Pub SAPO pushdown

sábado, novembro 18, 2006
Às senhoras funcionárias das lojas:

A próxima vez que me perguntarem com aquela vozinha delicodoce “posso ajudá-la em alguma coisa???”, levarão com uma das seguintes respostas:

- Sim, pode, mas estava com vergonha de perguntar, obrigada por ter sido a senhora a dar o primeiro passo;

- Sim, por acaso até pode, mas sabe, eu gosto de tornar as coisas mais difíceis e tentar descobri-las por mim mesma, até ficar completamente desesperada. Aí sim, pedirei ajuda;

- Ah, não, não se preocupe! Estou só a ver se apanho o segurança distraído para roubar qualquer coisa! Shhhhh….fica entre nós!

- Se não precisava das outras quinze vezes em que me perguntou, nos últimos cinco minutos, parece-me que agora também não preciso, não é?

- Oh, eu gostava, mas a minha mãe proibiu-me de falar com pessoas estranhas. Não leve a mal, não?

- Obrigada, minha querida, eu sei que aqui ganham à comissão e que temos que fazer pela vidinha, mas as suas doze colegas já me perguntaram o mesmo;

- Aaaaaaaaahh!! Não se aproxime!!! Aaaahh! Medoooo! Medooo! Eu bem sei que me quer matar! Ahhhhhhhh!! AFASTE-SE! AFASTE-SE! Estou a ser perseguida! Todos me querem matar! NÃO SE APROXIME! Ahhhhh! (isto enquanto grito, arranco cabelos e me atiro para o chão com as mãos a tapar a cabeça);

- Olhe, por acaso até pode. Quero experimentar TODOS os sapatos que tiver cá na loja no número 38. Incluindo aqueles roxos e amarelos com bolinhas castanhas e aquelas pantufas do Mickey. E isso depressinha, sim?

- Ah! Que disparate! (palmadinha na testa, em sinal de esquecimento). É isso! Andava aqui há meia hora às voltas, mas eu bem sabia que precisava de alguma coisa! É da sua ajuda, pois claro!

- Parabéns! Acaba de entrar para as estatísticas de “empregada chata”! Uma grande salva de palmas para si! (clap clap clap);

- E acha, por acaso, que é a menina com essa permanente feita na Bobadela e esses sapatinhos Calçado Guimarães, que me vai ajudar no que quer que seja? Vá mas é para casa ler a Vogue e esteja caladinha;

- Se eu precisar eu peço! E pare de me perseguir pela loja, qual cadela com cio! Pra lá! Pra lá! Xôoo!

- O quê? A senhora está aqui só para ajudar as pessoas? É essa a sua profissão? Oh! Que fofinha! Que altruísta, que gesto tão nobre! Se é assim, venha de lá essa ajudinha! E já agora, um xi-coração! Hmmmmm! Coisinha boa!

- Meta-se na sua vida;

- Que parte de “meta-se na sua vida” é que não percebeu?


É que já estou um bocado farta de responder sempre “obrigada, estou só a ver”.

2 comentários:

RP disse...

Eu estive prestes a escrever no livro de reclamações da Claire's por causa de uma situação dessas...
Mais uma palavra que aquela empregada me dirigisse e era na hora... já para não falar que dei algumas destas respostas que estão escritas neste post... só assim a consegui calar...

Pintarolada disse...

Eu sei que isto já é de 2006, mas como gosto do teu blog, vou lendo aos bocadinhos tudo!
Eu já trabalhei num shopping e quando perguntava se era preciso alguma ajuda, eu bem via olhares com esse género de frases escondidas mas também te digo que estava-me mais a cagar, era obrigada a fazê-lo mas de qualquer forma, apesar de tu não gostares há quem prefira a empregada a lamber-lhe os pés! Além de que a marca onde trabalhava, os tamanhos de calças eram bem diferentes! Bem que preferia ir para casa ler a vogue e ter uns sapatos e farda melhorzinha, mas como deves imaginar o ordenado não é alto, prefiro gastar esse dinheiro no meu curso, para daqui a uns anos dar-me ao luxo de entrar numa loja, saber dar valor ao trabalho de quem está do outro lado: não é só uma empregadazeca com muuuuita vontade de te ajudar (te garanto que essa vontade ás vezes é totalmente nula)!

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