todos os dias, que está a fazer um bom trabalho e que, dentro de alguns anos, pode vir a ser um novo Mourinho (também é de Setúbal, por isso já não lhe falta tudo). Mas apesar de nós, amigos e família, sabermos que estar fora é bom, também morremos de saudades dele. É uma daquelas pessoas altamente inconvenientes de quem, estranhamente, toda a gente gosta. Não tem filtro, mas também ninguém o leva a sério. É a pessoa que anima todos os encontros e que tem frases e teorias que merecem ser compiladas para a eternidade (para além de uma vida amorosa sempre muito debatida e ao nível das melhores novelas da Globo). Ao mesmo tempo, é um bom amigo, uma alma sensível, super educadinho e correcto. E é por isso que todos o adoramos. Nos últimos tempos, demos por nós a acompanhar clubes húngaros e israelitas, a vibrar com as vitórias de equipas com as quais nem nunca sonhámos. Vemo-lo pouco, muito, muito, muito menos do que aquilo que gostaríamos, mas o Skype e o Whatsapp ajudam a encurtar a distância. O meu cunhado será o padrinho do Mateus, mas ainda não o conhece. Só pelas fotos que lhe envio todos os dias. E sei que isso lhe custa. O mais certo é que não esteja cá na altura do baptizado, o mais certo é que não venha cá passar o Natal, o mais certo é que não venha a casa durante um ano. Quando vem é uma festa, começamos a contar os dias que faltam e no aeroporto dou saltinhos quando o avisto. Enquanto isso não chega, vamos-lhe dizendo com frequência o quanto gostamos dele, o quanto sentimos a sua falta, o quanto nos enche de orgulho. Tem sempre um quarto cá em casa pronto a recebê-lo. Estar longe não é fácil. Estar noutro continente não é mesmo nada fácil. É bom sempre que volta, mas é triste sempre que vai. Possivelmente, e se tudo correr bem, só o voltaremos a ver em Abril. Estamos a pensar ir até Israel para estar com ele e conhecer o país. Ainda falta muito, mas sempre é uma data no horizonte que ajuda a controlar as saudades. 

66 comentários:

  1. Eu, no lugar do teu cunhado ia gostar muito do texto que lhe dedicaste, com excepção da parte em que falas ainda que numa tentativa subtil, da vida amorosa.

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  2. Parabéns pelo texto "apaixonante" que escreveste sobre o teu cunhado...acho que todas as pessoas que têm alguém longe, se vão reconhecer no que escreveste!

    http://thatsthe-way.blogspot.pt/

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  3. Ainda não tinhas visto este vídeo?

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  4. Custa muito ter aqueles que gostamos longe. Mas custa infinitas vezes mais para quem esta fora. Infelizmente, conheco os dois lados!

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  5. Abril? Cuidado com o Pesah, vê quando calha (1 semana no total), senão não há pão para ninguém em Israel (nem bolos, nem bolachas, nem esparguete), e o pão ázimo é enganador, engorda que se farta!

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  6. Partilhei este video com a minha mae, enquanto falavamos por skype, e desde o segundo em que apareceu (10.000km no video) começamos as duas a chorar. É essa distância a que estou da minha familia.

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  7. Eu vivo uma situação semelhante mas com o meu pai. Pior, pode dizer-se. Um oceano que nos separa, muitos natais e páscoas e aniversários que ficaram por viver. Porque simplesmente perde-se o significado quando alguém falta. Ele está bem, vivo. Dou graças por isso todos os dias, damos todos cá em casa e no resto da família. Mas é uma mágoa que está cá sempre. E ansiar todos os dias, todas as vésperas de natal que possamos ir buscá-lo ao aeroporto para ele estar no nosso meio. Mas esse dia nunca chega. Esse dia cada vez mais parece uma miragem. A nossa vontade em tê-lo cá é tão grande que tentamos que não desvaneça a nossa fé, a nossa esperança de celebrar mais um aniversário em grande como ele fez, sem saber, antes de partir há 10 anos atrás. É uma contagem dura, que mói, que deixa marca. E que parece que nunca vai acabar. Quando escreveste sobre a perda dos pais eu lembrei-me do constante assombro em que vivo por pensar na hipótese de eu ir buscar o meu pai ao aeroporto dentro de um caixão, de perder tudo o que podíamos ter vivido. É um pensamento que me deixa tonta até. É um pavor que não termina.

    Aproveito o ensejo para alertar toda a gente que a comunidade de portugueses ilegais nos estados unidos está a atravessar um momento muito mau. Vêem negado o seu estatuto de seres humanos e só servem para pagar impostos por causa de uma lei que não funciona e de um sistema que insiste em negar o que é tão evidente. As coisas estão em discussão mas não se prevê um futuro risonho. Por favor, juntem-se a esta luta. Pressionem os poderes políticos que conheçam, entre outros.

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    1. A minha avô morreu 6 horas depois de aterrar em Portugal. Os últimos dias antes de morrer a única coisa que pedia era que a levasse-mos para que morresse em Portugal. Queria morrer no seu país, no país que a obrigou a emigrar 60 anos antes... Morreu na sua terra junto de toda a sua família e agora jaz junto do seu marido e filhos e, nós esperamos o dia de os voltarmos a encontrar.

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  8. Só pergunto como é que será padrinho do Mateus se não vai ao baptizado? É só em espírito?

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    1. Não sabia. Sempre a aprender!

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    2. Padrinho por procuração, fui batizada a 30 anos e tenho 2 padrinhos o que assinou e o que me levou e representou o outro na igreja… somos privilegiados

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  9. A minha mae tambem esta no outro continente, este texto e este video deixaram-me a chorar de saudades :(

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  10. Queremos foto!!! Lol

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    1. Pipoca arrumadinha??!!!Really???AHAHAHAHAHAHH

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    2. Pois, olha... amanha-te! LOL

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  12. Quero muitíssimo ir a Israel, ao Monte das Oliveiras, à Nazaré, ao Muro...ai, quero muito.

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  13. as saudades são tramadas, sei bem o que isso é.....:(

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  14. Epá....este vídeo deixou-me mesmo abalada...tenho imensas saudades da minha familia. Sinto-me uma emigrante no meu próprio país....:'( Já partilhei o vídeo com a familia. Obrigada! beijinhos Beatriz

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  15. Por momento revi-me nas tuas palavras ...

    pequenaflordemarracuja.blogspot.com

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  16. Também só conheci o meu afilhado com 3 meses. Também estava em outro continente quando ele nasceu

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  17. Teria mais piada esperar por ele.

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  18. O vídeo e o seu texto fizeram-me chorar, chorar muito. Estou apenas à um mês fora de Portugal, a estudar, e o previsto é ser apenas seis meses, mas eu sei que quero ficar mais e muito mais, vai custar-me imenso, mas é o melhor. Estou em Itália, a estudar, e eu sei que se voltar para Portugal não vou ter lugar nesse país medíocre. Itália não está melhor, mas já que aqui estou, porquê não tentar? O seu texto fez-me ter medo, fez-me temer que talvez não aguente estes meses que estão para vir, ou os anos que talvez vá ficar. Mas obrigada, por mostrar que vamos ter sempre pessoas à nossa espera, pessoas que nos desejam sempre o melhor, e que fiquem a torcer por nós, independentemente do lugar onde estejamos.

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    1. Vais aguentar, sim! E vais perceber que tens muito mais força e muita mais garra do que aquilo que imaginaste! Vais fazer amigos, e vais ver que o mundo é muito maior do que a tua rua aqui em Portugal, do que a tua cidade e do que o teus país. Vais gostar e vais ter a certeza que terás sempre os que amas à tua espera, sempre!

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    2. Eu parti há 8 meses para a Suíça e cada dia é uma tortura. Tenho uma vida melhor do que tinha em Portugal mas as saudades são mais que muitas. Mas sei que aqui as minhas filhas terão mais oportunidades e é isso que nos faz continuar e não desistir.
      Da Suíça envio-te um beijinho e desejo-te muitas felicidades nessa nova etapa da tua vida. Coragem (:

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    3. Pelo amor de deus. Uma coisa é alguém que, depois de procurar emprego no seu país e não o encontrar, decide emigrar, muitas vezes já com família formada, filhos. Nesses casos sei que é difícil. Agora um estudante que está há 1 mês em Itália e escreve como se estivesse a trabalhar 12h por dia numa fábrica da China? Com essa atitude realmente o melhor é mesmo voltar.

      Eu fiz Erasmus (1 ano) e depois disso já fiz 2 cursos de Verão e trabalhei durante 5 meses noutros países. E não me custou nada, bem pelo contrário! Conheci imensas pessoas novas, vi estilos de vida diferentes, aprendi imenso, explorei novas cidades, fartei-me de viajar.... enquanto és estudante, ou quando sabes que vais estar fora por um período curto (ainda para mais na Europa, onde não só é fácil e barato voltar a Portugal como viajar para outros países), tens mais é que aproveitar e não estar com essa atitude depressiva.

      Acho que se tivesse de tomar a atitude de ir para fora sabendo que era por um período mais definitivo, que ia por necessidade por não arranjar emprego em lado nenhum aqui e deixando uma família para trás, isso sim é difícil. Às vezes pessoas que nem sabem falar a língua do país para onde vão, nem têm onde ficar. Agora, ir estudar 6 meses para fora? Isso é para aproveitar e ir sem dramas... toda a gente que conheço adorou o ano de Erasmus e muitos desde então ficaram com o bichinho de continuar a viajar, a trabalhar num contexto internacional, etc.

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    4. curiosamente toda a gent diz que o pais é mediocre.
      mas afinal nao sao o portugueses que aqui vivem ?
      ou sera que sao apenas os outros.

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    5. "Estou apenas à um mês fora de Portugal"

      A dar estes pontapés na gramática bem pode desejar que lhe proponham um emprego fora, porque cá vai ser (ainda mais) complicado...

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    6. Lol sim, porque Itália é tão melhor que Portugal! Gosto como esta pessoa ainda nem abordou o mercado de trabalho em Portugal, mas já chama medíocre ao seu próprio país, está em Itália há 1 mês e, apesar de não saber se aguenta sequer os 6 meses, já diz que quer ficar lá para sempre. Incongruências much? Com esse tipo de atitude realmente é melhor não vir para cá, não é desse tipo de pessoas que o país precisa.

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    7. Cada um sente o que sente é tem o direito de emitir a sua opinião. Não serve de nada encontrar ou comparar níveis de sofrimento.

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  19. Em que parte de Italia estas?
    Eu morosa pertissimo de italia .
    :-)
    Paula

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  20. Sei tão bem o que é estar fora e longe e faltar aos eventos mais importantes dos amigos e familiares...Mas também já aprendi a não me angustiar com isso, temos que lutar pela vida que merecemos e esperar que a vida nos dê de volta a possibilidade de ainda assim desfrutar de quem temos saudades, estar ao lado das pessoas que amamos nos momentos importantes. É tentar ser positivo e tirar o melhor da oportunidade de estar fora a construir uma futuro melhor. Maior parte dos que saímos, saímos porque nos cansámos de estar mal e nos queixar e quisemos lutar por algo bom. Agora é esperar que a vida retribuía sem pregar muitas rasteiras. Sempre positivos:)

    http://the-new-life-of-jo.blogspot.com.au/

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    1. Eu ca estou nos us e acho o mesmo! Sai exatamente por esses motivs...simplesmente achei que merecia melhor e nai me arrependo...mas nunca se sabe! Vou passar ferias a portugal e esta bom! Skype e viber dao uma ajuda e de resto e ir vivendo superando medos, angustias e as barreiras da distancia da familia! Mas sem depressao por favor...

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  21. Sei bem o que isso e :( fui para Londres a 6 anos quando tinha 22 saidinha da universidade e agora estou a 1 ano na India que e tão longe... Desde que saí de casa nunca mais passei o Natal com família nem aniversários. O que mais me custa e estar longe da minha mãe e avos pois o tempo vai passando, vão envelhecendo e são poucos os momentos que passamos juntos. Realmente o Skype foi a melhor invençãozinha pois as vezes até parece que estamos juntos mas na realidade... Nao :(

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  22. Pipoca, tens a certeza que és um cubo de gelo com pernas? Claramente que foi uma capa que construíste para não sofreres. Os textos que escreves sobre o Mateus, o que escreveste sobre as perdas, este texto...
    Um beijinho de Moçambique.

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  23. Grande Manuel Cordeiro! Saudades.

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    1. Custos? Os voos Lisboa/Porto-Barcelona estão sempre super baratos... uns 50 euros ida e volta! Pagava mais se tivesse que fazer Porto/Lisboa de intercidades ao fim-de-semana...

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    4. Eu vivi em Barcelona 1 ano e apesar de só ter vindo a Portugal duas vezes, tive vários grupos de amigos e família a visitarem-me também e nunca nenhum de nós pagou mais de 100 euros ida e volta por voos para lá. E na altura a Ryanair só voava para Girona, nem era para o El Prat! sou viajante frequente e os destinos para onde, a partir de Portugal, é sempre mais barato viajar são Madrid e Barcelona... há sempre imensas hipóteses de voos, promoções e muitas companhias a operar nessas rotas.

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    5. Eu não disse que era tudo facilitado, disse que os custos dos voos são facilitados, sim. De todos os destinos fora de Portugal que podia escolher, esse será um dos que tem os voos mais baratos e em que o tempo de viagem é mais curto, logo, as vindas a Portugal estão bastante facilitadas.

      Em termos de emprego, jamais pensaria que Barcelona está melhor que Portugal, aliás, Espanha tem uma taxa de desemprego maior que a portuguesa (a mais alta da Europa, na verdade). Os salários e o custo de vida em Espanha é similar ao português, por isso não me iria referir a qualquer uma dessas variantes como vantajosa. Apenas centrando-me na questão do "viajar a Portugal", a sua situação é bastante vantajosa e se refere que não vem muitas vezes por causa do trabalho, isso é perfeitamente compreensível, agora se for por custos é que acho já mais difícil de acreditar.

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  25. Estou fora dos meus e do meu país Pipoca... e acredita que não é nada fácil!!! Já lá vão 4 anos entre Angola e Portugal e continuo a chorar baba e ranho cada vez que tenho que apanhar aquele avião e regressar à terra do calor!!! Eu não me habituo!!! Quando a saudade aperta é duro... muito duro!!! Viagens... essas são só 2 por ano... 3 quando ganho coragem de pedir uma semana extra por estar já a perder as minhas faculdades!!!
    Hoje a minha afilhada faz 2 anos... nunca apaguei uma vela com ela... nunca lhe dei uma prenda de anos (porque acho que não devem ser os outros a comprar e entregar)... na semana passada foi a minha mãe... no fds é o meu sobrinho/afilhado... e podia continuar nisto!!!
    Estou longe e isso custa e dói mesmo muito!!!
    Os meus desabafos faço-os aqui... http://thoughtswithhoney.blogspot.com/search/label/SAUDADES%20DE%20CASA...%20SAUDADES...

    Beijinhos
    http://thoughtswithhoney.blogspot.com/

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  26. Texto lindo.

    Agora quanto a ser padrinho sem cá estar, não que eu tenha nada a ver com isso, mas se fosse eu esperava, afinal não há data obrigatória para um batizado, não é?

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  27. Vivo de perto neste momento esta situação...Toda a minha família está longe, todas as minhas alegrias e todos os meus confidentes...Aqui estou apenas eu, presa a uma vida que me prende e eu nem sei bem porquê...A tristeza é muita e a vontade de me juntar a eles cresce cada vez mais!! Quem sabe não irei lá parar também...Costumo dizer que quando vou à praia, vejo-os, do outro lado do Oceano, no topo da Estátua da Liberdade a dizerem-me adeus... Que saudades dos abraços e dos sorrisos...

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  28. Esse vídeo já me fez chorar que chegue, apesar de nunca ter vivido fora do país. Acredito que realmente é uma dor e uma saudade que custam ultrapassar e que todos os dias aumentam um bocadinho... mas infelizmente o nosso país não está a dar alternativas e as pessoas têm de, a pouco e pouco, ir saindo.... :(

    www.semjeitonenhum.com

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  29. Numa altura, em que os amigos todos imigram, por questões profissionais, este video retrata a realidade.
    Tenho muitas saudades de algumas pessoas que já foram!! O tempo que cá estão é sempre tão curto.

    nadinhadeimportante.blogspot.pt

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  30. Olá Pipoca!
    Obrigada pela partilha do teu texto e pelo “upload” do vídeo.
    Estou há sete anos em Londres. Quando saí foi para ter uma experiência internacional após terminada a licenciatura...na altura não se falava da crise. Entretanto as coisas mudaram, e muito, e eu fui acabando por ficar...como eu digo na brincadeira mas com uma pontinha de dor, fiquei isolada na ilha! Construi uma nova vida aqui...amigos novos, comprei casa, o meu marido é Português mas também se mudou para cá um ano depois de mim. Tirámos por cá o mestrado, e as oportunidades profissionais foram aparecendo...e tudo tem corrido bem. Mas o coração continua em Lisboa, a minha cidade. Saudades de acordar num dia quente de verão bem cedinho e ir correr na Expo junto ao Tejo antes do trabalho, saudades do cheiro a castanha assada e são tantas as coisas de que tenho saudades! Mais importante, saudades de estar com a família e poder ir as compras com a mãe e ter discussões intelectuais com o pai, essa é a parte mais dificil, estar longe de quem amamos incondicionalmente.
    A distância encurta se usando o skype duas ou três vezes ao dia, apanhando o avião no máximo de 6 em 6 semanas para visitar a famelga e comer pastéis de belém...não são 10 000 km de distância felizmente, mas isso foi também uma opção minha. Oportunidades já me apareceram nos Estados Unidos ou mesmo Singapura, mas a decisão foi sempre ficar a 2.5 horas de distância, porque era impossível estar mais longe. Este video fez-me chorar não só por me identificar com o sentimento de saudade da menina do vídeo mas também por saber que a situação económica actual não vai permitir que se saia do país “porque se quer ter uma experiência no estrangeiro” como eu fiz mas porque as pessoas são “empurradas” pela necessidade de sobreviver e não estagnar, porque a vida não pára apesar da crise. Na maioria, não se sai porque se quer mas porque se precisa, e essa é a parte que mais dói. Desculpa o texto longo.
    Um beijinho e boa continuação de escrita! Gosto de te ler! =)

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  31. Um dos seus melhores textos.

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  32. Olá,
    Aqui o meu Gui de 34 semanas (está quase) também tem uma madrinha que vive além mar, em Portugal ainda, mas na Madeira. Vem ao Continente três vezes por ano e se Deus quiser quando o Gui nascer e já poder andar de avião à vontadinha, vamos nós lá visitá-la.
    É a minha amiga de infância. A minha melhor amiga de sempre. Desde pequenas que dizíamos que íamos ser madrinhas dos primeiros filhos de uma e da outra e tantos anos depois, quando fiquei grávida e o pai escolheu para padrinho o melhor amigo dele, eu quis que fosse ela a madrinha. Mas ela sabe que demorei uns dias a pedir-lhe. Demorei uns dias a pensar se seria justo o meu filho ter uma madrinha que veria tão poucas vezes e o mesmo com ela, que só vai conhecer o afilhado no Natal, quase dois meses depois de ele nascer.
    Mas a boa relação que tenho com ela, o ela todos os dias querer saber como estou, como está o nenuco, o estar longe mas estar perto, fez com que todas as minhas tenham desaparecido e eu ache que é a escolha certa.
    Beijos

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    1. Claro que sim! Até porque podemos escolher uns padrinhos que hoje estão cá, dia após dia e amanhã têm de ir (ou nós) para longe... nunca sabemos o dia de amanhã.

      Agora não ter os padrinhos no proprio dia do batizado, só se já estivesse marado e algum imprevisto acontecesse, caso contrário, só saía o batizado quando todos pudessem estar presentes, afinal o batizado é quando quisermos, certo?

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  33. Nao o conhecendo tenho a certeza de como deliria e, ao mesmo tempo, sente uma facada no peito a cada foto que recebe. Porque é maravilhoso, mas doi tanto. Eu também sou uma madrinha á distancia, espero em janeiro fazer mais de 300km para ver o "meu bebe" durante 2horas. E se vale a pena? Nem que fossem 5 minutos valeria. O que a pipoca fala do cunhado eu falo do meu primirmão (primo que é cm irmão). Força aí nessa (cabra da) saudade :)

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  34. Ola Ana,

    Nao consigo deixar de partilhar o que me aconteceu ontem ao ver este filme... a minha melhor amiga partiu ha uns meses para o Zimbabue com o filhote piqueno (que hoje faz 2 anos) uma vez que o marido tem a familia lá e foi juntar-se ao pai nos negócios de familia.
    Estava precisamente a terminar de ver este video... com a cara lavanda em lagrimas a pensar no dia em que a iria voltar a ver e que, supostamente ainda faltava algum tempo, uma vez que apenas viria no Natal, quando o telefone toca... ERA ELA do outro lado do telefone.... tinha acabado de chegar a Portugal!! Queria ter-me feito uma surpresa e ter aparecido la em casa mas estavam demasiado cansados (ela e o baby) para o fazer!! Claro que olhei para o video, olhei para o telefone e quase inundei a sala de tantas lagrimas e saudades... Telepatia? Coincidencia? Talves nada acontece por acaso e sem duvida que foi um feliz acaso!!

    beijinhos

    Cristiana

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  35. Compreendo-a perfeitamente. Tenho apenas dezoito anos e o meu pai foi há um mês para Angola trabalhar. É muito complicado.

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  36. e eu tenho o meu marido no peru desde abril e sem qualquer cenário concreto de regresso. por cá fiquei eu, o filhote de 18 meses e um vazio no peito que nos consome todos os dias. e se não vivermos até aos 90 anos e um de nós morre amanhã deixando este fosso de saudades no outro? é uma tristeza constante...

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  38. Ola eu tinha uma pergunta.
    Estou no mesmo caso estou em frança o batizado da minha afilhada é este verao mas como começo num novo emprego nao vou poder estar.tenho mesmo muita peno.sei que posso fazer uma procuraçao.
    A pergunta era:a procuraçao terei que fazela no consulado ou numa igreija qualquer?

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