E se fossem chatear outro, hein?

Ouvi hoje nas notícias que vai ser avançada uma lei para que as pessoas inscritas nos centros de emprego sejam obrigadas a passar, pelo menos, duas horas por dia em casa. Uma semana de manhã, outra semana à tarde, rotativamente. Isto para que possam controlar se as pessoas estão mesmo no desemprego ou se, pelo contrário, andam aí a fazer uns trabalhinhos à socapa. Se forem duas vezes a casa da pessoa no horário em que é suposto ela lá estar e ela não estiver.... azarucho! Adeus, subsídio de desemprego. Eu não quero ser má língua, mas cheira-me que estes senhores estão a ficar um bocado neuróticos, com a mania da perseguição e a achar que todos os desempregados do País se juntaram para os enganar. Mas como não quero que me acusem de má vontade para com o Instituto do Emprego e da Formação Profissional, até deixo aqui umas dicas sobre como melhor controlarem esses insubordinados dos sem emprego!

1- Estar em casa só duas horas por dia não me parece suficiente. Assim sendo, um a dois meses parece-me muito mais eficaz. E se ousarem pôr um pezinho fora da porta, é logo um fuzilamento à antiga, para saberem com quem é que se estão a meter;
2- Se quiserem ser um pouco mais condescendentes, recomendo o uso de uma pulseira electrónica. Assim , os desempregados podem apanhar ar fresco, o IEFP não passa a imagem de entidade repressora, e sempre pode saber onde é que a malta anda;
3- Também não me parecia nada mal se os desempregados tivessem que se apresentar semanalmente na esquadra mais perto da área da residência. E como forma de se mostrarem arrependidos por não terem ainda conseguido emprego, acho que até se podiam sujeitar a um ou outro chapadão de um agente mais dado ao contacto físico;
4- Outra coisa que também não me parece uma má ideia são apedrejamentos em praça pública. Alinhavam os desempregados, e depois o director do IEFP lançava pedras de um tamanho razoável... ou seja, não era para matar, era só para lhes deixar uma marcazita ou outra, de modo a que os sacanas olhassem para ela e se envergonhassem de não terem trabalho num País onde oportunidades é coisa que não falta.

Não quero agoirar, mas acho que os centros de emprego deviam reforçar a segurança... é que cheira-me que se continuarem a insistir em chatear a malta desta maneira, haverá uma nova modalidade a ser posta em prática em Portugal muito em breve, a do "desempregado bombista".