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segunda-feira, junho 27, 2011
Uma amiga dizia-me esta manhã "fui ao teu blog ver se tinhas posto alguma coisa sobre o Angélico e nada". De facto, não escrevi nada sobre o assunto. Nem sequer sabia o que dizer. Há coisas sobre as quais não se nos ocorre dizer nada, talvez por serem tão difíceis de digerir. Não conheço o Angélico. Não sei se é bom ou mau rapaz, se é uma jóia de moço ou um canalha da pior espécie. Nunca estive muito atenta à carreira dele, talvez porque nunca liguei aos Morangos e menos ainda aos Dzrt. Mas quando acordei e soube da notícia, não pude deixar de sentir um murro no estômago. Dois dias antes tinha sabido da morte de outra pessoa, com 22 anos, também num acidente de carro. E apesar de a vítima ser familiar de uma pessoa que me é muito próxima e de quem gosto muito, não fui capaz de pegar no telefone para dizer qualquer coisa. Optei por uma mensagem, é menos constrangedor. A verdade é que já estive do outro lado. Do lado de alguém a quem têm de dizer alguma coisa porque o irmão, com 22 anos, morreu num acidente de viação a meio da noite. Na altura as pessoas não sabiam o que me dizer, e eu também não sabia o que responder. E também não havia nada que me pudessem dizer que minimizasse o que sentia. Eram só palavras, não eram curas milagrosas. É por isso que nunca sei o que dizer em situações destas. Sinto que só se diz por dizer, para não se estar calado. Enfim, voltando ao Angélico. Pelo que tenho lido, a situação é complicada e pouco animadora. E não quero imaginar o que os pais dele estarão a pensar, sobretudo se, como se escreve por aí, estiver mesmo num daqueles cenários em que a questão é saber se o desligam ou não das máquinas. Duvido que algum pai consiga tomar uma decisão dessas. Deve ser um verdadeiro pesadelo. Ainda não se sabe muito bem o que aconteceu, especula-se muito (em excesso), mas se é mesmo verdade que não levava cinto de segurança, acho de uma inconsciência gritante. Às tantas da noite, num carro no qual deve apetecer ir a muito mais do que a 120, e sem cinto. A verdade é que não somos imortais. Somos jovens, achamos que podemos tudo e que as desgraças maiores nos passam ao lado, mas não é verdade. O meu irmão morreu a 1km de casa. Não se sabe o que aconteceu. Excesso de velocidade, piso molhado, adormecer ao volante, um problema no carro... não se sabe nem nunca se vai saber. E eu só me lembro de andar com ele de carro e de às vezes lhe chamar a atenção por ser um bocado inconsciente e ele me responder "nunca bati, pois não? Então pronto!". Então pronto. A primeira vez que teve um acidente foi fatal. Sempre tive muito medo de andar na estrada, depois disso ainda mais. E quando o ano passado me rebentou um pneu em plena auto-estrada e andei às piruetas, fiquei ainda com mais medo de conduzir. Para mim, só ter de ir ali até Cascais já me deixa com os nervos em franja. Vejo comportamentos absolutamente selvagens. Gente idiota e assassina a quem passam um carro para as mãos. É desses que tenho medo e acho que é preciso andar cada vez mais em cima dessa gente com medidas severas. Quanto ao Angélico, espero sinceramente que a situação seja reversível e que melhore.

66 comentários:

Segredo Cor de Rosa disse...

Não fazia a menor ideia que tinhas perdido um irmão. Não sabia mesmo e agora tou aqui feita parva sem saber o que dizer. Lamento mesmo. De coração.
Deixo-te um bjnho grande

Cátia Sousa disse...

Sinceramente também não escrevi nada e não tenciono, simplesmente tenho a minha ideia definida sobre o que se passou e não a vou expôr uma vez que o que neste momento é motivos de vendas e comentários, amanhã posso ser eu ou tu etc... Não ia gostar.

C s 1 9 9 3

Devaneios de Uma Loira disse...

concordo contigo. as melhoras para ele e força para a família. bjinhos

Joaninha disse...

:( a dulpicar, pelo teu irmão e pelo Angélico.

Joana | My Pretty Mess disse...

Pipoca, eu nestas coisas costumo ter a mesma opinião que tu. E dizia que quem passou por elas de perto é que tende a desculpar o óbvio, que o amigo próximo nunca andaria em excesso, que é uma pena, que coitado...
E depois de ler este texto admiro-te. É claro que sentes falta do teu irmão. O facto de não o desculpares por hábitos que sabemos frequentes em algumas pessoas é um grande passo.

Não sei se me fiz entender...
Na minha família já morreu um primo assim, com vinte e tal anos. Já foi há muito tempo, mas eu lembro-me de os pais o terem encontrado numa curva fora da estrada. O pai encontrou-o porque era bombeiro da zona. Viu que ele tinha o telemóvel descaído, um maço de cigarros no chão, tinha acabado de fazer uma directa e ia trabalhar... com excesso de álcool no sangue. Nessa mesma semana morreu o melhor amigo dele exactamente da mesma maneira. Será que não serve de exemplo? Ou não o terão desculpado?

CAL disse...

Depois de outras leituras a este respeito, saúdo a lucidez e tom deste post.

Muito adequado e centrado naquilo que realmente importa.

Sofia disse...

Concordo que as palavras não servem de nada nestas alturas, até porque muitas vezes as pessoas sentem obrigação de as dizer. É triste o que aconteceu ao teu irmão, ao Angélico e a tantos outros jovens iguais a eles. Resta-nos esperar que esta divulgação alerte consciências.
Cumprimentos.

Anónimo disse...

Já li em alguns blogs comentários que até arrepiam. Falsos moralismos é o que dá...a mim arrepiam-me.
Ia lhe dar os Parabéns pela postura, delicadeza e sensibilidade com que abordou o assunto, mas também fiquei sem palavras.
Lamento.

Carla

Carochinha disse...

Infelizmente tb já estive do outro lado do telefone. Mas o pior não é a chamada nem a notícia que recebemos ainda meio a dormir. São as horas seguintes, os dias, as semanas, os anos que levamos a recuperar quando alguém que devia estar connosco por muitos e longos anos, se evapora da nossa vida num segundo. E sim, não há nada que se possa dizer que nos ajude a suportar a dor imensa, que nos chega a faltar o ar.

Eu também vejo comportamentos selvagens na estrada, todos os dias. Acho que os portugueses são muito ordeiros no trabalho, baixam a bolinha em tudo, menos quando se sentam ao volante; parece que aproveitam para libertar naquele momento em que têm o poder nas mãos toda a raiva acumulada... Até ao dia. Outras vezes é pura inconsciência, como me parece ter sido o caso.

Acho sinceramente que se os condutores se comportam como animais, devem ser tratados como tal. Acho que as multas são pouco severas, acho que muitas vezes as cartas de condução deviam ser apreendidas para sempre. E também acho que para se conduzirem carros de alta cilindrada (e motas), deveriam ser feitos testes e exames mais específicos e exigentes.

Espero que os familiares e amigos do Angélico recuperem depressa deste embate porque, infelizmente, o Angélico não levava só três pessoas naquele carro, mas também todos os que o amam. A vida não é só nossa.

Anónimo disse...

Infelizmente sou uma de muitas que acordou e que a primeira noticia que ouviu foi - o teu namorado moreu num acidente de carro.

Não sou mãe, mas sou humana, e acreditem que nenhum pai/mãe deveria de enterrar um filho. é de uma dor...

Infelizmente daqui a 15 dias já ninguém se lembra... e os excessos voltam-se a cometer.



Teresa Silva

Joana S. disse...

Não percebo este alarido todo tendo em conta que, infelizmente, morrem muitas pessoas assim.
Lamento muito o que aconteceu ao teu irmão.

Sofia disse...

Lamento muito pelo teu irmão Pipoca... e admiro a tua capacidade de deixares a tua vida pessoal do lado de fora do blog, às vezes tenho dificuldades em fazê-lo... beijinho*

La Boheme disse...

Se formos a ver bem, qualquer um pode tirar a carta e conduzir um carro que acaba muitas vezes infelizmente por ser uma arma letal, sobretudo para os jovens mais inconsequentes, de pêlo na venta e com máquinas de grande cilindrada. Em relação à falta de palavras quando ficamos com um nó na garganta por vermos alguém de quem gostamos sofrer uma dura perda irreparável, acho que elas não são necessárias. Também já estive no lado mais duro da barricada, o lado de quem recebe o telefonema a meio da noite...E hoje penso que basta um simples "estou aqui para ti só quero que o saibas". Do que clichés como "foi assim que Deus quis" "foi para um sítio melhor" etc. e tal.
E já agora também desejo que corra tudo da melhor forma possível para o Angélico e para os que com ele iam...

CAP CRÉUS disse...

São uns nojentos e ponto final.
Devia haver mais controlo, fornecerem todos os meios à polícia,e criminalizar a sério todos os tipos que colocam em perigo os outros que cumprem.
São assassinos à solta e em potência.
Também eu, cada vez mais me assusta andar na estrada.
Quanto aos pobres inocentes que se vão, só tenho a lamentar.
E o cinto? Serve para quê?
Espero que a situação se resolva pelo melhor.

Hélia disse...

<3 <3 <3
faço minhas, as palavras da 'Carochinha'! Muita força é necessária nesta hora (cujo tempo parece não apagar)... não se sabe o que dizer de parte-a-parte e o silêncio é, por vezes, um simples abraço de conforto!

Leila disse...

Não deve haver nada mais difícil que perder alguém de forma tão abrupta, principalmente para a Mãe dessa pessoa. E ter que tomar a decisão de desligar a máquina que mantém (nesta altura não interessa como)um filho ainda nesta vida deve ser a decisão mais difícil de tomar. Coragem e força para esta família e obrigada Pipoca por palavras tão sensatas que deixou no seu blog.
Leila

Simplesmente Ana disse...

Finalmente uma opinião sem moralismos. As pessoas esquecem-se que têm telhados de vidro.

Lamento muito o que passaste...

Anónimo disse...

Pipoca, atualmente vivo em S.Paulo e aqui o trânsito é assassino, brutal, talvez vc tenha notado isso no Rio de Janeiro; porém s.Paulo é assustador.
Eu conduzo desde os 17 anos pore´ma ainda hj após décadas, fico nervosa e mto....
Mais pela falta total de respeito das outras pessoas, pelo querer ser esperto e entrar na frente do nosso carro, ou nos cortar pela direita....Ficou furiosa com gente desta laia...mas enfim...é + uma demonstração de como o ser humano se encontra nos dias de hoje:"Canibal". Bjs
Kátia
femininous.com

Anónimo disse...

Também já tive um acidente e andar de carro em certos sitios deixa-me muito nervosa também. Ninguém faz ideia. Felizmente eu levava cinto e sei o quanto ele é importante. Eu apenas meti o pé na embriagem no momento errado e foi o suficiente para capotá-lo. Conduzo com medo que me rebente um pneu, que me apareça um animal á frente, que o da frente trave repentinamente em dias de chuva.

celiasesteves disse...

Eu também já estive desse lado.. é horrivel ser acordada ás 4 h da manhã e ouvir que a irmã de 21 anos morreu num acidente de viacçao por excesso de velocidade... não há nada que se possa dizer.. só que aquela dor fica sempre lá ainda que possa ser atenuada com o tempo... depois ficam as saudades esmagadoras...

celiasesteves disse...

Eu também já estive desse lado.. é horrivel ser acordada ás 4 h da manhã e ouvir que a irmã de 21 anos morreu num acidente de viacçao por excesso de velocidade... não há nada que se possa dizer.. só que aquela dor fica sempre lá ainda que possa ser atenuada com o tempo... depois ficam as saudades esmagadoras...

Raquel Felino disse...

Nestes momentos não há nada a dizer. Um olhar, um toque no ombro, um abraço mais apertado dizem tudo. É um desses que envio agora à Pipoca e à familia do Angélico.

Pepa Xavier disse...

Lamento imenso o teu irmão, não fazia ideia. Detesto conduzir e já presenciei cenas na estrada que não lembram a ninguém (principalmente da parte de taxistas). Mas ninguém está livre que se lhe arrebente um pneu em plena auto-estrada. Essas coisas deixam-me desconfortável, é melhor nem pensar.

Ália disse...

Olá pipoca. Nunca comentei o seu blog apesar de ser uma leitora assídua. Este post tocou-me pela morte do seu irmão.
A minha irmã teve morte instantânea na sequência de uma queda de cavalo. Tinha 16 anos.
18 anos depois dói muito, sempre. Palavras não há para descrever a dor, a revolta.
Parabéns pelo seu post.

Cláudia Morais disse...

Enquanto leitora da blogosfera, encontrei por estes dias muitos posts sobre o assunto e em quase todos me arrepiei com a crueza das palavras. Talvez seja porque, como tu, também perdi um irmão na estrada, é-me difícil comentar o assunto com ligeireza. Como sempre, perante os assuntos mais sérios desta vida tens uma postura humanista e sensível. Um beijinho.

Poisoned Apple disse...

Um beijinho.

Johnny disse...

Há uns meses um vizinho meu morreu e eu passei dois dias a magicar o que dizer à família quando fosse ao velório. Mas antes que isso sucedesse, cruzei-me com o irmão e os sobrinhos do meu vizinho na rua e, pronto, tive que me dirigir a eles. Disse dirigir em vez de falar, porque não me saiu uma palavra sequer. Limitei-me a abraçar o irmão e a cumprimentar os sobrinhos. Nenhuma frase ou nenhuma palavra me soam bem para estas alturas, porque não vão mudar nada. Acredito mesmo que uma pessoa que passe um dia inteiro a ouvir "foi Deus que quis assim", "força", "o tempo cura tudo" fica com a cabeça estoirada. Infelizmente não há nada que se possa fazer. Quanto ao Angélico, consta que já foi decretada morte cerebral e que só não desligam as máquinas porque a mãe não quer.

Luanara Marques disse...

Com muito carinho e tmb sem muitas palavras um beijinho.

DramaQueen disse...

Parabéns pelo teu post! É de lamentar que vidas tão jovens sejam ceifadas assim. Tenho 2 filhos e não quero sequer imaginar ter que passar por uma coisa dessas.
Aconteceu com o Angélico , com o teu irmão e com muita gente, podia acontecer a qualquer pessoa, o português faz muita coisa mal, mas a ''apontar o dedo'' é ''o maior'', adoram atribuir culpas. O cinto de segurança salva muitas vidas. Também já ouvi o caso , de um acidente de viação também, em que 3 membros da familia morreram e levavam cinto de segurança, e o único sobrevivente foi cuspido do carro porque não o levava...

beijinhos

Missariadne disse...

É triste ver vidas a serem ceifadas desta maneira,lamento por todas aquelas pessoas que perderam alguém querido numa porcaria de um acidente de viação.Gostava que o Angélico sobrevivesse a isto tudo.

Juanna disse...

Eu nem quero imaginar as imbecilidades que também cometo ao volante e nem conta me dou. Mas vejo com cada anormal que só merecia levar uma sova.

Anónimo disse...

O caso do Angélico - porque é um jovem conhecido - deveria servir de alerta a muitos jovens que arriscam todos os dias a sua vida. Se há uns anos atrás as campanhas da DGV alertavam, mostrando pessoas que ficaram danificadas fisicamente por acidentes de viação, este caso pode (e deve?) agora ser tratado de forma a alertar, não a condenar.
O carro era potente, o rapaz é novo, o seguro não havia, o cinto ficou esquecido. De tudo isto, ficará uma mensagem: que o cinto não deve ser colocado por receio de multa mas sim porque é uma necessidade, um imperativo.


PS - O seu post está escrito de uma forma lúcida que, infelizmente, não se encontra muito por estes lados. Bem-haja por isso.

jOana disse...

Um post certeiro. Falas do que realmente importa. A blogoesfera está cheia de posts sobre este assunto que dão vontade de abanar os autores.
Já há alguns anos que fizeste um post sobre o teu irmão e deixaste-me sem palavras porque não imagino o que seria se me batesse à porta.
Um beijinho para ti, e desejos de melhoras para o Angélico.

Nisca disse...

OBRIGADA pela partilha! Abracinho

Anónimo disse...

Se sempre teve medo de andar na estrada e depois do que lhe aconteceu ainda mais... Explique lá como é que uma pessoa faz uma road trip nos EUA, viajando por estradas desconhecidas, onde com certeza ha gente mais muito mais idiota e assassina que em Portugal!?

Red disse...

também eu já estive do outro lado do telefone e a 600km de distância. também eu já ouvi que o meu irmão morreu num acidente de viação a meio da noite, de regresso a casa. e mais, eu, que acho sempre que os imbecis assassinos que praí andam na estrada deviam marrar com a cabeça contra um poste, tive de ouvir que ele morreu sem culpa (menos mal ou nem isso, que isso não o traz de volta), num acidente causado por uma dessas pessoas inconscientes ou a quem acontece um azar nem se sabe bem como. Continuo a achar que esses inconscientes deviam marrar com a cabeça contra um poste, mas é da boca para fora, porque penso que facilmente matam uma pessoa, mas depois lembro-me daqueles que morrem também, como a que matou o meu irmão, e dá-me a mesma dor que sinto em relação a ele. quando penso nessa pessoa não consigo sentir senão pena, em vez de raiva, por ela e pelos outros dois que, além do meu irmão, lá ficaram com a mesma sorte. e também hoje continuo sem saber o que dizer, mesmo a pessoas que provavelmente sentem exactamente o mesmo que eu. até porque ainda hoje me lembro bem de que preferia que não me dissessem nada, pois nada haveria para me dizerem. compreendo-te bem...

Anónimo disse...

A Rita, a minha querida Rita. Acidente de 5.ªfeira passada em Palmela, 22 anos...não é justo.

ML disse...

E aqui está um texto que se acrescentarmos mais uma qualquer palavra que seja estraga.

Magda disse...

sem palavras.
beijos

Cat disse...

Popcorn: se estivesses aqui ao meu lado agora dava-te um abraço daqueles que valem mil palavras.

Anónimo disse...

Infelizmente também sobe da rapariga de 22 anos que faleceu,que era,familiar de uma amiga tua.

mjoaob disse...

És tão linda! Acho que numa altura em que se 'compra' tudo é extremamente importante não ficar agarrado ao que a vida nos fez mas fazer com que a vida nos torne pessoas melhores. Cada vez melhores. bjinho gde

Álex disse...

Nada do que alguém te diga num momento de desconsolo pela morte de alguém querido "serve" para minimizar o que sentes; quando não se sabe o que dizer e se sente que as palavras sobram, antes do que recitar clichés, mais vale a presença e um abraço/beijo. Sou da opinião de que a presença de uma amigo pode ser um apoio se necessário e é uma homenagem também.
Opiniões

Anónimo disse...

Pipoca, tal como tu, eu também recebi um telefonema às 2h da manhã com a terrível notícia...
E concordo com o que tu dizes sobre nunca saber o que dizer.
Sobre o Angélico, tenho muita pena dele como tenho de outros jovens na mesma situação.. porque me lembro sempre que já vi aquele cenário, que a família deve estar de rastos, aquela espera terrível à porta do hospital..
Se tudo o que contam é verdade, pois que houve irresponsabilidade porque se calhar o cinto bastaria para a situação não ser tão grave. Ele até podia ir a 160 kms/h ( naquele carro é tão fácil sem se dar por ela ) mas se não tivesse o azar do pneu rebentar, também não se teria despistado..foi uma infeliz coincidência. Para ele e para quem ía no carro.

saltos altos disse...

Fiquei sem palavras ao ler o teu post. O silêncio e um abraço terno é mais reconfortante do que mil palavras.

Um abraço, Pipoca!

(fartei-me de escrever e apagar frases, mas é complicado escrever a quem passa por estas situações)

Anónimo disse...

Antes de tudo Um beijinho mto grande para ti.

A situação do Angélico é realmente arrepiante... mas não esquecer que a menina que ia com ele , menor de idade, também está numa cama de hospital e nela ngm fala.


Medy

Anónimo disse...

E é por textos como estes que és a rainha da blogosfera portuguesa :)

Histórias Soltas disse...

Também eu já tinha passado por cá para saber o que terias a dizer. Encontrei o teu texto excelente, onde tudo é dito de forma muito sentida.
Um beijinho e um forte abraço que nada de novo irá acrescentar à tua vida e ao vazio que ficou em ti.
Excelente post sem dúvida.

Cristina disse...

Anónimo disse...
Se sempre teve medo de andar na estrada e depois do que lhe aconteceu ainda mais... Explique lá como é que uma pessoa faz uma road trip nos EUA, viajando por estradas desconhecidas, onde com certeza ha gente mais muito mais idiota e assassina que em Portugal!?

27 Junho, 2011 22:38
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anónimo,
Nos EUA não andam a 150km nem a 200km à hora, aí a diferença! Além da vida dos states ser uma vida muito agitada e sempre a correr, quanto às estradas as pessoas tem cuidado, ao contrário de Portugal, não tem pressa para nada, nos trabalhos, etc, mas nas estradas andam sempre com pressa, para quê? Parece que tem medo de não chegar aos locais!

R. disse...

uau. ler o teu texto deixou-me arrepiada..

R disse...

Excelente post! Está tudo dito... *

Sónia disse...

A TVI avança que o Angélico faleceu...quem tanto se indignou e se apressou a julgar e a condenar, já pode sossegar enfim..nunca li na blogosfera tanto chorrilho de disparates junto como nos ultimos dias..
O único comentário sensato foi o teu, Pipoca.
Lamento muito por ti, pelo teu irmão, pelos familiares e vítimas de todos os envolvidos neste acidente, e por todos que já passaram pelo mesmo.

Raquel disse...

Pipoca, um mega abraço, não porque fica bem, não que é o que se deve dizer, mas porque é sentido e de coração!!!
Beijinho grande!!!

Alix disse...

nestes casos ficamos sempre sem palavras. lamento...

Anónimo disse...

Muito bonito o teu texto, claro, directo...talvez escrito com o coração.

Inês Coelho disse...

O meu irmão também morreu de acidente de viação à 3 anos atrás. Tinha sido pai á 9 meses. O acidente foi simples mas ele não levava cinto de segurança. Foi projectado do carro. quando ele morreu houve uma parte de mim que também desapareceu. acordar com a noticia é brutal, pensamos apenas que foi um pesadelo e se dormirmos desaparece. Eu fiquei tão em choque que fui trabalhar no dia seguinte. só há noite quando fui ao hospital é que caí em mim. Desde aí que olho para os carros, para as autoestradas, para a vida de forma diferente. Nunca mais andei sem cinto de segurança nem num taxi. Ele já não volta, está aqui na memória todos os dias. O acidente do Angélico é triste mas ainda pior é o numero de pessoas que morre nas estradas por razões semelhantes ou menores. Não acontece só aos outros. Pensem nisso e não briquem com a vossa segurança ou das pessoas que viajam com vocês. Para ti pipoca sei o que é mas um beijo de força! O tempo ajuda, só.

Elsa disse...

Quando somos jovens pensamos que somos imortais. Eu tenho muito medo de conduzir, não por mim mas por muitos com quem eu me cruzo.

Infelizmente quando noticias dessas nos batem á porta a tristeza, a dor, é terrivel...

Beijinhos a todas!

Anónimo disse...

Palavras sábias...
Há momentos, que não sabemos mesmo o que dize...
=)

Anónimo disse...

No meio disto tudo lançaram uma notícia errada: ELE LEVAVA O CINTO. Agora gostava de saber quantos jornais é que vão emendar os erros que anunciaram...Aliás, tiveram de cortar o cinto para o tirar do carro...Não percebo este jornalismo

Anónimo disse...

Ao Anónimo 27 de Junho 22:38, e à Cristina que lhe respondeu em 28 de Junho 21:45:
A road trip da Pipoca foi um exercício da sua liberdade, tão importante como tomar um café, ir ao cinema etc. O que ela não deixa de censurar, ainda que tenha perdido um irmão na estrada, é a condução descuidada. Como todos nós, se quer deslocar-se e conhecer coisas novas pode optar por esse bem público que é a estrada e seria um retrocesso para a vida em sociedade se deixássemos de a usar precisamente porque existe quem a não saiba usar!
Pense-se nos parentes e amigos de quem tenha morrido por afogamento no mar mas que continua a gostar de praia ou de andar de barco. Não é propriamente uma contradição...
À Pipoca, um abraço sentido.
Íris

Anónimo disse...

Nos Estados Unidos também conduzem com muita velocidade. E se a Pipoca foi lá, como foi, certamente saberá disso.

Unknown disse...

Pipoca, nem imagino... a 1 km... Bjs***

Cátia disse...

É por estas e outras que sigo o teu blog.. diariamente.. mesmo que (confesso) mão me interessem todos os temas. Mas como de vez em quando sei q escreves de forma única com o coração... Continuo! :) és, com certeza, uma pessoa muito bonita! :)

Força e obg por partilhares. a tua opinião, lucidez e experiencia. :)

Aos 30 sou Feliz, mas?? disse...

Boa Noite, eu sou uma das pessoas que partilhou essa dor ctg, pois era muito muito muito amiga do teu Irmão.Saudades ficam.Imagino as tuas.Nunca imaginei que fosses falar dessa situação.Pois é demasiado intimo.
Estou Sem palavras.
Pois realmente as nossas experiencias fazem por vezes dar uma noção que não somos os únicos.
Bj

Anónimo disse...

Pipoca

Também já estive desse lado. Dá 21 anos. Uma da manhã, irmão, 22 anos, a cerca de 1 km de casa.
Li os comentários todos e ... tantos testemunhos idênticos em tão pucos comentários ... faz pensar!
Mas, se naquela altura não soube o que responder, a partir daí nunca mais consegui dizer o que quer que seja a alguém na mesma situação. Um abraço e o silêncio fazem maravilhas.
Um beijo
Teresa

Andreia (Fuel :)) disse...

Não é nada agradável ter um acidente... fica-se com a certeza de que coisas más de facto não é só aos outros que acontecem. Tive um há 8 meses, mais coisa menos coisa, estava grávida de 8 meses do meu lindo filhote, e até hoje cada vez que entro no carro engulo em seco, em cada curva o meu corpo treme e se pudesse optar por não mais entrar em carro algum acho que me saía um peso enorme de cima dos ombros! E logo eu que sentia que o meu carro era quase a minha 2ª casa, quase uma extensão do meu sofá da sala, onde me sentava confortável, gostava de conduzir, divertia-me por vezes e na maioria das vezes nem se quer pensava no assunto, fazia parte.

Embora tenha perdido um pouco mais da sensação juvenil de imortalidade (que é tão boa) o acidente serviu-me para algumas aprendizagens. Escolhi comprar um carro pela sua segurança, em vez de escolher pela beleza, ando sempre devagar (a baixo dos limites de velocidade) sempre que posso ando a pé, e chateio à brava os outros quando abusam ao volante. Sou uma espécie de anjo da guarda chata das pessoas que me rodeiam. Talvez seja uma nova missão que adquiri na vida, sei lá...

Comigo ficou tudo bem, foi só o susto como se costuma dizer, contigo também sei que sim, o mesmo não aconteceu com o teu irmão, o que lamento... esse telefonema que a família recebe com a terrivel notícia deve ser das piores coisas do mundo! Espero nunca passar pelo mesmo, espero que nunca mais voltes a passar por nada igual na tua vida.

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