O Sexo e a Pipoca- Caso I: "Estou de férias...!"
Estou feliz! Ainda há tão pouco tempo anunciei as minhas qualidades de sexóloga e avaliadora de relações e já recebi o meu primeiro caso. E este é mesmo à 'Sexo e a Cidade'.
A minha "cliente" (que requer o anonimato, como é facilmente entendível... estamos a falar de assuntos do fundinho do coração), é emocionalmente instável, desequilibrada até e assumidamente insatisfeita com aquilo que tem (como isto me soa autobiográfico...). Enfim, avancemos para o caso propriamente dito. Quando a dita quase fez uma declaração de paixão a um homem, quando quase pensou em mudar a vida por causa dele, quando pensou que nele estaria concentrada toda a sua felicidade futura, quando percebeu que ele sim, era aquele "que a queria, e maaaaaaaais ninguém", levou com um balde de água geladérrima em cima. Ainda ela estava à procura das melhores palavras para lhe confessar "baby, you're the one" quando ele, talvez inspirado pela passagem de Madonna e do seu célebre tema "Holiday", lhe cortou o discurso com um seco "depois falamos nisso. Estou de férias". Coitada, foi o fim. Por momentos até diz ter visto tudo branco. Foi posta a andar com um "estou de férias" (o que, aqui para nós, até foi muitíssimo bem feita. Andou a dar mole, agora azarucho, já foi chão que deu uvas).
A questão é... (no Sexo e a Cidade há sempre a parte da questão e são sempre do género da que se segue):
- Estarão os sentimentos condicionados por períodos de férias? "Agora não posso falar de paixão, porque estou sentado aqui no meu sofá a coçar a micose, e pronto, férias, sabes como é... se quisesses falar daquela receita de sopa de beldroegas ou da posição do dólar, arranjava uns minutinhos, mas assim... É de sentimentos que queres falar, não é? Pois, isso agora é que não dá mesmo jeito nenhum, nas férias cancelo sempre todos os assuntos desse género. Mas depois marcas uma reunãozita com a secretária...daqui a quinze dias, dá-te jeito? Pronto, então não te esqueças do que ias dizer-me e depois logo falamos, pode ser? Um grande beijinho, minha querida. Amo-te muito."
- Não é suposto estarmos mais livres nas férias? E se um dia eu ligar para a minha melhor amiga, a chorar baba e ranho por um qualquer drama amoroso e ela me disser: "oh, pronto, conta lá o que se passou. Ai, espera, esquece lá isso. Estamos em Setembro, já devias saber que em Setembro não falo destas coisas". E pimba, desliga-me o telefone na cara e "até Outubro".
- Será este um mal que se está a generalizar ou este foi apenas um caso, facilmente controlável? Podemos pôr o dito ingrato em quarentena, isolado num qualquer hospital, na esperança que o mal não se propague.
Quanto à minha cliente... continua em estado de choque, voltou à sua vidinha de sempre, fez por o esquecer e até diz que se ele algum dia der notícias, já tem resposta pronta: "estou de férias, bebé. E para ti... são eternas!". O que lhe custa mesmo admitir é que as férias dele estão a ser bem mais animadas... com um verdadeiro avião nos braços!
Amanhã, n'O Sexo e a Pipoca: porque têm os homens tanto medo de usar a palavra paixão?
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Teorias absolutamente espectaculares