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Das desilusões

quarta-feira, junho 09, 2010
Quando eu era mais miúda e tinha desgostos amorosos (pronto, e já não tão miúda assim), lamentava profundamente não ter saído ao meu pai. Ao longo da vida, foram várias as vezes que eu o vi desligar-se completamente de pessoas que, de uma maneira ou de outra, não tinham sido correctas, que o tinham desiludido ou que lhe tinham falhado. E nessas coisas ele é implacável: corta o contacto e é como se a pessoa em causa nunca tivesse existido. E mesmo que, mais tarde, até pudesse voltar a haver uma aproximação, as coisas nunca mais eram as mesmas. E eu sempre tive pena de não ser assim. Dei por mim a perdoar coisas imperdoáveis, a namorados, ex-namorados, amigos, colegas, família, e a ser sempre a totó de serviço. Quantas e quantas e quantas vezes não engoli o orgulho, não dei o braço (e o corpo todo) a torcer, não arranjei desculpas para as idiotices alheias, não relevei coisas que me tinham magoado à séria. A verdade é que sempre odiei chatices, sempre odiei estar chateada com as pessoas, sempre odiei aqueles climas de não falar e fingir que os outros não existem. É desconfortável, por isso sempre preferi passar a mão no pêlo, dar o primeiro passo e fazer de conta que, afinal, não tinha importância nenhuma. No secundário a minha melhor amiga roubou-me o namorado e fiquei sentada ao lado dela, todos os dias, em todas as aulas, sem trocarmos uma palavra. E, claro, fui eu que lhe liguei ao fim de dois meses a dizer que tínhamos de voltar a ser amigas. E ainda hoje somos, apesar de eu achar que alguma coisa se estragou ali irremediavelmente.
Até que depois crescemos. Claro que quando crescemos, ou achamos que sim, regra geral já é tarde. Já fizemos todas as asneiras e mais algumas, já relevámos uma data de coisas daquelas que dizíamos "nunca na vida que eu perdoaria uma coisa destas", já fomos, uma vez mais, idiotas. E depois olha-se para trás e a pergunta "mas para que é foi aquilo tudo?" é inevitável. Eu tenho uma teoria de vida que, até agora, não tem falhado. Toda, mas mesmo toda a gente nos desilude um dia. Mãe, pai, irmãos, namorados, maridos, melhores amigos, é escolher. Porque todos, mas mesmo todos, vão falhar. Às vezes não tem grande importância, outras vezes tem e é completamente impossível voltar a olhar para as pessoas da mesma forma. E o melhor que termos a fazer é estarmos preparados para isso. Não vale a pena viver na obsessão de estar sempre a pensar de onde virá a próxima facada nas costas, mas cautela e caldos de galinha nunca fizeram mal a ninguém. É isso e manter sempre as expectativas relativamente moderadas, seja em relação a quem for. Porque quando se acredita que alguém nunca será capaz de nos desiludir, geralmente a pancada é maior.
As pessoas desiludem-nos. De propósito, sem se darem conta, porque não têm capacidade para perceber os seus actos, porque são parvas, infantis, inconsequentes, levianas, egoístas, seja lá o que for. E nessa altura faz-se a triagem. Perdoa-se quem merece ser perdoado, expulsa-se das nossas vidas quem não interessa, quem não é um valor acrescentado, quem não está lá a fazer nada, quem não merece (porque é disso que se trata, merecer) a nossa amizade, o nosso amor, ou o nosso respeito. Acho que ao longo da vida se vai percebendo que não temos tempo de qualidade para dedicar a toda a gente que gostaríamos, por isso é uma parvoíce gastá-lo com quem não interessa. As pessoas são falíveis, e eu sei que também já desiludi algumas pessoas. Aliás, passo a vida a achar que o estou a fazer e a tentar remediá-lo o melhor que sei e posso. Mas também acho que estou mais intolerante. Ou mais esperta. E tenho a certeza que se alguém me falhar de forma incontornável, ganha um bilhetinho de saída para fora da minha vida. Sem regresso possível. Já não acho que tudo é admissível, que tudo é desculpável, que toda a gente é bem intencionada mas que, de quando em vez, tem um lapso, um descuido. Não é verdade. Para tudo na vida há sempre aquele segundo em que se pode optar. Sempre, sempre, sempre. Por mais que digam que não. Opta-se entre ir para a direita ou para a esquerda, entre comer carne ou peixe, entre fazer ou não alguma coisa que vai ter consequências, causar estragos, magoar alguém. Nada é ao acaso, por muito que dê jeito pensar que sim. Lamentavelmente, as pessoas não são todas boas. E, lamentavelmente também, há gente intrinsecamente parva que nos rodeia, que diz e faz parvoíces indesculpáveis, que o máximo que merece de nós é indiferença. Ou pena.
É raro o dia em que não recebo um ou outro mail, ou que não sei de uma história de alguém que tem o mundo virado do avesso por causa de outro alguém, e tenho pensado nisto. Nisto e na efemeridade da vida. Se calhar estou a ficar esotérica (medo), se calhar é da proximidade dos 30, o certo é que ando mais pensativa. E mais alerta. E se se pensa que alguém não tem lugar na nossa vida, provavelmente não é só uma dúvida. É uma verdade. E uma perda de tempo.

62 comentários:

  1. voce conseguiu por em palavras tudo o que senti e sinto ainda tantas vezes.o medo dos outros nao nos apreciarem e paralisante mas temos que pensar que nao andamos ca para agradar a todas as pessoas muito menos a gente falsa e maldosa. bjs obg manuela

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  2. Olá Pipoca, fantástico este texto...isto é mesmo o que eu penso, mas ás vezes tenho a mesma capacidade que o teu pai de me desligar das pessoas.Ultimamente tem acontecido mais e acho que só ganhei com isso;)
    Beijinhos

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  3. É por isso que gosto tanto do que escreves. Sp as palavras certas nas horas certas. Ainda esta semana tive gd desilusão com alguém. Por vezes é difícil expulsar quem nos desilude da nossa vida, mas mais tarde ou mais cedo vão fazê-lo outra vez. Por isso, é mesmo melhor cortar o mal pela raíz. Thank u!

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  4. Está lindo pipoca =) uma grande lição de vida sem duvida, e que vai ajudar muita gente, obrigada kiss*

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  5. Adorei este post!
    Quem não desiludiu?
    Quem nunca foi desiludido?

    E tudo porque?
    As expectativas estão sempre na fasquia mais alta! Estamos mais preocupados em não desiludir do que verificar que todos nós uma vez já o fizemos... Ou já o sofremos na pele.

    Também gostava de "cortar o mal pela raiz" mas nem sempre consigo, ou conseguia!

    Hoje estou, tal como tu, muito mais alerta! Talvez porque uma pessoa, uma unica pessoa me desiludiu imenso... Aquela que nunca esperava! E puf aí vai disto!

    Mas acho que não se trata de defeito, mas de feitio! Do Ser Humano.

    Expectativas altas = Grande Desilusão

    Apenas temos de saber respeitar os outros e saber dar ao respeito.

    As vezes não é simples! Gostava mais quando era pequenina e não entendia nada destas "coisas de adultos"

    Um beijinho para ti Pipoca.

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  6. São estes posts "profundos" que mostram a muita gentinha que por aí anda que a Pipoca de burra e de fútil não tem nada. Adorei este texto! Parabéns Pipoca!

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  7. Que lindo texto pipoca!! Muito gostava eu de já estar nessa fase mas os meus 17 anos não me dão margem para mais nada a não ser estar na fase de "coração mole".
    Gosto muito de seguir o teu blog, parabéns!

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  8. Pipoquita , nao estou habituada a este teu lado ...
    Mas continuas a dizer umas verdades, quando o assunto é coisa mais séria

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  9. Também eu passei parte da minha vida a desculpar desilusões que muitas e muitas pessoas me deram....também me calei muitas vezes e não disse a quem de direito o que pensava para "não magoar", e porque achava que não tinha o direito de o fazer.
    Levei muita pisadela não merecida, aos 29 anos tenho uma vida que não almejei, mas que tenho que levar....e dizem-me os amigos que sou uma grande mulher.É nesta vida a que me submeto mas que me revolta, que vejo que de facto aqueles que me desiludiram de certa forma o continuam a fazer!!!!O que mudou, é que deixei "de engolir e calar". Agora quando tenho que dizer algo digo e não deixo que me pisem...e isto doa a quem doer!!!
    Para os curiosos: inesesp.blogsopt.com
    Beijos Pipoca e obrigada por este post onde me identifico totalmente!!!
    Inês

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  10. Eu não tenho expectativas em relação a outras pessoas, por isso raramente fico desiludida. É fácil, é só não teres expectativas ;)

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  11. O meu pai também é assim e eu também o invejo de vez em quando... embora continue a acreditar que não conseguimos eliminar ninguém completamente das nossas recordações e, por isso, o melhor é reconciliarmo-nos e arranjar uma forma de "dar a volta" ao que aconteceu para vivermos melhor e mais felizes... Não com a pessoa que nos magoou, mas connosco próprias.

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  12. Sim, é verdade que todas as pessoas nos desiludem, mesmo aquelas de quem mais gostamos. Porventura, precisamente aquelas de quem esperávamos mais. Mas a consciência da efemeridade da vida também nos ajuda a relevar, a tentar compreender e, porque não, a perdoar. Somos todos falíveis e, ainda que também haja pessoas profundamente mal-intencionadas, acredito que a generalidade de nós erra porque não sabe fazer melhor. Um beijinho.

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  13. Só posso concordar plenamente contigo pipoca! *

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  14. Olá Pipoca
    É a primeira vez que deixo aqui um comentário, apesar de acompanhar o seu blogue à quase um ano (e na altura que o descobri li-o todo de uma ponta à outra). Gosto muito, muito da forma como escreve. Confesso que nem sempre concordo com algumas posturas que tem em determinadas situações (escuteiros,tunas,crianças), mas na verdade não tinha piada nenhuma as pessoas serem todas iguais! Não gosto, mas respeito e isso não impede de todo que eu continue a gostar da maneira que se expressa e de ler as suas opiniões. Pelo menos o que partilha aqui. Uma coisa é certa, fazendo uma retrospectiva do que li desde os primeiros posts até hoje, acho que está a fazer um percurso profissional fantástico e é inegável que foi merecido pelo trabalho e talento que tem. Bem, mas não me alongando mais, resolvi estrear-me nos comentários depois de ter lido esta última publicação! Que simplesmente adorei, me tocou interiormente e que foi quase impulsivo ter carregado nos "comentários" e começar a escrever. Acho que é um dom, quem consegue pôr em palavras sentimentos que por eles mesmos nos tiram as letras todas da boca quando precisamos delas. E isso a Pipoca consegue. Materializar emoções em forma de palavras de uma maneira fantástica. Obrigada!
    Desejo-lhe as maiores felicidades!
    Beijinhos

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  15. Ui... Cheira-me que alguém te aborreceu. Tell me about it. Sou perita em desilusões com amigos. A última facada nas costas foi a da tipa que foi minha madrinha de casamento, há 10 anos. Foi-se afastanto, nunca pode estar comigo e na festa de "recasamento" nem a ia convidar, mas o Ricardo insistiu: "São amigas desde os 3 anos...". Pois. Convidei-a. Disse que ia. Mas, claro, na véspera teve uma intoxicação alimentar. Não foi. Caguei. Foi a última vez que me desiludiu. Risquei-a da lista. Beijos e córage.

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  16. Pipoca,

    Mantém-te fiel a ti própria!
    Não vale a pena fingirmos ser aquilo que não somos.
    Sê tu mesma e Curte a Vida :)

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  17. Pipoquinha:
    Gosto tanto destes seus posts!
    Saudades de a ler assim...

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  18. Faço minhas as suas palavras.É inacreditável como alguém por quem nutríamos tanta amizade,tanto amor pode ser também o reverso da moeda.

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  19. Não podia estar mais de acordo com tudo o que disseste. Por vezes somos demasiado condescendentes com o que nos fazem. E sofremos enquanto os outros continuam a viver as suas vidas como se nada tivesse acontecido. É como dizes, há pessoas que são uma perda de tempo... e o tempo ainda é um bem precioso que não de pode desperdiçar.

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  20. Concordo contigo pipoca... eu ando sempre com o pé atrás...
    e quando alguém faz "merda" e me dizer, oh coitada, foi sem intenção...
    Eu penso sempre, mas porque é que foi sem intenção? porque é que quando essa pessoa faz alguma coisa de mal é sempre sem intenção?
    Sinceramente, para mim as pessoas fazem sempre as coisas com intenção.
    Tou farta de ouvir, ai deixa tar, ela é mesmo assim, não faz as coisas por mal.
    Para mim chega disto... e está-se a notar, pois cada dia que passo respondo com 7,8 ou até 9 pedras na mão.
    E já sei que as minhas companheiras vão dizer: Ai, A Joana é tão cruel, tá sempre a responder mal...
    Pois é pois é... quando sou eu a fazer "merda" é porque sou má..
    Enfim... devo ter feito muito mal a alguém na outra vida...

    Beijinhos!

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  21. Revi-me em muitas coisas deste teu post (menos no esotérica).

    O meu pai é exactamente assim e eu admiro-o muito por isso e também gostava de ser assim.

    E uma das minhas melhores amigas também me roubou o namorado no liceu, também passei dois meses com ela na mesma carteira sem lhe falar e passados esses dois meses lá lhe "perdoei" e continuamos amigas ainda hoje, embora, tal como tu, nunca mais tive a mesma confiança nela.

    Gostava de conseguir despachar com mais facilidade as pessoas que não interessam mas acho que sou uma mole.

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  22. Pois eu todos os dias chego a conclusão que existe uma grande pobreza de espírito e pior ainda algumas pessoas parece que atraem problemas para as vidas delas.

    Eu pessoalmente consigo desligar facilmente, tal como o teu pai, é fácil.

    E as pessoas, que não adiantam nada para mim a não ser trazer chatices, vão longo a vidinha delas, não contam mais comigo.

    Um beijinho Pipoca, espero nunca te decepcionar (será complicado porque nem sequer me conheces).

    Vitoria

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  23. Somos da mesma idade e dou por mim a pensar o mesmo que pensas, ou seja, que quando me magoam e desiludem, nem sempre vale a pena perdoar ou sequer perder tempo a pensar nisso (dependendo obviamente de quem se trate e do grau de dor")...mas do "pensar dessa forma" até ao "agir desa forma" há uma larga distância a ser percorrida (pelo menos no meu caso).

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  24. Boa

    Exactamente o que penso. Uma coisa também sinto, quanto mais velha estou mais intolerante estou. Antes não dava importância a certos promenores que hoje dou e que mexem comigo. Melhorei ou talvez não!!!
    Gostei

    Jocas

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  25. I agree, mas ultimamente (talvez porque me aproxime dos 40 aiiiiiii) é não criar expectativas, a perfeição não existe, muito menos no ser humano.
    Beijinhos e que esse alguém que a desiludiu não a deixe assim tão abalada... mais tarde ou mais cedo também nós seremos alvo de desilusão para alguém

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  26. Curioso, quando te ouvi a descrever o teu pai, revi-me imediatamente nele. Eu sou assim. Quando me magoam a sério, passo do estado de dar a vida por aquela pessoa ao estado de nem querer saber se ela tá viva ou morta. Tive uma melhor amiga durante muitos anos, daquelas que sabem tudo da nossa vida ( às vezes mais do que deviam), e ela fez a pior traição que se pode fazer a um ser humano. É muito, muito mau e eu nem me atrevo a contar... Chorei que nem uma maluca, tive pesadelos durante várias noites, e ainda hoje passados tantos anos pergunto-me como foi possível fazer-me tão mal. No entanto tenho saudades daqueles tempos de adoslecência em que jurávamos uma à outra que seríamos a madrinha dos filhos uma da outra.Porque naquele tempo, apesar de enganada, eu vivia feliz a acreditar naquela amizade, e pensava que seria assim até andarmos de bengala... mas não foi, não é, e creio que não voltará a ser com ninguém. Não tou para aí virada, nunca mais acreditei nas pessoas, e sim, também acho que mais cedo ou mais tarde alguém nos desilude. Pais, marido, filhos, and so on ...
    Agora arranjei uma capa de ferro, do género " só me magoa quem eu quero "... Mentira ! magoa me sempre quem eu não espero... A última foi outra amiga, que para mim era tão incondicional que até a convidei para madrinha do meu bébé.Entre lágrimas e risos, ela disse que sim, que seria uma honra ser madrinha de um filho de uma mulher como eu, e blá, blá, blá.
    Bom, faltavam quinze dias para o baptizado e a fulana telefona-me a dizer que, bom, enfim, não tava com muita disponibilidade financeira para comprar a roupa do bébé mas que ia lá a casa deixar-me 50 euros dentro de um envelope.

    O quê ? Será que eu estou a ouvir bem ? Isto está a acontecer ? Pensei eu... E nisto retorqui... Minha querida amiga, guarda os teus cinquenta euros que podes precisar deles.E não te preoucupes com a roupa do bébé , eu compro a roupa do meu filho !
    Desliguei o telefone, e acho que tive para aí duas horas a chorar, e a pensar como é que era possível ter a lata de me dizer aquilo, não podia , tudo bem eu compreendia mas deixar me dinheiro dentro de um envelope , tipo esmola, essa atitude eu jamais iria consentir.
    No dia do baptizado lá apareceu ela na mimha casa a hora que eu indiquei, 5 minutos antes de irmos para a igreja, e também não houve
    cá fotos especiais com a madrinha
    ,não por não ter dado nada, mas pela atitude desnivelada que ela teve. Continuamos a falar e a darmo-nos, mas cá dentro o meu coração diz-me que já não é a mesma coisa. E não é !

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  27. QUe bem escrito. Não que já não esteja habituada à sua boa escrita, mas hoje concordo em pleno.
    E certo é que um dia, alguém que amamos nos vai desiludir, seja com uma acção ou com palavras mal medidas...e custa que se farta.

    Mas acho que ainda assim mais vale darmos o beneficio da dúvida...melhor do que mais tarde ter arrependimentos.

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  28. É a 1ª vez que aqui deixo um comentário, apesar de seguir o blog diáriamente já há uns meses... costumo supor que já recebes tantos comentários, ora com elogios, ora com criticas, que não é o meu que faz a diferença...
    Mas hoje, não é uma questão de fazer a diferença, acho importante que seja dito (quer sejam 10, 100 ou 1000 vezes) que este post está mesmo fantástico! Gosto muito quando falas de sentimentos, atitudes e relações com o mundo..muito mais do que das futilidades e cusquices! (não que não seja grande apreciadora também de tudo o que é futilidade!lol). É bom revermos as nossas atitudes nas palavras de outras pessoa, e sentir que todos passamos pelos mesmos problemas e adversidades ao longo da vida... e realmente estas vieram no momento certo!
    Não costumo ser tão drástica, porque não gosto de apontar o dedo e recriminar seja quem for por falhas que um dia possa vir ainda a cometer (nunca digas nunca, right?).. É preciso mesmo muito para que uma pessoa deixe de ser digna da minha amizade e atenção! (sim..já desculpei muita coisa que não tinha desculpa possivel..mas apesar de ser uma parvinha que acredita sempre na boa vontade dos seres humanos, até eu também já cortei de vez com quem não merecia a minha consideração!). Acho que todos erramos e temos direito ao perdão e a tentar emendar as nossas falhas! A dificuldade está em saber assumi-las!
    Acho que é preciso muita coragem para cortar de vez com alguém porque nos falhou..mas também é preciso coragem para se admitir um erro e pedir desculpa com sicero arrependimento.
    Vivo e sempre vivi pela máxima: "Não faças aos outros o que não queres que te façam a ti!"...neste caso, adaptando, seria: "Não toleres dos outros, aquilo que não achas que eles teriam que tolerar em ti"! lol

    Parabéns! Gostei muito! ;)

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  29. Ora até que enfim um post vindo 'de ti', com substancia. Bem vinda de volta pipoquinha ;)

    Tens toda a razão e toda a gente concorda com o que dizes, menos quando é mesmo na prática e a pessoa que decidimos cortar da nossa vida, ao fim de mtos anos de tortura, é um familiar proximo (em teoria e no papel apenas) que tem por nome oficial mãe, ou irmã...

    Pois... aí vem logo tudo dizer que é diferente, que mãe é mãe e por muito que se aponte tudo o que a interesseira, egoista e mázinha faz a filha já ninguem aceita que a filha tenha o direito de a cortar de vez da sua vida.

    Cambada de gente hipocrita que anda por esse mundo! (nao tu)

    Beijocas

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  30. So true ... post fabuloso.
    Há mágoas e mágoas e algumas arrasam mesmo.
    :)

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  31. penso tantas vezes nisso que até mete impressão...
    beijinhos*

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  32. Tens razão ao dizer que a vida efémera. É por isso que ao nosso lado devemos ter só quem é importante e não devemos perder tempo com pessoas com as quais não nos identificamos.
    Já tive grandes amigos que passaram a colegas banais de um "bom dia", um "olá como estás?". Nós mudamos e, inevitavelmente, as relações também. Umas fortalecem-se, outras nem tanto. O importante é estarmos tranquilos com as nossas decisões.

    Beijinho
    Continua a escrever assim

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  33. Excelente forma de ver as coisas...até porque é tudo verdade.

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  34. Aqui está um daqueles textos que parecem ser tirados da minha cabeça.
    Gostei muito.
    Falei dele no meu blog. Espero que não se importe.

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  35. Com o aproximar dos 40 a passos largos, dei por mim a ter muito mais dificuldade em fazer o "rebound", em recuperar e ultrapassar as desilusões qe as pessoas me vão dando. Sei que as pessoa são falíveis, bolas, somos todos humanos...mas há ser humano e há ser cruel. Gratuítamente. E é essa maldade gratuíta que nunca entendi. Tive uma grande desilusão há pouco tempo, porque quis dar a uma fulana que nem merece o ar que respira, um pouco de amizade, de mostrar-lhe outras pessoas, de poder ser feliz, já que no seu meio se queixava de não ser. Pagou-me com intrigas e mentiras. Pagou-me estragando duas amizades de anos. Até há algum tempo era como o teu pai, quem me desiludia para mim era o mesmo que estar morto, riscava da lista liminarmente. Agora também corto, mas custa mais.
    Keep Calm and Carry On :)

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  36. Olá Pipoca.

    Eu tenho o feitio do seu pai, sem dúvida... No entanto, não consigo deixar de pensar no porquê de haver gente tendencialmente (e genuinamente) MÁ!!

    O 1º post ("Be Beautiful") do meu blog é sobre isso mesmo, haver todo o tipo de gente neste mundo. As pessoas não são sempre como nós queremos e pensamos. É assim, faz parte! Temos que aceitar e aprender a lidar com esse facto.

    Não gosto de fingir que não se passa nada pois acredito que as pessoas, se nos pisaram uma vez voltam a pisar se não as afastarmos...

    Bjs*

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  37. Gostei e revi-me de tal forma que postei partes no meu mural - devidamente identificado, claro - não aspiro a estrelatos ainda por cima plagiados... tipo a telenovela que a Luna passou..
    Obrigada

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  38. Ui Pipoca!
    Meteste mesmo o dedo na ferida!
    Farto-me de ver esse filme na primeira fila!
    E pumba! Volta e meia uma facadinha!
    Eu ia fazer um post sobre isso, mas desisti ao ler o teu.
    Já dizes tudo aqui! Palavras para quê?
    Bjs

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  39. Olá Pipoca, é a primeira vez que passo no blog, também sou relativamente "nova" por aqui.

    Também eu me desiludi e me desiludo e continuarei a desiludir, também perdoei, perdou-o e perdoarei, até ao dia em que disse acabou, acaba aqui e acabará.

    Risquei poucas pessoas da minha vida mas também só o fiz depois de várias tentativas, é frustrante, mas faz parte do ser humano e a caminho dos trinta vai-se enrigecendo nesse sentido, espero eu.

    Como se costuma dizer um olho no burro e outro no cigano.

    Até um dia destes.

    DM

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  40. também faço estas viagens!
    mas com certeza também já as provoquei!

    a desilusão é a ilusão despida, uma coisa consequência da outra, e a verdade é que muitas vezes somos nós que nos iludimos, que criamos uma imagem ideal que o tempo não vai suportar eternamente.

    pessoas boas não sei se há, mas há bons momentos, e o esforço, e isso que nos ajuda a triar e dizes aí: o saber merecer!
    ...de resto é viver e aprender!

    gostei mesmo de ler*

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  41. Incrivel como me consegui rever neste texto...
    Gosto muito do blog! :)

    Bom feriado

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  42. São verdades, em que por estes dias me revejo... Por isso, e porque te leio desde sempre, resolvi colocar o texto também no meu Blog (com a identificação da respectiva autora, é claro!). beijinho *

    http://chilacamomila.blogspot.com/2010/06/verdades.html

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  43. Nunca te esqueças que os outros falham, mas nós também não somos infalíveis. Há muitas pessoas que podem pensar o mesmo de ti, que em algum ponto falhaste para com elas. É muito bonito "apontar o dedo", mas convém olharmo-nos ao espelho primeiro. Não pretendo criticar-te nem julgar-te com este comentário. Só achei que fosse um ponto pertinente a referir. Ninguém é infalível :)

    Parabéns pelo texto, gostei

    beijinhos

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  44. Por essas e outras é que tenho escrito no peito "kiss kiss, bang bang". Se estou prestes a esquecer-me, aquilo está lá para me lembrar e nem o facto de ser "novinha" (como gostam de dizer) me faz iludir.

    Fantástico, o texto.
    *

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  45. Concordo...
    São os 30... Sinto o mesmo que tu.

    Começamos a maturar a valer!

    Beijinho

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  46. "Para tudo na vida há sempre aquele segundo em que se pode optar. Sempre, sempre, sempre. Por mais que digam que não."

    Sei que nao me conheces, mas leio o teu blog de vez em quando e simplesmente adorei este post. Tudo o que diz, mas salientei este bocadinho, só porque se adaptou ao meu momento, ao meu "agora". :)

    Obrigada pelas palavras escritas, foi mm bom ler.

    *

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  47. Ora cá esta a Pipoca que admiro pela capacidade de recriar pela escrita certos pensamentos que julgamos individuais e não sabemos como exprimir.Parabéns.

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  48. Olá Ana,

    Gostei bastante de ler este teu texto. Nota-se que sentias necessidade de expressar o que vai lá dentro. O que te apoquenta, numa fase em que te aproximas de outra etapa da tua vida. Vão surgir mudanças, vais sair dos 20 e vais passar a ter 30, vais deixar de ser solteira e passar a ser casada. Mas o que é isso? Significa que estás a constituir a tua vida. Que estás a crescer não em altura, nem em largura. Antes em momento temporal. O tempo passa. Nós, enquanto, pessoas obviamente falíveis tentamos aproveitá-lo como melhor podemos e conseguimos. A vida não é fácil, porque, por vezes, não sabemos o que fazer dela. Basta pensar um pouco e ouvir o que o coração nos quer transmitir.
    Nem sempre tudo nos corre bem. O importante é tentarmos atingir os objectivos e ter esperanças no que ambicionamos e desejamos verdadeiramente.
    Quantò às desilusões. Nesta minha vida, já tive algumas, como toda a gente. As mesmas ainda não me levaram a ataques de choro. Tento fazer como o Ricardo Reis. Tentar desligar-me dos sentimentos quanto aos outros. Já nada neste mundo é certo. Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades, já o Camões dizia.

    Bem acaba aqui este comentário, de uma rapariga de 18 anos, que lê regularmente o teu blog. Apesar de não comentar muito.

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  49. Já pensei dizer-te isto noutros posts. Mas neste não pode falhar. Gosto quando escreves como se ninguém te fosse ler. Como no início do blog, em que talvez não soubesses se alguém ia ler as tuas palavras ou não, e divagavas de forma profunda sobre temas que envolvem dúvidas (ou, neste caso, certezas) sobre a vida.
    Não escreves para ninguém. Escreves para ti.

    Não que o faças noutros posts. Mas o que eu quero dizer é que não te referes a ninguém em concreto. Nem a nenhuma situação em concreto. Escreves sobre a vida, ponto.

    És boa a escrever qualquer coisa, tu sabes isso. Mas eu, que sou seguidora diária, gosto quando de vez em quando, no meio de todos os outros posts que adoro, vejo estes que me prendem e me deixam a pensar na vida.

    Anyway, ao contrário do que muitos pensam e dizem, eu penso que o teu blog está cada vez melhor, assim como a tua forma de escrita e, se me permites, a tua maturidade de encarar a vida.

    Um beijinho muito grande Pipoca*

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  50. Sou uma leitora recente deste blog e adoro as pipocas que espalhas por aqui, desde as futilidades da vida (que todos temos, por mais que os comentários aborrecidos dos pseudointelectuais digam que não) , passando pelo comentário da semana (que me tem proporcionado tantas gargalhadas), a estes textos mais pessoais no qual me revejo tanto.

    Adoro este espaço.

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  51. Eu tento ser como ai o papá...por fora até consigo de vez em knd. Mas mal viro a esquina e estou sozinha sou uma maria madalena. Acho que é uma maneira de nos protegermos. De qqr forma, normalmente sou do tipo "pisem que eu gosto", apenas porque gosto de me enganar, para fazer com que esteja tudo optimo.

    Mas a vida não é cor de rosa...estou cada vez mais consciente disso.

    **Gostei do texto e da sinceridade

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  52. Mais um excelente texto! subscrevo! tb eu estou mais intolerante. tambe´m eu caminho para os 30 e sinto tudo isto. bj mt gde! continua! Obg!:)

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  53. Gostei do texto. Obrigada por o teres escrito. :)

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  54. Este texto está fantástico...mesmo... é um texto cheio de razão e sentido... nem fales em desilusões pois na minha vida é o que tenho mais... :(

    Beijos

    Rita

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  55. ameeiiiiii, a melhor coisa que já li neste blog =)

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  56. O que me apraz dizer sobre este post é: "não me lembro de ter escrito isto... mas sem dúvida que fui eu que escrevi".
    Já há muito tempo que não lia ou ouvia algo tão parecido com a minha maneira de pensar/estar. Capaz de ser dos "quase 30"...

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  57. ¡Sí, sí, sí! Tienes razón. Nuestro tiempo de calidad es para quien se lo merece. Es lo que pienso desde mis 55 años, y siempre he pensado así. Cuando dudo de la conveniencia de continuar mi amistad con una persona, me planteo un "momento de ahorro", pienso cuantos malos momentos me voy a ahorrar de ahora en adelante si la expulso de mi vida. Y eso hago. Y no me he perdido nada por expulsar a determinadas personas para siempre. Al contrario, he ganado mucho.

    Ahora he ganado un blog más que leer. Por cierto, ¡adoro leer en portugués!

    Un abrazo desde España.
    Dominique

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  58. Apesar de tratar de um assunto triste ..
    Esse texto conseguiu exprimir tudo aquilo que estou a sentir agora :(
    Muito bem escrito pipoca

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  59. Excelente texto! Parabéns

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  60. Parabéns! Este texto é tão intemporal, Ana! E eu, nos meus 26, já me sinto tanto assim...medo.

    Beijinho

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Teorias absolutamente espectaculares

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