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Pensar maior

terça-feira, outubro 11, 2011
Há uns dias encontrei uma amiga com quem já não estava há uns tempos. Ficámos um bocado à conversa e ela disse-me o que muita gente me tem dito nos últimos tempos. Que não gosta do que faz, que ganha mal, que gostava de sair do país, que cada vez tem menos poder de compra, que com 30 anos ainda tem de contar com a ajuda dos pais. Não sei se é do peso da palavra crise, que anda em cima de nós há demasiado tempo, se é um problema geracional, mas há cada vez mais gente insatisfeita. Gente que se arrasta diariamente para o trabalho, porque se quer pagar contas não tem outro remédio. Gente que passa o dia a suspirar, a achar que o seu talento não é reconhecido, a achar que nunca vai sair da cepa torta, que nunca vai passar para o próximo nível. Acho que não conheço ninguém que realmente esteja contente e satisfeito. Se gosta do que faz, ganha mal. Se ganha bem, odeia o trabalho. Tenho pena que assim seja, que se tenha de viver todos os dias contrariado. Mas também acho que é precisamente destas situações que nascem as ideias mais criativas e as melhores oportunidades. E acho que temos de perder um bocadinho o medo e começar a pensar maior e melhor. Não é fácil (oh, senhores, é mesmo muito difícil), mas a outra hipótese é ficar a ver a vidinha a passar.

42 comentários:

Menina M disse...

Como compreendo a Amiga da Pipoca.
Depois de ter terminado o percurso académico andei à deriva porque não sabia bem o que queria.
As experiências mostraram-me o que, definitivamente, não quero e o Universo ajudou-me a encontrar a área que tem tudo a ver comigo.
Adoro o que faço! Adoro os meus hóspedes. Adoro Hotelaria.
Contudo, o ordenado ao final do mês não faz juz às contas e muito menos aos chamados luxos que adoçam a nossa vida, como poder ir jantar fora, fazer viagens, comprar uma peçinha ou outra para alegrar o guarda-roupa...
E, ao olhar para a fronteira, temos os nossos hermanos a ganhar o dobro, com o Iva muito inferior ao nosso e com a tão desejada QUALIDADE DE VIDA. Olé!
Tenho imenso orgulho em Portugal, um país riquíssimo em cultura, em paisagens e em hospitalidade, mas partilho da opinião da Amiga da Pipoca: para melhor o melhor caminho talvez seja o Ir.
M

Unknown disse...

Concordo totalmente! Em vez de suspirar e se queixar e se vitimizar, temos q pensar no q queremos e tomar atitudes!
Beijos da Taís.

Brown Eyes disse...

...mas como bem dizes, não é fácil e muitas das vezes falta a coragem para pensar e fazer algo mais :(

elisabete duarte disse...

Aqui está um "post" que poderia ser escrito por qualquer um de nós, temos todos amigos nessa situação, e muito provavelmente nós também nos sentimos nela. Acho que é realmente um problema da nossa geração e da forma como fomos preparados para o nosso futuro, noutra geração que já lá vai e que viveu os seus primeiros anos de formação de família, numa época áurea cheia de promessas de um futuro fenomenal... Somos nós que temos agora que ter a capacidade de "pensar maior", agir com convicção, perder todo o medo e sermos um pouco atrevidos!
...eu também algumas amigas como a tua!

Unknown disse...

Como compreendo a tua amiga! Se é uma situação que faz parte da nossa geração? Talvez sim, talvez não. No meu anterior emprego, no momento de renovar o contrato, decidi, pela primeira vez na vida, contestar o contrato que me estavam a pôr à frente. Sabes o que o meu chefe disse? "Você não é a empregada perfeita" Claro que não sou! Alguém é? Acredito que todos os dias podemos ser melhores pessoas, melhores amigos, melhores profissionais, etc. Decidi procurar outro trabalho. Apesar de me terem concedido as condições que havia exigido, saí para a empresa onde estou actualmente! Sabes o que eu disse no momento da despedida! "Não existem empregos perfeitos, nem chefes perfeitos!". ;)
Beijinho grande

A.catarina disse...

Concordo plenamente!!

Unknown disse...

Há que ser empreendedor!

mllissa disse...

Obrigada pelo post. Hoje faz tanto sentido.

Solange disse...

Não podia concordar mais. No meu caso não posso dizer que não goste do meu trabalho, nem sequer venho trabalhar contrariada, mas a verdade é que preferia não ter que "picar o ponto" e fazer algo mais criativo. Passados 12 anos de trabalho de escritório resolvi fazer um workshop de costura (ainda não pus em prática) e comecei a fazer bijuteria, eu que sempre disse que não teria jeito nenhum para tal coisa. Pode não parecer muito e obviamente que nos tempos que correm ninguém deixa um trabalho supostamente seguro para viver de vender pulseiras e colares mas já foi o suficiente para sentir que não tenho que me conformar e que se calhar deste pequeno passo podem surgir, como dizes, melhores oportunidades.

Ana disse...

Tal e qual! quantas pessoas não estão à espera da hora de saída, só para fazer algo que lhes dê prazer! Não sabia que a vida de crescidos era assim! Dura realidade...

Cá Coisas Minhas! disse...

Pipoca,

Estou contigo e não abro, como dizem os nossos irmãos brasileiros.

É que é tal e qual, carago! ; )

http://wwwpodepalcopt-ni.blogspot.com/

FFranco disse...

nem mais pipoca! temos que arriscar! o português pensa de mais nos riscos que há em se atirar para um projecto do zero. A verdade é que não há nada que não tenha risco! Eu estou a estudar isso precisamente agora, no meu curso. O risco é inevitável, mas quanto mais se arrisca mais pobrabilidades há de vingar! Acho que estamos todos na mesma situação, são raros os casos de pessoas que se sentem bem profissionalmente e que sejam devidamente recompensadas... Eu até gosto do que faço mas também quero sair da cepa torta e só estou à espera de acabar o meu curso, cuja mensalidade é o equivalente a uma renda de casa, para poder arriscar noutro caminho.Há cada vez mais gente a arriscar e quando se vai a ver, até têm sucesso!

ana disse...

fez-me bem ler isto. para me lembrar que é preciso coragem para ser feliz...

M.R disse...

Infelizmente cada dia mais se houve isso, tenho imensos amigos meus assim. O importante é não desistir e continuar a lutar. http://ocoisassoltas.blogspot.com/

stantans disse...

isso de se arriscar e tal é muito bonito quando se tem um sistema de suporte por trás, seja pais, marido ou o que for, que nos possa apoiar enquanto as coisas não acontecem ou quando as coisas correm mal. quando se está sozinho e se tem um monte de contas para pagar sem ninguém que nos ajude torna-se um bocado complicado

Unknown disse...

Eh pah, eu vim aqui só dizer que vi no Arrumadinho, uma foto da Popcorn com o "esposo" e gostei tanto! Porque são um casal de jovens, talentosos, giros que se fartam, com projectos, sem complexos, e eu gosto de gente assim. Pronto, era só isto :)

Mafalda disse...

Pipoca, eu sou uma dessas pessoas cheia de lamentações, que todos os dias se levanta para ir trabalhar numa empresa que não quer, que não reconhece o meu talento e etc. Ganho bem mas detesto o que faço. E a verdade é que sim, os dias passam e vemos a vidinha a fugir e não conseguimos fazer nada... Isso dá-me cabo dos miolos.
Eu, que tenho 26 anos, tenho muita força. Mas não sei o que se passa e perco a coragem na hora H.
O meu sonho sempre foi ter a minha empresa de eventos. Acho que sou mesmo boa nisso. Mas... Há tantas! Serei mais uma? :( e assim a vida passa, a trabalhar no que não quero, com quem não quero e onde não quero.
Um dia, acho eu, vou ter essa coragem... Espero que chegue rápido.

Unknown disse...

Então ainda não há aqui nenhuma teoria espetacular? Bem não posso dizer aqui vai a minha: não tenho...infelizmente!
Concordo com tudo que disse é desta situação que poderão sair ideias e projectos otimos, mas não saem com frequencia que eu desejaria! Porque não ha dinheiro! Sou arquiteta tenho 2 filhos, tenho talento, adoro arte, design, sou muito criativa, faço de tudo um pouco, mas o que me governa é um curso de Tecnica superior de SHST, isso satisfaz-me? Não, mas tenho 2 filhos! Tenho projectos de arquitectura na gaveta que os donos deixaram de ter dinheiro para construir! Quando faço remodelações de interiores, todos querem gastar pouco dinheiro e vao ao IKEA! É mais ou menos querer vestir Prada, mas contentarmo-nos com Zara!! Temos que ser criativos... e é por este motivo que sigo o seu blog, gosto da sua criatividade...
Por enquanto tb eu me orgulho da minha, e isso de vez em quando enche-me o ego!
Acho que afinal tenho uma teoria: Tentemos ser felizes com as pequenas coisas da vida, que afinal são as que interessam...

A Sapa disse...

Concordo plenamente! Mas já tenho algumas amigas que estão a dar o passo para se tornarem mais felizes e realizadas e isso é que é preciso!

Às vezes é necessário dar um passo atrás para se poder seguir em frente.

Juanna disse...

Não é fácil, mas com 2 filhos é-me impossível atirar-me de cabeça. Por exemplo.

Kittie disse...

e tens muita razao... Pior é que a maior parte das pessoas nao gosta do que faz e ganha mal. Realmente não é facil, mas tb sou da opiniao que momentos de crise são optimos motores de arranque para reinicio. Quem sabe? =)*

o stressado disse...

É mais complicado que isso, mas compreendo a ideia… somos muito comodistas. Já me prenunciei sobre este assunto e dei o exemplo do jovem que foi ao programa “Prós e Contras”… são vozes como a dele (e tua) que precisamos para fazer a mudança e deixarmos de estar alapados sem fazermos nada.
http://ostressado.blogspot.com/2011/09/o-carlos-miguel.html

La Boheme disse...

Eu neste momento estou numa situação profissional assim: que me frustra, esgota, desmotiva e sou mal paga, o que me dá um poder de compra ao nível do supermercado e e mta marca branca... Mas já decidi que no final do mês vou-me despedir. Tenho um plano B, vai ser um risco do caraças e sim Senhor dos Senhores arriscar neste tempo de crise é árduo mas eu acredito que não é impossível. Como dizes e bem a opção era continuar "a ver a vidinha a passar" e perder anos de vida e felicidade e se é para isso prefiro viver com menos mas mais satisfeita.

MARY disse...

E ainda existem aqueles que nunca serão ricos, mas já levam a maior riqueza da vida: realização
Pessoas tão inspiradoras como esta:
http://vimeo.com/14074949

Unknown disse...

Ninguém disse que era fácil. Vamos a isto :) Vamos ser felizes!

Miminhos de Mãe disse...

Subscrevo o que disse a Teresa e logo a seguir a Juanna.
Isso do pensar maior é muito bonito, concordo plenamente, devemos tentar ser mais optimistas, mas...também temos de ser realistas.
Infelizmente para muitos não é apenas uma situação de conformismo, há quem simplesmente não possa correr riscos, porque há contas para pagar, porque há filhos para criar, porque não há emprego e hoje em dia já nem sequer há trabalho.
Criar um negócio próprio? é um sonho...que se desfaz rapidamente quando olho à volta e vejo que quem ainda tem dinheiro investe cada vez menos...criar um negócio para fechar as portas ao fim de seis meses e ficar na miséria?! Ou arriscar ficar no desemprego um tempo infinito?!? não.
Prefiro ver 'a vida a passar' mas com outros olhos, tentar apreciar o que ainda tenho, com a tranquilidade que me dá saber que tenho as contas em dia e comida no prato para as minhas filhas.

anamarta disse...

É mesmo esse o pensamento. Sou jornalista também e, infelizmente, estou desempregada neste momento, e confesso que ultimamente tenho pensado como a sua amiga. Está tão difícil em tantos lados que uma pessoa acaba por desanimar. Mas temos é que ter energia e força para seguir em frente e acreditar que é só uma fase. E que tudo o que conseguimos é fruto do nosso esforço e da nossa força de vontade. Portanto, a todos os que estão desempregados como eu ou infelizes com o seu emprego, FORÇA, há lugarzinho perdido para cada um de nós, algures, só temos que procurar por ele.:) Este fim de semana vou ao TEDxCoimbra, acredito que é nessas conferências que me vou inspirar e que me vai surgir uma ideia..:)

Beijinhos
Marta (andamosadizer.blogspot.com)

SMS disse...

Conheces alguém feliz, conheces... Que faz o que quer e que não se queixa de quanto ganha... sou eu!

saltos altos disse...

Não é a tua amiga a única a pensar assim. Eu também penso como ela...
Já agora, se conheceres alguém que esteja a precisar de uma arquitecta, aqui está o meu contacto: mqpascoa@yahoo.com.br

Beijinhos;)

CNS disse...

Não é fácil, não. Mas temos de pensar que "ainda a agarramos" :)

A Ruiva ou a Kika? disse...

Então imaginem quem acabou agora o curso, e está a ver isto tão mal parado!!

Anónimo disse...

toda a gente se queixa do dinheiro,ou melhor, da falta dele..mas será que o dinheiro vale assim tanto??
http://dadoslancados.blogspot.com/2011/10/o-valor-do-dinheiro.html

Bela Monstro disse...

Um post com o qual concordo inteiramente. Vi-me nessa situação de insatisfação tantas vezes, e por demasiado tempo. Neste momento da minha vida tomei a opção de me focar apenas naquilo que gosto de fazer e na concretização dos meus projectos. E se o caminho é muito mais árduo e me implica grandes sacrifícios, prefiro-o a viver na frustração permanente e no desperdiçar das minhas capacidades. Ou talvez seja mais simples que isso: recuso-me a viver infeliz a vida toda. Às vezes é mesmo preciso arriscar tudo e tomarmos a nossa vida nas mãos.

MaGGie disse...

Este post tem muito a ver com a minha vida actual. Estou em preparativos para sair de Portugal. Já estive fora uma vez e voltei porque achava que se lá tinha conseguido tanto que aqui com um bocadinho mais de esforço também conseguiria. Verdade é que mal cheguei arranjei emprego mas depois de quase 3 anos tudo aumentou menos o ordenado que neste momento já escasseia para pagar tudo. E a juntar a isso quero estudar e aqui simplesmente não consigo. Portanto em Janeiro lá vou eu novamente para as terras da rainha, mas continuarei a seguir o blog ehehe

Tamborim Zim disse...

A última frase diz tudo. Acrescentaria ainda q, qto a mim, o maior motivo de insatisfação advém do facto das pessoas parecerem estar cada vez mais a milhas das coisas essenciais. De ideias, princípios, sonhos, ética. Coisas autênticas. Perceber o que cada um é, o que cada um quer ser e a forma como efectivamente quer fruir esta viagem pode ajudar. (Claro que "pimenta no c. do outro é refresco...rrsrsrs)

Ana Burmester Baptista disse...

Percebo tudo, especialmente nesta fase em que (eu sou das que ganho bem e não gosto do que faço)estou morta por ver o meu emprego pelas costas. Sei que é um pebsamento egoísta, blá, blá, tenho família e despesas para pagar... Mas continuo a trabalhar no que gosto quando chego a casa (e não é na parte "dona de casa" e pode ser que um dia mande o meu chefe dar uma volta. Até lá, aguentamos-nos, nós e os clientes mal educados!

Ana Aurélio disse...

Na verdade há um ano em Agosto de 2010, eu encontrava-me na mesma situação. Na verdade, eu estava tão insatisfeita com a minha vida que parecia condenada à infelicidade. As 8/9 horas que estava no trabalho eram horríveis e quando saia bem ao final do dia, era quando o dia começava para mim!
Quando consegui ver no que me estava a tornar, tomei a decisão mais difícil da minha vida, lutar por aquilo que quero e gosto. Custou tanto (e ainda custa que se farta!). Mas passado cerca de um ano, tudo mudou! Tudo! Tenho um novo emprego, tenho um site (blog), estou a abrir a minha loja, e comecei o meu mestrado. Para trás deixei a estabilidade (aparente, porque hoje isso já não existe!), farto-me de trabalhar, mas sou infinitamente mais feliz! Sim, agora compreendo o que é ser feliz!

Simply Me CC disse...

vou " roubar " porque acho que esta muito bem escrito e porque sinto o mesmo à minha volta!
Espero que não se importe!

Anónimo disse...

Qual a receita para se "pensar maior"?...

Bjs

Anónimo disse...

Não quero meter raiva a ninguém mas é verdade, gosto do meu trabalho e estou satisfeita com o que ganho. Tenho saude e amor quanto baste. Acredito seriamente que sou feliz e que quanto mais dou aos outros mais a vida me dá de volta. Entendo que muita gente esteja frustrada e que não tenha sorte na vida. Mas tb acredito que é uma questão cultural. Talvez por ter raizes fora de cá consiga melhor ver o negativismo deste país. O quanto todos se queixam sem na verdade tomar atitudes para melhorar. O copo aqui está sempre meio vazio e nunca meio cheio. Se não têm uma doença contagiosa, e têm uma casa limpa e água potável já são na verdade pessoas privilegiadas neste mundo. Mesmo tendo uma boa vida tb considero sair de cá. Porque todo este peso negativo me incomoda e não quero ser arrastada para esta apatia.

Happy Woman disse...

Não podia concordar mais. muitas vezes penso: "Não foi isto que eu sonhei para mim!!". Uma licenciatura e uma pós-graduação na mão e outra licenciatura a caminho. Quando decidi ingressar novamente no ensino superior (porque não gostava nada do que fazia e não via grandes perspectivas de futuro...) pensava e dizia para mim mesma: "Às vezes é melhor dar um passo atrás para depois dar dois em frente!". O passo atrás foi dado. Agora resta-me esperar que os 2 em frente também... para o ano dou notícias. Torça por mim!:)

JoID disse...

Copy & Paste!!
Tanto do pensamento da amiga cm o teu, é preciso coragem mas acho que a minha (pq me vejo um bocado na amiga) a coragem vai ser cortar o cordão umbilical e até já Portugal...
xoxo JoID

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