Entre o estudo intensivo para a segunda dose de exames, arranjou-se tempo para comemorar o dia dos namorados. Afinal, era o primeiro, por isso merecia celebração à altura. Ficou desde logo acordado que não meteríamos o nariz fora de casa, que isto de ir jantar fora e estar cercado de casais peçonhentos não é para nós. Por isso o jantar foi em casa - eu cozinhei e não o matei, que era a minha maior preocupação - e esteve-se muito agradável no sossego do lar (que, devido à fase de mudanças, se começa a assemelhar ao Bangladesh). Espalhei presentes pela casa, com pistas para ele descobrir. E foi aqui que o caldo podia ter entornado seriamente. Uma das pistas dizia que para ele encontrar a prenda tinha que perguntar à melhor amiga. E o que é que ele fez? Perguntou-me a mim? Ligou à mãe? À irmã? Não, correu a inspeccionar a Playstation (que, entretanto, já ressuscitou), o grande sonso. Assim se vê quem tem realmente prioridade na vida dele. Está certo que o presente estava mesmo lá escondido, mas tudo não passava de um teste que, infelizmente, ele não superou. Mas muito melhor que isto foi ele ter-me dado um presente... que eu tinha comprado para mim nessa mesma tarde. Ou seja, fiquei com dois belíssimos óculos de sol Dior... da mesma cor e tudo (o que só atesta o bom gosto do meu homem). Fantástico. E depois ainda mandou vir, que eu não podia comprar coisas para mim perto de datas emblemáticas, porque corria o risco de as receber de presente. Ora bem, nessa tarde, antes de eu me enfiar no Colombo à procura dos óculos, ele disse que só tinha um presente para mim e que não era nada de especial, porque achava que não era para dar prendas à séria, e blá blá. Posto isto, como é que eu poderia adivinhar que ele me ia dar os óculos? É que para mim uns Dior não são uma coisinha nada de especial. São a oitava maravilha... ao ponto de eu os comprar e não ter ficado à espera que alguém me oferecesse. Enfim, agora lá terei que ir trocar um par por uns Dolce & Gabbana igualmente enormes. Oooohhhhhhh.