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quarta-feira, julho 12, 2006
Pipoca a la calle

Pois é, eu sabia que a incompatibilidade crónica com a bruxa da minha chefe ia dar para o torto mais cedo ou mais tarde. Acabou por ser mais cedo. Depois de ontem se ter lembrado de largar aos gritos -e daqueles bem altos, para toda a gente ouvir- porque, pasmem-se, não me lembrava de umas direcções que ela me tinha dado há mais de um mês (e que a idiota não me disse que era suposto guardar), hoje fui chamada pelos senhores directores para me dizerem que eu não estava a render o suficiente e que a nossa colaboração ficava por ali. Claro está que foi a outra grandessíssima sonsa e mal follada que foi fazer queixinhas, mas claro que eu também disse aos senhores directores que ela não tinha qualquer espécie de formação ou paciência para ensinar quem quer que fosse, que nunca foi capaz de dizer obrigada ou que alguma coisa estava bem feita e que exigia demais de uma simples estagiária. Sim, porque eu era estagiária, e não assistente pessoal da baixota, por isso ainda lhes disse que se queriam mais rendimento deveriam contratar um profissional e não uma estagiária que estava ali para aprender uma coisa que nunca tinha feito na vida e que, para compor o ramalhete, era portuguesa.

Depois de praticamente me terem chamado incompetente, ainda tiveram a lata de me dizer "ah, mas se não te importas ficas mais uns diazitos para nos ajudares aqui com uma base de dados de jornalistas portugueses". Ainda meia em estado de choque, dei por mim a dizer que sim, mas depois voltei para a minha secretariazinha e pensei "hã hã, é que é já a seguir que eu vos vou ajudar, meus grandes queridos". Fui ter com um dos directores (que é tão idiota como a outra gaja) e disse-lhe que ia bazar. Já! E eis que a coisa atinge o verdadeiro estado de surrealismo quando o senhor me diz "bom, sendo assim temos que fazer contas, para te pagarmos os dias que vieste trabalhar". Ora como em Julho só trabalhei um diazito, porque estive de férias, disse que não queria nada. Bem burra fui, porque logo de seguida levo com um "pois, sendo assim és tu que tens que nos pagar por aqueles dias que estiveste fora". Sem saber se rir se chorar com tamanha falta de chá, disse ao gajo que sim, o que fosse, e despedi-me da maltinha (incluindo da bruxa, que foi incapaz de me dizer o que quer que fosse- mas que não se vai livrar de um mailzinho tão malvado quanto ela), pensando que as contas seriam feitas posteriormente. Ah, inocente! Já me estava a encaminhar para a saída quando o fofinho do director me abriu a portinha da sala de reuniões enquanto me dizia "percebeste que vamos fazer as contas agora, não percebeste?". Por acaso não tinha percebido, mas pronto, tudo bem, lá fiquei eu sentadita a ver em quanto é que me ia ficar a brincadeira. Depois de conferenciar com o outro director, lá voltou a dizer que afinal as contas estavam feitas e ninguém devia nada a ninguém. Quanto não vale trabalhar com gente generosa!

Para se ver o nível de profissionalismo destas pessoazinhas, meteram um novo estagiário a substituir-me enquanto eu ainda estava lá. Tive vontade de lhe dizer para fugir enquanto era tempo, que a bruxa lhe ia fazer a vidinha negra, mas optei por ficar caladita. Até porque este não vai ter problemas: é gajo. Quanto a essa idiota, só me apetecia dar-lhe estalos, porque o problema dela comigo não era, de todo, profissional. Estava numa de me lixar a vidinha e só descansou quando me conseguiu pôr a andar. O que eu lhe devia ter dito (e que ainda estou a pensar se vai constar do mail ou não) era: "bebé, não tenho culpa de ter 1,70 e 55kg e que tu tenhas 1,20m e 400kg e que isso te incomode". Sim, porque uma gaja que nos meus primeiros dias de trabalho ia praticamente de fato treino e, subitamente, aparece com alta produção (ao ponto de toda a gente ter comentado que ela estava diferente), não me venham cá dizer que não tem problemas com a sua imagem e que não fica lixadinha da vida por ver que há gente com mais sentido estético que ela. Uma cabra, é o que é!

Enfim, estou de férias em Madrid, pelo menos até ao final do mês, e depois logo verei o que fazer da vidinha. Agora quero é piscina, passeios pelo Retiro, sopas e descanso! Só de pensar que amanhã não tenho que saltar da cama às sete, até me apetece agradecer ter sido "dispensada".

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