E pronto, um dos grandes sonhos desta vossa grande querida que dá pelo nome de Pipoca Mais Doce realizou-se: a visita à lojinha do Manolo Blahnik. Foi sábado. A ideia era percorrer a Serrano, a rua chique cá destas bandas, onde se concentram todas aquelas lojas nas quais eu não posso sequer comprar um par de peúgas. Mas pronto, como também só iamos dar uma vista de olhos para escolher e depois comprar noutro dia, lá nos pusémos ao caminho. Depois da Dior, da Louis Vuitton, da Cartier, da Bulgari, da Yves Saint Laurent, da Lowe, da Prada e da La Perla eis que a Caty pousa a sua vista de falcão numa plaquinha muitíssimo discreta mas com duas palavrinhas sagradas: MANOLO BLAHNIK. Depois da Caty e o Príncipe me terem feito a devida reanimação (sempre que vou às compras faço-me acompanhar de um desfibrilhador, tendo em conta as ínumeras apoplexias que me dão sempre que entro numa loja), enchi-me de coragem e decidi entrar Manolo Blahnik adentro (salvo seja). Mas atenção, meus queridos, porque quando eu falo de entrar na Manolo não é, de todo, o mesmo que entrar no Calçado Guimarães. Aliás, aquela plaquinha dourada tão discreta é logo o primeiro indício de que o estaminé do Manolo não é para qualquer um. Em primeiro lugar, a loja não dá para a rua, não tem uma montra enorme com quinze mil sapatos expostos nem enormes cartazes a anunciar "saldos até 70%, aproveite"! Não! A loja do Manolo é assim uma espécie de uma ordem secreta, hiper discreta, enfiada num patiozinho obscuro, com um único sapato na montra (é que nem sequer é um par). Se estivesse sozinha acho que jamais teria tido coragem para entrar, mas aproveitámos um casal que passou à nossa frente e aí fomos nós também. Primeiro entrave: a porta está fechada e é aberta por um senhor vestido de negro dos pés à cabeça. Depois de o casal ter entrado, o homem olhou-me de tal maneira que eu vi-me obrigada a perguntar se se podia entrar! Claro que se me estava a tentar fazer passar por uma Carrie Bradshaw fui apanhada naquele mesmíssimo instante, porque uma pessoa confiante de si mesma não pergunta se pode entrar na Manolo. Entra e acabou-se, sem sequer olhar para o estúpido do porteiro. Enfim, ultrapassado o primeiro incidente entrámos, finalmente, naquele espaço sagrado, que funciona como uma espécie de museu. Pensei que se pegasse num sapato aquilo começava a apitar, mas não, tudo correu pelo melhor! A loja não tem mais que 15 modelos, e não há cá sapatos ao molho, caixas espalhadas ou pessoas a experimentar sapatinhos no meio da loja. Os provadores são espacinhos reservados, com sofás de veludo onde se pode fazer muito, mas muito mais do que experimentar sapatos, mas pronto! Na Manolo os sapatos também não têm o preço afixado. Possidónia que só eu, claro que peguei num Manolo e o virei, para ver se não teria um autocolantezinho com o preço na sola, mas nada. Cheira-me que se eu quisesse comprar um par seria levada para um salinha privada onde o preço me seria escrito numa folha e me apresentariam as diversas modalidades de pagamento. Sim, meus meninos, que um parzinho de Manolos pode chegar aos 4 mil euros! Vi aí uns cinco pares que, de bom grado, levaria para casa, mas consegui controlar-me o suficiente ao ponto de não perguntar o preço, não só porque não teria dinheiro nem sequer para um salto como desconfio que na Manolo não se perguntam preços. Escolhem-se os sapatos, paga-se sem sequer olhar para a quantia e pronto, está feito! Não há cá tempo para pensar em trocos. Abandonei a loja de pés a abanar (ah ah) e o que me resta da minha passagem pela Manolo é somente esta foto, que partilho com todos vocês. Buáaa...

1 comentário:
Não acredito que ninguém tenha comentado isto! Foi das coisas mais giras que aqui li! xD
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Teorias absolutamente espectaculares