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sexta-feira, março 16, 2007
Honestidade fora do prazo

O post abaixo, o do "então e que tal sermos só amigos?", leva-me a outro assunto dentro da temática "homens, alguém os entende?". Esta semana falava com uma amiga sobre algo que já aconteceu aí a 96,7% da população feminina. A cena é simples e recorrente. Ela conhece ele. Ela interessa-se, encontra afinidades. Ele, aparentemente também. Ela envolve-se. Ele, ao que tudo indica, também. Ela praticamente apaixona-se, vê nele uma relação com potencial e acredita que do outro lado se passa o mesmo. Ele, ainda que menos efusivo, vai correspondendo às expectativas. Ela planeia pormenores do casamento, já sabe onde deixar a lista de casamento e quem convidar, onde sentar a tia-avó que sofre de flatulências e para quem despachar os presentes horrorosos que vai receber. Há beijos. Há amassos. Há sexo. Há dia seguinte. Há um ou outro encontro. E há conversa fatídica. Ele abre a boca e deixa saír o discurso que sabe de cor, tantas foram as vezes que o usou: "sabes, eu não te quero magoar, saí há pouco tempo de uma relação e ainda não estou preparado para coisas sérias", ou as variantes "sabes, tenho uma unha encravada, não me sinto preparado para coisas sérias" ou ainda "sabes, hoje estão 17 graus, não me sinto preparado para coisas sérias". Qualquer coisa serve. Ela dá-lhe palmadinhas nas costas e desabafa com as amigas "olha, ao menos foi honesto".

E aqui pára tudo. Foi...HONESTO??? Honesto (vulgo com tomates no sítio) era chegar-se ao pé da menina, antes de acontecer o que quer que fosse, e anunciar "pois bem, minha cara, não estou para namoros. No entanto, isso não implica que a minha pila esteja na mesma onda anti-relacional. Nada disso, está aqui pronta para as curvas. Portanto, podemo-nos comer à vontade e sem reservas, eis o meu corpo, faz dele o que quiseres. Amanhã volta a ser cada um por si. Alinhas?". Isso sim, era honestidade à séria. E sabem porque é que não o fazem, sabem? Porque o mais certo era apanharem um estaladão ou a gaja virar-lhe as costas e dizer "está bem, filho, eu vou só ali até a Trás-os-Montes a fazer o pino só numa mão e volto já, não demoro nada, é só um instantinho". E lá se ia a possibilidade de entrarem em acção.

Honestidade quando a coisa já se deu é muito fácil. E juro que da próxima vez que me vierem com uma destas conversas de merda levarão com um "ainda bem que dizes.... eu por acaso ia falar contigo, mas ainda não tinha tido coragem... é qué és tão mau na cama que eu acho mesmo que devíamos ficar por aqui. Mas não te preocupes, que o problema não és tu, sou eu... sou alérgica a pilas tamanho XS".

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