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quinta-feira, junho 22, 2006
Em mudanças

Se esta semana chegar ao fim sem mais nenhum incidente, juro que vou acender uma velinha à Catedral de Almudena. Estamos em mudanças. A minha estimada companheira de casa,palhaça deste circo que é a vida, que ao longo de nove meses sobreviveu à minha presença constante, regressa este Domingo a Portugal. Ora isto implica que eu tenha que mudar de casa, porque não há cá dinheiro para sustentar uma barraca sozinha mas, pior do que isso, implica deixar esta casa num brinquinho (mais uma bonita expressão do nosso riquíssimo português), não vá o sonso do senhorio lembrar-se de nos ficar com a caução. Quando entrámos nesta casinha de paredes azuis, já lá vão nove meses, achámos que seria bonito encher tudo de fotos, posters, postais e o que mais nos fomos lembrando. Uma ideia inocente, fofinha até, mas que se revelou quase uma tragédia. É que ao arrancar as putas das fotos, arrancámos também metade da parede. As partes azuis ficaram com uns buracos brancos... e as partes brancas, ficaram assim a modos que com uns buracos amarelados. Um primeiro olhar desatento e desinteressado não repararia (muito) naquilo, mas como o Sr. Couso (o senhorio) tem ar de quem vai investigar aquilo à lupa e cobrar por cada coisinha que esteja num estado, digamos, menos perfeito, a ideia mais inteligente que nos ocorreu foi...PINTAR AS PAREDES! Eu, que sempre fui o cérebro desta casa, devia ter logo visto que era uma má ideia quando, em pleno Corte Inglés, a Caty rebentou com uma lata de tinta, que não só se alastrou a toda a secção de menage como à sua saia e sapatos. Mas na altura eu não fui capaz de ler os sinais, estava demasiado ocupada a rir que nem uma perdida. Porque se eu tivesse sido um bocadinho mais perspicaz, era coisa para termos corrido dali para fora e caga lá nos buracos da parede. Mas não. Depois da Caty pedir "desculpas pelas moléstias", saímos do El Corte com um balde de tinta branca, uma latinha de tinta azul, um rolo e um balde. Isto é do mais fácil que há, oh pois então, é só passar a tintazinha e tá feito! O tanas é que é! A coisa até que começou bem, mas foi só até a parede se começar a desfazer, e os buraquinhos que mal se viam se transformarem em verdadeiras escavações romanas! Sujas de tinta até à medula, pouco faltou para nos sentarmos no chão e largarmos a chorar, ideia que nos passou rapidamente assim que nos lembrámos dos quase 300 contos de fiança. Dispostas a não sermos batidas por uma paredezinha da treta, lá deitámos mãos à obra e acho que vamos conseguir endrominar o senhor Couso. Qual fenómeno do Entroncamento, os mega buracos praticamente desapareceram à segunda demão.
A ideia é conquistar o senhorio com as melhorias que fizemos na casa. Sim, porque quem é que pendurou cortinados na sala e os vai deixar lá? Nós! Quem é que comprou um varão e uma cortina e um móvelzinho para a casa de banho? Nós! Quem é que comprou os tapetes mais ranhosos que havia no IKEA? Nós, senhor Couso!!! Quem é que deu cabo dos estores da cozinha e partiu um azulejo do chão? Nós também! E quem é que deu cabo da mesa da sala, e fez uma mancha de acetona e outra de leite no sofá e ainda conseguiu partir o suporte do chuveiro? A Caty! Por isso, espero que o senhor tenha juízo, tome tudo isto em conta e não se ensaie para lá a fazer cortes na cauçãozinha!

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Teorias absolutamente espectaculares

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