sábado, julho 10, 2010
Eu não sei se é da idade, se é da pouca paciência genética, ou se é mesmo da já típica falta de organização dos festivais de música cá por estas bandas. Se calhar é um pouco de tudo. O que eu sei é que já não há santo que aguente esperar tantas horas para tudo. O primeiro dia do Alive foi um escândalo. Fila para levantar o convite (uma fita que tinha de ser presa no pulso dos convivas com recurso a um alicate), fila para mostrar o convite, fila para ser revistada, fila para voltar a mostrar o convite, fila para comer, fila para beber, fila para tudo e mais alguma coisa. Só via pessoas completamente indignadas e, por momentos, tal era a fúria das massas, que gritavam e assobiavam de descontentamento, temi que se fosse gerar ali uma rebelião e vá de abalroar polícias, barreiras e tudo o que houvesse pela frente. Soube de muito boa gente que foi depositar o seu desagrado no livro de reclamações, o que me leva a concluír que a insatisfação não era só minha. Sinceramente, já não dou para estes peditórios. O que é certo é que ontem voltei e a coisa estava muito mais calma. E só para ver Gossip já valeu a pena todo o esforço empreendido. O concerto foi ma-ra-vi-lho-so, a Beth Ditto tem uma voz absolutamente espectacular e conseguiu pôr toda a gente aos saltos (ela incluída, o que parecia não ser nada fácil assim à primeira vista). A versão do "What's Love Got To Do With It" fez-me esquecer os quilos de pó engolidos, a merda de palco e a tenda que fazia efeito estufa (que raio de ideia foi aquela). E como quem corre por gosto não cansa, já estou a considerar ir ver Prince ao SBSR. E Vampire Weekend. E Pet Shop Boys. E The National.
16 comentários:
Olá!
concordo imenso contigo! o 1º dia as filas foi uma bela merda, conheço pessoas que tiveram 2h30 para entrar, eu tive quase 1h!
E aquele palco dois que miséria! Para bandas deste calibre tinha de ter o dobro do tamanha! Aquilo era uma autêntica sauna com tratamento de pó!
Mas amei! Também tinha vontade de ir ao SBSR, mas simplesmente não há dinheiro... =(
Gossip deve ter sido fantástico, tive pena de nao poder ir ver. Espero que te tenhas divertido.
No entanto fica aqui um pequeno parêntesis...não sei se é impressão minha, ou esta maltinha dos convites tem sempre reclamações a fazer? Caramba, vão a concertos à borlix, nao têm que ir a fnacs e afins comprar bilhetes, ou preocupar-se se os concertos vao esgotar... e mesmo assim nunca estão satisfeitos com nada. Acho piada.
Se tivesse pago bilhete não teria tido de esperar assim tanto. E também não deve ter sido assim tão mau ou não teria voltado. Vontade de dizer mal ou falta do que escrever?
A organização de festivais de música em Portugal não é um assunto sério.
Encontra-se um local amplo, programa-se umas bandas do momento outras já fora de prazo, estima-se quantas pessoas se conseguirão ensardinhar no local, bilhetes à venda. Oops, vendeu-se o número máximo de bilhetes. Se o terreno é um baldio poeirento ou se transforma numa gigante poça de lama; se as 50 casas-de-banho são insuficientes; se as três bancas de comida são escassas; se os pontos de acreditação e validação de entradas são de menos. Se… Azar. Se qualquer uma destas hipóteses não se confirmou (e acumulou) em algum dos principais festivais organizados neste país, que me caia um raio em cima.
E quanto a mim isto é sinónimo de um desrespeito e soberba por parte de quem organiza estes eventos relativamente aos milhares de pessoas que compram bilhetes. Os miúdos querem é diversão, é tudo muita giro, é Verão e já estamos todos em sintonia pré-férias. My ass.
Este ano fui ao Primavera Sound em Barcelona e, além das dezenas de concertos memoráveis a que assisti, trouxe de lá uma outra memória muito nítida: estar desde as 17h até às 03/04h num recinto com seis palcos a funcionar em simultâneo e com cerca de 35000 por dia durante 4 dias sucessivos é uma experiência muito, mas muito mais tranquila do que alguma vez imaginei. Por alto, o esquema é exactamente o mesmo: entrada no primeiro dia mediante troca de bilhete por pulseira, zona de refeições pobre em diversidade, bares básicos, casas-de-banho descartáveis. E no entanto ou não se espera ou espera-se pouco para o quer que seja. Há vários (e vários não são dois) pontos de wc por todo o recinto, a zona de refeições está disposta em u e é coberta, e os bares são tantos quantos os palcos, se não mesmo mais. Os concertos, que chegam às várias dezenas por dia, começam, sem falhas, à hora certa, ao minuto certo. Não é bazófia, trata-se de um negócio e não há cá merdas, pardon my french.
E o que me irrita é pensar que se não tivesse já assistido a concertos de quem veio ao Alive e de quem virá ao Super Bock e a Paredes de Coura, muito provavelmente seria mais uma das pessoas a ter esperado horas escandalosas para entrar no dia 9, a ter engolido os tais kg de pó, a não conseguir matar a fome por causa das filas e porque isqueiros entram sem problema, mas uma maçã é que não pode ser.
Gostei do teu blogue... vou seguir
Passa no meu: lifeislifelam.blogspot.com
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E com isto, está tudo Ditto (como a Beth :). GRANDE CONCERTO de Gossip, a Beth imparável, a versão da Tina Turner de arrepiar, aquela voz que pára tudo. Florence também foi excelente. Pena, como dizes - e bem - a tenda de "casamento" para estes concertos, o som muito mau, e aquele maldito pó. E a organização, de bradar aos céus (duas horas para entrar no 1º dia, perdi Devendra e ia perdendo Florence). Mas lá está...quem corre por gosto não cansa. E para a semana também lá estarei para Prince, The National, Pet Shop Boys, e os muito aguardados (e adorados por mim)...Temper Trap!
É preciso é calma, No fim acaba por valer a pena ;)
Para que conste, não foi só a malta dos convites que reclamou. Aliás, a fila de quem tinha bilhete pago era três vezes maior. Mas espera lá, agora por se ter convite não se pode falar mal da organização? Ah ah! Deve ser...
aconselho a quem for ao sbsr a não perder a tenda electrónica, principalmente o showcase da m-nus no primeiro dia! o richie hawtin é um grande senhor da música electrónica!
A cuspir no prato que come?
Mas a menina lá voltou, não foi?
Não sei se, quem ofereceu o bilhete a Ana Martins, vai achar assim tanta piada às criticas...
eu paguei cada cêntimo do meu bilhete e também me estou a queixar e concordo com o que foi dito, isto não é levado suficientemente a sério! Por acaso não me lembrei do livro de reclamações... mas até para isso devia haver fila...
Esperei um bocado, é verdade. Comi pó , é verdade. Mas fui lá porque...quis! E paguei! E sim, toda a gente pode reclamar, mas aqui Pipoquita...Tenho a dizer-te que não é por seres "convidada" que mereces tratamento diferente. É esperar e acabou. Nada é perfeito e em eventos deste calibre é impossível correr sempre tudo bem. Temos de ser solidários com a organização, afinal só não erra quem não faz. E não, não conheço absolutamente ninguém da organização ( acho eu!) e tive de pagar os 90,00€ para lá ir os 3 dias. Vai-se a a ver e só me consigo lembrar das bandas, do quanto dancei, dos amigos que encontrei.
Também quero muito ir ao SBSR!
E, sim, as filas põe-me louca!!!
Talvez seja uma óptima oportunidade para cultivar a bela da Paciência!
Em defesa da Pipoca, T-O-D-A a gente que conheço se passou com a (des)organização do festival, com passes de 3 dias, bilhetes de um dia, passes de imprensa convites... Não houve ninguém que tenha dito bem! É que não basta só convidar umas bandas e escolher um sítio é necessário muito mais do que isso para organizar um festival!
Pipoca estavas no bairro no sabado, certo?
Acho que ninguém mt bem a parvoíve do palco secundário ser numa tenda mínima. Gostava mt de ter visto Gossip em condições, La Roux, The xx... mas nem lá consegui chegar. Fica para a próxima.
Antes de cuspir para o ar acho que deveria raciocinar um pouco. Uma coisa é uma ópera outra um concerto numa aula magna e outra é um festival. Se soubesse o que foi o pai de todos os festivais,Woodstock, pensaria duas vezes antes de refilar com as filas para entrar, para beber ou para comer. É um espirito dificil de alcançar ou de entender. É um bocado como o Amor, por isso ele escasseia. Perdem-se as raízes.
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Teorias absolutamente espectaculares