Pub SAPO pushdown

E agora, para algo mais sério

terça-feira, março 05, 2013

A coisa chega devagarinho, muitas vezes nem se dá por ela. Parece só um mal estar. Um incómodo. Qualquer coisa que chateia, muitas vezes nem se sabe o quê. Ou porquê. Depois a sensação aumenta. Espalha-se. O ligeiro incómodo torna-se um peso. E, de repente, instala-se a apatia. A vontade de não fazer coisa nenhuma. O acordar e não querer sair da cama, porque nada parece suficientemente interessante ou motivador. É muito mais fácil ficar ali, alheio ao mundo. Não ver ninguém, não falar com ninguém, até porque não há, no mundo, alguém que consiga entender, que consiga fazer uma ideia, ainda que remota, daquilo que se está a sentir. E não apetece levar palmadinhas nas costas, ouvir que vai passar, que temos de ser mais fortes, que temos uma vida perfeita, que não há razões para aquilo. Pior do que ouvir, é sentir o que os outros pensam e não dizem: que é tudo fita, que estamos a dramatizar, que dali a umas horas já passou, que lá estamos nós outra vez com os nossos achaques. A verdade é que a depressão (é disso que estou a falar) é uma merda. E só quem já por lá passou é que sabe que é mesmo assim: uma merda. Nos tempos áureos dos meus ataques de pânico (sobre os quais já escrevi aqui há algum tempo) dei por mim a derrapar para um estado depressivo. Os ataques estavam a tomar conta da minha vida, a condicionar-me a tal ponto que eu percebi que estava na hora de me deixar de coisas, de me armar em esperta, e procurar ajuda. Na altura só queria que me deixassem em paz. Só queria ficar em casa sem ter que explicar aos outros aquilo que eu própria não conseguia explicar a mim mesma. Não sabia porque é que me sentia mal, porque é que estava apática, porque é que não tinha vontade de coisa nenhuma. A certa altura, uma pessoa sente que pode estar a caminhar a passos largos para a loucura. Porque, aparentemente, tudo parece estar bem e não há nenhum motivo para que seja de outra forma. Mas depois não. Depois está tudo mal. Ou, pelo menos, o sentimento é esse. Mas, por mais que se tente, por maior que seja o esforço, não se consegue explicar. Já passaram pela minha vida várias pessoas que lidaram com depressões. Familiares, amigos, namorados. E se não é fácil para as pessoas que vivem esse drama (porque é um drama), também não é fácil para os que têm de lidar com  ele. Muitas vezes não se sabe como ajudar, o que dizer, o que fazer para minimizar o que o outro está a sentir. É normal (mas pouco útil) perder-se a paciência e dizer coisas que não ajudam em nada. Actualmente, tenho uma amiga a passar por uma depressão, e foi por isso que achei interessante trazer este assunto até ao blog. Porque, muitas vezes, ajuda ouvir opiniões alheias e isentas sobre o tema. Sinceramente, acho que em Portugal não se dá a devida importância à mente. Acho que, culturalmente, somos um povo educado a guardar os seus problemas, a não exteriorizar muito. Vamos sempre “andando” e acabamos por remeter para segundo plano uma data de coisas sobre as quais não nos apetece pensar nem resolver. E, claro, é por isso que depois acaba por se explodir. Há um dia em que já não temos espaço dentro de nós para guardar tanto problema e tanta chatice e tanta coisa mal resolvida, e isto resulta num colapso da mente. Pufff! Mandasse eu neste País e era ver toda a gente a ser obrigada a fazer terapia (e claro, também era importante que fosse mais barata, ou mesmo gratuita). Só uma horita por semana, ou a cada quinze dias. Era mais do que suficiente para andarmos todos mais em paz, connosco e com os outros. Acho que ainda há um grande estigma e preconceito em torno disto. Ainda custa admitir que se vai a um psicólogo, e ainda se olha um bocadinho de lado para quem admite fazê-lo. Do género “ah, coitadinha, é maluca”. Pessoalmente, no pouco tempo que tive o acompanhamento de uma terapeuta vinha de lá revigorada. Depois começa-se a achar que já está tudo mais encaminhado (ou mesmo resolvido), que não se tem muito tempo, que não apetece gastar dinheiro nisso, e pronto, deixa-se. Mas é óptimo descarregar o que nos vai na alma para cima de uma pessoa que não vai fazer qualquer espécie de julgamento, e que nem sequer nos diz o que temos de fazer. Só nos orienta o pensamento, só nos obriga efectivamente a pensar nas coisas, na nossa vida, algo para o qual nunca temos tempo (ou que nunca queremos fazer). Não é preciso ter problemas do tamanho do mundo. O simples acto de falar, sobre tudo e sobre nada, é pacificador e parece tirar-nos um peso de cima. Mas para quem está a passar por uma depressão, acho ainda mais importante. Os medicamentos ajudam, cumprem o seu papel, mas não resolvem o problema de base, o que está realmente mal. Gostava que, caso tenham passado (ou estejam a passar) por uma depressão ou algo semelhante, partilhassem a vossa história, se vos apetecesse. Quando falei aqui dos ataques de pânico, fiquei surpreendida com a quantidade de gente que estava a passar pelo mesmo, e ainda hoje recebo muitos mails sobre esse assunto. Acho que da partilha saem sempre ideias interessantes e que podem ser úteis. Acho também que temos de estar alertas, não só a nós mas a quem nos rodeia, porque isto não é uma coisinha que se ultrapasse de ânimo leve. É grave, é duro e é importante saber pedir ajuda. 

234 comentários:

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Anónimo disse...

Para todas as pessoas que sentem que precisam de ajuda terapêutica, nomeadamente psicoterapia, aconselhamento de casais, etc, a Faculdade de Psicologia de Lisboa tem um serviço de Atendimento à Comunidade a preços muito baixos, 4 euros apenas.
Provavelmente a do Porto terá serviço semelhante. Basta apresentar documentação de como está desempregada ou a última declaração de IRS e poderá começar a frequentar as sessões.
http://www2.fp.ul.pt/servico-a-comunidade (O link directo para se inscrever e marcar a primeira sessão). A terapia é fundamental, mas FUNDAMENTAL no tratamento e estabilização da depressão.

Anónimo disse...

A questão não é se os medicamentos resultam mas como irá lidar consigo e com as suas questões quando os (e se) deixar.
Medicados todos nós não sentiríamos depressões. Ajuda mas não é o tratamento para a cura. E se algum psiquiatra lhe disser o contrário provavelmente não está certo.

Bárbara Pinto disse...

Ataques de pânico, crises de choro nunca tive... Mas irritabilidade, e dores muitas dores foram os sintomas da minha depressão.

Há dois anos atrás sofri de depressão.
Tinha 24 anos, tinha abandonado a faculdade por dificuldades económicas, a morte da minha avó, a doença do meu pai, a falta de emprego, falta de dinheiro, obesa. Um ciclo que é comum à maior parte das pessoas.

Andei quase 10 meses com muitas dores generalizadas no corpo, fazia exames e não acusavam nada, até que passou uma campanha na TV em que o lema era "A Depressão dói" e isso foi o alerta para a minha mãe. Ao outro dia de passar na televisão já estavamos no médico e foi a minha sorte.
Fiz medicação (Cipralex e Triticum) e passado um mês já era outra pessoa :)

Valeu-me o apoio dos meus pais, em especial da pessoa mais importante da minha vida, a minha Mãe. Sempre esteve do meu lado, sempre me apoiou.

Hoje, prestes a fazer 27 anos, sou uma pessoa diferente, interior e exteriormente. Já trabalho há 1,5 anos, a vida em casa estabilizou, emagreci 45 kg.

Aplicando um ditado "Só quem está dentro do convento é que sabe o que lá vai dentro", ninguém deve julgar ninguém, hoje são uns com depressão amanhã serão os que criticaram.
Quem se sente doente deve pedir ajuda à família mais próxima e a um médico de confiança, sempre!!! É meio caminho andado para a cura!!

Anónimo disse...

Tenho 53 anos, acabadinhos de fazer. Desde que me lembro de ser pessoa que me lembro de ter dentro de mim uma tristeza infinita. Cresci, formei-me como profissional e como pessoa, casei e fui mãe. Sempre com depressões pelo percurso. Aos 49 anos divorciei-me e o chamado"processo de luto" foi um "depressão major" que quase me matou.Aos 51 tive cancro...e pela primeira vez, ataques de pânico.Quem me ajudou? O único médico que me fez ver que sou uma pessoa normal, mas com uma personalidade depressiva. Faço, há 4 anos, terapia que me ajuda imenso.E já aceitei, sem qualquer problema, que isto é para a vida toda...assim como sou hipertensa, também sou depressiva e convivo bem com a situação. Tomo um comprimido para a hipertensão e um anti depressivo e agora sim, sinto-me confortável no dia a dia. E, em muitos dias, sou feliz,porque decidi sê-lo e porque finalmente percebi que isso só depende de mim.

Maria L

Rita disse...

Olá Ana.
sou leitora assídua do blog, mas nunca tenho por habito comentar, mas neste caso achei que tinha que o fazer.
Estou neste momento a enfrentar uma depressão (em fase inicial) mas assim que comecei a sentir alguns dos indicios procurei ajuda.
Tudo aconteceu de repente e sem eu estar a espera, mas tambem nunca esperamos que isto nos aconteça a nós, achamos que acontece sempre aos outros. Eu sempre fui daquelas que criticava estas coisas mas hoje entendo, oh se entendo.
Caso-me daqui a dois meses, e esta situação despoletou-se com a ida do meu noivo (já viviamos juntos ha 3 anos e passamos quase 24h/dia juntos porque trabalhamos juntos) durante 1 mes para fora do pais, e com todo o stress do casamento e da vida profissional, fui-me abaixo de uma forma que nunca pensei, soubemos que ele ia para fora uma semana antes e eu assim que soube entrei neste estado, um mau estar fisico geral, uma dor e um aperto no peito que até nos falta o ar, ataques de choro compulsivos sem ninguem me dizer nada, e daí aos ataques de pânico de começar aos gritos de desespero, que so me apetecia desaparecer do mundo e so voltar quando tudo ficasse normal, os ataques eram constantes, na noite em que o meu noivo se ia embora nao dormi, tive mais um ataque e la adormeci mas acordei as 3h da manha e fiquei sentada na cama ao lado dele a ve-lo a dormir, as 5h da manha ele ia embora e ai deu-se outro ataque de choro e gritos e de implorar para que nao se fosse embora, nos 2 dias seguintes passei a maior parte do dia no trabalho e em casa a chorar e com vontade de acabar com a minha vida, mas decidi pedir ajuda e tentar dar a volta por cima, tou a ter imensa força e tou feliz comigo mesmo, vou começar hoje com a medicação e as terapias faço as com os amigos que estão a ser do melhor que há e que estão sempre comigo e falam comigo a toda a hora, e isso aliado a força que a minha cara metade me dá é optimo.
Os meus pais desvalorizam o problema e acham que isto é tudo uma fita e uma birra de criança, quando lhes contei deste problema riram-se de mim e disseram que eu era uma fraca que me entregava a isto, mas nao sou fraca, apenas não sou capaz de controlar os sinais do meu corpo. Viver um dia de cada vez está a ser a minha solução.
Óbvio que estou sem vontade de sair, de falar de ver gente, mas todos os dias de manhã me obrigo a pôr-me gira e a enfrentar mais um dia, e também escrevo e falo muito para ajudar a passar esta fase.
Esta é uma história como tantas outras, mas fez-me bem partilhá-la.

Anónimo disse...

Este é sem dúvida um tema abordado como deveria ser!! Parabéns!!! Infelizmente tenho que concordar que a Terapia, neste caso a Psicoterapia não é para todos... O preço é demasiado caro para lá termos de ir de 15 em 15 dias... Talvez o Sistema nacional de saúde devesse ter este tipo de situações em consideração!!!

Sofro de uma depressão há 2 anos, não apareceu por um acto isolado, mas um acto fez com que ela acordasse, ensinou-me o significado da palavra somatização que o meu corpo acabava por sofrer quando uma situação de stress iminente está para acontecer!!!Ensinou-me que tinha que tomar um anti-depressivo ao jantar... E ensinou-me que por vezes tinha que adormecer, adormecida por um Victan...

...Depois apareceram os ataques de pânico... Nada pior do que ter de enfrentar um Shopping e filas... Pensamento: Tenho o Victan?!

E sim... depois de há 2 anos ter procurado psicoterapia, achei que agora que os ataques de pânico tinham voltado, estava na hora de voltar à psicoterapeuta!! Tentei a meditação durante uns tempos, mas quando o meu cerebro já andava a mil, deixei de conseguir meditar... E aí só mesmo com o Victan...

Os medicamentos ajudam, mas não curam!!! Muita força e tentar sempre que o pensamento positivo esteja presente!!!

Beijinhos

Anónimo disse...

Li todos os comentários e o que sinto está descrito em quase todos.
Há cerca de 3 anos só chorava nem falar conseguia, fui medicada. A a apatia, falta de motivação, tristeza, choro por tudo e por nada, vão e vem.
Preciso de ajuda sem dúvida, mas neste momento é impossível recorrer a psicologo. Tenho procurado grupos de ajuda ou alguém com quem falar mas não tenho encontrado. O motor, mas não único responsável, (sob o meu ponto de vista) está identificado é uma relação de 6 anos. Acho que ele mesmo está em depressão, não me está a deixar seguir em frente nem com ele nem sozinha (não vivemos juntos)e como estou neste estado nem sei bem se tenho descernimento para ver o que está bem e o que está mal.
Até me sinto mal por confessar que acho que sei qual o motivo e não conseguir virar as costas.
Só depois de ler os comentários me apercebi que o acordar tantas vezes aflita, com a sensação que me esqueci de alguma coisa poderão ser ataques de pânico!? Nunca falei disto à médica.
Esta é parte da minha história, talvez menos difícil que muitos que estão aqui, mas é a minha e não sei como lidar com isto.

Anónimo disse...

Já passei por uma AGORAFOBIA, deixei de ser eu por 4 anos, até que decidi que sozinha não conseguiria ultrapassar e procurei ajuda numa PSICÓLOGA, em poucas semanas consegui recuperar a minha vida, o meu EU do qual sentia saudades. Passei a viver de novo! E é tão boa a sensação de liberdade! Para quem não está a passar por nenhuma doença do foro psicológico, não julguem os outros, não sejam ignorantes! Pode acontecer a qualquer um! Para quem infelizmente está a passar por uma depressão ou fobia, rodeiem-se de pessoas positivas! Vivam!

Lunatica disse...

Olá Rita, também já pensei fazer meditação... é de que zona, pode aconselhar algum sítio? Obrigada

Inês disse...

Ao dar o meu "testemunho", esqueci-me de mencionar a psicoterapia. Em 2008 fiz psicoterapia durante 6 meses, e fez-me bem, muito bem. Apesar de estar a anos luz do que iria estar a viver actualmente, esta foi uma atitude sensata que tive. Valeu-me o discernimento para ver que existia algo que não estava muito bem, mas que tinha que se compor. Os resultados não surgem logo, demoraram a semanas a surgirem, mas surgiram. De facto a psicoterapia foi-me bastante útil, pode exorcizar uns quantos demónios, limpar a alma, resolver-me comigo mesma.
E hoje comecei novamente psicoterapia, em circunstâncias completamente diferentes de 2008. E conclui que na minha cabeça vai uma amálgama de coisas, de pressões. E tenho bem a noção de que vou ter muito trabalho pela frente para a amálgama ficar "mais arrumada", mas estou pronta para isso, para pegar no toiro pelos cornos.
Eu sei que me vou repetir, mas na minha opinião nunca é demais dizer que por mais apoio que tenhamos o papel principal é o nosso,o trabalho é nosso e somos nós que ganhamos os louros de saber viver com uma depressão, de saber lidar com uma depressão, de saber detectar os sinais de uma depressão e de pedir ajuda se se sente que algo não está bem. O papel é nosso, o trabalho é nossa e a recompensa por tudo isso é nossa.

Cátia Alves disse...

Eu também já tive ataques de pânico, passei por uma depressão e ainda não a resolvi por completo , tenho 15 anos e é tão frustrante ter medo de fazer tanta coisa, e ainda pior é o sofrimento que causo aos meus pais, a minha família e aos meus amigos , custa muito os ataques mas custa muito mais ouvir um pais dizer "filha eu não sei como te ajudar mais" , somos como um fardo , e ninguém nos entende, ninguém percebe o que estamos a sentir , é fácil dizer palavras da boca par fora, que vai passar, que não é nada, mas só quem passou por isto e que sabe o que realmente é. Tenho estes ataques a 3-4 anos e ainda hoje me intimidam, pensamentos estupidamente absurdos mas que não os consigo esquecer, eu sei que estão errados e sei que não deve pensar mas não controlo a minha mente, quem me dera poder fazer tal coisa. Tive acompanhamento psicológico, e agora tomo medicação para me ajudar a controlar, já que não o consigo fazer sozinha.

Cátia Alves

Anónimo disse...

Wow! Tenho uma amiga que passou pelo mesmo e suicidou-se com 21 anos... Revi a minha amiga em parte desta história. Muita força, eu sei o que ela sofria e é uma sensação de impotência não poder fazer nada para ajudar. Conseguiu soltar uma lágrima aqui deste lado.

As melhoras e nunca desista.. Nunca!

Anónimo disse...

obrigada :-) outro para si.

Anónimo disse...

Infelizmente o mal da maioria dos portugueses é serem pessimistas. Um obstaculo na vida e fazem disso uma catastrofe. Compreendo as pessoas que perderma os seus empregos, que tenham contas para pagar e filhos para sustentar, que tenham motivos para estarem deprimidas. Agora muito sincermanente pessoas que tem emprego, casa e uma familia e que se sentem deprimidas??? ou é sofrer por antecipação ( com medo de perder emprego, por exemplo) ou é porque talvez precisem de uma ocupação, como por exemplo ajudar o outro. Ocupem o vosso tempo, façãm por se sentir úteis, façam por exemplo voluntariado, ajudem pessoas e até animais. De certeza que muitas pessoas curariam a dita "depressão". Não desperdicem aquilo que temos de tão precioso "viver", isto é só uma passagem...

Ana disse...

Olá Pipoca... até me doeu ler este post. Bem, eu começei a ter ataques de pânico há uns 3 anos, e mantêm-se até hoje, cada vez pior. Sofro de depressão e ansiedade. Tenho pesadelos, grito como uma louca de noite e acordo inclusivamente a pensar em coisas que tenho para fazer ou sonho que o telemóvel está a tocar. Motivo? Trabalho com o meu pai, e ele tem um feitio extremamente difícil. Todos têm medo dele e das suas reacções, pelo que sei que o problema não sou eu, mas sim ele. E isto é o pior de tudo... eu sei o que me está a destruir, mas não tenho coragem para acabar com isso de vez. Vou a uma psicóloga desde o ano passado... acho que faz em Abril 1 ano ... vou 1 vez por semana, quando dá. Ela é fantástica, ouve-me, compreende-me, e já percebeu que eu não vou conseguir deixar o trabalho, por isso quer que eu o "ponha no lugar". A verdade é que tenho 28 anos e, sinceramente, não vejo luz ao fundo do túnel... antigamente adorava fazer anos, aliás, 1 mês antes já andava a anunciar aos 4 ventos que os faria... e neste momento da minha vida, o meu dia de anos tornou-se um dia triste, um dia em que mais do que em todos os outros olhos para mim e vejo que não sou nada do que sonhei. Vivo para agradar ao meu pai e nunca irei conseguir; não gosto do meu trabalho nem do que faço, não concordo com a sua ideologia, mas mais uma vez, teve que ser para o agradar; vejo as pessoas à minha volta fartas e desmotivadas e em sofrimento e nada posso fazer... sempre fui corajosa, sempre fui independente e nunca precisei que ninguém me dissesse como fazer o que quer que fosse, sempre fui à luta... e a única pessoa neste mundo que sempre me intimidou conseguiu (está a conseguir) destruir a minha vida... se tiveres um solução para isto... diz qualquer coisa..

Ana disse...

Para completar o raciocínio sobre os ataques de pânico, os meus sintomas são muitos e nos mais variados momentos. Para já, a ansiedade EXTREMA; parece que tenho sempre uma bola na garganta e aquela espécie de "ardor" no peito que sentimos mesmo antes de qualquer coisa emocionalmente muito forte acontecer. Só que comigo é estilo 24/7. Tenho diarreias... horríveis, do nada. E se me gritarem ou houver problemas então, haja um wc por perto. O meu coração entra em taquicardia a um ritmo alucinante de tal forma que parece que nem consigo respirar, é como se tivesse que abrir a boca para engolir golfadas de ar e ainda assim não fosse suficiente... chego a tremer, mas a tremer à séria, e a sentir-me a desmaiar e a perder as forças... aliás, só de estar a falar nisto já estou quase a chorar... sim, isso é outra coisa que tenho que andar sempre a controlar... a vontade constante de chorar..

Anónimo disse...

Obrigada Pipoca por este post tão libertador.
Quando se fala de um problema, ele fica sempre mais leve. Verdade? Com a depressão é a mesma coisa, no momento em que escolhemos abrir o jogo e admitir a alguém que não estamos bem, tudo fica mais fácil.
E há vida depois da depressão, é preciso sofrer aquele pedaço de tempo para depois renascer.
As feridas saram e na maior parte das vezes, renascemos uma nova pessoa. Eu hoje sou mais forte, tolerante e focada. E nos dias maus, penso "que parvoíce é esta, ah? Temos cá meninos ou que?!"
Para a frente, tem de se ir para a frente!!!
Obrigada.

Este Blogue precisa de um nome disse...

Rita {que escreveu o comentário de 7 de Março às 17:47}:

Gostava de "falar" contigo. Achas possível mandares-me um email, ou facultares-me o teu?

esteblogueprecisadeumnome@hotmail.com

Obrigada {obrigada, Pipoca ;-) }

Unknown disse...

dos melhores post's que poderia ter feito pipoca *

glamourdeanjo.blogspot.pt

Anónimo disse...

Olá pipoca
Obrigada por falares na depressão e nos ataques de pânico, é um tema que raramente alguém fala e muito menos se admite que passou por isso.
Há alguns anos atrás tive uma depressão. Para mim tudo estava mal, era uma infelicidade imensa e vontade louca de chorar (chorava no carro e até no trabalho). Sou enfermeira e facilmente identifiquei todos os sintomas, mas daí a procurar ajuda passaram alguns meses até a minha mãe me arrastar para o psiquiatra. Por incrível que pareça tinha a vida perfeita (trabalho, namorado espetacular, óptima família, as coisas do costume), a minha mãe nunca achou que me podia acontecer a mim (sim, porque a depressão deve sair à noite?!?) e descrevia-me como um carro de combate.
Para ser sincera, no início, os antidepressivos foram essenciais para me restabelecer mas depois foi o psicólogo que me ajudou a perceber muitas coisas e muitos forma incorrectas de que tinha de pensar e de viver o dia a dia. O suicídio chegou a passar-me pela cabeça.
Apesar de já ter passado algum tempo, continua a frequentar a psicoterapia e como disseste sai-se revigorada, menos pesada. Sei que ainda tenho alguns problemas a resolver e já fiz algumas pausas (falta de tempo, de dinheiro, farta de ter de ir à psicóloga porque não sou maluca..) mas voltei sempre e raramente admito a alguém que vou à psicóloga. Sim também sou mais uma que recomenda da Oficina da Psicologia.
Como enfermeira posso dizer que mudei radicalmente a minha forma de ver a depressão e o suicídio. O que lemos nos livros é muito diferente do que viver na pele aquela apatia, aquela tristeza que não se consegue explicar.
PS – Diz á tua amiga que tudo vai passar, e que um dia vai conseguir olhar para trás e ver a depressão como um momento de se conhecer melhor.

Anónimo disse...

Não há pachorra para tanto fanico em quem quer, pelos vistos, aparentar ter vidas e famílias perfeitas nos blogs.
Afinal vai-se a ver e depois é tudo uma cambada de gente aos uis e ais.
Será da crise?

Anónimo disse...

Muitos parabéns pipoca pelo post, é efectivamente indiscutível que este tipo de doenças afecta muita gente, não olha a caras, corpos, condição social. Para mim ler isto, é rever tudo que já vivi, depressões e ataques de pânico, não ver futuro em nada, não ter objectivos, sentir que a vida simplesmente não faz sentido! Tinha eu 13 anos quando dei conta, que não conseguia concentrar-me 1 único minuto, a partir daí foi sempre a somar, os ataques de pânico surgiram por volta dos 19 anos, não desejo a ninguém. fui umas 3 vezes as urgencias de psiquiatria, porque a certa altura nao comia, não dormia e sentia que ia parar de respirar a qualquer altura, chorava e chorava porque não queria perder o ano na faculdade,não queria ter que desistir, mas também não tinha forças suficientes para continuar.Quando estava com crises de ansiedade vomitava e cheguei a emagrecer bastante,senti que estava a ficar feia, inútil e para mim sair de casa era um grande problema, e se há coisa que aconselho a quem está numa destas fases é a sair e ter uma ocupação (eu sei que custa horrores), mas com as pequenas vitórias ficamos mais confiantes aos poucos e quando damos conta, as coisas ja estão a melhorar. Claro que fui medicada, e ainda sou medicada e seguida por um especialista.Infelizmente, o flagelo do desemprego também me está a afetar, nao tenho ocupação,não tenho emprego na minha área (ou outras), começo a perder a vontade de sair e de lutar, não vejo maneira de ser independente monetariamente dos meus pais/ namorado! Falando em pais, a minha mãe foi a minha rede, nunca me deixou cair, e quando eu chorava a dizer que mais valia morrer, ela so me abraçava sem sequer dizer nada, entendendo que não deveria ser fácil aguentar (dados os meus relatos), para não variar houve aquelas sabichonas que me diziam "aiii, eu também ja estive assim; amanha ja vais estar bem...eu não consigo entender como uma pessoa como tu, com tudo, fica assim..." mas enfim, nc valorizei muito, porque apenas quem passa por elas, sabe o inferno que é!

Anónimo disse...

Olá Pipoca, em 1º lugar os meus mais sinceros parabéns pelo seu estado de graça".

Não costumo comentar, mas costumo ler os seus posts"
Também me revejo no que foi escrito, vivi em depressão anos, sem perceber o q se estava a passar comigo. Só percebi, qdo começei com a terapia, ( coisa na qual não acreditava ) a medicação dá-nos uma sensação de bem-estar, mas a questão de fundo, na minha opinião, só pode ser resolvida com a terapia. A dor é incomensurável, o mal estar a angústia..enfim..Depois vem o confronto com a realidade e compreender o que está por detrás de tudo o q sentimos, no meu caso compreendi, aceitei,mudei o que tinha q ser mudado e por fim arrumei tudo numa gaveta".
No inicio a terapia deixava-me pior, pq naquele espaço eu tinha o confronto com o q me estava a matar", até com febre ficava..depois veio a pacificação comigo própria, e a paz de espirito. Agradeço à minha psicóloga por tudo. E espero q o meu testemunho, ajude.

Albertina disse...

Olá Pipoca,
Em primeiro lugar dou-lhe os parabéns pelo post, porque a depressão é um problema sério, aliás muito sério e muito "presente" no nosso dia a dia. E que infelizmente muitas pessoas não dão a devida atenção, e concordo plenamente quando diz "em Portugal não se dá a devida importância à mente" e daí a pessoa achar que consegue resolver o assunto sozinha sem pedir ajuda. A depressão não pode ser encarada dessa forma, simplesmente não pode! Porque aparentemente a pessoa tem a uma boa vida, mas... NESTES CASOS HÁ SEMPRE O MAS!
Eu sou psicóloga e estou ligada a um gabinete de Psicologia em Braga e custa-me imenso ver as pessoas a negligenciar a sua saúde mental, por isso lanço um apelo... POR FAVOR, PEÇAM AJUDAM! Seja profissional ou outro tipo de ajuda, mas peçam! Não pensem que vai passar, não pensem que uma inda ao psicólogo é para "malucos", uma inda ao psicólogo é uma forma de dizer... eu tenho um problema, mas eu gosto mais de mim!

Sinta-se bem... seja feliz!
AG
http://meio-crescente.blogspot.pt/

José de Oliveira Coelho disse...

Cara Susana,
Respeito muito os Psicólogos, mas infelizmente acabam por nunca resolver os problemas de ninguém.

Visite por favor a minha página
http://www.facebook.com/MindRELAX
e contacte-me.
Cumprimentos
JOC

Anónimo disse...

sim, é isso mesmo. todas as duzentas pessoas que aqui escreveram o seu testemunho são desocupadas, gostam de estar infelizes, de inventar desculpas e de se fazerem de coitadinhas para não enfrentar a realidade, nenhum de nós tem responsabilidades a cumprir nem gente que quer fazer feliz.

pura e simplesmente somos todos uma cambada de egoístas que só querem chamar a atenção de quem nos rodeia e infernizar a vida de quem gosta de nós e não sabe como nos ajudar.

muito obrigada por me fazer ver a luz.

(estou tão farta de gente estúpida)

Anónimo disse...

Nestas últimas semanas sinto que estou à beira de voltar a cair no abismo da depressão. O mais provável é já lá ter entrado e só ainda não tenho grandes forças para o admitir aos meus familiares e amigos. Tenho 25 anos e já passei por alguns períodos depressivos. À medida que as depressões surgiam na minha vida, mostravam-se cada vez mais fortes e difíceis de tratar. É a coisa mais horrível que me aconteceu até agora. Não há um único dia em que não me passem pela cabeça os horrores que vivi e sei que me vou sentir sempre condicionada pelo medo de voltar a resvalar para uma nova depressão. Esta sensação faz-nos andar em constante estado de alerta. Caminhamos na vida com pezinhos de lã e se por algum motivo as coisas não nos correrem de feição, lá vem o pensamento ruim do monstro da depressão. Será que é ele novamente? O medo de que o monstro da depressão me torne a bater à porta, muitas vezes impede-me de arriscar mais.
Desde que superei a última depressão tenho-me sentido muito bem, cheia de vontade de fazer coisas novas, de trabalhar, de viajar, mas de repente, nestes últimos meses, a única coisa que me apetece fazer é trabalhar, trabalhar, trabalhar... Tudo o que me impeça de trabalhar irrita-me de uma forma parva. Cada convite que me fazem para sair de casa é um pesadelo. Não me apetece mais sair. Tenho pânico de sair à noite, fico bastante ansiosa só de pensar que me podem persuadir a fazê-lo. Sair de dia cansa-me. Aguento uma hora ou duas no máximo e logo de seguida começo a ficar nervosa com vontade de chorar, cheia de vontade de voltar a casa e de mergulhar no trabalho. Já não tenho paciência para os convívios de família. Evito os meus primos cada vez que vêem ter comigo para fazer jogos, ou simplesmente para conversar. Não tenho pachorra sequer para ouvir as piadas deles. Já inventei mil desculpas para não ter que me encontrar com os meus amigos. Agora tenho medo de receber sms no telemóvel. Quando ouço o toque de mensagem, o meu coração dispara só de pensar na hipótese que alguém me vem pedir algo. Tenho ideias em arranjar trabalhos de part-time que me ocupem todo o tempo que tenho livre. Só para ficar sozinha e não ter que conviver com mais ninguém. Estou a dar em doida. Quando dou por mim a pensar que ninguém deveria ter férias e que deveria ser proibido sair de casa, chego à conclusão que tenho um problema e isso deixa-me de rastos. Depressão outra vez não!! Acho que estou novamente a ficar presa nesta teia e não sei como hei-de contar isto a alguém. Desta vez sinto-me mais anormal que nunca!

Anónimo disse...

Neste momento não sei quem sou, nem tão pouco o que faço aqui, e nem tão bem sei se ainda alguém tem um pouquinho para mim....
Pessoa alegre, que já levou muito pontapé, mas sempre soube lidar e soube sorrir, até que encontrou o AMOR de verdade e não pode ser feliz, porque não soube lidar com as situações, porque teve que saber gerir sentimentos e emoções escondida com medo de atrapalhar...Enfim
Escrevo pela primeira vez em algum sítio como este, nunca o fiz apesar de os ler bastante e imaginar como é possível viver com depressão...
Pois bem, hoje acordei para um dia não, e talvez o pior da minha vida...Injustiças...mentiras...desconfianças, e talvez falta de maturidade, amor próprio....Engraçado sempre me Amei, até há bem pouco tempo atrás....
Agora quero deixar claro, entendo bem o que é depressão e nunca me julguei ver em uma....espero de alguma forma encontrar forma de superar... e que todas as pessoas que padecem desta doença encontrem da melhor forma ultrapassar...eu já não sei se consigo...Peço desculpa se este não foi o local correto para desabafar.

Anónimo disse...

Eu também tenho tendência para me sentir deprimido e várias vezes andei em "depressão", com pensamentos negativos, baixa auto-estima, falta de alegria, com pensamentos suicidas, a sentir ansiedade por causa da minha vida profissional que tem sido instável, enfim... agora tenho-me sentido muito bem e claro que tem momentos melhores e outros piores, mas agora tenho suporte, que pode criar dúvidas para algumas pessoas mas funciona mesmo... quando começo a sentir alguns sinais de que vou voltar a ficar em baixo, começo a tomar um suplemento alimentar chamado neurogold, ele é vendido em naturshop.pt e passado uns dias sinto-me logo melhor, além disso nessa fase tento apanhar mais sol e usar menos o computador à noite.

Ricardo

Cesar disse...

Boa noite, nunca pensei partilhar a minha vida na net, no entanto com tantos textos apeteceu-me partilhar também, sou uma pessoa muito sociável com quem toda a gente gosta de sair, não conheço inimigos, tenho dois filhos altamente expetaculares e muito bons alunos, a minha esposa é gira e simpática e os negócios correm bem, apesar de muito trabalho não me falta dinheiro, tenho saúde e todos os ingredientes para uma super vida. No entanto á uma coisa que falha, sou uma pessoa que precisa de sexo para andar positiva e levar tudo para a frente, apetite que a minha esposa não tem, andámos em uma sexóloga á uns anos quando as coisas começaram a correr mal e foi muito bom ver tudo a andar para a frente. algum tempo depois o tempo começou a escacear e a minha esposa acriditou que não havia necessidade de continuar nos tratamentos, apesar de os resultados estarem visíveis. Alertei para a necessidade de continuar-mos mas a teimosia dela ganhou, na realidade eu não a podia levar amarrada ao carro, um ano e começaram as complicações, eu sou uma pessoa calma e comecei de lhe fazer ver que deveria-mos continuar, no entanto é o não que prevalece. Com algum dinheiro comecei a "comprar" sexo de qualidade e começo a reparar que o que me faz aliviar é não só o sexo mas a conversa á vontade que tenho com as miúdas, pois sinto-me á vontade para falar com elas de praticamente tudo sem medos. Sou uma pessoa bastante responsável e adoro a minha familia mais que tudo e por isso esta situação constrange-me muito emocionalmente, até ao ponto de estar a desesperar, estou já a procurar a solidão, a fugir das pessoas, a não querer ver ninguém, não respondo a mensagens de brincadeira. Hoje em um dos meus negócios por incrivel que pareça uma dessas meninas entrou no estabelecimento, consegui vê-la sem que me visse, fiz questão de perigosamente a atender pois é um risco elevado que eu não precisava de correr mas, senti que deveria pois queria apenas uma oportunidade para conversar com ela e desabafar, tal não é o desespero pois eu expus-me ao mais alto nível mas não quero nem saber, azar, que se lixe, no entanto não consigo ir ter com ela, tenho receio e se a minha esposa aparece e se eu começo a sentir algo por ela?! neste momento estou sempre com impasses dou por mim tardes inteiras a tentar obter uma decisão que normalmente tenho em segundos, reparo em mim e penso, como estou eu neste estado que circulo de loucura de onde estou a ver que não consigo mais sair. SIMPLESMENTE NÃO SEI MAIS O QUE FAZER e tudo por causa de um problema com uma solução tão fácil.

Unknown disse...

Ola também tenho depressão pos parto e queria falar cm alguem k passasse por isto

Anónimo disse...

Bom dia,
A melhor coisa é desabafar e falar do problema abertamente. Eu também no passado tinha vergonha e não me abria com ninguém. Mas a partir do momento que comecei a falar do "problema" foi uma espécie de terapia e melhorei muito!

Faça isso que vai se sentir bem melhor.

Anónimo disse...

caga nos psiquiatras... dão-te uma xanaxzada qd deres conta tás mt pior do q antes de lá ires

laupi disse...

Olá Mafalda.

Ao fim de 6 anos, como te sentes? Espero que bem! Não há nada melhor nesta situações do que ouvir um testemunho de sucesso.

A minha depressão começou basicamente da mesma forma que a tua... De forma lenta e gradual, bastante silenciosa, até que uma noite tive um ataque de pânico e não conseguia controlar o pensamento de que só queria morrer e ao mesmo tempo com o medo de morrer. E a partir daí, esta sensação foi-se tornando cada vez mais constante. E esta dicotomia era bastante assustadora porque viva com medo do dia em que a vontade de morrer se tornasse mais forte que o medo de viver e a vontade de vencer. Todos os dias ia dormir convicto de que ia morrer durante a noite e quando acordava de manhã ficava grato por ter mais um dia, mas ficava ansioso porque estava um dia mais perto de morrer. É muito difícil colocar em palavras o que sentimos (principalmente quando, tal como dizes, a vida corre-nos relativamente bem e não temos razões para nos irmos assim abaixo!), e foi por isso que decidi recorrer a ajuda profissional - porque se eu não conseguia explicar, os meus amigos não iam entender, então restavam-me apenas os profissionais que lidam com este tipo de situações recorrentemente e saberão como me ajudar (apesar de uma grande parte de mim estar certo de que o meu problema era único e que a fórmula usada nos outros não iria resultar em mim). Foram 2 anos de luta a tomar anti depressivos e agora que deixei os anti depressivos, a luta continua... Mas pelo menos aprendi a ter mais esperança no futuro e a falar comigo mesmo na terceira pessoa em uma espécie de confronto entre o meu eu racional e o meu eu hipocondríaco/deprimido/ansioso. E em situações de maior aperto, o meu amigo Victan está lá.

Obrigado uma vez mais pelo teu testemunho. Gostaria muito de saber como estás agora. Espero que melhor que nunca!

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