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segunda-feira, março 31, 2008
A família não se escolhe. Pena.

Este fim-de-semana houve almoço de família com os tios e primos que vieram lá da terra para anunciar a boda do seu mais velho. Esta é uma história que se repete ciclicamente. Aí uma vez por ano lá chega mais um anúncio de um feliz casal que decidiu juntar-se e dizer sim para sempre (ou sim até ao divórcio, como já vai acontecedo). A fila dos primos solteiros vai sendo cada vez mais curta. Mais velhos que eu só sobra uma. E abaixo de mim só há adolescentes e os filhos de primos mais velhos, que já se está mesmo a ver que vão dar o nó primeiro que eu (mesmo aqueles que têm agora três anos). Mas pronto, é uma coisa com a qual vou vivendo bem e da qual só me lembro quando há mais um casamento (irra, que não acabam!). Ora desta feita estava eu sugadita à mesa, concentrada para não fazer saltar uma amêijoa para o olho do meu primo, quando o meu tio, com TODA a gente à mesa, pergunta "então e tu? Tens namorado?". Atenção, não foi uma pergunta feita de forma discreta, dirigida apenas à minha pessoa, em tom baixo, quando todos estavam a falar alegremente entre si. Não. O homem esperou por um daquele ssilêncios incómodos para lançar a pergunta, alto e bom som, que até a vizinha em coma do 5º andar deve ter ouvido. Desviei os olhos da minha carne de porco à alentejana, bem boa que estava, com esperança que aquilo não fosse comigo, mas era. Tudo calado à espera da resposta. E só me saiu um sumido "está difícil...", quase como a pedir desculpa por ter 27 anos e não ter uma cara-metade. "Ah, era só para saber, porque se quisesses levá-lo ao casamento podias levar. Isto uma pessoa não sabe, depois às vezes não quer perguntar e geram-se mal entendidos. Mas se tiveres estás à vontade. As pessoas gostam de levar os namorados, não é? Por isso já sabes, o convite vem só em teu nome e no dos teus pais, mas se quiseres podes levar. Estás à vontade". Isso. Está a ajudar imenso, hã? Força, vamos enterrar-me mais um bocadinho, vamos? O meu sorriso de amarelo passou a esverdeado, e eu só ia balbuciando "pois... pois...não... não levo ninguém...pois... não". E cada vez mais concordo com aquela mítica frase que diz que a família não se escolhe. Porque se se escolhesse, outro galo cantaria.

1 comentário:

MSM disse...

Ja viste? :)

Agora até já estas casada e muito feliz.

Um beijinho,
Marta

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Teorias absolutamente espectaculares

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