Caros senhores dos correios:
Já faltou mais para eu prescindir dos vossos serviços e vos substituir por pombos correios. Bem vistas as coisas, demoram o mesmo tempo a voar do que vocês de carro, entregam-me as cartas em mão e têm a enormíssima vantagem de não falar, o que evita diálogos desesperantes.
Uma destas manhãs, estava eu embrenhadíssima no meu sono, quando me tocam à porta, mal o sol tinha nascido!!! Arrasto-me até ao intercomunicador e, do outro lado da linha, uma voz anuncia: "CORREIOOOOO, tem uma carta para assinar". Lá digo que sim, que suba, mas passaram-se minutos, horas, cheguei mesmo a dormir encostada a uma parede do hall, e do representante dos Correios nem sombra. Pensei: "pronto, isto de entrar num prédio e apanhar o elevador é uma coisa realmente complicada, devia ter ido eu lá abaixo". Ainda preocupada com o que teria acontecido ao senhor carteiro e à minha rica carta, voltei para a cama. Quando, horas mais tarde, saí de casa, resolvi abrir a caixa de correio, numa ínfima esperança que pudesse haver qualquer coisinha para mim. E sim, realmente havia. Lá bem no fundinho, um postal dos correios aguardava-me, explicando-me porque raio a minha carta registada não tinha sido entregue: "não estava ninguém em casa", motivo pela qual teria que a ir levantar à estação, a 400 mil kilómetros!! Desde esse dia que menosprezo os carteiros, posso mesmo afirmar que TENHO NOJO dessa classe! E agora podem tocar à porta à vontadinha, porque jamais voltarei a levantar o (pesado) rabo da cama, seus fascistas!
Num outro episódio, deixaram-me novamente um postal para ir levantar uma carta à estação. E eu, desconfiada como sempre (que estas coisas dos correios têm sempre que se lhe diga), lá fui. A carta, essa, não constava dos registos, nem sequer sabiam onde poderia estar. Enervadíssima (era um documento importante), ameacei a senhora do modo mais violento que pude, gritando-lhe quem é que me ia tratar de arranjar um documento novo, quem é que ia pagar as despesas, como é que era possível perderem uma carta registada, etc e tal. E o modo mais inteligente que a funcionária encontrou para me acalmar foi dizer "a carta não está perdida, só não sabemos onde está".
Valham-nos os pombos correios...
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Teorias absolutamente espectaculares