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(in)Fertilidade

terça-feira, abril 02, 2013
No dia do lançamento do meu segundo livro, na FNAC, uma menina veio ter comigo e perguntou-me se algum dia poderia abordar no blog o tema da infertilidade. Contou-me que estava casada há pouco tempo, que já sabia que não podia ter filhos, mas que gostava de ouvir mais histórias e mais opiniões sobre o assunto. Passaram sete meses, mas não me esqueci do pedido. Foi só sendo adiado, por isto e por aquilo. A verdade é que, tirando as reportagens que vou lendo, não tenho grandes conhecimentos sobre o assunto. Tenho algumas amigas que há alguns anos que tentam engravidar, mas o tema nunca é debatido muito pormenorizadamente. Já percebi que é uma coisa que causa alguma mágoa e desconforto, por isso também não insisto. Acredito que não seja o tema mais fácil de abordar. Tal como já escrevi por aqui várias vezes, nunca tive aquela grande ambição de ser mãe. Mas foram muitas as vezes que dei por mim a pensar que tinha medo de um dia começar a tentar e não conseguir. Medo que, de repente, isso se tornasse a coisa mais importante da minha vida. Uma obsessão e, consequentemente, uma frustração. Uma luta incessante, desgastante, igual à que tanta gente passa. E, se de repente, uma coisa que eu até nem queria assim tanto, à qual até nem ligava assim tanto, se tornasse prioridade máxima? É um alívio saber que se consegue, que tudo está bem. Mas e se não estivesse? Teria resistência para tanto? A infertilidade é uma verdadeira batalha que, quase sempre, dura anos. Anos de esperança e de desilusão. Uma luta que pode ter um final feliz ou que pode nunca ter um fim. Até se ser vencido pelo cansaço. Não consigo imaginar o que seja passar por isso, deve ser uma prova duríssima. Aquela coisa de andar sempre a controlar os dias, as horas, as temperaturas. O tem-de-ser-aqui-e-agora. A desilusão a cada mês. E depois os tratamentos, que são caros, que são processos complicados e que, infelizmente, nem sempre resultam. E que para algumas pessoas nem chegam a ser opção, precisamente pelo valor ou por questões ideológicas ou religiosas. Para não falar do desgaste psicológico e do desgaste da alma, o saber que há algo que não conseguimos fazer, por mais que tentemos, porque há algo em nós, no nosso corpo (ou no da outra pessoa), que simplesmente não funciona. Há histórias boas e que acabam bem, e acredito que sejam essas que têm de servir de inspiração e de referência. Se alguém quiser partilhar por aqui a sua (boa, má ou assim-assim), sinta-se à vontade. É sempre bom ter várias perspectivas.


160 comentários:

Anónimo disse...

Tenho uma pessoa na familia que era como tu, crianças nada lhe diziam. Depois dos 40 sentiu o apelo. Não conseguia engravidar, não conseguia engravidar e era problema dele. Recorreu ao Banco de Esperma, não cá em Portugal parece que não é permitido, quer dizer acaba por ser desde que se tenham 'bons contactos'.

Gostou tanto da maternidade que já está gravida de novo. O mesmo processo, de um dador.

Mente Ocupada disse...

Este é um tema que, se eu deixar, me pode apoquentar a alma. Ainda não tenho filhos, não por falta de vontade (tenho muita e já há alguns anos) mas porque quero fazer algumas coisas (como viajar) antes de me começar a multiplicar e, sobretudo, porque não tenho a certeza de conseguir proporcionar o mínimo dos mínimos à criança, pelo que tenho-me obrigado a estar quietinha. No entanto, penso muitas vezes que ando carregada de hormonas artificiais há décadas e que secalhar, quando eu quiser, a máquina reprodutiva me vai fazer um manguito... Junta-se ainda o medo que a infertilidade possa ser uma herança genética e me afete como aos meus tios que são uns porreiraços e que por mais que tentassem não conseguiram ter filhos. Como é um assunto profundamente doloroso (sobretudo ao meu tio que não tem mais família), não sei as razões nem o que faltou fazer. Mas sei que têm muito receio de que os sobrinhos se vão esquecendo deles à medida que envelhecem e em momentos de tristeza, como desabafo, dizem que não têm ninguém. É como se sentissem menos importantes que os outros tios por não terem descendência.
A minha mãe sempre disse que um casamento sem filhos é como um jardim sem flores. Creio que nos dias de hoje, e com muita vontadinha de viver, se consegue contornar tudo.
Só espero não ter de engolir estas palavras um dia...

Anónimo disse...

O meu irmão e cunhada passaram por esse drama. Pouco tempo depois de casados, começaram a trabalhar para a descendência e começaram os problemas. O "sonho" terminou cerca de 5 anos depois de casados, com a minha cunhada a ter de fazer uma histerectomia total. Tinha ela cerca de 27 anos. Foi um duro golpe para todos, mas especialmente para ela, que era daquelas que sempre ambicionou ser mãe de um rancho de filhos. Seguiram-se varias depressões, ela recusava apoio psicológico e por 2 vezes estiveram muito próximos do divorcio.
Quando finalmente conseguiram ultrapassar tão rude golpe, resolveram-se pela adopção.
Foram 6 longos anos de espera. É um processo extremamente moroso e desgastante. Mas quem espera sempre alcança. Hoje sou tia e madrinha babada. O meu sobrinho faz 6 anos em Maio. Nasceu para a nossa família à cerca de 4 anos, tinha então 2 anos e meio. Foi amor ao 1º contacto. Teve uma adaptação aos pais e à toda a família em tempo recorde.
Isto tudo para dizer que quem não puder gerar "naturalmente" um filho não desista do sonho de ser pai/mãe. Existem imensas crianças à espera de um colo. Amo o meu sobrinho de paixão. O meu irmão e cunhada amam o seu filho. Os meus pais amam e deliram com o neto. E toda a família esta completamente rendida, desde o 1º minuto.
Não deixem de concretizar o sonho de serem pais por causa de um problema de percurso. :)

(Pipoca, estou deixando o comentário como "anónimo" apenas porque o assunto é delicado e por uma questão de privacidade. Espero que compreenda.)

Nadinha de Importante disse...

Não tenho uma história boa, nem má, nem, mesmo,assim assim!! Tenho uma história bem resolvida!!
Nunca tive uma vontade urgente de ser mãe, aliás, isso nunca me passou pela cabeça!!Quando soube que tinha problemas no útero e nos ovários(cheia de defeitos de fabrico!) essa ideia ficou completamente posta de parte!
Tive uma conversa séria(daquelas mesmo sérias) com o meu namorado(de muitos anos, mais de 7!), expliquei-lhe o problema, pus as cartas na mesa e ficamos juntos sem filhos, sem pressões, sem tratamentos, sem nada!! Estamos juntos para mais de 13!!

Deixo aqui um post sobre o assunto no meu blog:
http://nadinhadeimportante.blogspot.pt/2012/10/entao-es-seca.html

Ana Godinho disse...

Conheço uma senhora que tentou engravidar durante 5anos. Consultas, tratamentos, uma pequena fortuna gasta. Foi bom ter mantido a esperança. Teve sempre espírito positivo e prevaleceu.
Hoje a minha mãe tem uma filha de 22anos, muito orgulhosa dos pais que tanto lutaram para me ter :)

Clear as water disse...

Um tema delicado, e difícil de falar...

http://blogdaapatia.blogspot.pt/2012/05/ha-perguntas-que-nunca-deveriam-ser.html

Anónimo disse...

Eu estou a tentar engravidar à 2 e nada.. Ja fui ao medico de familia e nada podem fazer, diz que é muito cedo, 2 anos é pouco... Mau é quando se deseja tanto, a familia pergunta, entao para quando um novo membro na familia? Para quando um netinho? E eu calo me caladinha, digo quando vier veio... e só eu e quem passa por isto sabemos o quanto é triste a maldita dificuldade de engravidar...

Anónimo disse...

É sem duvida um tema muito difícil, mas, sinceramente, faz-me muita confusão as pessoas que gastam rios de dinheiro em tratamentos e não são sequer capazes de ponderar a adopção.
Não percebo, e apetece-me perguntar 'o amor vem com o sangue?' Qual a explicação para se tentar uma vida inteira gerar um filho e nunca se ponderar adotar uma criança que não pediu para nascer e que precisa de um colo, de uns pais, de uma casa, de um quarto e não de um beliche numa camarata e de uma infância/adolescência sem colo e com pouco mimo.
Conheço vários casais que não conseguiam gerar uma criança, que gastaram rios de dinheiro em tratamentos e que por fim, já desgastados (muitos já 'velhos' em relação a idade em que ambicionavam ser pais) acabaram por recorrer a adopção. Todos eles recorreram a adopção depois de terem feito tudo, medicina tradicional, cirurgias, medicina alternativa, tratamentos no estrangeiro, bruxas, curandeiras, tudo mesmo. Todos eles concordam que a fase da tentativa foi o pior fase das suas vidas, e que soubessem o que sabem hoje teriam adotado assim que o medico lhes disse que provavelmente não poderiam ter filhos biológicos.
Eu pessoalmente, tenho o sonho de adotar uma criança, mais do que o sonho de gerar uma. Na minha adolescência fiz voluntariado num orfanato, e aquela realidade, aqueles miúdos com idades muito próximas da minha que chamavam mãe a 4 ou 5 senhoras vestidas com uma bata que eram 'mães em part time' que no final do dia despiam a bata e iam para casa com 'os seus filhos de verdade' fazia-me muita confusão.
Sei que o nosso pais não é 'adoption friendly' passa-se por 3 mil entrevistas, 6 mil visitas domiciliarias, 10 mil escrutínios da vida privada e só depois da assistente social saber exactamente que marca de penso higiénico usamos e quantas vezes por mês pinamos na banheira é que dá os despachos, mas porra, não passarão por isso e muito mais se fizerem os tratamentos?
Honestamente, o facto de não poder gerar um filho não é o maior drama do mundo, se acham que sim, experimentem entrar num orfanato.

isi disse...

A minha mãe esteve 14 anos (dos 20 aos 34) para conseguir ter um filho. 14, sem nunca desistir, e sem tratamentos, pois na altura eram raros e os poucos que existiam ela não conseguia pagar. Até que ao fim de 14 anos, quase por milagre, nasci eu. E 4 anos depois, a minha irmã. Desistir nunca foi opção, e espero que o exemplo da minha mãe sirva como uma luz de esperança a todas as mulheres que estão a tentar engravidar.

A Garota de Ipanema disse...

Este é um assunto muito delicado e que mexe com as nossas emoções mais básicas. A minha mãe, depois de ter feito uma laqueadura de trompas (e, tecnicamente, não poder ter mais filhos) decidiu que queria ter mais uma e tivemos que recorrer à Inseminação Artificial.

No total foram 3 tentativas até que a nossa Vitória conseguisse vir ao mundo. A minha mãe levou 2 anos e picos, engordou 50kg e gastou cerca de 13 mil euros mas ela diz que faria tudo de novo e eu acredito.

Hoje, olhar para a cara da nossa princesinha e vê-la feliz, gordinha e saúdavel é daquelas coisas inexplicáveis. Sou uma irmã mais velha (com mais de 15 anos de diferença) completamente babona e acho que todo o esforço vale a pena.

Se esse é mesmo o sonho da vida de alguém, então que prossigam. Que lutem e tentem.

(no meu blog contei sobre a experiência da inseminação com detalhes nesses dois posts:
http://www.agarotadeipanema.pt/2011/06/sobre-inseminacao-artificial-isci-parte_3055.html

http://www.agarotadeipanema.pt/2011/06/sobre-inseminacao-artificial-isci-parte_02.html

Sara disse...

Acompanho um blog de uma mamã que esteve 20 anos para conseguir ser mãe. Depois de vários tratamentos decidiram que só iriam fazer mais um, e, foi nesse mesmo tratamento que engravidou. Engravidou e a pequenina venceu.
Hoje a menina tem mais de 12 meses.

Anónimo disse...

Temos um casamento Feliz Há 15 anos ...sem filhos !!! Aparentemente está td bem comigo e um problema de saúde com o meu marido impede que sejamos pais ! Grande Frustacao ? Nao ...nada disso !!!Adoro criancas e sou louca pelos meus sobrinhos /afilhados ! Sou aquela tia que já tem 45 e para eles é sempre a tia "fixe" e "jovem" com quem se divertem e contam a 100%! Sinceramente ,nunca pensei que se pudesse amar alguém tanto como eu amo o meu marido e sentir que todo esse amor é merecido e retribuído a dobrar ...nao ,nao é novela cor-de rosa é mesmo assim !! Mesmo nos momentos difíceis, na tristeza , o Amor está presente e revela-se e estamos bem assim !! Podiamos adoptar ? tlz ...mas já que nao temos filhos tentamos viver a vida mais à "ligeira" trabalhamos bastante , mas tb viajamos muito e fazemos tudo aquilo que esta liberdade nos permite ...levamos uma vida regradamente "louca" compramos mtos ,muitos...livros e bebemos champanhe gelado à uma da manha no quintal com a garrafa a refrescar na neve e um fogo acesso num grande vaso de barro ...(nao moro em PT)Isto quer dizer fazemos o que podemos para eliminar a rotina e ter momentos únicos ,NOSSOS que tornam este nosso tres tao especial !!(eu,tu nós !!!) Tlz sejamos egoístas...tlz !! Mas nao fomos nós que escolhemos nao ter filhos ...

Anónimo disse...

Como li uma vez, ninguém sabe quanto deseja um filho até ser confrontado com a impossibilidade de o ter.

Anónimo disse...

Se tem dinheiro para viajar, tem dinheiro para ter filhos... E não se deixa de viajar e de ver o mundo e fazer coisas com filhos! Adia-se algumas viagens nos primeiros anos dos bebés, depois podem ir connosco! Logistica diferente mas podem e é maravilhoso! E na verdade, as crianças não precisam de muito... Precisam sim, de muito muito amor!

Anónimo disse...

Este não é tema, a acontecer, torna-se mesmo uma 'obsessão'.

Eu nunca tive instinto maternal, nunca, os peques até me pareciam criaturas aborrecidas e barulhentas. Na fase das amigas terem filhos eu até tinha de me juntar aos amigos e falar de futebol (do qual só entendo que a bola é redonda!) porque toda a conversa da roupinha, da babinha, etc, etc, me aborrecia até à medula.

Um dia comecei a namorar com um gaijinho em que já não me apetecia olhar por cima do ombro. Não tinha interesse em conhecer mais ninguém. Era este, e era para toda a vida.

Casamos, viajamos muito, divertimo-nos, e há um dia em que começo a pensar que com o casamento faz sentido constituir família. Dou por mim a olhar para ele e a desejar um filho com o narizinho dele, os meus olhos, enfim! o bebé nestlé lourinho e tudo e tudo.

Tomada a decisão em conjunto de que estaríamos preparados para ser papás, deixei de tomar a pílula. Nem me lembrei mais de comprar pensos higiénicos o que se revelava sempre um grande contratempo quando a necessidade parecia. Mas este foi um tique que me durou todo o tempo de obsessão nunca tinha pensos higiénicos porque "já não iria necessitar" e tinha sempre um teste de gravidez... 1500 testes depois e nada!!! Devo, com toda a certeza, ter andado com uma depressão forte, eu pelo menos sentia-me a última das mulheres e só chorava.

O 'nada' foram para mim 3 anos, não parece muito. Mas eu olho para trás e vejo que não os vivi. Eu não vivia, o meu pensamento estava sempre SEMPRE em: quero um filho, porque é que eu não consigo, ver grávidas era o expoente máximo de dor e de inveja...

Aparentemente éramos um casal feliz que viajava muito e não se interessava por isso. Na prática e no meu intimo já tinha estratégias montadas (tipo filme) se o problema não fosse meu! E tinha a certeza, abdicava do meu amor para ter filhos... sem pestanejar.

Não consigo transmitir o nível de paranóia em que vivi, nada mais importava. Eu tinha de ser mãe. A adopção, compra, roubo, também eram vias possíveis para alcançar esse fim!

Publicamente não queríamos admitir o rol de consultas, tratamentos, hormonas, agulhas, pequenas humilhações que passei e porque obriguei o meu marido a passar para concretizar uma gravidez. Eu dizia que seria feliz sem ser mãe, teria uma vida diferente mas seria feliz. Nem quando as palavras saíam da minha boca eu acreditava nisso. Tería sido sempre uma frstada, logo eu que abominava criaturinha ranhosas.

Um dia, quando eu decidi que não conseguiria ter filhos. E já estava no preenchimento de papelada de adopção em sites manhosos, em agencias internacionais e nacionais. Um dos tratamentos funcionou!

Hoje tenho duas meninas, que nunca pensei que fossem assim!!
Ando cansada (e rabugenta) mas realmente feliz. Enquanto elas estiverem felizes e saudáveis, o meu nível de felicidade está completo em 80%.

Anónimo disse...

Insista com o médico de familia! Tem de se ir inscrever numa consulta de fertilidade num hospital da sua área! E há coisas que pode ir fazendo.. Tente ligar para o hospital a informar-se, as esperas são longas mas há tratamentos,

Anónimo disse...

Eu dentro do azar tive sorte,tenho SOP e uma trompa obstruída e ao fim de 2anos de tentativas conseguimos engravidar.
Assim que conhecei a pensar em engravidar fui a uma GO que detetou logo o problema do SOP e me encaminhou para um hospital publico.
Passei por alguns tratamento,desde indução da ovulação com medicamentos, a coito programado, a IIU, duros tanto a nível financeiros (nos hospitais públicos apenas pagamos a medicação mas as filas de espera são enormes) como psicológicos. Felizmente não tivemos que partir para FIV. Tal como já disse dentro do azar tive sorte.
Fui muitas vezes abaixo, mas felizmente consegui, quando menos esperava conseguimos, estávamos entre IIU quando o positivo surgiu em dezembro do ano passado.

Deixo cá o site da associação portuguesa de infertilidade http://www.apfertilidade.org/web/index.php

Jovita Capitão disse...

Este é um tema bastante controverso. Na minha opinião, independentemente das decisões tomadas por uma mulher, ou por um casal, elas devem ser respeitadas pelos seus familiares e amigos.

http://rainhadasinsonias.blogspot.pt/

Anónimo disse...

Para mim ser mãe nunca foi prioridade,tenho uma vida confortável que me permite viajar, passear e fazer tantas outras coisas que com filhos não seria possivel, no entanto deixei de usar qualquer tipo de contraceptivos á 7 anos, estranhava sim o facto de nunca ter sido agraciada com um bébé, mas nada que me afligisse porque podia ir sempre vivendo a vida,a minha irmã teve uma gravidez que não se deseja a ningém, a pobre teve de um tudo, quando a vi com tantas maleitas só pensei, credo se não tinha vontade agora é que a perdi, mas...por alguma insistência do meu marido que sempre desejou mais do que eu, embora ja tenha filhos de outro casamento, decidi ir ao médico(SNS), analises da praxe, minhas e dele e estava tudo bem, deixei-me estar decansada, embora todos os exames e analises estivessem dentro do normal, eu quis investigar mais a fundo a causa de tanta demora, fui ao melhor especialista do país e a melhor clinica, porque felizmente posso, e ainda bem que fui, aparentemente tudo bem,mas...faltava uma analise especifica que no serviço publico nunca me tinham pedido para fazer porque é mtuito cara, afinal tenho uma reserva baixissima de ovócitos o que torna mais dificl o processo de forma natural, nesse dia levei um tremendo balde de agua fria, mas fiquei estranhamente com um sentimento de paz, por saber o motivo, senti também um grande sentido de culpa porque adiei tanto, dei importância a coisas que pensavam ser boas e óptimas, e afinal dada a minha idade(36) ja nao tenho muita margem de manobra, so posso engravidar por FIV, no serviço publico isso está fora de questão pela idade e pela morosidade de todo o processo, porque infelizmente no SNS quem tem 20 ou 30 anos nao tem as mesmas hipoteses do que quem ja tem 35 ou 36, desde que iniciei o processo de "investigaçao" sobre tal demora na clinica privada passaram-se 4 meses, há soluçao para o meu caso, cara, bastante cara, mas posso e vou tentar, ainda que não tenha resultados tentarei ate que psicologicamente me sinta capaz, ainda tenho algum sentimento de culpa por ter dado prioridade a outras coisas,continuo em paz por saber as razões da infertilidade, é tudo um processo de maturidade e preparaçao mental,embora ja tenha 36 anos so resolvi esta questão a sério quando me senti capaz de abdicar de algumas coisas, se calhar fui egoista,presentemente nao há nada que dseje mais do que ser mãe, nao ha dia em que nao adormeça a pensar em nomes, estranho nao é? Tantos anos despreocupada e de repente tenho a maior pressa do mundo.

Anónimo disse...

Para mim foi difícil engravidar. Passei por 2 abortos muito precoces e que so detectei pois comecava com sintomas muito cedo, caso contrario não teria detectado. Apos o primeiro o meu ginecologista fez o seu papel ao explicar que era normal, frequente, etc. No segundo comecei a achar que algo não estava bem. Como trabalho num laboratorio de analises clinicas fui “estudar-me“. Descobri entao que o meu problema era não produzir a hormona Progesterona, responsavel pela manutencao do feto nas primeiras semanas. Situacao que se resolve muito facilmente utilizando uns comprimidos de progesterona no primeiro trimestre. Quando mostrei os resultados ao médico, ele naturalmente não achou grande piada a eu ter tomado a iniciativa de “me estudar“ e disse-me que aquele tipo de analises so se pediam apos 3 abortos! APOS 3 ABORTOS! Mas esta tudo doido! Sabera o Sr Dr o que e verdadeiramente passar por um aborto?! Fiquei chocada! Estas analises deviam ser feitas na consulta pre-natal!! Mas nao,as analises da consulta pre-natal sao so para sabermos se podemos comer alface mal lavada durante a futura gravidez pois arriscamo-nos a contrair uma doenca que nos 20 ou 30 anos que já levamos a comer alface mal lavada, não contraimos! (Claro que a toxoplasmose se apanha por outras formas mas achei que a alface mal lavada era um bom exemplo) Hoje sou mae de um menino maravilhoso que não existiria se não tivesse tomado eu as redeas da situacao!

Alice disse...

Olá Pipoca,

Durante 12 anos vivi a infertilidade, ao contrário de uma grande maioria de mulheres, nunca escondi e sempre falei abertamente sobre o assunto, acho que me ajudou a encarar melhor o problema.

Engravidei "n" vezes, mas às 12 semanas perdia os bebés, ao 3º aborto ( perdi com 19 semanas) comecei a ser seguida na MAC, durante todo o percurso fui somando derrotas e pequenas conquistas.

Não vivi obcecada com a vontade de ter um filho, mas era uma prioridade na minha vida.


Fui submetida a 2 cirurgias, batalhões de exames, relação sexuais a dias e horas marcadas, anos a tirar temperaturas, a construir gráficos, a engravidar e a perder!
Anos em que o dia em que o mister red chegava, era indisfarçável a frustação, a derrota!

Nos últimos anos de infertilidade já tinha dificuldade em engravidar! Mas consegui.
Foi uma gravidez atribulada, ás 32 semanas nasceram os meus filhos, 2 meninos perfeitos e saudáveis apesar de prematuros :)

Passados 3 anos, sem ter planeado, voltei a engravidar :)

Hoje tenho 3 filhos, 2 rapazes de 14 anos e 1 menina de 10.

Faria tudo novamente sem pestanejar, estou feliz!

Beijinhos e boa gravidez :)





B. disse...

A minha história é só mais uma entre muitas e já a tenho partilhado no meu blog, exactamente por achar que posso ajudar pessoas que passam pelo mesmo que eu. O meu caso é dos complicados, tenho um problema de saúde que dificulta a hipótese de vir a ser mãe e já estamos nesta batalha há seis anos. Sim, porque a batalha é do casal. Mas desengane-se quem pensa que se torna necessariamente uma obsessão e consequente frustração. Tudo depende da forma como vamos encarando as coisas no dia a dia e até aqui tanto eu como o meu marido, vamos tendo a serenidade assente na fé de que um dia irá acontecer, só não foi ainda o momento. E temos uma relação muito feliz, temos pessoas maravilhosas à nossa volta, o que ajuda a centrarmo-nos noutras coisas e a não deixar que isto se torne o nosso único objectivo de vida.
Nos entretantos, já fui operada duas vezes (por causa do tal problema de saúde e vou, muito provavelmente, a caminho da terceira operação), fiz um tratamento que não resultou e que muito me custou. Claro que custou. Andei uns tempos sem conseguir falar no assunto, a tentar digerir as coisas, após tantas esperanças, após injecções, após anestesias, punções e afins. Mas neste momento estou novamente cheia de força e pronta para enfrentar o que for preciso. Sou uma pessoa optimista, o que ajuda, mas acho mesmo que quem necessitar, deve procurar apoio especializado. E não estar obcecada não significa querer menos, apenas significa saber lidar melhor com o que a vida nos dá.
Quanto aos tratamentos Pipoca, importa dizer que, até determinada idade (que penso que varia consoante os hospitais) todos temos direito a três tratamentos no SNS e nesses apenas pagamos os medicamentos que tenhamos que tomar. Eu estou a ser acompanhada no público, cujos principais inconvenientes são os tempos de espera, mas comparando com os preços do privado, são sem dúvida uma grande opção.
Tal como a anónima das 08:57 aconselho as pessoas a acompanharem o fórum da Associação portuguesa de fertilidade. Lá encontramos pessoas que estão nesta luta há anos, que se apoiam umas às outras, que entendem todas as angústias e que nos ensinam muito.

Anónimo disse...

Tão verdade! E estou a sentir na pele!

Ana disse...

Um casal muito próximo de mim lutou durante mais de 6 anos para ter um bebé. Fizeram todo o tipo de tratamentos, dolorosos e caros. Há 3 anos atrás um dos tratamentos fez efeito e nasceu uma linda menina. Apesar de quererem ter mais bebés, para eles estava fora de questão passarem por todos aqueles tratamentos novamente, ficavam felizes se só tivessem esta filha. O mês passado, ela descobriu que estava grávida. Naturalmente, sem tratamentos, sem estarem a tentar, sem terem pensado mais nisso...
Fizeram a amniocentese a semana passada, descobriram que vão ter outra menina e estão repletos de felicidade.
E eu estou feliz por eles.

Maria disse...

Adoção...há tanta criança a precisar!!!!

Anónimo disse...

Dois anos não é pouco! A partir dos 12 meses deves ir a uma consulta de infertilidade. As listas de espera já não são o que eram, podem até ser bastante rápidas. às vezes basta um simples exame às trompas para resolver o problema (podem estar obstruídas), este é o 1º passo a seguir ao espermograma.

Boa sorte e não fiques à espera coisissima nenhuma!

Anónimo disse...

Confirmo! Foi o meu caso. Nunca tive o desejo louco de ser mãe até ao dia em que senti que não o conseguiria naturalmente. Foram 5 anos penosos que se seguiram, devido à falta de informação com que nos deparámos (mesmo a nível médico). Hoje tenho um menino e uma menina lindos! Durante esse tempo dediquei-me a um grande projeto com 2 amigas a Associação Portuguesa de Fertilidade em conjunto com 2 amigas, foi um passo importante em Portugal.

Anónimo disse...

Olá, também vou deixar aqui o meu testemunho. Sou casada há 10 anos. Sempre pensei ser mãe. Sempre foi um objetivo. É daquelas coisas que sabemos que queremos desde sempre. Casei há 10 anos e passado uns 2 anos fomos fazer analises e exames para saber se estava tudo bem. Nem passamos pela fase do tentar. Ficamos logo a saber que tinhamos problemas graves de infertilidade. Foi um grande revés na nossa vida. Partimos para tratamentos. Dolorosos e caros. Dolorosos a nivel fisico e emocional como toda a gente que já passou por eles sabe. Gastamos muito do nosso dinheiro e da nossa vida, até que eu disse que não queria mais. Não queria viver a minha vida naquela ansiedade,naquele sofrimento, sempre á espera... Talvez tenha sido um pouco egoísta pois na verdade a decisão foi pensada apenas para o meu bem estar. Haveria outras formas de ser mãe certamente. Eu não queria ser uma mãe que desistiu de toda uma vida para ter um filho. E então, decidimo-nos pela adoção. Hoje sou mãe de uma menina linda de 12 anos. Sou mãe há 2 anos e não me arrependo de nada.
A infertilidade pode ser vista e encarada de muitas formas. Cada pessoa segue o sonho da maternidade da forma que achar mais apropriada e esta foi a minha. Hoje não restam ressentimentos. A infertilidade foi a "gravidez" da minha filha. Valeu a pena por ela e pelo facto de a ter encontrado.
Um abraço de coragem para todos aqueles que se encontram em tratamentos.

P.S. Muito mais teria para contar. A nossa historia não foi tão simples como pode parecer por este relato. Daria certamente uma boa reportagem, mas não quero aborrecer. O essencial está dito e já agora Pipoca muito parabéns pela tua gravidez. Desejo-te tudo de bom...

Anónimo disse...

A Maternidade Júlio Dinis aceita inscrições de qualquer zona do Norte e sem pedido médico, basta enviar uma carta para a maternidade expondo o caso. 2anos a tentar se conseguir é motivo para consultas de infertilidade.

Anónimo disse...

Falo na primeira pessoa :)
Sempre quis ser mãe, sempre. Casei cedo/tarde (26 anos) e nos primeiros dois, três, dediquei-me ao casamento e à carreira. Depois, lá para os 34, surgiu a vontade de ter filhos, algo que para mim seria fácil e natural.
Não foi.
Primeiro tentámos da forma "tradicional", depois com estimulação de ovulação, depois com ICSI (um dos tratamentos mais avançados) no privado. Falhou o primeiro, eu já com 35 anos. E não, as causas não eram da idade, nem da pílula, nem da espera - argumentos que nos atiram à cara como se a culpa fosse nossa. Simplesmente o marido tinha uma percentagem quase nula de espermatozóides viáveis, e a coisa não era possível sem ser por tratamento.
Mais um ano, mais tentativas, mais sexo à hora e dia marcados: os tratamentos no privado (com a minha idade e as listas de espera a coisa no público não se dava) custam cerca de 5000 euros, sem quaisquer garantias de sucesso, pelo que tivemos de aguardar um ano e juntar dinheiro para nova tentativa.
À segunda ICSI, aconteceu. Um milagre, uma coisa maravilhosa, um amor imenso (e um meno terrível) por este filho que agora nos enche a vida e o coração.

Para o ano vamos tentar dar-lhe um mano/mana, de novo por tratamento. É a nossa única hipótese.
Aos que estão a tentar e não conseguem (sim, que a infertilidade é um problema do casal, não da mulher ou do homem), deixo os seguintes conselhos:
- UM ANO é o tempo de espera "normal" para engravidar. Se tal não acontecer no periodo de um ano, devem consultar um especialista (público ou privado) de infertilidade;
- um médico de família ou um/uma ginecologista obstetra NÃO É um especialista de infertilidade. Recorram a profissionais, a consultas da especialidade (há-as no público), não esperem;
- a coisa não passa com férias num país quente, nem com relaxe, nem com "deixar de pensar nisso" - se houver um problema físico, por muito Brasil que percorram este não se resolverá. Pode acontecer? Pode. Mas os casos de sucesso são quase residuais;
- a culpa NÃO É VOSSA. Não é porque tu, mulher, esperaste demasiado tempo, nem porque decidiste investir na profissão e agora é castigo, nem é "vontade de Deus". Se Deus deu inteligência aos homens, é para estes terem a capacidade de resolver ou tentar resolver aquilo em que a natureza não foi tão perfeita;
- tentem (ainda que seja difícil, eu sei que é difícil, eu vivi essa dificuldade) estabelecer um limite. O meu maior medo, tal como a Ana referiu no post, era ficar obcecada com a ideia, era fazer da infertilidade o centro da minha vida, era passar décadas a tentar ter filhos. Estabeleçam o limite, até onde querem ir, ainda que depois "tentem sempre mais um". Pensar nas coisas por etapas ajuda :)

E sim... não conseguir gerar um filho, perceber que o nosso corpo se nega a fazer uma coisa que as criaturas fazem desde que o mundo é mundo - reproduzir-se - pode ser um dos maiores dramas do mundo. Pelo menos do nosso :)

(outra) Ana

B. disse...

Porque adoptar não deve ser nunca uma segunda opção. Deve ser uma decisão feita por alguém preparada para amar o filho como sendo seu. Eu quero adoptar, sempre quis, mas também quero ter um filho meu, biológico. Mas há quem sinta que não amará uma criança adoptada como sendo sua e por isso, nem todos estão preparados para o fazer.
Não sei porque diz que o nosso país não é adoption friendly, apenas acho que tem processos demasiado morosos e prejudicais para as crianças. No site da APfertilidade tem um fórum , que eu acompanho, dedicado às mamãs de coração e às mamãs que estão em processo de adopção. E são muitas :-)

Poisoned Apple disse...

Há aí qualquer coisa de errado. Considera-se que um casal tem problemas para engravidar ao fim de um ano de tentativas. Se já vão dois e o médico de família mão se "mexe", então está a ser mal aconselhada. Recomendo uma consulta de fertilidade na Maternidade Alfredo da Costa enquanto ainda está aberta.

Quanto às questões alheias, nada como naturalidade e descontracção. Responder "não consigo engravidar, tenho um problema, vou ser seguida por médico de fertilidade". Depois de ouvir isso mais ninguém vai ter coragem para voltar a fazer perguntas a incomodar. Mas isto sou eu que não vejo estas coisas como sendo uma "vergonha".

Anónimo disse...

Adorei o seu post! Concordo a 100%
Também eu tenho esse sonho. Desde adolescente, quando pensava que um dia viria a ser mãe, que tenho essa vontade.
Acredito no amor incondicional a um filho, seja ele de sangue ou adotado. Admiro quem o faz e gostaria mesmo muito de um dia o vir a fazer.

Rita

Anónimo disse...

E percebo quando dizes que ficarmos com esperanças ou colocarmos macaquinhos na cabeça, já se começa a tornar um luxo.
Eu estou a tentar há seis meses e sei que não é há muito tempo, mas parece tanto tempo e a cada mês que passa, parece que levamos mais um facada e vamos ficando sem forças.
Para juntar á festa á minha volta é só grávidas, já para não falar na pressão da família e amigos, porque tivemos a infeliz ideia de dizer que íamos começar a tentar na altura.
Sei que ainda cedo para pensar nisso, mas não sei se tenho forças ou estofo mental para me sujeitar a todos os tratamentos de fertilidade, com tudo o que isso implica e sem garantias de sucesso.
Acho que mais facilmente consideraria a adopção, mas claro que ainda é cedo para pensar nisto e ainda nem sequer discuti esta possibilidade com o meu marido.
O que eu sei é que deixei de tomar a pílula só naquela e á medida que o tempo vai passando, isto vai-se tornando uma obsessão e uma frustração.

Poisoned Apple disse...

As siglas são chinês para quem não está dentro do assunto :(

Bolachas disse...

Com todo o respeito pela sua opinião, mas só quem passa pela infertilidade sabe o quanto ela doi e as razões pelas quais se gastam os tais rios de dinheiro de que falou.

Filipa Varela disse...

Nem de propósito! Apesar de não ter demorado tantos anos para engravidar como algumas meninas, o tempo que esperei foi o suficiente para reposicionar as minhas prioridades, principalmente quando via toda a gente à minha volta a conseguir, menos eu. Nós somos as piores castradoras! Por isso entendo cada palavra que foi escrita. Sem entrar nos pormenores técnicos e médicos, achei que também devia partilhar com o Mundo a minha experiência, e pelas reacções que tive, vale bem a pena esta exposição.

Espero que valha a pena também convosco!

Sem querer fazer publicidade ao meu blog, sugiro que leiam o que escrevi. :)

http://arrozdomeuceu.blogspot.pt/2013/03/mom-to-be-parte-ii.html

Boa sorte!

Anónimo disse...

Queria apenas elucidar que, actualmente, cá em Portugal é permitido, sim recorrer ao banco de gâmetas masculinos, seja privado ou público desde que o casal tenha indicação para isso, como por exemplo os casos de azoospermia. Portanto, casais que estão a lutar pelo sonho de serem pais, não desistam, contactem os centros e esclareçam as vossas dúvidas, pois um dia os 0,01% podem estar a vosso favor.

Deixo aqui o link do Conselho Nacional de Procriação Medicamente Assistida:
http://www.cnpma.org.pt/

Vindimita disse...

Por mim este comentário vale por mil. Sou mãe biológica mas sempre disse que se a vida me o permitisse adoraria adotar! E só não o faço porque estando desempregada e tendo "apenas" 3 quartos em casa, não me vão permitir a adoção. Infelizmente temos um país retrógrado em termos de adoção! Mas quem realmente não cosegur conceber que pondere a adoção, porque se tiverem que engravidar, não será o filho adotivo que o irá impedir.

Carla disse...

Infelizmente este tema é abordado muitas e muitas vezes de forma muito ligeira e dando a impressão que não é um assunto importante.
Há várias questões que devem ser esclarecidas:
1º - ter filhos é sim muito, muito importante para quem os deseja!
2º - não é necessário passar por um quadro de infertilidade para "dar mais valor" aos filhos que vieram/virão
3º - dizer a um casal que "tem que ter calma e não pensar nisso que depois acontece" não ajuda nada, não resolve nada e só aumenta os níveis de frustação desse casal.
4º - o tempo não vai resolver nada! Podemos aprender a viver com a situação, podemos conseguir resolver o problema mas o tempo por si só não faz nada!
5º - a adopção não é a solução perfeita nem imediata para quem deseja um filho e não consegue (não ouço ninguém a dizer a um casal que quer ter um filho "porque não adoptas em vez de tentares ter um filho biológico??? - será que só os infertéis devem por a mão à consiência e lembrarem-se dos "orfãos"??? E o resto da sociedade assobia para o lado e segue a vidinha feliz???)
6º - a frustação mensal por não conseguir engravidar é real, vivida intensamente e nesse dia "só" nos sentimos como lixo pois não conseguimos (mais uma vez) o que toda a gente consegue sem dificuldades
7º - quem está a tentar engravidar e não consegue é bombardeado com perguntas incómodas para as quais nem sempre tem respostas ou não as quer dar; eu sempre preferi dizer o que se estava a passar pois dores divididas com amigos e família são mais "leves" de carregar...
8º - É muito difícil ficar verdadeiramente feliz com a gravidez de alguém próximo... Não é inveja, não desejamos aquele bebé nem aquela barriga... só queremos o nosso bebé na nossa barriga... e só quem passa por isso entende isto na perfeição
9º - os tratamentos são caros no privado mas a lista de espera é muito reduzida ou quase inexistente; no público são quase de graça mas a espera é monumental, os cortes orçamentais implicam regras que excluem muitos casais (sendo a idade um dos factores de exclusão!)
10º - engravidar torna-se de facto no objectivo primordial!
11º - chora-se imenso mas luta-se imenso com uma garra que não conheciamos até aí
12º - saber se temos algum problema, se há tratamentos simples e pouco invasivos ou então se o que temos é de top e por isso precisa de tratamentos de top é muito importante para que se defina o caminho a tomar - pequenos problemas/soluções rápidas - grandes problemas/grandes soluções
13º - o casal é que tem que decidir até onde quer ir, o que está disposto a fazer para concretizar o sue sonho
14º - o que é bom para nós não é necessariamente bom para os outros, logo se para uns não ter filhos é bom, para outros ter um é suficiente, para outros quantos mais melhor - ninguém pode dizer "estás bem assim/goza a vida/aproveita que podes dormir descansada/podes viajar/etc" se isso não faz parte dos planos/sonhos do casal.
E enfim, poderia ficar aqui o resto do dia a dissertar sobre isto...
O que vos posso dizer é que tenho um filho com 6 anos e uma filha com 2 anos e daria a vida por eles e tudo o que fiz para os ter faria mil vezes de novo...

macaca empiriquitada disse...

ena, ainda agora estava a ouvir no você na tv um casal que ao fim de 16 anos de tentativas e tratamentos conseguiu ter um bebe lindo !!!
É importante ter esperança .


Marta Faustino disse...

Concordo inteiramente com o que disseste...

Filipa Varela disse...

Concordo inteiramente! Há tanta coisa que pode ser feita antes de se pensar, sequer, em tratamentos caros e dolorosos... No meu caso, ao fim de um ano, a médica disse-me que provavelmente não fazia ovulação e uns simples comprimidos resolveram o problema. Não desanime e procure uma 2ª opinião! Boa sorte!

Anónimo disse...

Olá Pipoca.

É muito difícil, e mais ainda falar nisso.
Há uma espécie de tabu na nossa sociedade: nos casais jovens depreende-se que um dia haverá filhos - e quanto mais tempo passa, mais duras parecem as constantes perguntas por filhotes.

Passo por isso, hoje mais resolvida - costumo dizer que a dada altura a frustração dá a volta, a "mecanização" e a matemática deixam de parecer estranhas e encolhe-se os ombros.
Fico só com pena porque não sei o que vou sentir no dia em que estiver grávida, se um dia estiver grávida (e o que ainda me custa escrever "se"...).
Será que vou ficar muitíssimo feliz e altamente entusiasmada?
Será que não vou sentir uma felicidade estranhamente "amarga"?
Se sentir isso, será que valeu a pena?

Sou infértil - diz o meu médico que a infertilidade é de um casal e não de uma pessoa, mas sabemos ambos que o problema é meu.

O meu marido é fantástico. Nunca me culpabilizou (nem acho que deixava), mas é impossível não sentir que há algo em mim que falhou - e logo uma das aparentes funções mais básicas da sobrevivência humana.

Nos tratamentos, há culpabilização, stress, medo, todos os factores onde não deve haver um filho, e onde se batalha todos os dias para manter firme uma relação.

Até podem dizer que isto fortalece os casais, que fortalece - provavelmente são períodos destes que nos mandam para o limiar do "ou resulta mesmo, ou é agora que se vai ver".
Mas garanto por experiência própria que ninguém merece. Crescemos muito rápido, porque assim nos é exigido e não há outra hipótese.

Na maioria das vezes, é uma coisa só. Até se pode falar com várias pessoas mas é uma batalha do casal, extremamente sozinha. E não há maneira de assim não o ser.

Com o tempo as coisas mudam, mas demora muito tempo.
A dada altura, deixamos de ter pena para aproveitar outras tantas coisas e entusiasmamo-nos por ser "tios emprestados", aproveitamos a vida de casal, as grandes viagens que ainda podemos fazer; e aprendemos acima de tudo a falar um com o outro.

A dada altura, a única hipótese é tentar encontrar paz e chegar mesmo à conclusão que essa coisa do "milagre da vida", é mesmo um milagre (e eu que nem sou crente).

Por mim, agora tento pensar noutras coisas.
Para já, somos os dois, um dia seremos três, quatro, ou cinco, ou então continuaremos a ser os dois até sermos velhinhos numa casa com lareira e cheia de gatos e livros.

Marta Faustino disse...

Eu também sou uma das que adiou a maternidade até terminar os estudos, arranjar um trabalho, arranjar carro, casa e um marido. Quando achei o meu companheiro ideal (hoje meu marido)deixei a pilula e aí começaram os problemas para engravidar. Endometriose.. SOP.. e até uma laparoscopia foram feitas até descobrirmos que também a atividade espermática dele era muito reduzida. Ficamos meses à espera depois da inscrição no centro de saúde para terminar numa ISCI sem sucesso (em que passei muito mal)...sem filhos, continuamos felizes, viajamos sempre que podemos (somos os dois filhos únicos) e neste momento tenho o meu afilhado que é o miúdo mais lindo do mundo. O futuro? Não sei...quem sabe a adoção?!

www.viajarso.blogspot.com

Anónimo disse...

Esse tipo de conversa "A minha mãe sempre disse que um casamento sem filhos é como um jardim sem flores" é das coisas mais parvas que se pode ouvir.
Por essa logica de conversa, o casal que não conseguir ter filhos tem como destino o divórcio, visto que não terá flores no jardim. Felizmente há pessoas que gostam de flores e outras não.
Há casais que não tem filhos por opção e são muito felizes. A felicidade nasce primeiro a dois e só depois a 3 ou a 4. (Isso para quem quer ter filhos).

Tenho uma tia que fez exames, tratamentos, e até operações nos EUA, onde viveu por 12anos e nunca conseguiu engravidar. É claro que tem pena de não ter sido mãe, mas tanto ela como o marido são um casal feliz e vivem muito bem. Ela costuma a dizer que tem a consciência tranquila pois fez de tudo para engravidar, não conseguiu porque assim teve de ser. A unica coisa que se arrepende foi de não ter adoptado.

Fashion Faux Pas disse...

Nunca quis ter filhos, até ao dia... casei e só 6 anos depois é que comecei sequer a pensar em ter filhos, mas toda a gente á nossa volta achava que tinhamos problemas de fertilidade, que não conseguiamos engravidar, não conseguiam sequer aceitar que não queriamos ter filhos MESMO até pessoas que me conheceram a vida toda e a quem eu sempre disse não querer ser mãe, não acreditavam. Aos 35 desejei ser mãe, e foi automático. Logo á primeira tentativa livre de anticoncepcionais engravidei. Infelizmente logo de inicio tive uma noticia que me pôs literalmente em estado de choque, e vitima de um stress enorme, por isso perdi a gravidez. Á segunda tentativa também foi imediato, e hoje em dia sou mãe de um puto fantástico que amamos incondicionalmente. Aliás, nem nunca me passou pela cabeça que pudesse vir a ter dificuldades em engravidar, estranhamente. Apesar de me dizerem sempre que após os 35 seria muito dificil de engravidar, eu nem pensei nisso. Fizemos o que tinhamos a fazer e cá está, se bem que após ter perdido a primeira gravidez quase que desisti. Tmabém se devia falar mais do aborto espontaneo, não? Parece sempre tabú.

Cláudia disse...

Ainda bem que alguém se lembra deste tema! A Infertilidade é uma palavra que dói, que desilude e que nos traz uma força interior muito grande , que nos leva aos extremos. Maior parte das pessoas, felizmente ou infelizmente não sabe o que é! A minha história começou há 5 anos. Como todos os casais decidimos engravidar(sim por tem de ser uma decisão comum), exames normais tudo aparentemente bem! Ok, vamos a isso!Quando acontecer, acontece, nada de stressar. 1º ano nada!Ao fim de 1 ano, nova consulta médica!mais exames chegando ao primeiro diagnóstico:marido com oligoastenoteratozoospermia! (Meu Deus que palavrão que ainda hoje não consigo prenunciar,eu aparentemente tudo normal), pergunta ao médico: Isso é grave?dói? Não não dói, dói é na alma! Ou seja, para fins clínicos sermos pais naturalmente está fora de questão. OK, vamos a isso. Somo fortes, vamos conseguir!
Começámos a nossa montanha russa, sim porque para nós é uma montanha russa de sentimentos. Já realizámos duas ICSI's (Microinjecção intracitoplasmática de espermatozoides), com o desfecho que não o esperado. Claro sempre em hospital publico, no qual só temos 3 tentativas de tratamento ao fim destas 3 tentativas se não realizarmos a nossa tão desejada gravidez temos alta e pronto ficamos à nossa sorte. Claro existe sempre a possibilidade de ir para clínicas privadas em que cada tratamento que nós tenhamos que fazer custam à volta de 5 mil euros fora a medicação, para chegarmos ao fim estarmos com uma mão cheia de nada!
Aqui deixo o meu pequeno testemunho, sei que existe pessoas que já fizerem 20 tratamentos e conseguiram e algumas ainda não conseguiram. Basta consultar o site da Associação de Infertilidade Portuguesa para se ter uma noção de quanto casais existem no nosso país nesta luta!
Não basta ir de férias e descontrair, não basta não pensar no assunto. A Infertilidade é uma Doença!

Obrigada Ana, porque este tema.

MarynWonderland disse...

Não me parece justo julgar quem gasta "rios de dinheiro" em fertilização artificial, nem quem se desgasta até à exaustão para conseguir adoptar,porque se se desgastam a esse ponto é porque a vontade é legítima...muito respeito por este assunto. Sou mãe, eu e o meu marido fizemos o nosso menino à primeira, contudo, dizia desde os 15 anos, que se até aos 27 anos não engravidasse entraria em absoluto stress...não acredito que estivesse enganada (nasceu 10 dias antes de eu fazer 27 anos), é um desígnio tão forte, um apelo indescritível, como tal, considero-me abençoada.
Continuamos a trabalhar nas nossas carreiras, temos 30 anos, o nosso pipoco 2 e viajamos...com o desejo de ter mais filhos! Lutas há muitas senão vejam: http://www.youtube.com/watch?v=aywHk73mZOo
O mais importante é o amor ser genuíno! Maria Moreira

Bolachas disse...

IIU = inseminação intrauterina
FIV = Fertilização In Vitro
ICSI = Micro Injecção Intracitoplasmática
SOP = Síndrome do Ovário Policístico

Anónimo disse...

Posso falar por experiencia propria.
Foram mais de 6 anos q lutamos contra a nossa infertilidade e depois de mtas batalhas perdidas e alguns milhares de € gastos conseguimos ganhar a luta.
Mtos tratamentos, mtas viagens, mto desgaste fisico e emocional q só qm passa é q percebe do q falo.
Hoje temos um filho lindo com 2 anos.

A adopção nunca foi posta de lado por nós, mas nao é só a solução para os casais inferteis, mas sim por todos.

Beijinhos e mtas feliciades para o rebento q ai vem.
Rita

Anónimo disse...

O meu comentário é curto mas vai ao encontro daquilo que a pipoca diz no início.
Eu também nunca pensei muito em ser mãe e não via como um problema a possibilidade de nunca o vir a ser.
Até ao dia em que arranjei um namorado que, além de não querer filhos, também não os pode ter.
Neste momento sinto-me triste por não podermos ter filhos, porque o amo.
E é isso que acho que faz mudar tudo: amar outra pessoa e querer ter com ele algo mais profundo e eterno que um sentimento ou um papel assinado.
No entanto, sinto que isso não altera em nada o amor que temos um pelo outro, e ainda bem, pela simples razão de que falamos abertamente do assunto, sem medos de deixar feridas.

Anónimo disse...

Se lhe fosse diagonesticado menopausa precose, ao 23 anos.
E se ja sonhase com o 1 filho.
com o melhor marido do mundo que sonha com um filho desde de sempre.

o mundo cai, aos nossos pes.
E o que a uns mese atraz tinha tempo porque somos novos,ganha prioridade.
Chega a ser obesessao.

Anónimo disse...

Sabiam que em cada ciclo (normalíssimo, saudável e sem problemas)o "risco" de acontecer uma gravidez é de 30%? É o verdadeiro milagre da natureza. É preciso que tudo (e este tudo é muita coisa) esteja em sintonia.

O Dr Alberto Barros (especialista muito conceituado do Porto) diz que quanto mais estuda o assunto mais se admira por haver tantas gravidezes "naturais".

Vou me mentalizando que tenho sobrinhos lindos e que me enchem o coração.
É certo que a maternidade nunca foi uma prioridade, um sonho de menina, mas o que custa é não poder escolher. Adia-se por qualquer razão e quando se quer já é tarde. E é inevitável não ficar dorida quando à tua volta fazer bebés parece tão fácil.

vania disse...

O problema é que uma adoção não demora meses, mas sim anos!! Muitos anos!

Anónimo disse...

Adorei o seu post!!! Concordo a 100% com tudo!

Clara disse...

Muito bem, gostei imenso da dissertação. Fala abertamente daquilo que sentimos.

Clara disse...

Cara Pipoca, permite-me partilhar aqui, no teu espaço, a "Carta de uma mulher infértil ao mundo". É um pouco longa, mas explica, perfeitamente, aquilo que nós sentimos (tento há 3 anos engravidar, com ajuda de tratamentos, sem sucesso).
Obrigada pela oportunidade. (vou ter que publicar em partes, já que o HTML não permite)

"A(...) sabe que a amas e queres que seja feliz. Sabe que gostavas que ela voltasse a ser a mesma de antes. Mas ultimamente ela parece-te ansiosa, deprimida e obcecada com a ideia de ter um bebé. Provavelmente é difícil entenderes por que ficar grávida é tão importante e parece ocupar cada segundo da sua vida. A(...) espera que depois de leres este pequeno texto, escrito por psicólogos com experiência, entendas um pouco melhor a dor que ela está a sentir. Podes também ficar a saber melhor como ajudar.

"A(...) sabe que a amas e queres que seja feliz. Sabe que gostavas que ela voltasse a ser a mesma de antes. Mas ultimamente ela parece-te ansiosa, deprimida e obcecada com a ideia de ter um bebé. Provavelmente é difícil entenderes por que ficar grávida é tão importante e parece ocupar cada segundo da sua vida. A(...) espera que depois de leres este pequeno texto, escrito por psicólogos com experiência, entendas um pouco melhor a dor que ela está a sentir. Podes também ficar a saber melhor como ajudar.

Alguns efeitos da infertilidade

Pode ser surpresa, mas 1 em cada 6 mulheres que querem ter um bebé não o consegue. Há muitas razões para isso: bloqueio das trompas de Falópio, mau funcionamento ovárico, desiquilíbrios hormonais, exposição a substâncias tóxicas, baixa quantidade de espermatozóides do marido, entre muitas outras causas. E ainda por cima, quando uma mulher chega aos 35 anos de idade, torna-se mais difícil engravidar, principalmente porque muitos dos óvulos que produz são de baixa qualidade.

Clara disse...

Todas estas barreiras para engravidar são físicas ou fisiológicas, não são portanto barreiras psicológicas. As trompas não se bloqueiam porque a mulher está "muito ansiosa" para engravidar. Quando existem anticorpos na mulher que matam o esperma do marido, por exemplo, eles não desaparecem se a mulher relaxar. E um homem também não pode fazer com que o seu esperma se mova mais depressa apenas com uma atitude optimista.

Sobre conselhos "bem intencionados"

Quando alguém de quem gostamos tem um problema, é natural tentarmos ajudar. Se não houver nada de específico que possamos fazer, tentamos pelo menos dar um conselho. Muitas vezes utilizamos as nossas experiências pessoais ou casos que envolvam outras pessoas que conhecemos: recordas-te de uma amiga que tinha problemas para ficar grávida e que essa amiga conseguiu só porque foi com o marido de férias para uma ilha tropical. Por isso achas que faz sentido sugerir a (...) para meter também férias com o marido…

A(...) aprecia o teu conselho, mas a sugestão não lhe serve de grande coisa, porque o problema tem uma origem física. Pior ainda: a tua sugestão deixa-a mais magoada. Muito provavelmente já outras pessoas lhe disseram isso imensas vezes. Imagina como é frustrante ela ter de ouvir que outros casais engravidaram "magicamente" durante umas férias, simplesmente fazendo amor. Repara que a(...) está no meio de tratamentos de fertilidade. Nestas circunstâncias, fazer amor e conceber um filho não são coisas muito relacionadas uma com a outra. Nem imaginas quanto é difícil estar a tentar conseguir um bebé e quanto é desanimador sentir que no final de cada mês se voltou a falhar.

Clara disse...

O teu conselho bem-intencionado é um esforço para transformares um problema extremamente complicado num problema demasiadamente simplificado. Ao simplificares o problema desta maneira, retiras importância ao que ela sente, menosprezando as suas emoções. E ela sente-se obviamente aborrecida e chateada contigo nestas circunstâncias.

A verdade é que não há nada de concreto que possas fazer para a ajudar. A melhor ajuda que podes dar é a tua compreensão e apoio. É mais fácil apoiá-la se souberes como pode ser devastadora a incapacidade de ter um bebé.

Por que pode ser tão devastador não ter um bebé?

As mulheres são geralmente educadas na expectativa de um dia terem um bebé. Muitas vezes imaginaram ser mães desde que em miúdas brincaram com as bonecas ou desde que começaram a obervar no mundo à sua volta a relação próxima entre "ser mulher" e "ser mãe". Quando a(...) pensa que não pode ter um bebé, pode sentir-se como uma mulher "defeituosa", a quem falta a capacidade de gerar e de ter filhos.

Por vezes, não ter um bebé é um factor de vida ou de morte. Na Bíblia, por exemplo, Raquel era estéril e disse a Jacob "Dai-me filhos ou morrerei..." (Génesis, 30). Comentando esta afirmação, alguém disse que “não ter filhos é como morrer aos poucos”. E isto sucede porque ter filhos é uma das formas de escaparmos à morte; é um modo de não termos medo da morte.

São tão poderosos os sentimentos relacionados com a infertilidade, que a pessoa pode sentir-se a morrer, ou mesmo querer morrer. E por enquanto a(...) nem sequer tem a certeza de que vai conseguir ter um bebé.

Clara disse...

O que oferece a medicina moderna à mulher infértil?

Na década passada a medicina reprodutiva fez grandes avanços. O uso de certos medicamentos pode aumentar o número e o tamanho dos óvulos que a mulher produz, aumentando muito as oportunidades de fertilização. Na técnica de fertilização in vitro (FIV) extraiem-se os óvulos da mulher e junta-se com o esperma do homem, num "tubo de ensaio", fazendo-se assim a fertilização no laboratório. O embrião é colocado depois no útero da mulher. Mas existem muitas outras técnicas de reprodução assistida.

Apesar das esperanças que estas técnicas oferecem, são um "osso difícil de roer". Alguns procedimentos de alta tecnologia só existem em certas clínicas e isso pode obrigar a (...) a viajar grandes distâncias. Quando o tratamento está disponível por perto, ela tem de suportar as visitas regulares ao médico, aplicar injecções diariamente, compatibilizar o trabalho e a vida social com esses procedimentos e ainda gastar consideráveis somas de dinheiro. Tudo isto é acompanhado por uma série de exames embaraçosos e muitas vezes dolorosos.

A infertilidade é uma condição médica muito pessoal, que a(...) pode não estar em condições dar a conhecer no emprego ou de partilhar com o seu patrão. Por isso às vezes inventa desculpas cada vez que o tratamento coincide com o horário de trabalho.

Depois de cada esforço médico para engravidar, a(...) tem ainda de aguentar a espera, sempre salpicada por ondas de optimismo e de pessimismo. É uma verdadeira montanha russa emocional. Não sabe se os peitos inchados são um sinal de gravidez ou um efeito secundário dos medicamentos de infertilidade. Se vê uma mancha de sangue na roupa interior, não sabe se é o embrião a implantar-se ou se é o período que está a começar. Se não engravida depois de uma tentativa “in vitro”, pode sentir que o desejo de um bebé morreu mais um pouco.

Ela tenta viver com este tumulto emocional. Se a convidam para uma festa de boas vindas ao bebé de uma amiga, se a convidam para um baptizado, se sabe que uma amiga ou colega está grávida, se um dia lê uma história de um recém nascido abandonado, podes imaginar a angústia e a raiva que ela sente com as injustiças da vida! Porque a infertilidade penetra em quase todas as facetas da vida, porque surpreende que ela esteja obcecada em chegar à meta?

Clara disse...

A(...) pergunta-se a cada mês se será desta vez. E acaba por não ser, pergunta-se se tem energia para tentar de novo. Poderá pagar outro tratamento? Quanto tempo continuará o marido a apoiá-la? Será obrigada a abandonar o seu sonho?

Por todas estas razões, quando falares com a(...), tenta sentir empatia com as dificuldades que atravessam a sua cabeça e o seu coração. Ela sabe que te preocupas com ela, e pode necessitar de falar contigo sobre o que está a viver. Mas ela sabe que não há nada que possas fazer ou dizer para a ajudar a engravidar. Ela tem medo que lhe faças uma sugestão que cause ainda mais desespero.

Que podes fazer pela (...)?

Podes apoiá-la e não criticares nenhum dos passos que ela esteja a dar para se proteger de um trauma emocional. O medo, o silêncio e a fuga podem ser apenas uma forma de ela se preservar a si própria de mais sofrimento. Podes dizer-lhe algo como: "Estou preocupado contigo. Agora que li este folheto, tenho finalmente uma ideia de como isto é difícil para ti. Gostava muito de te poder ajudar. Estou aqui para te ouvir e chorar contigo, se sentires vontade de chorar. Estou aqui para te animar quando te sentires sem esperança. Podes falar comigo. Eu vou estar contigo a partir de agora”.

Lembra-te que a(...) está perturbada e muito angustiada. Escuta-a, mas não a julgues. Não tornes pequenos os seus sentimentos. Não tentes querer fazer ver que tudo está bem. Não lhe vendas fatalismo com declarações como "O que tiver que ser será". Se esse fosse o caso, que sentido fariam os tratamentos de reprodução assistida? Saberes e quereres ouvi-la seriam já uma ajuda muito grande. As mulheres com problemas de infertilidade sentem-se à parte, diferentes das outras pessoas. A tua capacidade de ouvir e de apoiar ajuda-a a lidar com toda a tensão que está a viver. A infertilidade é uma das situações mais difíceis que ela teve de enfrentar na vida.
Exemplos de situações problemáticas

Tal como um quarto desarrumado pode ser um lugar cheio de obstáculos no caminho de uma pessoa cega, a vida quotidiana pode também estar cheia de dificuldades para uma mulher infértil. Estas dificuldades não existem para as mulheres que têm filhos facilmente.

Clara disse...

Imagina que ela vai a casa de uma cunhada para uma reunião familiar. Uma prima está a dar de mamar ao bebé; os homens estão a ver um jogo de futebol e as outras mulheres falam sobre os filhos. A (...) sente-se excluída e distante.

O dia de Natal e a passagem de ano são exemplos de outras festas particularmente difíceis para ela. Nestas ocasiões ela recorda o que pensou o ano anterior: “Para o ano vou ter o meu bebé e vou trazê-lo aqui para junto da minha família.”

Cada uma destas festas representa uma complicação para quem não pode ser mãe. No dia se São Valentim pode recordar o namoro, o amor, o casamento e a família que ela sonhou formar. O mesmo para o dia da mãe e o dia do pai. São dificuldades umas atrás das outras.

Actividades simples como caminhar na rua ou ir ás compras a um centro comercial são também saídas com surpresas a qualquer momento. Ver as outras mulheres a empurrar os carrinhos de bebé é algo que pode doer. Quando a(...) vê televisão é bombardeada por publicidade de artigos de bebé a toda a hora.

Num jantar alguém pergunta há quanto tempo é casada e se já tem filhos. Nestas ocasiões sente vontade de sair a correr, mas não pode. Se ela falar sobre a sua infertilidade é provável que oiça um dos tais conselhos bem intencionados: "Relaxa, não te preocupes, quando menos esperares...", ou ainda "Tens sorte. Eu estou farta dos meus filhos, gostaria de ter a tua liberdade". Estes são comentários típicos que fazem com que ela tenha vontade de esconder-se debaixo da mesa.

Refugiar-se no trabalho e na carreira profissional nem sempre é possível. Ver cada mês que o sonho não se cumpre, pode consumir energias para avançar na carreira. E à volta as outras colegas de trabalho vão ficando todas grávidas.

Resumindo

Por não estar a conseguir ter filhos, a vida é stressante para a(...). Ela está a fazer o melhor que pode para sobreviver a este problema. Por favor, entende: às vezes ela está deprimida, outras está ansiosa, física e emocionalmente exausta. Ela não é agora tal como a conhecias; provavelmente nem vai querer fazer as coisas que antes fazia ou desejava fazer.

Ela não tem ideia de quando e como o problema será resolvido. Ou sequer se será resolvido. Poderá ter êxito, optar pela adopção ou ter de assumir uma vida sem filhos. Por enquanto ela ainda não sabe o que vai acontecer. Tem que levar as coisas dia a dia. Só não sabe porque tem de passar por isto tudo. De uma coisa está certa: vive com uma angústia tremenda todos os dias.

Por favor, olha por ela. Ela precisa e deseja que o faças."

Retirado daqui: http://embuscadeumanjo.blogspot.com/

SN disse...

Viagem com os filhos, ou sem eles:) que a partir dos 2 anos pagam e é doloroso ;)

Sofia Serrano disse...

Olá Pipoca,
Sou médica de Ginecologia e Obstetrícia e escrevo no Café, Canela & Chocolate (cafecanelachocolate.blogspot.pt).
Tenho feito post com temas de ginecologia e maioritariamente para grávidas, mas nos proximos dias vai sair um post no meu blog sobre o tema da Infertilidade - uma área pela qual me interesso. SE quiser depois envio-lhe o link.
Um beijinho

Sofia Serrano
cafecanelachocolate.blogspot.pt

Anónimo disse...

Desde a adoslescência que sei que não conseguirei engravidar, é um duro golpe. Cruel, ninguém merece. Ainda não senti o instinto maternal mas tenho amigas grávidas ou com filhos bebés e sei que vou querer ter filhos. Nem quero imaginar o pesadelo que vai ser quando chegar essa altura... A adoção neste país também é um processo penoso. Tenho que me informar melhor mas creio que os tratamentos não são possíveis cá pois requerem óvulos de dadoras. É muito difícil falar sobre o assunto, é uma mágoa que temos cá dentro e ninguém consegue resolver, talvez só tendo filhos saudáveis. Mas é bom saber que não estamos sozinhos e não é por o calarmos que os problemas se resolvem.

Anónimo disse...

Que grande confusão que para aqui vai!
Quem sofre de infertilidade tem o direito de querer tentar ter filhos biológicos!Fazer 500000 tratamentos ou o que for! Tanto direito quanto o de quem pretender adotar. Acima de tudo as suas escolhas não devem ser julgadas!
Eu tentei ter filhos biológicos durante anos. Fiz 5 ttt, ICSIs, que não resultaram em gravidez. Os embriões eram lindos, bla bla bla, pardais ao ninho, mas verdade é que nunca deu positivo! O processo é doloroso emocionalmente, sobretudo emocionalmente!
Ainda no início nos inscrevemos na adoção, mas porque nós os dois acreditamos que os filhos são filhos, nasçam na barriga ou no coração!
Sinceramente o processo de adopção foi para mim normal, não tive 3 mil entrevistas, tive 2, não tive 10 mil visitas domiciliárias, tive 1, e muito menos estiveram preocupadas com o número de quartos!! Sinceramente acho que as pessoas falam de cor, pois na verdade a única coisa complicada de gerir é sem dúvida o tempo de espera!! Para mim foram 3 anos e 6 meses. E o tempo varia tantooooooo.
Fomos pais de uns gémeos há 2 anos e 3 meses, eles têm agora 6. São nossos filhos!Nossos!

Anónimo disse...

Infelizmente a adopção em Portugal é particularmente dificil

Anónimo disse...

Cada pessoa tem a sua opinião e eu respeito a sua. Mas diga-me você ou o seu companheiro têm uma doença crónica que a impeça de ser mãe/pai biológico? Tem o sonho de gerar uma criança e sentir cada desenvolvimento dentro de si? Sabe o que casais inférteis sentem por não conseguirem realizar o desejo de ser pais? Qual é o mal, qual é o problema de querer ser pai biológico??? Porque é que ser infértil implica imediatamente ter que adoptar? Porque é que não acham que é óbvio que o segundo filho de um casal fértil deva ser uma criança adoptada? Adoptar um filho é um acto de amor, talvez até altruísta, sou totalmente a favor e é lamentável que o processo seja tão longo, mas custa-me que haja opiniões que banalizam a questão. Custa-me que algumas pessoas não entendam, ou não queiram entender que para alguém que não consegue ter um filho biológico a adopção não seja uma alternativa óbvia. Custa-me que existam tratamentos que se podem fazer, mas que muitas vezes não se fazem, porque neste país uma mulher pode fazer mil interrupções voluntárias da gravidez, mas pode apenas fazer um numero limitado de tratamentos de PMA, com as respectivas listas de espera e idade limite. Adopção sim, a 100 por cento sim, mas é preciso respeitar e não banalizar.

Siena disse...

Poisoned Apple: GO - ginecologista obstreta (esta é fácil :-)), SOP (sindrome de ovários policísticos), IIU (inseminação intra-uterina), FIV (fertilização in vitro).

Anónimo disse...

Os tratamentos são muito caros!
http://cortinaindiscreta.blogs.sapo.pt/

Vladimiro Jorge Silva disse...

Olá Anónima,

Não percas a esperança, pois não é verdade que em Portugal não se façam tratamentos com doação de óvulos. Aliás, antes pelo contrário: este tipo de tratamentos não só são extremamente frequentes no nosso país, como são igualmente muito procurados por casais estrangeiros que recorrem a nós, precisamente porque Portugal é o país da Europa onde estes procedimentos são feitos com uma melhor relação entre a qualidade (ao nível dos melhores do mundo) e o preço (o mais baixo da Europa).
No nosso país todos os anos engravidam centenas de mulheres com recurso a tratamento com doação de óvulos.
Podes obter mais informação em http://ferticentro.pt/tratamentos/doacao_ovulos.aspx

Beijinhos!

Vladimiro Silva
(Director do Laboratório da Ferticentro)

Anónimo disse...

O meu Gabriel veio inesperadamente, depois de problemas de saúde e três anos em que nada acontecia, já tinha a carta para a Clinica de Infertilidade na mão, mas não quis pensar logo nisso. Era Junho e eu pensei, vamos de férias e depois tratamos do assunto... e bem, as férias foram em Agosto e tudo aconteceu inesperadamente, no inicio de Setembro recebo a maravilhosa notícia, "parabéns tá grávida". Hoje sei que não engravidava porque andava demasiado ansiosa, mais de 35 anos, não é fácil! Depois disso já sofri um aborto e dei por encerrada a fábrica, a todas a mulheres que estão a tentar eu desejo as maiores felicidades porque as coisas sucedem quando menos esperamos. C.R.

Anónimo disse...

À uns anos atrás como não conseguia engravidar recorri a uma clínica especializada nesta área para descobrir a causa (fui sozinha porque o meu companheiro sempre achou que o problema era meu, visto já ter um filho de outra relação)e após vários exames tudo indicava estar bem comigo e por insistência o meu companheiro acabou por fazer um espermograma que revelou o "problema", não produzia espermatozóides suficientes para que fosse possível gerar uma gravidez pelas vias tradicionais. Após alguma espera para que ele avançasse com os tratamentos que eram necessários e como a minha vontade de ter um filho era muita, avançamos com a adopção, processo que até foi rápido (2 anos) e apesar de amar muito o meu filho e o considerar meu filho de verdade, sinto-me incompleta como mulher, pois para mim gerar uma criança dentro de mim era e é um sonho, o meu sonho. E passados alguns anos continuo à espera que o meu companheiro avance, apesar de agora referir que já está velho, já não tem paciência...A infertilidade é algo de muito doloroso, principalmente quando "a causa" da nossa infertilidade não nos apoia.

Anónimo disse...

É mais fácil falar do que fazer...............acreditem, mas acreditem mesmo. Existem muitos casos de sucesso na adoção, mas minhas amigas acreditem que tb há grandes dramas..............

Anónimo disse...

Lamento, mas quando um casal é infértil quem "precisa" é o casal!
Quando me deparei com esta realidade - sendo que no nosso caso, como o problema era no meu útero, ou adoptávamos ou usávamos uma barriga de aluguer, confesso que odiei a ideia de ser "forçada" a adoptar. Felizmente o problema resolveu-se / minimizou-se ao ponto de ter tido 2 filhos e estar a pensar agora no 3.º.
Agora que já tive os meus não me importava de adoptar, mas quando essa parece ser a única solução, não "apetece", porque é a evidência da nossa "incompetência / incapacidade".
Espero que me tenha feito entender, não gostava de ser mal interpretada.

Anónimo disse...

Em Portugal é possível recorrer a tratamentos de fertilidade utilizando gâmetas (óvulos ou espermatezóides) doados. Também é possível recorrer à doação de embriões.

Filipa Pedro disse...

Eu estive 3 anos a tentar, passei por muita coisa, muitos tratamentos, 2 abortos, depressão... torna-se uma obsessão, é verdade, e uma grande prova a um casamento. É muito complicado explicar a quem está de fora e muitas vezes a vontade é desistir de tudo, mas tudo mesmo. Tinha decidido a certa altura que só ía tentar mais uma vez, um último tratamento... e consegui! Hoje tenho uma filhota linda e perfeitinha que acabou de fazer um ano.

Anónimo disse...

Cara Pipoca,
É a 1ª vez que comento num blog.
Sou infértil. A minha infertilidade foi causada por uma doença chamada endometriose. Esta doença, fofinha que só ela, (desculpa o plágio) obrigou-me a 2 cirurgias, tratamentos de fertilidade (é tão giro espetar agulhas na pança) e a uma boa dose de loucura... Esperneei, gritei, chorei e tive muita dificuldade em aceitar grávidas na família (mas nunca os bebés, graças a Deus!). Neste percurso todo tive ainda, um aborto às 9 semanas. Mas hoje tenho a minha filha com 17 meses. A gravidez foi espontânea e contra todas as probabilidades médicas, uma vez que eu só tenho uma trompa e 1/4 de ovário (as cirurgias foram para retirar as “peças” que me faltam e que estavam avariadas). Um grande beijo e muita coragem para quem luta por um filho.
Aproveito para deixar um alerta acerca da endometriose. Esta doença é uma das maiores causas da infertilidade feminina. Afeta 1 em cada 6 mulheres que estão na idade reprodutora. Cerca de 80% destas mulheres apresentam como principal sintoma a Dor. As restantes 20% apresentam em primeiro lugar infertilidade.
Por isso, mulheres que tenham dores menstruais fortes devem estar atentas, questionar os vossos médicos, e não as aceitar como normais.
Para saber mais sobre o assunto ver o blog do MulherEndo: http://mulherendo.blogspot.pt
Ah, Pipoca muitos parabéns pelo bebé e desejo que tudo corra bem!
Sandra

Anónimo disse...

E é tão facil "escarrapachar" logo essa solução, não é?

Mini Melga disse...

Tantas histórias... Como me identifico tanto na maioria delas...

Anónimo disse...

Ora bem, se há tanta criança a precisar, primeiro todos adoptamos (mesmo os casais que não tem problemas de fertilidade) e quando já não houver crianças a precisar ai sim, já se pode ter filhos biológicos!
A adopção deve ser encarada como uma opção para todos e não uma solução para os casais inférteis.
A infertilidade é uma doença. Não mata mas moi. E muito!
E não é por se ser infértil que se tem vontade, desejo e todas as condicionantes necessárias para se adoptar.

Anónimo disse...

Tal como tu... nunca senti o grande apelo da Maternidade, não sei se estou preparada, blá, blá, blá... Mas há 4/5 anos (?) mais coisa menos coisa deixei de tomar a pílula e depois logo se via!

Ou não... passou 1 ano e nada aconteceu... ida ao médico (a minha GO tb dá consultas de Fertilidade)... e o inicio da saga: exames e mais exames p mim, p ele... consultas e mais consultas e aterramos no Hospital Sta Maria na Consulta de Fertilidade (e insisto em chamar-lhe Fertilidade pq lá ajudam a fazer bebés!).

E entramos para a lista de espera e descobrimos q tinhamos mais de 1 ano de espera pela frt e descobrimos q temos direito a 1 FIV ou ISCI por ano (na Bélgica são 6!) e descobrimos que os medicamento, apesar do grd desconto são carissimos e descobrimos que nos sentimos desgastados a cada dia que passa e descobrimos que dentro de nós algo muda e descobrimos que dentro dele também mudou alguma coisa e descobrimos que os pilares da nossa relação não são inabaláveis... mas não deisistimos :)

Não contamos a ninguém, não partilhamos, guardamos para nós pq os outros não têm de saber tudo. E qd nos perguntam então e vocês? Qd é q pensam nisso? Fazemos um ar desconfortável, às vezes respondemos mal pq os outros não têm nada com isso e mudamos de assunto.

Fizemos 3 IIU (inseminações) para ir 'passando o tempo' enquanto esperamos pela FIV ou pela ISCI. Finalmente somos chamados p nos dizerem que podemos escolher um hospital privado p ir fazer o tratamento q o Estado paga. E escolhemos. E lá fomos e não resultou. Resolvemos arriscar novamente no mesmo sitio e pagamos nós! E continuamos a descobrir que é tudo caro: consultas, medicamentos, ecografia, análises e o nosso tempo! Arriscamos, mas não resultou!

Ao fim de 3 IIU e 2 ICSI começamos a achar q s calhar não tem de ser... q s calhar o facto de toda a vida afastarmos o assunto da suposta gravidez, de não me sentir preparada faz c q não tenha de ser... mas vamos caminhando p o Hospital, pq hão-de voltar a chamar-nos e continuamos a fazer exames e análises até q nos chamam p mais uma ISCI, desta vez no Sta Maria!

E tudo foi diferente... desde a equipa (sempre motivada, disponivel, c um astral q faz jus ao nome consulta de Fertilidade), à medicação e protocolo... tão diferente que as duas pindéricas que tenho na barriga vão nascer pertinho do Verão :) Desta vez a ISCI funcionou e os 2 embriões que foram transferidos agarraram-se a mim e não me largaram mais! Ficou lá o 3º, congelado à espera!

Estou grávida! Se estou preparada? Não sei... mto menos para DUAS criaturas q vão depender de mim... Se o problema da (in)fertilidade me mudou? É provavel...

Anónimo disse...

As crianças para adoptar não estão reservadas aos casais inférteis, mas sim a todos. Portanto, quando alguém que não passa pela infertilidade, sugere essa opção muito rapidamente, eu pergunto porque é que ela própria não adopta... e legitimo uma pessoa querer um filho biológico, não a façam sentir que ainda tem a punição moral de não se "contentar" em adoptar.

Anónimo disse...

Porque alguns dos casos de infertilidade são consequência de Cancro, aqui vos deixo uma oportunidade de reflexão que pode ser interessante: http://www.ligacontracancro.pt/noticias/detalhes.php?id=1119

Conferência Sexualidade, Fertilidade e Cancro - Coimbra, 21 de Junho de 2013

Anónimo disse...

Umas vezes viajar com os filhos, outras vezes sem filhos, é muito importante, para o casal.

Anónimo disse...

Oh meu Deus, 2 anos a falar sempre com o mesmo médico, mas tem que pedir uma outra opinião. Recebeu aqui bons conselhos.

Força, vai ver que não é tão complicado como parece, tem é que mudar de postura.

Anónimo disse...

É compreensivel, a grande maioria das crianças para adopção trazem problemas de rectaguarda. É uma realidade, mas estando conscientes de que tudo pode acontecer então sim tomem essa iniciativa. Mas adoptar a pensar que é tudo muito bonito, não é bem assim. Tenho 2 primos adoptados e foi uma infância muito complicada de seguir, eram ambos violentos na escola e em casa e foram adoptados em bébés, são irmãos de sangue.

Anónimo disse...

Pois é, eu nunca conseguiria adoptar porque nunca senti esse apelo. Concordo com o anónimo das 13h56.

Tenho uma filha de 13 anos que não sei porquê diz, não quero ter filhos quero adoptar. Vou ter que respeitar a decisão dela. Tb a mais velha não quis comprar um cão quis adoptar um numa instituição dos abandonados.

Anónimo disse...

Já referi mais acima que eu não quero os filhos dos outros é um direito meu, tive a sorte de ter os que queria e com quem queria, caso contrário nunca adoptaria porque não sinto apelo para essa iniciativa.

Anónimo disse...

Pode recorrer ao Banco de dadores e engravidar, penso que o seu marido compreenderá perfeitamente a situação. É uma vontade legitima.

M.M. disse...

Queria ainda acrescentar que, em Portugal, o tempo de espera para adopçao é longo porque não há muitas crianças para adopção... nem todas as crianças que estão institucionalizadas são "adoptáveis". Algumas estão na inst enquanto a mãe está presa, outras enquanto os pais estão a recuperar de um qualquer problema (como toxicodependencia, por exemplo) outras ainda estão temporariamente enquanto as familias se organizam (muitos pais não sabem ser pais). Assim, as crianças disponiveis para adopção são menos e algumas ninguém as quer. Choque-se quem pensa que a culpa é da assistente social, mas não sabe que muitas pessoas querem escolher os filhos como se de um catálogo se tratasse... como se se pudesse escolher um filho biológico. De preferencia loirinho e de olhos azuis, sem problemas de saude (asma por exemplo que não é nada que não se possa suportar)... e choque-se ainda mais quem não sabe que em Portugal muitas são as crianças DEVOLVIDAS às instituições, porque afinal não era bem isto que eu queria... se há entrevistas e visitas domiciliárias e pormenores que queremos saber é para evitar situações destas!

Isto para dizer que as pessoas falam ser saber!

Anónimo disse...

Pois em nome da verdade tenho-lhe a dizer que Sr Dr não só estava longe de estar louco como tinha toda a razão. Estava a seguir o protocolo, que tem um motivo para ser assim, não é aleatorio.

Anónimo disse...

Vou contar então um pouco da minha história (em 2 comentários devido à extensão, desculpem).
Sou casada há 8 anos e quando casei não quis logo engravidar, apesar de ter o sonho de ter uma família grande, com muitos filhos e de o meu médico me ter dito, numa consulta de rotina (e sem me explicar porquê - eu tinha 28 anos), que deveria começar a tentar.

Passados 2 anos (2007), o médico diagnosticou-me um mioma submucoso no útero (sem me explicar minimamente do que se tratava), e que deveria tentar engravidar o mais rapidamente possível, sendo que o mais provável era não conseguir por causa da localização e dimensão do dito, que operar era impensável porque corria o risco de uma histerectomia ou de morrer na operação (palavras do médico!), e que deveria começar a pensar em barrigas de aluguer.

Foi um absoluto choque para mim. Ainda incrédula, tentei uma segunda opinião, que confirmou o que aquele médico tinha dito, apesar de propor uma alternativa de embolização das veias uterinas, para "secar" o mioma, mas corria o risco de tornar a parede do útero menos permeável à fixação de uma futura eventual gravidez.

Depois de muito estudo de alternativas e de quais as melhores opções de tratamento, decidimos começar a tentar engravidar, sem mais, apesar de não ter sido esse o momento escolhido por nós, mas por força das circunstâncias. Andámos a ver outras opções para termos filhos - adopção e barrigas de aluguer.

Quanto à primeira, como já disse aqui num comentário, quando se torna uma das únicas soluções e não é propriamente uma opção, deixa de apetecer. Quando se diz que a adopção é para salvar as crianças e dar-lhes uma vida melhor, eu senti que se adoptasse, a criança é que iria fazer isso por mim, i.e., é que me iria salvar e que me viria dar uma vida melhor. Além de que o processo é dificílimo e demoradíssimo em Portugal e os requisitos apertadíssimos.

Dei por mim a pensar que há tanta gente sem qualquer capacidade para ter filhos biológicos e que para se ser pai adoptivo é quase preciso ser doutorado em metafísica e rico. Adiante.

Andámos a ver agências de adopção de crianças estrangeiras - quais os custos, as burocracias, etc. Quando vemos a Angelina Jolie adoptar crianças num par de meses, até parece fácil, mas não é! Nem barato.

Depois, andei a ver o que era e como funcionava a barriga de aluguer. Cá não é legal (apesar de haver, fiquei a saber), por isso andei a ver como se processava nos Estados Unidos. Pois que um processo desses, sem considerar as outras despesas como as viagens e a burocracia, custava, na altura, cerca de € 30.000,00!

E apesar do valor, que não tenho nem tinha, considerei. E andei a ver como seria se quisesse mais filhos, teria de recorrer novamente a esse serviço e de repente dei por mim a pensar que os meus filhos - que eu sempre quis ter 3 - me custariam cerca de € 100.000,00! Era impensável, mas a hipótese nunca ficou posta de parte, porque quando uma pessoa quer muito, arranja o que for preciso, como já alguém aqui disse.

O que é certo é que engravidar ou ter um filho torna-se uma obsessão, como já tão bem descrito por outras pessoas.

Não se pode ouvir, ver ou falar de bebés, ver grávidas, muito menos saber que alguém engravidou sem querer (essa matava-me sempre!), etc, deixamos de estar com as pessoas, porque simplesmente estamos demasiado centradas na nossa "meta" e as épocas típicas das crianças incomodam - os natais, o dia do pai, o dia da mãe, etc.

Até que, devido a complicações do meu mioma, mudei de médico no início de 2008 e foi o melhor que me pode ter acontecido.
(Continua)

Anónimo disse...

O médico procedeu bem.

Anónimo disse...

:)

Anónimo disse...

(cont. do comentário anterior)

A minha médica, super compreensiva e quase sem acreditar que algum médico me tivesse dito as barbaridades que o meu me tinha dito, disse-me que era impossível eu engravidar enquanto o mioma estivesse no útero e que iríamos tentar tirar o mioma de forma cirúrgica, laparoscopicamente. Claro que existia o risco de histerectomia, mas que ela era experiente e que eu ficasse sossegada.

Fiz a 1.ª laparoscopia em Junho de 2008, tive de fazer nova em Outubro, porque de Junho a Setembro a parte do mioma que se tinha retirado voltou a crescer e em Janeiro de 2009 tive luz verde para começar a tentar engravidar.

Em Fevereiro de 2009 engravidei! Claro que tive de ter mil cuidados, porque como diz a minha médica, ninguém quer a minha incubadora, se estivesse no supermercado era refugo, mas o que é certo é que correu tudo bem e o mioma ainda diminui durante a gravidez, o que é absolutamente contrário ao normal.

Em Janeiro de 2010 abortei espontaneamente de uma 2.ª gravidez, às 5 ou 6 semanas, mas a minha médica não garante que haja alguma relação com o mioma e o que é certo é que em Março seguinte estava a engravidar do meu 2.º filho.

Quero crer que vou conseguir engravidar de um 3.º e que há-de correr tudo bem, apesar de o meu mioma continuar cá. É preciso é que esteja sossegadito.

Mas o inferno que se passa quando nos dizem que podemos vir a não ter filhos é enorme. Angústia, frustração, impotência, sentimento de culpa, sentimento de injustiça, inveja, são apenas alguns exemplos dos sentimentos que experimentamos. Para não falar, pelo menos no meu caso, de pensar se seria legítimo "obrigar" o meu marido a ficar comigo, quando ter filhos biológicos era muito importante para ele (e para mim também, mas eu é que estava condenada a não os ter).
E no meu caso durou só 2 anos. Mas foram 2 anos absolutamente insuportáveis.

Espero ter contribuído, porque não é um caso típico de infertilidade que requer FIV e afins, mas dá sempre para outras pessoas não se sentirem sozinhas se for o caso, que foi o que me aconteceu a mim.

Anónimo disse...

'Não é porque tu, mulher, esperaste demasiado tempo'

Não é bem assim...

Anónimo disse...

Um companheiro muito pouco participativo...

Sónia disse...

Aqui deixo a sugestão, para o caso das pessoas que já tentaram de tudo, estão desesperadas e que, infelizmente, não têm tido sucesso no que toca à infertilidade: Medicina Tradicional Chinesa!

Anónimo disse...

O problema de apanhares a Toxoplasmose durante a gravidez não é para ti!! É para o feto dentro de ti. Quase todas as análises que fazes ao longo da gravidez é para garantir a a segurança e saúde do novo bebé (Rubéola, Toxoplasmose, HIV, etc), não é por tua causa! Se te foste estudar contra indicação ao menos podias também saber para que são feitas essas análises.

E a progesterona não é pedida antes porque seria dinheiro mal gasto. Tal como tudo, a saúde é um negócio em que é preciso balancear o custo benefício: "poupamos mais dinheiro a ver os níveis de progesterona em TODAS as mulheres ou poupamos mais dinheiro a tratar os abortamentos (aborto é o resultado de um abortamento, tu não tiveste 2 abortos, tiveste 2 abortamentos) e a medir apenas os níveis de progesterona em quem tem indicação?"

Isto é válido para todos os tipos de exames, que GASTAM DINHEIRO! Não se vai fazer o rastreio de cancro da mama a todas as mulheres de todas as idades todos os anos, só a partir do momento em que fica mais barato fazer rastreio a todas as mulheres com risco mais elevado do que tratar os cancros mais avançados (ou não ser possível tratar).

Capice?

Anónimo disse...

Também eu sofro de endometriose há alguns anos. A dor era tal que, após o período, ficava incapacitada metade do mês tal era a intensidade das dores. Muitas vezes tive de levar injecções de morfina. Contudo, tenho dois filhos, apesar da segunda gravidez ter sido mais difícil de concretizar. Neste momento tenho a endometriose "adormecida" pois estou a amamentar, mas não sei o que virá no futuro... Mas quem padece desta doença, não pode desistir e deve recorrer a bons especialistas (em Portugal o Dr. Setúbal é a referência). Nunca desistam do vosso sonho...

Anónimo disse...

Meninas digam me uma coisa, quais são os primeiros passos a dar para me inscrever na Maternidade Julio Dinis, ja que o medico de familia diz que nao conseguir engravidar ja la vao 2 anos é pouco.... O que devo fazer? Contem me tudo :)

Anónimo disse...

Obrigada Vladimiro e anónimo, fiquei tão contente,significa muito para mim. Não vou perder a esperança! Tinha essa ideia por causa de uma reportagem que vi. Mas os médicos sempre me falaram nessa possibilidade,vou-me informar melhor na próxima consulta.

Anónimo disse...

Tal como diz também eu sempre disse que queria adotar uma criança, mas deixei de o dizer no exato momento que me deparei com uma situação de infertilidade. A adoção é um ato de amor, alguma coisa que queremos dar, não uma compensação para aquilo que não podemos ter.
Agora que graças a "tratamentos caros" estou grávida, adotar voltou a estar nos meus projetos.
Desculpe, mas considero o seu comentário um pouco discriminatório tanto para os casais inférteis como para as crianças órfãs.
As crianças órfãs são para ser amadas por uma família, não são tratamento médico para determinadas patologias. A infertilidade é uma doença e deve ser tratada por médicos.

Raquel disse...

Já tinha ouvido falar muito por alto sobre as crianças devolvidas. Acho... inacreditável. É a única palavra que me ocorre, perante o baque que dá ouvir estas coisas. Como é que é possível? Será falta de acompanhamento pós-adoção? Falta do "state of mind" ideal por parte das famílias? Nem imagino o que seja ter um trabalho em que temos de receber as crianças de volta e tentar que não fiquem ainda mais frágeis do que já eram antes.

Dulce disse...

Bem... Muito obrigada por conseguires escrever aquilo que sinto e penso, mas nunca consigo exteriorizar, ou pelo menos nunca me saem as palavras correctas. É exactamente assim que sinto quando me dizem que tenho sempre a opção de adoptar, fazem-me sentir mal por não pensar em adoptar.

Raquel disse...

Pois eu não acho assim tão ridícula a sua atitude. Nunca tive um aborto, ou abortamento, ou o que seja, mas acredito que se tinha muita vontade de ser mãe lhe tenha custado. É claro que nem todas poderemos fazer o mesmo que fez, mas se podia ao menos evitou uma 3ª situação desagradável. E relativamente aos protocolos e preocupações financeiras: não é por existirem que são 100% correctos e bom para as pessoas, que são humanas. Algumas mulheres passam por 3, 5, 6 abortos e se calhar ficam "bem". Para outras só um é um trauma. É claro que não podemos mudar "o sistema" para cada caso. Mas se pudéssemos... seria tão errado? E se continuarmos sempre a pensar que não pode ser, não pode ser, é assim que se faz, nem que um dia possamos a mentalidade vai mudar.

o meu! disse...

Olá!
Desde que me lembre sempre quis ser mãe. Achava que seria a melhor sensação do mundo enão me enganei.
Foram 3 anos de uma caminhada desgastante, dolorosa, com muita tristeza e muitas lágrimas. Durante estes anos fiz Psicoterapia, Reiki, Acunputura, Homeopatia, tudo o que pudesse ajudar para não me sentir triste, tudo o que pudesse ajudar a andar com pensamentos positivos ,mas principalmente tudo o que pudesse ajudar na concretização do nosso sonho, eu fazia. O meu maior medo era nunca conseguir ser mãe e como iria conseguir viver a minha vida?
Optamos, inicialmente, por uma Clinica Privada por não ter lista de espera, todo o procedimento seria mais rápido. Tive (e tenho porque passou a ser o meu Ginecologista) um médico excelente mas decidi pedir outras opiniões médicas. Fomos ao Porto falar com o Dr Mário de Sousa (que era especialista em reprodução humana do Instituto de Ciências Biomédicas de Abel Salazar), fomos a outra Clinica Privada e passado algum tempo inscrevi-me na MAC (chamaram-me para tratamento já estava grávida) .
Poderíamos nunca conseguir uma gravidez espontânea. Eu com Ovários Poliquisticos (Falta de ovulação ou deficiente ovulação), o meu marido com pouca quantidade e qualidade nos Espermatozóides.
Optamos por contar o nosso problema para evitar situações menos agradáveis mas mesmo assim… Pelo meio do turbilhão de emoções tivemos algumas deceções com amigos que pensávamos que nos compreendiam, deixamos de ser convidados para casa dos amigos que entretanto tiveram filhos (iam os amigos com filhos), “amigas” que escondiam a gravidez com medo que tivessemos pensamentos maus em relação ao bebé. Um dos comentários que nunca me esqueci (e pessoa sabia do problema), foi “Não sei como conseguem viver um casamento sem filhos”. Perguntavam “E não adotam?” como se para nós, os Inférteis, fosse obrigatório ir por esta opção porque há muitas crianças que infelizmente precisam de ajuda.
Para muitos não inférteis, a solução era irmos de férias… Se fosse assim tão simples… Ou então era problemas de ansiedade. Mas os não inférteis, não têm problemas de ansiedade?
Esta caminhada também teve o seu lado bom. Conheci amigas através dos Fóruns da APF (Associação Portuguesa para Fertilidade) e do Pink Blue que passavam pelo mesmo problema que nós, que sabiam o que sentíamos, falavamos a mesma língua e até hoje ficou a amizade. Os meus chefes e colegas acabaram por saber porque houve muitas ausências e deram-me muito apoio.
A família também foi fundamental. Minha mãe e irmã sempre me apoiaram e ajudavam no que podiam para me verem feliz.
Os tratamentos foram dispendiosos, não tinhamos a garantia de sucesso, o tempo de espera até ao resultado final de cada tratamento custava-me imenso a passar (a mim custou mais que as injeções diárias ou a transferência dos embriões), cada negativo foi vivido com muita tristeza e era necessário arranjar forças para continuar na luta, tínhamos que continuar a ter esperança.
Fiz 4 tratamentos (2 ICSI e 2 TEC), na última TEC (Transferência de Embrião Congelado) e quando menos esperava tive o tão esperado positivo. Tive uma gravidez tão boa , adorava a minha barriga, sentir o bebé foi das melhores sensações e deixou muitas saudades. Tive um menino que tem quase 3 anos.
E como muitas vezes acontece o que mais desejamos sem contar, ano passado engravidei espontaneamente. Quando soube com quase com 12 semanas. Não foi uma gravidez planeada mas muito desejada, mas mesmo passando o que passei para conseguir o primeiro filhote houve quem tivesse dito “Se soubesses não tinhas gasto tanto dinheiro para ter o primeiro filho”. Mas anda tudo maluco? Se não tivessemos gasto o que gastamos, hoje, não teríamos o nosso menino que tanto amamos. Há dinheiro que pague este amor?
A segunda gravidez não foi nada calma, a filhota nasceu prematura mas reagiu muito bem e após um mês internada veio para casa. Está ótima e linda .
Tive a sorte de ter dois filhos saudáveis, lindos e que são o meu orgulho.
Não esqueço e nunca esquecerei o que sofremos…

Muitas felicidades para o bebé.
Luísa

Raquel disse...

O que o Vladimiro diz é verdade, sim, Anónima. Aqui há uns anos uma prima muito querida minha teve dificuldades em engravidar e falou-se no assunto de recorrer a óvulos doados.
Aquilo ficou-me na cabeça e, após alguma pesquisa, resolvi fazer uma doação. Foi uma coisa estranha, mas que na prática não teve grande dificuldade, e acho realmente que se houvesse mais informação sobre o assunto talvez houvesse mais doações e, quem sabe, fazer o mesmo no público.

Anónimo disse...

Inteiramente de acordo.

Anónimo disse...

Foi passado um ano de estarmos casados que decidimos ser pais.os meses começaram a passar e nada,fui a consultas de ginecologia e estava td impecável!! O meu endometrio estava lindo e preparado para receber o embrião!no entanto os meses passavam e nada! Foi sugerido q o meu marido fizesse o espermograma; o resultado foi o.k., os "rapazes" nadavam bem e o número era bom ( nao excelente,bom.) passado 6 meses nao conseguimos nada, então iniciamos os tratamentos, td a q tenho direito,injecções na barriga e tudo aquilo q os tratamentos acarretam, o aumento de peso,variações de humor, etc... Mas vale td sempre a pena.... Fiz uma inseminação, em Novembro de 2011, que nao gerou nada, negativo, dois embriões q nao desenvolveram, depois em Zbril de 2012, transferi 2 embriões, 15 dias depois fiz o teste, e foi positivo....foi o dia mais feliz da minha vida! 15 dias maus tarde fiz a 1ª eco, só um é q singrou, a Maria Francisca, nasceu em Dezembro de 2012, cheia de saúde e linda de morrer!!
Nunca me passou pela cabeça desistir,embora muitas vozes na minha cabeça me diziam,as vezes,baixinho,que nem sempre as coisa correm como queremos....o estilo de vida,o sexo com hora marcada (foi das piores coisas!!! Confesso q ainda hj acho q neste campo,as coisas pioraram mt, por causa das horas e dias para ter relações!!), mas enfim....fui mãe aos 33 , tive, aprox 2/3 ate conseguir ter a minha filha e consegui! Com perseverança e muita fé!! E ciência vá!!! ;)
Neste momento em q escrevo este relato, ouço a sua repiração aqui mesmo so meu lado na sua caminha... E sou feliz...mt feliz! Nunca,nunca desistam!!!!
Beijos e felicidades Pipoca!!
X

Anónimo disse...

Olá, eu sou de Coimbra, mas o q eu fiz foi dirigir-me à minha ginec. e pedir-lhe para me orientar. Nao engravidei nos HUC, fiz uma inseminação lá mas foi negativa, recorri à Clinimer e engravidei aí, logo na 1ª vez q lá fui. Foi dispendioso, mas agora tenho aqui a minha filhinha!! Nao perca tempo!!!! Marque essa consulta rápido!!! E acredite! Vai td correr bem,pensamento optimista é meio caminho andado!!! :)

Unknown disse...

E, para juntar a toda essa mágoa e desespero, vem, ainda, a sociedade, que todos os dias faz questão de te lembrar que está na hora de ter filhos. Não interessa se queres, se não queres, se podes ou se estás para aí virada.. É inevitável. Deve ser uma dor imensa.
Força para quem está nessa situação!!!

Anónimo disse...

Cantinho da Be, não falei na adopção como segundo plano mas sim em colocar a adopção ao mesmo plano que a hipótese de gerar um filho biológico.
Vânia, eu sei. Conheço um casal que adoptou uma criança à cerca de 15 anos, e na altura esperaram quase 7 anos. Não tinham qualquer preferencia (cor de cabelo, sexo, idade) só queriam uma criança. Receberam-na 7 anos depois, ela já com 5 anos... Mas, proporcionalmente falando, os tratamentos também não demoram?
Anonimo das 13h30, eu não condeno as pessoas que fazem tratamentos, condeno sim aquelas que fazem tratamentos e nunca ponderaram, nem ponderarão adoptar.
Anonimo das 13h56, não faço ideia se eu ou o meu companheiro temos ou não alguma doença que nos impeça de gerar filhos. Sinceramente, não estou minimamente interessada. como disse no meu post, sonho muito mais em adoptar uma (ou mais crianças) do que propriamente em gerar. Em relação aos casais que desejam ter filhos biológicos e não podem e por isso perdem a cabeça, a carteira e a estabilidade emocional que tinham até então... Eu sempre fui educada a só desejar aquilo que um dia conseguirei alcançar e a adaptar as minhas expectativas à minha condição e à possibilidade real de as alcançar dai não perceber como é que continuam a 'sonhar' por algo que sabem que nunca poderão ter. (atenção, eu estou a falar daqueles casos em que os médicos já deram a certeza que aqueles dois indivíduos não poderiam gerar um filho, ou para aqueles que estão a tentar há quase 20anos (eu conheço um caso) não para aqueles em que o medico ainda propõe algum tipo de tratamento.)
Anonimo das 19h59 tenho mais de uma mão cheia de casais amigos que adoptaram, não conheço um único caso em que se arrependam de ter adoptado. Destes casais, dois tem crianças com problemas de hiperactividade, de resto, tudo normal. Uma, na adolescência, na idade da parva, quis ir viver com a mãe biológica. Os país procuraram-na, apresentaram-nas e ao fim de pouquíssimo tempo ela deixou de falar da mãe biológica. Caiu-lhe a ficha e passou a dar ainda mais valor ao que tinha e ao amor que aquele casal de pais do coração lhe tinha dado.
M.M. Em Portugal há muitas crianças institucionalizadas que não estão para adopção, sim, é verdade, mas também é verdade que Portugal tem acordos de cooperação com outros países, nomeadamente os PALOP, que abrangem a área da adopção mas devido ao desconhecimento, mas também ao preconceito, muitos pais não optam por esse tipo de adopções. Em relação às crianças devolvidas, nem comento, porque é uma realidade que realmente não compreendo. E atenção, não sou contra as entrevistas e as visitas, acho é que são demasiadas, pouco incisivas, e acabam por atrasar todo o processo.

Diana disse...

Conheço algumas pessoas que não podem ter filhos e uma das soluções pode ser as barrigas de aluguer. É caro e ilegal em alguns países, mas nos EUA faz-se com frequência.

Anónimo disse...

Este texto podería ter sido escrito por mim.
Hoje mãe de uma menina "in vitro".

Anónimo disse...

À medida que a idade avança os óvulos vão-se degenerando e por isso, sim, a sua qualidade (e consequente hipóteses de engravidar) diminui. Mas isso não significa que a culpa seja da mulher, e que a causa seja essa - daí a minha observação.
Se considerarmos a idade física ideal para ter filhos, será entre os 18 e os 20 e picos: vamos, então, procriar nessa altura?
No nosso caso, a causa da infertilidade é masculina. O que se passa é que, na nossa sociedade, a causa "lógica", do "senso comum", é a idade da mulher: se esperas até aos 30, ou 32, e depois tens dificuldades, a culpa é tua. Sei do que falo, porque sei o que ouvi e sei como foi difícil lidar com isso.

Por isso sim, é bem assim. Ou, pelo menos, pode ser. E mesmo assim, a culpa - palavra tão má quando se fala de infertilidade - não é da mulher :)

(outra) Ana

Anónimo disse...

Eu estive 7 anos sem conseguir engravidar, 5 das quais passados em tratamentos: 3 IUI's, 1 IVF, 1 tranferência de embriões congelados, 3 ICSI's... para não falar das oscilações hormonais, os efeitos secundários, as desilusões, as correrias ao médico, o tempo de espera, os clichés que temos que ouvir como um giradisco riscado, enfim... Uma caminhada demasiado longa e desgostosa para quem tem de passar por isso, mas vale a pena??? Sim, 1000 vezes sim! Agora tenho um menino lindo de 3 anos. Nunca pensei que fosse possível! Nunca imaginei, depois de tantos anos de resultados negativos que conseguisse. Na verdade, quando fiquei grávida do meu filho e olhei para o teste de gravidez finalmente POSITIVO depois de 7 anos de tentativas, tive muita dificuldade em acreditar. Parecia que não estava a acontecer comigo. Parecia que estava noutro corpo que não o meu. Acho que o meu subconsciente me dizia a cada momento "mas tu não consegues engravidar!" Mas tudo indicava que sim e a minha barriga depois de uns mezitos de facto começou a crescer... Eu estava finalmente GRÁVIDA!!! Não digo que todas as histórias acabam assim, com um final feliz, mas se me perguntarem se valeu a pena, acho que mesmo que não tivesse ficado grávida diria que sim. Acredito que uma pessoa deve fazer tudo que está ao seu alcance para conseguir engravidar e se não conseguir ao menos sabe que fez tudo o que pode. Mas todos nós temos limites diferentes, opiniões diferentes, resistências diferentes. Umas pessoas partem logo para a adopção outras não querem. Umas pessoas desistem dos tratamentos logo à primeira ou à segunda, outros ficam anos a tentar, outros infelizmente não têm capacidade financeira. Cabe a cada um saber qual é o seu limite. Enfim... Um assunto demasiado complicado, demasiado pessoal para dizer que se deve fazer isto ou aquilo. Eu não julgo os outros, mas posso deixar aqui a minha história que espero sirva de inspiração para muitas outras pessoas que estão a passar pelo drama da infertilidade. Boa sorte a todas elas!

Anónimo disse...

A ansiedade não é razão para não engravidar - já inúmeros estudos sobre a possível correlação entre a ansiedade/stress e engravidar e a relação nunca foi encontrada. É a disseminação destes mitos que faz com que muita gente se continue a sentir culpada sem razão. A ansiedade não tem qualquer influência! Se engravidou por acaso nas férias... teve sorte!

Anónimo disse...

Lamento... Este comportamento diz alguma coisa sobre o seu companheiro...

Cidália disse...

Bem, eu infelizmente bem sei o que é lidar com a infertilidade... a minha história dava um livro, de tanta estrada que já leva... Tudo começou com uma gravidez ectópica aos 23 anos e desde aí nunca mais parei de procurar soluções, respostas... fiz há pouco 28 anos e ao longo desta caminhada tenho passado por grandes alterações psicológicas, já tive a altura da revolta, a altura que não podia ver nenhuma grávida nem ouvir falar em gravidez, assim que o assunto era debatido eu levantava-me e ia-me embora... já passei pela fase da esperança, e neste momento já estou numa fase assim-assim, ou seja, sofro mas já não tenho muita paciência para me lamentar... tenho que viver com o que tenho e não passar o resto da vida a sofrer por aquilo que não tenho e não sei se um dia terei. Felizmente tenho um marido sem igual, um verdadeiro companheiro, que me faz sentir muito amada, e até chegar a altura de pensar em ter filhos, fui imensamente feliz... e porque é que essa felicidade só já não me chega? Era mais fácil ver as coisas assim, mas eu vejo agora que só serei totalmente feliz no dia em que conseguir ter um filho. Com este problema tornei-me uma pessoas mais humana, deixei a infantilidade de lado, cresci, mas foi à custa de muito sofrimento. Bem tudo isto para dizer que a infertilidade é mesmo uma coisa lixada na vida de um casal.

Anónimo disse...

:')

Anónimo disse...

Raquel, tirou as coisas um bocadinho do contexto.

Cidália disse...

Bem, eu senti cada palavra como minha...
Parabéns pelos filhotes e pela persistência!
Beijinhos

o meu! disse...

Porque razão não podemos querer um filho biológico? Porque razão não posso querer passar por todas as etapas de uma gravidez? Não tenho este direito? Antes de saber que teria problemas em engravidar também dizia que queria adoptar mas adoptar não é para ajudar uma criança? E o que eu senti que só o faria para me ajudar.
E já agora... A adopção não é só para os Inferteís. Quem não passa por esta doençã, sim Infertilidade é uma doença e não um capricho, fala logo em adoptar. Espero que nunca passe pelo que milhares de casais passam.

Anónimo disse...

Eu nao condeno ninguém que não queira adoptar! nem quem não queira ter filhos. Cada um é livre de tomar as suas decisões e cada um sabe até onde pode ir.
E tenho muito, muito respeito pela infertilidade!

Anónimo disse...

boas Pipoca:) sou leitora assídua há anos do teu blogue e fiquei muito feliz pela tua gravidez... e claro que estás uma pré-mamã linda de doer, como se diz aqui por Aveiro! Tenho 35 anos e desde os 28, 29 que tento engravidar. Não é fácil... passei pela fase do controle de ciclos, de "quecas" à hora certa depois de comprimidos e injeções (acredita que acordar às 6h e pensar.... tem de ser mata qualquer romantismo ou erotismo num casamento!!!! Depois veio a clínica de especialidade, muitos exames, despesas e um tratamento de FIV que foi um fracasso. Cada um é um caso en não há um padrão de comportamento. aparentemente eu até reagi muito bem e o meu marido também, mas na verdade sofremos bastante, cada um a seu modo o que trouxe momentos bem difícies na vida a dois. Anos investidos num projeto que falhou e de repente parece que fica um vazio para lá de grande. Entretanto fui submetida a uma operação (tinha as trompas competamente destruídas) e andamos a ganhar coragem para repetir o tratamento, sabendo agora que sem as trompas será mais fácil de dar resultado. Mas é o se que nos mata... Lidar com a família não é fácil Pipoca, digo-te de coração. O meu marido é filho único e os pais têm um desgosto enorme por não terem um neto. Há alturas, fases, dias em que me sinto uma perfeita "anormal" e muitas vezes percebo o desconforto de alguns amigos em contarem, por exemplo, que vão ter um bebé,como se nos quisessem poupar dessa realidade, mas nunca senti inveja. Mesmo.Não sou fatalista de dizer que se o destino quis assim, assim será. Gostava de tentar de novo, estou a ganhar coragem para repetir... Obrigada por abordares o tema que, apesar de pouco falado, é uma relaidade cada vez mais comum e infelizmente o sistema nacional de saúde não lhe dá a resposta necessária.

Anónimo disse...

É o que mais me irrita é quando vêm com a conversa do relaxa e isto acontece! e agora que já tens um filho vais relaxar e vai acontecer naturalmente.
O meu GO, PRof DR dos mais conceituados do Porto, chegou a dizer-me que eu não engravidava pq andava stressada e que só precisava de relaxar! e sabia que eu tinha SOP!
A infertilidade é uma doença e não passa com valerianas, massagens, viagens ou ansiolíticos!

Isabel A disse...

16 anos a tentar, causa inexplicada, 2 gravidezes não evolutivas, uma ectópica ... apenas um breve resumo porque estou grávida de gémeas, já nas 31 semanas e para dizer a verdade não esqueço a infertilidade, mas quase já não conta o sofrimento que passei, que passámos, o sentir-me "menos". No entanto posso passar horas a contar o telefonema que recebi a dar a notícia do positivo,o contar à familia, as primeiras ecografias, as compras feitas, o medo de que algo ainda aconteça de errado ...

Anónimo disse...

Mais um caso.... Nós somos dos que tiveram sorte. Menos de 1 de tentativas e soubemos que tínhamos problemas (causas femininas e masculinas). 3m de indução (os piores! De todos os tratamentos, aquele em que mais sofri com os efeitos secundários!), 1 FIV e 1 ICSI. Ainda não tinha passado um ano e tínhamos o nosso+. Uma gravidez de risco do inicio ao fim com perda de um dos bebes já numa fase avançada da gravidez.
Uma dor e uma solidão (a dois que não se esquece). Mesmo depois de termos um filho, a infertilidade mantém-se. Diferente, claro. Mas continua cá. Queremos mais filhos, teremos q voltar aos tratamentos para alcançar o nosso sonho. Mais ainda não temos forças. Esta luta exige muito do casal.
Nos tivemos sorte porque a 1a batalha foi rápida mas a guerra ainda não está ganha.
E aprendi a não perguntar:"e filhos, para qdo?" E a respeitar todas as opções. Não é porque nos escolhemos 1 caminho que só este existe!

Mónica disse...

E que médico/clínica são esses? Pode partilhar? Obrigada!

Um dia vamos conseguir!!! disse...

Olá muito obrigada por falar neste tema, nós fomos daqueles casai que sempre pensámos ter filhos mas a sorte nao esteve do nosso lado, passámos 7 longos anos a tentar tudo , entre comprimidos, injecções , testes negativos , lagrimas e gritos conseguimos a nossa menina depois de uma inseminação intra uterina ! Neste processo percebi que o nosso país nao está preparado para ajudar estes casais e os euros que gastamos para concretizar este sonho foi inacreditável, o que me assusta é que muitos casais nao conseguem aguentar as despesas ! A certa altura achava que era a única mulher no mundo que nao podia ser mãe até que em 2006 encontrei o site na associação portuguesa de fertilidade que sem saber me salvou, com o fórum, com encontros com outros casais e cada vez que aparecia um positivo era nosso também!!! Sempre falei com as nossas famílias e amigos o que foi muito bom! Nunca desistam do sonho hoje sou mãe de uma menina linda de nome Maria Victória!!!!!!!!!

Liliana Pereira disse...

Antes de mais parabéns pelo post Pipoca que gerou este debate e esta enorme partilha.

Já chorei a ler e a imaginar algumas histórias que pode aqui estão escritas.

Fui mãe há 5 meses. Engravidei 2 meses depois de ter deixado a pílula, pílula esta que tomava há 10 anos! Se tive medo de não conseguir? Claro que tive! Acho que não há ninguém que não tenha esse receio, mesmo que esteja fechado lá no fundinho do nosso coração.

Força a todos e todas que estão neste momento a passar por essa batalha.

http://mammyontheblog.blogspot.pt/

PsicoFértil disse...

Infertilidade / Amor Anémico: Quando o pensamento toma conta das emoções, a desordem emocional instala-se e o nosso corpo traí-nos;

Ao longo do tempo, com o passar dos meses e até dos anos o nosso corpo tende a somatizar os nossos desejos, frustrações, impotência e angústia. Acaba por ser um “Mix” de emoções que se misturam e nos baralham e que por momentos nos paralisam, retirando a esperança da concretização de um sonho, de um querer, que para muitos deveria ser conseguida de forma natural e espontânea, só porque a gravidez na maioria dos casos é a uma das leis do ciclo natural da vida ou porque simplesmente somos livres, até ao momento, de decidir ter filhos ou não.
Em determinado momento da vida de um casal, quando a infertilidade assola a sua intimidade, torna-se inevitável verter as emoções que ao longo do tempo vão sendo abafadas, privadas e bloqueadas em todos os que desejam ser pais.
Actualmente, parece ser cada vez mais difícil ter filhos, quando se quer e com quem se quer, acaba-se por comparar esta premissa a um desafio, que nem sempre se apresenta como um caminho fácil de trlhar para muitos casais, o de dar continuidade à extensão de nós próprios.
A PsicoFértil é uma iniciativa que disponibilizou um projecto na área da intervenção psicológica em Infertilidade. Acredita que uma atitude positiva face à infertilidade pode facilitar a possibilidade de gravidez, o objectivo de muitos casais para ajudar a lidar com os problemas e dúvidas que possam surgir nesta fase de vida.
A incapacidade para conceber de forma natural, assim como os tratamentos de reprodução medicamente assistida, podem gerar stress, ansiedade e em alguns casos, depressão.
A PsicoFértil entende a Infertilidade como uma problemática intemporal parecendo tratar-se de um fenómeno em ascensão, o qual tem forçado a Medicina a desenvolver novas soluções para os casais com dificuldades em conseguir uma gravidez.
A PsicoFértil apresenta-se como uma iniciativa de referência no sector da saúde em Portugal de divulgação e esclarecimento de informação sobre a abordagem psicológica na Infertilidade. Abraçando um projecto de pesquisa e investigação actualizada.
Distingue-se por uma visão inovadora, aliada a um forte espírito de melhoria contínua, excelência e rigor. Centrada na personalização e qualidade dos cuidados de saúde prestados, de intervenção e apoio psicológico especializado em Infertilidade, querendo chegar ao conforto e ao entendimento da emoção psicosocioemocional, que leva os casais a procurar-nos.
A PsicoFértil direcciona-se a todos os que desejam ser pais e que até ao momento ainda não conseguiram.
A PsicoFértil tem como objectivo proporcionar um serviço de acordo com as necessidades de cada casal e com as dificuldades advindas ao longo das diferentes etapas do tratamento em Reprodução Assistida, promovendo um maior equilíbrio emocional e uma melhor gestão dos problemas.
Os casais ao saberem da existência de um acompanhamento psicológico especializado em Infertilidade, certamente encontrarão maior apoio, segurança emocional e consequentemente tenderão a encontrar melhores estratégias para saberem lidar com as dificuldades encontradas, durante o processo de tratamento com outra confiança e maior determinação.
Igualmente e desde já agradecemos a iniciativa da publicação deste Post (In)Fertilidade, para que possamos ajudar mais e melhor, com qualidade e tentar chegar sempre a quem mais necessita de apoio nesta fase de vida, que muitas vezes é calada no seio do casal e que não só causa grande sofrimento como abala grandes projectos de vida, que para todos nós são sentidos como valiosos e que sem dúvida valem sempre a pena!
www.psicofertil.com
psicofertil@gmail.com

Anónimo disse...

Olá Pipoca! A primeira vez que comento num blogue... a primeira vez que desabafo sobre o assunto. Ninguém sabe da minha familia e amigos, pensam que eu ando a adiar o inadiável... Tenho 36 anos, casada há 10 e a tentar nos últimos 6 anos. Descobri recentemente que o problema é do meu marido. Sem entrar em detalhes (ainda me custa) estou muito frustrada. Sinto-me enganada, defraudada e com muita raiva. Sempre quis ser mãe e ele não entende. Ele desdramatiza a situação e diz que o importante é o amor que sentimos um pelo outro e que se o problema tiver que ser resolvido será. Somos muito felizes, pois somos... mas, a mim, falta-me algo. A adopção não poderá ser uma solução (seria um outro desabafo...). Tenho muito medo que, com a minha situação, em lugar de 3 venhamos a ficar 2, mas cada um para o seu lado. É que agora nem me apetece fazer amor com ele. E o pior é que me sinto muito culpada. E pronto, desabafei... Obrigada pela oportunidade.

I Wish disse...

Trabalhei 2 anos numa clínica de fertilidade. É um trabalho apaixonante, porque nos aproximamos bastante de alguns casais, sofremos e festejamos com eles, mas também pode ser muito frustrante, por esse mesmo motivo. Assisti a muita coisa: a casais amorosos a quem a infertilidade unia, a outros casais a quem a infertilidade tinha cavado um fosso invisível. Mas que continuavam os tratamentos, talvez por receio de caírem no precipício. Casais que tinham empenhado tudo para terem um filho, porque a idade já era avançada e passavam para o fim da lista de espera de espera no público. E que, por isso, pediram um empréstimo, porque estes tratamentos não são nada baratos. Uma história que me chocou muito, de uma senhora que tinha feito muito abortos (assistidos, não se trataram de abortos naturais) e que, a determinada altura, quando quis mesmo engravidar, não conseguiu, tendo que recorrer à clínica. Tantas, tantas histórias...!

I Wish disse...

O marido tem que autorizar o recurso ao banco de dadores...

I Wish disse...

Sim, é uma doença. Mas não imagina a quantidade de senhoras que engravidam quando desistem dos tratamentos e da ideia de que um dia podem engravidar. Ou que engravidam nas férias, quando finalmente se entregam um ao outro sem pressões, sem pensar "será desta?". São estatísticamente significativos. Por isso é que o seu GO lhe diz isso; não é para a desesperar, é para a ajudar. E sim, alguns casais, não têm a felicidade de engravidar, mesmo depois de relaxarem. Boa sorte!

Anónimo disse...

hoje olho para trás e revejo o caminho q percorri em mtos dos sentimentos que li nos comentários anteriores. sempre quis ser mãe, sempre achei q ía ser mãe de um rancho de crianças tds atrás de mim, mas tb sempre me assombrou o pensamento de q pudesse ter dificuldades qd me decidisse a engravidar.
qd juntei os trapinhos, três anos depois comecei a tentar... tentei por três anos e nada... fui a uma primeira consulta numa especialista q praticamente me disse q seria impossivel, pq tinha útero bicórneo e isso provavelmente não impediria q eu engravidasse, mas sim levaria a abortos consecutivo. Veio a tristeza a desilusão, abateram-se sobre mim uma série de sentimentos inexplicaveis. Passados uns meses fui ouvir uma 2ª opinião e eis q na consulta ao fazer a ecografia estou grávida, mm no inicio da gravidez... o ginecologista ainda me mandou fazer um teste de gravidez para ter a certeza, de tão cedo q era. Veio a alegria, a felicidade. Dois meses depois começo a perder sangue, afinal este era um bebé q não era para ser. Veio a tristeza, o luto, o choro, o desespero. O pesadelo era mais meu, o meu companheiro já tinha um filho do anterior casamento. Esse filho vivia connosco e toda a gente me dizia para esquecer e q até tinha muita sorte, pq afinal já tinha um "filho". Mas... não era a mm coisa, chamem-me egoista ou o q quiserem, não era a mm coisa. Passei a detestar grávidas, não as podia ver, qd uma amiga engravidava, eu chorava, ficava tão triste por mim. Enfim, mais sentimentos inexplicaveis. 4 anos depois engravidei outra vez, achava a td o momento q a profecia se ía cumprir e q mais uma vez ía perder aquele bebé, mas perseguida por essa paranóia lá levei a gravidez quase até ao fim e lá consegui o tão desejado bebé. A minha primeira filha. Veio a felicidade só conhece quem consegue sentir quem está nesta posição e despois consegue atingir este objectivo heroico. Foi uma sorte, disse-me o médico... eu acho q foi quase um milagre. 4 anos depois engravidei outra vez, desta vez a gravidez decorreu sem paranóias e sem problemas. Nasceu a minha segunda filha. A médica disse-me acho q é melhor "fechar a loja", tem muita sorte em ter conseguido este feito duas vezes, o seu útero é um péssimo hotel...
As minhas filhas têm hoje 8 e 4 anos, e hoje posso dizer q tenho três filhos, o filho do meu marido q tem hoje 21 anos é hoje meu filho do coração, mas isso só o senti depois de as ter a elas de poder comparar sentimentos e realmente a diferença existe pq ele não veio da minha barriga, mas sim do meu coração...

Sandra disse...

Desculpem, muito sinceramente, as pessoas que estão nessa situação, mas porque não adoptam? Eu adoptaria sem hesitar e se ficasse grávida, olha, era outro filho, exactamente igual ao adoptado.

Anónimo disse...

Estas teorias não são tão espectaculares... Infelizmente.
Obrigada por teres escrito este post. Fiquei feliz por ti, como fico por qualquer mulher que consiga conceber. Guerras à parte com os homens, se há mulher que é seca... oh lala...
Eu quero muito ter um filho e não está a resultar. Já passou mais de um ano. Sempre achei que o difícil era tomar a decisão, e que passado esse obstáculo, era tentar e esperar. Pois que a espera está a ser longa e agora já começo a pensar em problemas. É catartico escrever aqui. Obrigada também por existires e pelo teu blogue.
Anónimo por vergonha.

Anónimo disse...

Eu tento engravidar há mais de 3 anos, já fiz diversos tipos de tratamentos e estou neste momento a iniciar a 2ªFIV. O q sinto é exactamente o q este texto descreve e quem não tem problemas de infertilidade não consegue compreender o q nós passamos. é mto fácil falar ou dar palpites, qd o problema é dos outros... e tb oiço várias vezes algumas amigas dizerem "Tens sorte. Eu estou farta dos meus filhos, gostaria de ter a tua liberdade" e q gostariam de dormir até à hora que lhes apetecesse... a vida é composta por fases e quem toma a decisão de ter um filho, sabe q a vida vai mudar e está disposto a assumir essa nova etapa! para além de todo o sofrimento e angústia, os anos vão passando e nós deixamos de viver para estar sempre à espera de algo, seja da menstruação seja do resultado do beta, seja do q for... Todo este processo é extremamente doloroso e valha-nos o amor, a compreensão e a união do casal para conseguirmos lutar e superar!

vandacatita disse...

Só pra dizer que está alguém em Beja a torcer com muita força para que tudo corra pelo melhor!!!!! Muitas felicidades!!!!!

vandacatita disse...

Pergunto: Conhece casos de sucesso???? Fui a uma consulta no Fr. Pedro Choy, mas honestamente não estou nada confiante. Gostava de saber de casos de pessoas que tenham feito tratamentos para a infertilidade utilizando a Medicina Tradicional Chinesa!!!

Anónimo disse...

Uma história feliz muito resumida...
Namoro, casamento, filhos, não, estes não apareciam. Testes, exames, diagnóstico duplo, meu e dele. Induções, análises, injecções, inseminações, hiperestimulação ovárica, desespero, choro, espera, recomeça, ecografias, análises, injecções, punção ovárica. Não sei quanto tempo passou mas na 2.ª ICSI com transferência de 2 embriões, o tão esperado positivo, dia 17 de junho de 2005,um bebé lindo em fevereiro. Vamos tentar o irmão? Recomeça tudo, desta vez com mais sofrimento e uma lesão na mama. Não pode fazer mais tratamentos, corre risco nessa mama. Somos felizes com o nosso filho. Deixa estar. Ainda tínhamos reservas monetárias, parámos os tratamentos, fizemos obras na casa. Nove meses em amenorreia, enjoos nunca vistos, peito grande, compra o teste mais barato que isto não deve ser nada. Positivo ao fim de 1 segundo. Oito meses depois, em 2009, uma filha linda de morrer. Somos felizes, muito felizes,a única preocupação? Quando crescer ter de dizer ao meu filho que vai ter problemas se quiser ser pai, pois herdou o gene identificado como causador de uma das partes desta infertilidade, mas tem o exemplo em casa de que os sonhos muitas vezes se tornam realidade.
Coragem para todos os que querem realizar esse sonho, pois às vezes os milagres acontecem!
Parabéns Pipoca.

acl disse...

de facto o tema da infertilidade ainda é tabu na nossa sociedade. ainda sou adolescente, mas já sei que tenho problemas de fertilidade - síndrome do ovário policístico. a minha médica disse-me que engravidar será difícil.
como não pretendo ser mãe no futuro, não me fez muita confusão descobrir isto. mas a verdade é que havia uma segurança - "se quiser posso ter filhos"- que se perdeu com o anúncio da doença.
acho que por ter descoberto que tenho problemas de fertilidade agora em jovem estou mais em paz e consigo gerir melhor as espectativas do que se tivesse descoberto em adulta. já sei de antemão que ter filhos vai ser complicado e por isso não me iludo, nem me desiludo.
descobrir que se é infértil quando se tenta ter um filho deve ser devastador.
obrigada por teres tocado neste assunto

Anónimo disse...

A doação de gâmetas (esperma ou ovócitos) em Portugal é possível e está em legislada, e não necessário "bons contactos". Informe-se antes de postar informção errada.

Joana disse...

Olá, Pipoca,

Tenho uma amiga que decidiu partilhar a história dela sobre infertilidade.
Pode espreitá-la em:

http://ervilhitos.wordpress.com/

Um beijinho,

Joana

Anónimo disse...

obrigada por comentar Sandra, fico aliviada por saber mais sobre a minha condição. eu também nunca o fiz mas se não fosse o seu comentário...
fiz um exame horrível (não é doloroso é tortuoso, e ainda bem que foi só um exame porque segundo médico só posso ter parto por cesariana) e foi-me diagnosticada uma coisa dessas... pelos vistos vou fazer tratamento hormonal mas supostamente é improvável curar-me, daí já saber que o passo seguinte será in vitro. porquê só depois do tratamento ultrapassa-me e por isso a angústia que sentimos desde que isto começou aumentou...

sempre tive dores muito graves mas desde que deixei a pílula tornaram-se difíceis de suportar, mais do que me lembrava, no entanto há pessoas com endometriose que não têm dores...

desengane-se quem acha que a infertilidade só aparece com a idade, tenho isto desde sempre mas não sabia...

Anónimo disse...

e quanto custa uma inseminação?...

Anónimo disse...

A minha história é igual á de tantos casais inférteis .
Tenho 36 anos e só aos 30 começamos a pensar em filhos.
Estava na hora depois de 10 anos de vida em comum e estabilidade financeira tinha chegado a hora , mas nesse dia chegou também a montanha russa que é a infertilidade, chegou o buraco negro que para onde ela nos arrasta e chegou a coragem e a força que caracteriza todos os casais inférteis.
Á 6 anos que luto contra esta doença .. já passei por dois tratamentos cancelados, uma gravidez não evolutiva e uma gravidez bioquímica .
Já são 6 anos de muita dor e sofrimento e cada vez que um TT não resulta digo sempre que nunca mais, que será o ultimo.
Mas nunca consigo cumprir o que digo porque me recordo sempre a todo o momento o que foi sentir os meus bébés comigo, ainda que por pouco tempo, e quero isso.
a infertilidade trás muito sofrimento e só quem percorre este caminho sabe do que falo.
Eu dizia á boca cheia que nunca pagaria para ter filhos, estou a pagar tudo o que disse.
Pois paguei os meus TT e vou continuar a pagar porque um filho não tem preço.
Dizia até aos 30 anos ( quando achava que tudo estava bem ) que filhos não era a o essencial, mas agora aqui estou disposta a lutar até que as minhas forças se esgotem.
Este é um caminho que a maioria dos casais faz sozinho, na solidão das quatro paredes, pois sabemos que só quem vivenciou esta experiência sabe o que se sente e a fim de evitar a pérolas do género : vai viajar que acontece, relaxa ... tu não engravidas porque está muito stressada com isso ..
tomamos a decisão de guardar para nós a dor e todo o sofrimento.
Choramos no nosso ninho junto á pessoa que faz connosco este percurso e é com o nosso companheiro que nos voltamos a reerguer .
Amigos e amigas ... viajar não resolve ( isso só em contos de fadas ) e se o problema fossem nervos nada que um bom calmante não resolvesse.
A infertilidade é uma doença, é um estado físico não é um estado psicológico.
Neste percurso fiz muitas amizades, partilhei a minha dor e ajudei também a carregar outras dores iguais á minha.
Foram-se muitas amizades ( sim a infertilidade também leva isso ... quem quer estar a aturar uma mulher ou um homem infértil .. se não podem ter filhos adoptem que é o que quem está de fora diz constantemente ou estão assim porque querem ..esqueçam o assunto ( é muito fácil de falar quando se está de fora ) ) mas ganhei muitas mais, umas virtuais e outras que tenho o prazer de conviver.

Por isso, se tiverem alguém amigo com esta doença, por favor não dêem palpites digam só : quando precisares de falar estou aqui para ouvir , sem julgamentos sem opiniões apenas para te ouvir e ajudar a carregar o fardo ... .

Um bem aja a todos !!!!

Anónimo disse...

Não se fique com a opinião do médico de família. Recorra a um especialista em infertilidade, quer numa clinica privada quer em hospitais públicos. É graças a estas opiniões e adiamentos, que se torna tarde demais ...
Dois anos é mais do que tempo! De acordo com a Associação Portuguesa de Fertilidade:
"Um casal é infértil quando não alcança a gravidez desejada ao fim de um ano de vida sexual contínua sem métodos contracetivos".

Anónimo disse...

Muito obrigada por ter focado este tópico da infertilidade. É muitas vezes uma doença escondida, estigmatizada, incompreendida.

Tal como a Pipoca, nunca senti o apelo da maternidade e quando isso finalmente aconteceu deram-nos a notícia de que sem tratamentos dificilmente lá chegaríamos. Calámos a dor, não partilhámos, decidimos que iríamos lutar em silêncio. Quanto menos gente soubesse, menos pressão. Em retrospectiva, tivemos um caminho facílimo em relação a milhares de casais, foi apenas ano e meio de esperanças desmesuradas e lágrimas de desconsolo, de conversas interiores muito duras e outras mais benevolentes. O primeiro filho veio logo no seguimento da primeira consulta de infertilidade no privado, ao fim de um ciclo de tratamentos com hormonas injectáveis. Com a idade a apertar, com a carteira a emagrecer e a vontade de ir a um segundo, decidimos tentar o segundo filho o mais rapidamente possível. Sem stresses. Tentar uns meses a ver o que acontecia e depois fazer contas à vida para se ir para o privado. A sorte sorriu-nos e conseguimos o positivo à primeira, sem ajudas. Sozinhos, tínhamos conseguido! Que orgulho no meu corpo, que gratidão por me sentir "normal"! Só muito depois destes acontecimentos é que partilhámos com a família o nosso percurso, mas mesmo assim sei que não entendem realmente. Afinal, inférteis como? Têm dois filhos!

Porque não esqueço o que passei, porque apesar de não ser religiosa ou extremamente espiritual sei agradecer as bençãos que a vida me dá, juntei-me a outro casais que passaram pelo mesmo e neste momento estão a ser recolhidas assinaturas para levar este assunto a debate na Assembleia da República. Há vários pontos na política relativa à infertilidade que têm de ser revistos, os casais que lutam pelo sonho de um filho precisam de mais apoios. Se estiverem solidários com esta causa, por favor assinem e divulguem a petição, pode fazer a diferença na vida de milhares de portugueses, hoje e no futuro.

http://peticaopublica.com/pview.aspx?pi=PT72865

https://www.facebook.com/peticaoapoiarainfertilidadeemportugal

Toinette disse...

Obrigada por partilhares este post.
Estou neste momento a passar por isto. Tenho 33 anos e até agora nunca me tinha preocupado muito em ter filhos. Sempre pensei que fosse natural, que assim que quisesse conseguia. Nunca me passou pela cabeça que não fosse assim tão simples. A verdade é que nunca pensamos nestas coisas. Comecei a travar a minha luta contra a infertilidade e posso dizer que é assustador. A falta de meios, a falta de apoios, o custo dos tratamentos... E depois o estigma social. Parece incrível mas ainda há pessoas que julgam que infertilidade é uma coisa da nossa cabeça... Por isso, obrigada por teres partilhado este post.
Eu vou fazendo o meu percurso, na espera de encontrar o final feliz que tanto desejamos.

Anónimo disse...

Revejo-me no inicio desta história de vida. Com a enorme diferença que estou no primeiro passo da longa caminhada, a tentar engravidar e possivelmente com mais idade a pesar negativamente (mais de 40 anos). Estes testemunhos dão-nos esperança para continuar e expectativa de termos um desfecho semelhante. Obrigada por partilhar! Já agora se puder responder, qual a idade com que engravidou?
Mais uma vez obrigada pelo testemunho.

Anónimo disse...

E conseguiste engravidar? Também tenho baixa reserva, como tu, e sinto um misto de emoções, de esperança, angústia misturados com o sentimento que jé está tudo perdido.
Partilha por favor a tua experiência...

Anónimo disse...

Inacreditável, o tom recriminatório que usa para falar do que não sabe. A sua opção pela adopção é tão moralmente correcta como é aquela de quem quer gastar "rios de dinheiro" em tratamentos para conseguir engravidar. Não inferiorize os desdramatize um problema que não viveu e não sentiu.

Ps: Realmente é um escândalo que assistentes sociais, psicólogas e todos os funcionários de um orfanato tenham filhos seus e despiam a bata para ir para casa dar-lhes de comer!!! Nunca pensei que deixassem isso acontecer.

Anónimo disse...

eu espero por um milagre, no entanto ja fiz tres fertilizaçoes invitro, o estado comparticipou, no entanto todas falahadas, os embrioes nao fixavam. fiz exame expesifico para verificar a cavidade iterina e estva tudo bem.
estou com o meu marido a 16 anos e tentamos a 10 engravidar, tenho as duas trompas obstruidas e assim ficaram depois de um aborto de 4 meses expontaneo, e foi verificado atraves de uma cirurgia , dai ter recorrido a fiv, mas pondero adotar sim, mas é muito complicado em termos dfe leis.
no entanto se podesse ter o meu logico que seria mais facil.
mas vejo testemunhos que me dao esperanças

Unknown disse...

Boa tarde!
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Teorias absolutamente espectaculares

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