Pub SAPO pushdown

domingo, outubro 12, 2008
Temos de falar

Mas quem é que no seu perfeito juízo ouve esta frase e ainda se dá realmente ao trabalho de ter uma conversa? Esta frase, só por si, não é suficientemente elucidativa? Não se sabe já o que é que de lá vem? Alguém tem conhecimento, na história dos relacionamentos, de algum "temos de falar" que tenha acabado bem? Não se iludam. A um "temos de falar" muito dificilmente se seguirá um "descobri que és a mulher da minha vida" ou um "junta a tua escova de dentes à minha". Ninguém cria tanto suspense para anunciar uma coisa boa. As coisas boas dizem-se, e pronto, já está. Até se dizem de repente, sem qualquer indicação prévia, que é para o efeito surpresa ser maior. Um "temos de falar" costuma ser dito via telefone, que é para depois uma pessoa ficar ali em sofrimento e em ânsias, a remoer até que chegue o dia da conversa, ai, o que é que ele/a me vai dizer, ai, o que é que eu fiz, ai, que é agora. E depois, já se sabe, leva-se com um "as coisas não estão a resultar... o problema não és tu, sou eu. Quer dizer, bem vistas as coisas o problema és tu, que estás gorda que nem um cachalote".
Eu acho que se facilitava a vida a toda a gente se ao "temos de falar" se juntasse um "pronto, então muita saudinha e até qualquer dia".

"Temos de falar. Pronto, então muita saudinha e até qualquer dia". Só isto! Mais nada! Não é muito mais fácil? Não se cumpre à mesma o objectivo? Não se diz o essencial? Não se evita tanta lavagem de roupa suja? A outra pessoa não percebe logo que está a levar com os pés? Então para quê complicar?

1 comentário:

  1. E não é que foi mesmo com um "temos que falar" por telefone, que o meu actual marido me convidou para juntarmos os trapinhos? Claro que levou uma descompustura por me ter deixado em sofrimento um dia inteiro... Mas existe!
    PS - Sim, vim dar uma vista de olhos pelas pipocas requentadas!
    Beijos,
    Laura

    ResponderEliminar

Teorias absolutamente espectaculares

AddThis