Pub SAPO pushdown

terça-feira, janeiro 24, 2006
A verdadeira origem da palavra "sonsa" (txaraammm)

A pedido de muitas e muitas famílias, hoje vou explicar-vos um conceito que é parte intrínseca da minha vida: a palavra sonso/a. Toda a gente me pergunta porque raio lanço eu este termo a torto e a direito, indiscriminadamente, sem destrinça entre sexos, raças, credos ou idades. Ora bem, em primeiro lugar, porque acho que é uma palavra muito kitsch. É pirosa, old fashion mas, ainda assim, cosy! É querida, não há muita gente que a use, e é por isso que gosto tanto dela. Pronto, esta é a explicaçao mais ou menos técnica da coisa, mas há outra, que remonta há 20 anos, ou seja, quando eu tinha aí os meus cinco anitos e conheci a primeira grande sonsa da minha vida. Estou a lembrar-me da carinha de parva dela e já estou a ficar enervada. Chamava-se Ana Miller, andava no mesmo infantário que eu e era daquelas típicas que caíam nas boas graças das funcionárias (as tias, como nós lhes chamávamos). Ia dormir a casa delas, era amiga das filhas e só fazia aquilo que queria, ameaçando largar aos berros à menor contrariedade. Ou seja, era a menina querida do infantário. Ora eu, que nunca tive grande pachorra para vedetas (tirando quando a vedeta sou eu, obviously!), odiava-a de morte e só me apetecia encher-lhe aquela cara de estalos e puxar-lhe a franja até ela me pedir, piedosamente, que parasse. Ainda por cima a miuda era gira, a estúpida! Bom, durante muito tempo fui engolindo as birras da enjoadinha. Mas houve um dia que ultrapassou tudo! Lembro-me como se fosse hoje (agora é aquela parte em que entra uma musiquinha de fazer chorar as pedrinhas da calçada). Estávamos a ensaiar a festa de Natal e todos os anos faziamos um rancho, vá-se lá saber porque raio. Estava tudo a correr muito bem, às voltinhas de um lado para o outro, quando a Ana Miller larga a chorar. O que foi, o que nao foi, as tias logo de roda dela, coitadinha, e lá se chega a conclusão que a miuda não gostava do par com quem estava a dançar. Não queria que fosse aquele, pronto! Ingenuamente, perguntaram-lhe com quem é que ela queria ficar e entao só a vejo apontar aquele dedinho asqueroso na direcçção do meu par, o Gabriel, que era o miudo mais giro do infantário e o MEU namorado! "Cabra de merda" era o que eu lhe deveria ter chamado naquele instante, mas como o meu vocabulário da altura ainda não dava para tanto, acho que me fiquei por um "sonsa", e apenas em pensamentos. E pronto, enquanto ela se passeava com o meu gajo, a mim tocou-me um puto obeso que mal se mexia. É claro que ele também tem a sua dose de culpa nesta história e que também foi elevado ao estatuto de grande sonso, porque não lutou por mim. Limitou-se a fazer par com a boazona do infantário e nem abriu aquela boquinha para dizer que eu é que era o amor da vida dele. E foi assim que, da maneira mais cruel possível, descobri que ninguém é de confiança e que há sempre um sonso a cada esquina!

Sem comentários:

Enviar um comentário

Teorias absolutamente espectaculares

AddThis