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segunda-feira, março 10, 2008
Afinal o meu coração está bom

Hoje foi dia dos trezentos exames ao coração. Aparentemente, está tudo bem. Fartei-me de andar numa passadeira, quase a ser projectada contra a parede, tal era a velocidade, e a pensar "ok, é preciso dar-me aqui uma coisa, in loco, para eles acreditarem que eu sou uma pessoa doente". Mas não, correu tudo pelo melhor, prova superada, acabou-se a desculpa para não ir ao ginásio (há que arranjar outra depressinha... o que é que vou inventar agora? Diabetes? Pé chato? Flatulências?). Claro que não me safei de vir para casa com um daqueles aparelhinhos que irão registar toda e qualquer actividade que eu faça durante 24 horas. Pior, tenho que escrever uma espécie de diário. "Querido médico, jantei às 20h30. Comi batatas com bacalhau, não sei se isso interfere com a minha actividade cardíaca mas, pelo sim, pelo não, achei melhor escrever. Às 21h00 estava sentada no sofá. 21h30: sentada no computador. 21h50: no sofá. 22h00: no computador. 22h15: de volta ao sofá". Toda eu sou comichões e vontade de arrancar esta porcaria. Amanhã estou mesmo a ver que entro no metro e larga toda a gente aos gritos, a pensar que sou uma bombista suicida, tamanha a quantidade de fios que para aqui vai.
Cheguei à clínica e estava lá a minha mãe. Se calhar não lhe expliquei que não ir pôr um bypass, era só uma ecografiazinha de nada, mas pronto, ela achou que devia marcar presença nesta altura tão difícil da minha vida. Outro momento bonito foi quando saí de um dos exames e estava no corredor à espera do próximo. Sentei-me numa cadeirinha e a senhora do lado vá de meter conversa: "desculpe, foi fazer uma ecografia vaginal?". "Eeerrr.... não... foi ao coração". "Ah, é que eu vou fazer uma a seguir, e já não faço há muitos anos, era para saber". E eu podia ter sido honesta. Podia ter-lhe dito "oh, minha boa amiga, prepare-se que lhe vão enfiar um tubo até aos rins e depois vão remexer como se estivessem a fazer um creme de coentros. Não é bom, não é". Mas não, fui amiguinha. Disse que só ia sentir uma ligeira impressão, que se estivesse descontraída aquilo não custava nada.

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