Uma pessoa pensa que tem nas suas leitoras almas fofinhas e atenciosas, amigas com quem se pode partilhar um segredo e desabafar mas, vai-se a ver, e há pequenas víboras infiltradas entre nós. Pessoas maléficas e que só querem a nossa desgraça, que só descansam quando nos virem de rastos. Pois muito bem. Hoje, tal como já aqui tinha dito, fui novamente à aula de Zumba, aquela de que vos falei aqui. E eis que entro na sala e o professor me chama à parte. Comecei a pensar no que é que podia ter feito de mal naquela fracção de segundos, ainda não tinha tido tempo de fazer nenhuma asneira nem de errar nenhum passo, já que a aula ainda não tinha começado. Mas não. O professor queria só dizer-me que tinha lido o meu post sobre a aula dele. Comecei rapidamente a pensar em tudo o que tinha escrito, e só me lembrava da parte em que dizia que ele era parecido com o Marco da Casa dos Segredos. Perguntei-lhe se ia sofrer retaliações, com uma aula puxadíssima, mas garantiu-me que não e que tinha achado muita graça ao post. Mas e agora perguntam vocês: como é que ele chegou ao blog? Não sabem? Não sabem??? Não se façam de sonsas! Foi UMA de vocês que lhe foi fazer queixinhas, que ele disse-me! Sim, suas pequenas pónias traiçoeiras! Uma pessoa vira costas, está muito descansadinha da sua vida, e entretanto andam vocês a relatar os meus segredos aos quatro ventos! Imagine-se! Vai que ele decidia vingar-se e triplicava o ritmo da aula, pondo em risco a minha frágil saúde cardíaca? Ou, pior, me mandava lá para a frente e me obrigava a dançar sozinha em frente a toda a gente. De facto, vocês não me têm qualquer espécie de amor. EU, que vos alegro os dias há quase dez anos. Tenho o coração em fanicos com tamanha tristeza. Quem foi? Quero saber, quem foi? Não dizem nada? Hmmm? Olhem que isto é como na escola, se uma não fala ficam todas de castigo. Vocês não me enervem. Vá, vamos lá, se disserem a verdade eu prometo ser branda. Ai, não vão dizer nada? Não vão. Tudo bem. Só tenho duas palavras para vocês: QUEI. XINHAS.

Eu gostava muito de ser uma daquelas pessoas que chegam aos 78 anos sem precisar de óculos, que são capazes de ler tudo seja a um palmo seja a meio quilómetro. Infelizmente, não sou. No dia-a-dia sobrevivo graças à ajuda de óculos e de lentes de contacto. Lembro-me de ser miúda, de o médico ter dito que eu precisava de óculos para ler ou ver televisão, e de aquilo ser o desgosto de uma vida. Odiava andar de óculos, e ter comprado uns cor-de-rosa também não ajudava muito (mas na altura eu achava que sim). Quando comecei a usar lentes de contacto foi assim uma espécie de revolução na minha vida, achei que aquilo era a melhor invenção depois da pílula, finalmente conseguia ver o mundo sem precisar de óculos. Agora já me é indiferente e até os uso com alguma frequência (pôr as lentes todos os dias aborrece-me). Há modelos cada vez mais giros e difícil mesmo é escolher. Infelizmente, e por não ser propriamente barato ter uns óculos graduados, não dá para ter um par de cada cor para se ir mudando conforme a disposição, por isso uma pessoa tem de encontrar um modelo mais ou menos versátil e que dê com tudo. Ontem passei um par de horas muito divertido na André Ópticas da avenida da Liberdade a experimentar óculos, dos modelos vintage (apaixonei-me por uns Gucci retro) aos mais avant-garde (só mesmo pela diversão). Modelos diferentes e originais é coisa que não falta por ali. Deixo-vos algumas imagens. Uns destes foram a minha escolha:

Soem as trombetas, alegrem-se os corações (especialmente o meu), que a barreira das 36 milhões de visitas já foi ultrapassada. Iupiiiiii!!!

Ontem foi dia de corrida da TSF. Estava um final de tarde espectacular (até com um certo calorzinho a mais), e não me canso de dizer que nós, lisboetas, somos uns privilegiados por termos uma cidade assim, em que podemos correr sempre com o rio ao lado e uma vista fantástica. Lá fui para os 5 quilómetros (o homem foi para os 10) e cheguei ao fim em 29 minutos (se bem que, segundo a aplicação do iPhone, foram só 4,5 km e não cinco, trafulhas). Continua a não ser espectacular, mas pronto. Foi a primeira corrida que fiz em que me estava a sentir mesmo bem, sem dores nem cansaço, acho que tinha aguentado mais um bocadinho. Mas pronto, despachei-me e ainda fui esperar pelo meu homem e aplaudir outros amigos, mais corajosos, que foram para a corrida dos 10km. A próxima corrida é a Sempre Mulher, a 10 de Novembro, no Parque das Nações, cujos fundos angariados revertem para a luta contra o cancro da mama. Vamos lá inscrever-nos, pessoal!

Como estava com uma certa fome pensei que podia estar a delirar com tabletes com pernas, mas não. As Milka Tuc perseguem-me. Ganham vida. Um terror.

(a parte mais gira da coisa é que uma leitora veio pedir para tirar uma foto comigo e com o senhor meu esposo e como estava sozinha teve de ser a tablete Milka andante a tirar-nos a foto. Muito bom.)

Isto da inspiração, de facto, é uma coisa que me fascina. Tenho muita admiração pelas almas criativas deste mundo, por gente que olha para uma parede branca e tem 319 ideias assim para cima de espectaculares. A inspiração vem de qualquer lado, basta uma pessoa estar atenta. Por exemplo, a Carolina Herrera acaba de lançar uma colecção de carteiras inspiradas... no cão. Olhou para o bicho, um pequeno poodle, e fez-se luz. Engraçado, passo a vida a olhar para o Manolo e não tenho nenhuma ideia brilhante. Mentira, às vezes dou por mim a pensar em maneiras criativas de o estrangular, sobretudo quando ataca uma caixa inteira de pães de Deus da Padaria Portuguesa e, pelo meio, ainda consegue partir uns pratos (foi este o cenário com que nos deparámos há uns dias)! Mas pronto, depois faz aquele ar de arrependimento profundo e uma pessoa lá tem de lhe passar a mão pelo lombo e perdoar. Afinal, quem é que resiste aos pães de Deus da Padaria Portuguesa? Enfim. Dizia eu que a Carolina Herrera lançou a colecção Gaspar, inspirada no bicho, e vale a pena espreitar:

A Vogue francesa elegeu as 30 carteiras must have para esta estação. Não morro de amores por todas, mas há umas quantas que, se necessitarem de um lar, têm aqui uma mãe de braços abertos para as receber.

Todos os anos, mais ou menos por esta altura, há uma discussão que baixa cá em casa. E que discussão é essa? A aquisição do PES 2014, esse jogo absolutamente inútil pelo qual os homens esperam anualmente com tanta ansiedade como nós, mulheres, esperamos pelo primeiro dia de saldos na Zara. Ora eu já tinha ouvido o homem a falar disto, assim por alto, mas fingi que não era nada comigo, naquela de "se eu não o incentivar nem mostrar interesse esta ideia estúpida acaba por lhe passar". Mas não. Eu sei que não passa, mas como o jogo já tinha saído há um mês e ele ainda não o tinha comprado, pensei que já nem se lembrasse. Ah ah, que burrinha que eu sou. Ontem, num jantar de família, o assunto acabou por vir à baila:

Ontem fui experimentar pela primeira vez uma aula de zumba no Clube VII. Achava eu, de forma fofinha, que aquilo eram favas contadas, que era só ensaiar uns passinhos de dança e estava a coisa feita. Ohhhh, alma inocente, no que me fui meter. Primeiro, a maior parte da aula é passada aos saltos, sem parar, de forma desenfreada. Ora para quem já tinha corrido uns quilómetrozitos na passadeira e feito o treino no ginásio, aquilo foi dose, meus amigos. Fui fazer a aula porque achava que era uma coisa assim mais descontraída e amiga do descanso, para bambis, mas enganei-me. Cheguei ao fim a deitar os bofes pela boca, de rastos. Depois, aquilo foi uma mistura louca de ritmos. Ele foi samba, ele foi rumba, ele foi forró, ele foi kuduro, e eu só a pensar que devia ter prestado mais atenção às bailarinas do Big Show Sic, há muitos, muitos anos, porque não é fácil rebolar e abanar o rabo daquela maneira. O professor era demoníaco, nem nos dava tempo para respirar entre faixas, estava com um speed difícil de acompanhar. Mais difícil ainda foi abstraír-me da ideia de que ele era igual ao Marco da Casa dos Segredos, aquele que andava sempre a pegar-se com Susana, a Mamalhuda. Mas pronto, apesar de quase ter desfalecido, gostei bastante da aula. A repetir.