O LIDL convidou-me a escrever sobre o meu Natal e confesso que não é uma coisa muito fácil. É impossível não pensar neste tema sem fazer uma viagem ao passado. As memórias mais antigas do Natal são de quando tinha três ou quatro anos. Não havia muita coisa, não havia milhões de brinquedos, mas os meus pais sempre se esforçaram para que sentíssemos a magia da época. Durante muitos e bons anos acreditei no Pai Natal, acreditei no presente que aparecia ao pé da "chaminé", acreditei que a carta que escrevia chegava realmente à Lapónia. Tenho muitas, muitas, muitas saudades dessa época. Mas saudades daquelas que até me fazem vir lágrimas aos olhos. Tenho muitas saudades das pessoas que faziam parte do meu Natal nessa altura e que já não voltarei a ver, e tenho também muitas saudades do sentimento que se vivia nessa época e que era uma coisa única. Aquela expectativa toda, o dia em que se montava a árvore, aquela coisa de fazermos a cabeça em água aos nossos pais a contar os dias até ao Natal (falta muito, falta muito, falta muito, falta muito?), a inspecção dos presentes que estavam debaixo da árvore, aquela coisa de tentar levantar a fita-cola muiiiiiiito devagarinho para não rasgar o papel (foi assim que eu descobri que aquilo que eu achava que era uma Barbie era uma boneca genérica qualquer, mil vezes mais manhosa), a roupa "especial" que se comprava para se usar no dia. E depois o próprio do dia 24, com
música natalícia a tocar pela casa, com os mil e quinhentos filmes natalícios na televisão, com a minha mãe enfiada na cozinha a fazer doces como se fôssemos 50 (na maior parte das vezes éramos só seis), com o relógio que parecia não avançar até à hora de abrir as prendas. E depois abrir e ficar sempre a rebentar de alegria, mesmo que não se tivesse recebido exactamente aquilo que se tinha pedido. E a loucura com que se acordava no dia 25, se fosse preciso às seis da manhã, para ficar a adorar tudo aquilo que se tinha recebido na noite anterior (caixa de Ferrero Rocher incluída)? Não sei se era por ser miúda, não sei se é porque a vida deu muitas voltas de lá para cá, mas sei que jamais voltarei a sentir o Natal com o mesmo entusiasmo de há uns 30 anos.
música natalícia a tocar pela casa, com os mil e quinhentos filmes natalícios na televisão, com a minha mãe enfiada na cozinha a fazer doces como se fôssemos 50 (na maior parte das vezes éramos só seis), com o relógio que parecia não avançar até à hora de abrir as prendas. E depois abrir e ficar sempre a rebentar de alegria, mesmo que não se tivesse recebido exactamente aquilo que se tinha pedido. E a loucura com que se acordava no dia 25, se fosse preciso às seis da manhã, para ficar a adorar tudo aquilo que se tinha recebido na noite anterior (caixa de Ferrero Rocher incluída)? Não sei se era por ser miúda, não sei se é porque a vida deu muitas voltas de lá para cá, mas sei que jamais voltarei a sentir o Natal com o mesmo entusiasmo de há uns 30 anos.
Confesso que voltei a achar mais graça a esta época depois de casar e ver a família crescer. Quando temos filhos a magia renasce um bocadinho, porque passamos a ver o Natal pelos olhos deles. E isso acaba por nos fazer viajar no tempo. É uma ideia meio pirosa, mas é verdade. Tento que o Mateus sinta a mesma magia que eu também já senti. Que acredite no Pai Natal, que escreva a carta (ou que me peça para escrever, vá), que me ajude a fazer a árvore, que sonhe com aquilo que vai receber, que se envolva em algumas iniciativas solidárias e perceba que há quem tenha menos.
Com mais um Natal à porta, confesso que ainda tenho muito pouca coisa tratada. Gosto de fazer a árvore cedo, tipo em Agosto (brincadeirinha), porque passamos tão pouco tempo em casa a olhar para ela que, quando reparamos, já passou o Natal. Há quem estenda a coisa e prolongue a árvore até Abril, mas eu tento cumprir aqueles prazos mínimos de vergonha na cara. De resto, ainda não tratei de mais nada, mas ainda tenho tempo, caaaaaalma, não me enervem. Nos tempos mais próximos partilharei por aqui algumas novidades natalícias muito boas, em parceria com o LIDL, que é um daqueles sítios onde podem encontrar tuuuuuuuuuuuuuudo e mais alguma coisa para o Natal: ele é decoração, ele são looks natalícios, ele é comidinha daquela mesmo muito boa, ele são sugestões de presentes. Fiquem atentos!
Entretanto, gostava que também me falassem do vosso Natal, se vivem esta época com todo um entusiasmo ou se preferiam os natais da vossa infância. Aproveitem e digam também o que é que gostavam mesmo, mesmo de receber. Vai que o Pai Natal lê o blog e vos faz uma surpresinha. =)
102 comentários:
Dificilmente descreveria o meu Natal de antigamente melhor do que a Ana o fez. Tenho 35 anos e revejo-me em todas as palavras que escreveu para definir o nosso Natal de quando éramos crianças. Dava anos da minha vida para conseguir viver mais um Natal como esses, com as pessoas todas, com a magia das prendas, dos cheiros, dos sabores, com a ansiedade da espera, com a alegria da simplicidade e com o coração cheiro de amor e gratidão. Eram Natais de facto com muito menos em quantidades, mas com muuuuuito mais em qualidade! Estas saudades que sinto são daquelas que doem... são aquelas saudades que temos "arrumadas" durante o ano inteiro e que nesta altura voltam... com a força toda! Um grande beijinho e muito obrigada pelas palavras tão reias como a Ana descreveu o Natal de antigamente da nossa geração. Ass. Mara
Tenho 54 anos e realmente a magia era diferente. Em casa dos meus pais havia chaminé e punhamos um sapato por pessoa na dita chaminé. Quando voltava da missa do Galo com a minha avó a entrada na cozinha estava vedada e nada valiam as artimanhas tipo "tenho fome ou sede". Tinha que ir para a cama e só na manhã de 25 se abriam os presentes. Foi uma época espetacular que infelizmente já não volta. Acho que agora é tudo mais artificial. Também "enganei" os meus filhos enquanto pude. Cartas ao Pai Natal, sapato debaixo da árvore (não tenho chaminé", o pai vestido a rigor de Pai Natal... mas mais cedo do que eu, os meus filhos descobriram que o Pai Natal infelizmente não existia. Agora com toda a gente já crescida e ainda sem netos, passou a ser um dia um pouco diferente, mas da magia inicial já nada resta.
Uma vez mais digo que esta é PMD que mais aprecio e que é por esta (e outras), razões que a sigo há taaaaantos anos. A que escreve tão bem a que tem um coração enorme, a que tem tanta facilidade de chegar até aqui, a que mesmo num texto com alguma saudade consegue colocar humor. Gostei muito do que li e fiquei de alma cheia. Revi-me em tudo e quase chorei de saudade da tanta alegria do passado com Família, que já não esta cá, com casa cheia dos meus avós, com Pais e irmãs com primos e primas e tios e tias e amigos a passarem por lá só para comer uma filhós e um coscorão e dar aquele abraço. Também eu não me continha e tinha sempre que descobrir o que é que estava ali atrás dos laços e papel colorido (e quase sempre descobria), passaram a esconder os presentes porque aqui a "cusca" descobria tudo. Nessa altura só abríamos os presentes na manhã do dia 25 Oh MEU DEUS que ansiedade boa que era esperar até lá. Dormíamos, ou fazíamos que dormíamos, todos no mesmo quarto, a primalhada toda e no outro dia de manhã de madrugada lá estávamos a desembrulhar tudo numa alegria desmesurada. A pantufa ou a bota recheadas de presentes. E tudo era magia e tudo era tão boooooom. Oh Ana que saudades. Hoje já não é bem assim, vamos a casa dos maus Pais (meus queridos avós já faleceram) e tentamos fazer com as minhas sobrinhas o que acontecia connosco mas é tudo tão diferente... e depois o meu filho, rapaz já com os seus 24 anos, vai à sua vida , ter com a "miúda" ou com os amigos e lá ficamos nós assim a olhar uns para os outros com a sensação que já passou e quase não foi vivido... como era naqueles tempos! Mas isto é a VIDA, dizem...
Eu desde que casei passei a ter um misto de sentimentos em relação ao Natal. Gosto de ver as luzes, a cidade, as decorações mas o dia em si mesmo passou a ser agridoce. Desde sempre que Natal significa família e família sem os meus pais por perto, não é família completa. Nos primeiros anos de casamento ainda consegui contornar a situação, fazendo a ceia na minha casa, juntando os dois lados de família (do meu marido e meu) mas por muito que nos esforcemos, nem sempre resulta essa tentativa de juntar pessoas que têm pouca ou nenhuma relação anterior, vai daí, o ano passado foi o primeiro ano que passei um Natal sem os meus pais sentados à mesma mesa que eu. Não soube a nada. Aliás, nem montei a árvore em casa. Só queria que passasse rapidamente para Janeiro.
Para o ano já terei o meu próprio menino Jesus (que por esta altura ainda fermenta no meu pequeno forno individual), pode ser que volte a sentir o mesmo entusiasmo pela época...
Tenho 25 anos e não acho que o Natal seja pior agora do que era quando era pequena. Adoro o Natal, adoro a família toda reunida (apesar de já faltarem alguns membros), adoro ir à fogueira de Natal (tradição da Beira Baixa), nunca fui à missa do galo e nunca abri os presentes no dia 25, abrimos sempre à meia-noite e lembro-me da ansiedade crescer a partir das 11 h da noite. Hoje claro q já não ligo às prendas, agora a ansiedade é para ver a cara das pessoas quando abrem o presente que escolhi para elas. Adoro, adoro o Natal
O Natal foi sempre mágico para mim, na infância. Desde o acordar com o cheirinho a bolinhos de bacalhau a fritar e os doces a serem preparados, na mesa da cozinha. O frenesim que se sente dentro de casa (familiares a entrarem e a saírem com presentes na mão), nas lojas (compras de última hora), o espírito solidário das pessoas (aquele sorriso de entre-ajuda), as músicas natalícias nas ruas, a sala que está toda iluminada e quente para receber o nosso jantar de Consoada, os filmes da Disney que nos ajudam a "fazer" horas até à meia-noite. É uma noite tão boa... que apesar, do alto dos meus 28, a motivação já não ser assim tão genuína e intensa.. há ainda, efetivamente, uma criança dentro de mim que anseia por esse momento. Nunca mais será a mesma coisa,pois claro, mas a essência...essa(já mais pequenina) permanece cá dentro e aquece os nossos corações. <3 Tenhamos nós 10 anos, 28 ou 60. Obrigada por este post de aquecimento ao Natal. =) Venha ele com tudo de bom que nos traz!
Ho Ho Ho! *
Ass: Patrícia Resende
Nunca comentei mas hoje estas palavras deixaram-me tão triste que tinha de o fazer. Porque para mim, a realidade é mesmo diferente desta. Temos a mesma idade mas para mim a magia do Natal mantém-se inteirinha (até aumentou, agora com os meus filhos. nisto concordamos). Até a emoção de acordar no dia 25 e ir pé ante pé espreitar o que está em baixo da árvore se mantem (em minha casa, sempre se abriram os presentes no dia 25). O dia 24 é para cozinhados, músicas de Natal, jogos e conversas até às tantas. Gosto tanto do Natal, passo as semanas anteriores a falar do Natal e a contagiar toda a gente à minha volta que fico sempre um bocadinho triste quando alguém me diz que não liga ou não gosta tanto. Perspetivas que compreendo, entenda-se. As experiências de vida são diferentes, há vidas mais complicadas que outras; eu felizmente ainda não perdi ninguém realmente próximo e em traços gerais, no fundamental, tenho sido abençoada com coisas muito boas. E lá em casa é ver quem conta com mais ansiedade os dias que faltam: eu ou os meus filhos. Só não faço a árvore com tanta antecedência porque antes ainda faço anos (coisa com que vibro com igual intensidade) e só depois do meu aniversário é que a contagem decrescente e todos os preparativos começam. beijinhos e muitos e bons natais daqui em diante.
Pipoca aqui por casa e mais ou menos assim , tb já não tenho muitas das pessoas que queria perto de mim mas sintomas em mim e agarro me esse feeling.
A árvore de natal deveria ser instituída montar em agosto sim , na Austrália o Natal e celebrado na praia . Não somos menos do que eles !eu já corro pela sala com luzes e bolas os moços já não me podem ouvir , temos pena calhou lhes uma mãe passada com o Natal agora aturem-na .
Continua a escrever 😉assim livre e a chamar as coisas pelos nomes . 😊
Carla S.
Foi uma descrição perfeita! Sim, as recordações do Natal da infância fazem-me vir aqui a lagriminha...pelos que já não estão comigo, pelos que estão mas não sabemos por quanto tempo e pelos que ainda têm o mundo todo só para eles e a quem tentamos transmitir aquele sentimento tão especial. Como é que se transmite essa emoção? Por vezes não é fácil, mas é certamente mais importante que os presentes, pelo menos nas recordações que os nossos filhos irão guardar..
Voos e mais voos e mais voos. Vocês nem imaginam como é o meu Natal.
cavalheirodoaeroporto@gmail.com
Olá Ana....
o meu Natal era exactamente igual ao seu...quando passava o verão já só me lembrava o Natal...Em Novembro já chateava a cabeça aos meus pais por causa da árvore...e das prendas....e chegado o dia era tão bom...comer a massa dos bolos e das filhós...deitar tarde e chatear toda a gente com as minhas birras...
Infelizmente o meu Natal nunca mais voltará a ser como era...
Lembro-me que no ano passado por esta altura a Ana tinha um passatempo de um presépio em fibra (se não estou em erro)...Na altura disse que até dava jeito pq tenho uma filhota pequenina e na altura o meu pai estava internado e não havia espírito para mais...
Trouxe o meu pai para casa dia 21 de Dezembro depois de fazer o 1º tratamento de quimioterapia....foi o pior Natal da minha vida....
E este tb vai ser pois o meu querido pai já não está entre nós...Já passaram 7 meses e a dor é insuportável....Valha-me a minha menina e é por ela que resisto...mas mais um ano em que não haverá árvore, não haverá luzes...não haverá nada....
Beijinhos e Bom Natal
Adorei o texto, sincero e com sentimentos verdadeiros a mistura! revejo-me nas suas palavras! agora o meu Natal é centrado na minha filhota, e faço tudo por tudo para ela viver algo mágico como eu vivi! concordo consigo, neste época (e no ano inteiro) não devemos esquecer os outros, os que tÊm menos que nós, e ensinar isso aos nosso filhos é essencial! no sapatinho lá de casa, para mim peço sempre o mesmo, trabalhinho e saúde, o resto, dá-se um jeito! beijinho Pipoca! Daniela Sofia
Que triste ler acerca da magia do Natal se centrar nos presentes e mais presentes...para mim a magia do Natal é estarmos em família, ir à Missa do Galo, enfim, estarmos juntos. Compro aquilo que preciso durante o ano, no Natal confesso que compro pouca coisa, faço comida suficiente para que não haja qualquer desperdício e como sempre fiz, não me deixo levar pelo consumismo desenfreado. Sempre foi assim o meu Natal, centrado na família e não nos presentes.
beijinho grande para si :-*
Muitas felicidades para o seu rebento!
A fogueira de Natal chama-se Madeiro ;) Os melhores Natais são mesmo os da Beira. Família, "filhozes" na mesa e lareira acesa. Um bom Natal a todos! (Ainda é cedo para desejar Boas Festas? Acho que não...)
um abraço apertadinho e um beijinho grande**
O Natal da minha infância era a apoteose da própria infância!! Vivia no norte do país, numa cidade pequena e encantadora e lembro-me do frio imenso e das lareiras sempre acesas em casa de toda a gente, que visitava frequentemente a pé. Os preparativos começavam com a prévia ida a Espanha, (o que já era uma boa aventura por si só) para nos abastecermos de turrón, empanada e vinho de Málaga (e qui ça alguns brinquedos escondidos religiosamente) entre outras coisas que na época, por cá eram mais caras e parcas. Depois, quando somos crianças tudo parece Maior e Mágico, como a obrigatória ida ao Circo em Família e a Iluminação das ruas, coisas que hoje até me deprimem, mas na altura parecia tudo tão lindo!! Os laços, as pinhas, os doces, o cheirinho a canela e erva doce pela casa toda...Havia sempre uns brinqueditos no "sapatinho", uns anos melhores que outros, mas também apareciam umas cenouras e umas abóborazinhas, porque o Menino Jesus queria-nos "vitaminados" para enfrentar o Inverno e para que não esquecêssemos os meninos que não recebiam mais do que isso; À noite jogava-se o Loto a feijões com todos, crianças e adultos, muitos, como diz a Ana já partiram...mas vieram outros e temos obrigação de lhes incutir esse "encanto" marcante da cultura ocidental... Já não há frio, nem lareiras, para nos reunirmos com os familiares mais próximos, já estão todos velhotes e sem vontade de saír das suas casas. São cinco dias em que temos de percorrer centenas de quilómetros de auto-estrada e fazer verdadeiras gincanas de serviço "UBER", já ninguém sabe/quer fazer bolinhos de jerimú, nem batatada, encomendam-se os fritos na pastelaria da esquina, já ninguém fica deprimido e triste com a história cruel da "Pequena Vendedora de Fósforos", porque vai tudo ao cinema ver o último dos heróis da marvel...mas continuamos a celebrar em família o Nascimento do Salvador, d'Aquele que Deus enviou para que os Homens se tornassem todos irmãos...
Adorava o Natal. Porque é que agora ninguém diz: Adoro o Natal?
A minha tradição era fazermos quase 400 km´s para passarmos uma semana com a minha Avó. Atolhavamos a nossa Citroen Diane e lá íamos nós a balançar todo o caminho!
Quando lá chegávamos tínhamos a mesa posta de pão, presunto, queijo e tudo o mais que agora é um crime comer porque engorda ou faz mal... Eu para variar não comia nada e a missão da minha querida avó era sair de lá com mais uns quilos porque estava sempre muito magrinha!
Nas noite de 24 para 25 a minha avó assar uma posta de bacalhau no lume porque o meu irmão não gostava dele cosido!
Acreditei no Pai Natal até bem tarde... Os meus Pais fizeram bem o trabalho! Descobri porque vi a minha prende escondida no fundo falso da Citroen Diane...
Tenho um filho de 4 anos que faço questão que tenha também todas estas "fantasias" do Natal. Passar com os avós, sentir ansiedade para abrir as prendas trazidas pelo Pai Natal.
A única coisa que lamento é todo este teatro que se faz à volta do Natal. Apenas é vivido no seu esplendor se tivermos tido um consumo desenfreado!
Este ano e tal como todos os anos, quero continuar a ter trabalho para poder pagar as contas ao fim do mês e dar um bom conforto ao meu filho! Um torrãozinho do LIDL (que é de babar), e saúde, muita saúde para mim e para os meus!
Paz muita Paz! Acho que é o que mais precisamos neste Mundo Louco (e um bocadito de chuva já agora ).
Porque não continuar a juntar os seus sogros e os seus pais e fazerem com que eles passem a ter uma relação, visto que agora terão para sempre? Ainda para mais com um filho a caminho, não acha que ele vai gostar de ter os avós e os tios todos juntos? São família, não são desconhecidos
A magia está em Nós!! Isto digo eu que sou um bocadinho palhaça! Pense que embora ainda sem netos, pode reunir-se com os seus, pense nos que estão emigrados e longe. Se estivermos reunidos e em paz com os nossos já é tão bom!!
" I´m drivind home for christmas..." do filme olha quem fala ...fez-me lembrar :)
Anónimo 17 novembro, 2017 11:08
Identifiquei-me tanto com o seu comentário.
Por mais incrível que pareça desde que me casei há 11 anos meus «Natais» tornaram-se um tormento. Eu sempre sentindo-me obrigada a ir a casa da sogra e todos os anos, mas todos os anos a mesma conversa: Esta consoada custou-me imenso dinheiro.
Não pq ela não tem, pq dinheiro não lhe falta, é mesmo para provocar. Dada altura já farta de estar longe da minha família, nasceu a idéia de todos nós irmos ter a terra da família do meu marido, eu, ele, e meus pais. Meu Deus?! Para quê? A conta da consoada ficou ainda mais alta, e lá tive que gramar com este ano vieram mais bocas para comer. Lamento, lamento imenso que alguns seres humanos sejam assim. Para mim o Natal que eu tanto amava acabou.
42 anos e uma criança autêntica por aqui...
o mesmo entusiasmo de antigamente, a decoração , o contar os dias, as cartas ao Pai Natal,as músicas, os presentes (e aqueles embrulhos de última hora escondidos no armário),a familia (enorme a volta da mesa) e agora ver toda esta magia também espelhada nos olhos dos meus bébés. É sem dúvida ainda melhor pelos olhos deles, que ainda não sabem que é uma magia feita por nós,e , espero que gostem sempre do Natal, principalmente pela reunião da familia , que gostem tanto quanto eu e que nunca percam este entusiasmo quer tenham 1, 6, 20 ou 60 anos :)
M*M*
Passei e passo exactamente pelo mesmo.
O Natal sempre foi a minha altura do ano preferida, mas desde que vivo com o meu marido deixou de ser possível ter o Natal no Alentejo com a família toda reunida. E por vezes na noite de Natal e no dia de Natal invade-me uma tristeza enorme.
Obrigada pelo seu texto. Em 5m que o li, relembrei o meu Natal com a minha família, primos, árvore de natal,a festa da empresa onde a minha mãe trabalhava, escolher os presentes para os primos e muita comida à mistura. O meu Natal era mesmo muito feliz! Depois crescemos, os avós faleceram, os primos têm a sua vida e o meu Natal é triste relativamente ao passado. Eu e os meus pais. Agradeço aos meus pelos Natais que me proporcionaram enquanto criança.
Adorei o texto enquanto o lia memórias de natais passados passavam pela minha mente saudades de natais com quem já partiu, saudades do cheiro da comida da avó, saudades da anciã pelo dia 24 em que acordava terrivelmente cedo pois não via a hora de abrir os presentes, saudades da azáfama natalícia tão própria do dia 24 😊 por isso pipoca obrigada por este texto que me tocou e me fez sentir saudades com um sorriso no rosto
Olá Ana. Tenho 32, quase 33 e dificilmente me identificaria mais com o que escreveu. Eu adoro o Natal, sempre, por tudo o que ele significa, mas Natais com a magia do Natal da infância já não há, é a vida a acontecer, nunca mais teremos o mesmo olhar inocente sobre nada. Concordo em absoluto que depois de termos filhos essa magia se revive num papel não menos engraçado que é ser o providenciador de magia, para mim vai ser muito recompensador criá-la para o meu filhote que tem 2 anos e picos e vai ser o primeiro Natal em que começa a compreender o que se está ali a passar :) Estou super entusiasmada!
Já lá vão 8 anos...
Saudades da minha avó, que tornava o nosso Natal tão especial ;(
*Texto perfeito, parabéns.
Então porque soa tão amarga? Devia sentir-se feliz com a quadra que se aproxima, não é?
Anime-se! Vem aí um menino! Comece já a negociar com o seu marido e a estabelecer algumas regras, porque se não conseguem partilhar o Natal com ambas as famílias, mais difícil será partilhar um neto.
A missa do Galo só faz sentido para os católicos. Eu também ia quando era pequena, mas por razões que não interessam zanguei-me com Deus e deixei de acreditar. E quer queira, quer não, para as crianças pequenas a magia do Natal gira à volta dos presentes
Natal sem os meus também não me sabia a nada. Calculo que seja alguma situação incontornável, a de não poder ter ambas as famílias juntas. E não dá para se dividirem vocês? A véspera com uma parte da família e o dia com as outra...? e vão trocando...?
Pela sua filha, faça a árvore e ponha as luzes. O seu pai também havia de querer que a filha e a neta estivessem felizes. Coragem!
hmmm... então mas o natal é uma celebração cristã... imagine que cristãos, judeus, ateus (..inserir mais crenças / descrenças neste espaço...) começassem a celebrar o ramadão, só porque sim/gostam/(..inserir outro motivo aqui...)? não tinha muito sentido, digo eu
Devo confessar que o tema do Natal também me traz mixed feelings mas quando faço o balanço acho que os feelings são sobretudo positivos. Tenho óptimas memórias de uma infância extremamente feliz e com a família unida, dentro das suas limitações. Lembro com muita saudade os Natais passados com os avós de ambas as partes, tanto no Sul como no Norte, a brincar com os meus primos que têm idades muito próximas da minha, a engendrar planos para passarmos a consoada mais rápido e da maneira mais divertida possível até chegar a meia-noite, a fazer teatros e coreografias, a jogar jogos de tabuleiro e outros, a ajudar as mães, avós, tias nos cozinhados, a ouvir canções e a ver filmes, etc. Infelizmente, e como em muitas (se não todas as) famílias há divergências, há problemas, a vida dá muitas voltas e acabamos por nos afastar. Isso, sim, dá-me muita pena. Porque, afinal de contas, somos família e passámos momentos tão bons... como é que deixamos que a vida nos afaste assim? Por isso entendo que o Natal traga também angústia para muita gente.
De qualquer maneira, tive um irmão quando eu tinha 11 anos e isso fez com que prolongasse um bocadinho mais a magia do Natal, acho eu. Ele acreditou no Pai Natal até aos 10 anos (e acho que só não continuou a acreditar porque o nosso avô insistiu em contar-lhe que era tudo uma mentira haha) e eu vivi isso com ele muito intensamente porque ele foi para mim quase como um filho ("irfilho", como diz a Cocó). Continuo a adorar o Natal porque, agora que vivo fora do país, ainda sabe melhor voltar a casa, sentar à mesa com a família, conversar, sentir o calor da lareira e das pessoas. Vivo esta época intensamente porque conto os dias até lá chegar, vibro quando oiço aqueles clássicos da música natalícia, com as montras e as cidades enfeitadas e iluminadas, com o friozinho típico da época. E, agora com o meu menino Jesus na barriga, acredito que ainda terá mais significado. No fundo eu acho que é isso...Natal é família, seja a que nos escolheu ou a que nós escolhemos.
Eu adoro toda a época natalícia, as ruas enfeitadas e iluminadas, a união familiar, os presentes...
Todos os anos viajo em Dezembro,as cidades são mais bonitas nesta altura.
Não tenho filhos, mas tenho uma sobrinha e desde que ela nasceu, tudo ficou melhor. Em Outubro já tenho quase tudo comprado e já tenho a minha casa toda enfeitada para o Natal. Tenho que aproveitar esta época.
Tento dar presentes que as pessoas não estejam a contar, claro que não é o mais importante, mas posso dar e adoro ver a reação de quem amo.
À medida que os anos passam, fico muito mais sensível em relação a quem não tem Natal. E por isso mesmo ajudo mais nesta altura do ano, é sempre preciso, mas pensar que enquanto tenho muito, há quem não tenha nada... comove me muito.
Peço a todas as pessoas que podem, que ajudem de alguma maneira. Não mudam o mundo,mas fazem diferença na vida de alguém. E o Natal também é ( ou devia ) isto.
Ainda é cedo, mas feliz Natal ☺.
Querida anónima.. Deixou em com as lágrimas nos olhos.. Faça uma força, pela sua menina, e tente dar lhe um Natal feliz. Para que ela comece a construir boas memórias. De certeza que o avô gostaria de a ver muito feliz... Um bjinho apertadinho
Custa-me muito perceber isto... crescer significa evoluir. Criar uma nova familia significa criar novos habitos: esses novos habitos - como por exemplo, celebrar o Natal noutro local ou com novas pessoas - devem ser bons... se nao sao, ha-que criar novos.
Se o Natal e uma epoca com significado para si, tem o direito - eu diria quase o dever - de o celebrar com prazer e de criar os habitos novos da sua familia.
Ai o loto a feijões... Também jogava :)
Força Alexandra, mas concordo, faça a àrvore, coloque as luzes e tente sorrir (mesmo que custe). Por si e pela seua menina.
Feliz Natal!
Fiquei de lágrimas nos olhos. Saudades.
Nunca mais haverá um Natal como aqueles que a inocência nos proporciona e o passado nos traz na forma de lembrança, ao mesmo tempo doce e dolorosa.
Tudo se modifica e não há mais família, nem laços como aqueles que nos ligavam.
Os meus natais morreram com os meus avós... o que permanece vive apenas em mim, apesar de tentar fazer dos natais do meu filho, momentos felizes e tranquilos.
O mesmo por aqui e com uma explicação simples para quem pergunta "porque é que não juntas os teus pais e os teus sogros e assim estão todos na mesma casa no natal?".
Fácil: porque tenho irmão (que por sua vez também já tem sogros), porque o meu marido também tem um irmão (que também já ramificou a família) e porque vivemos todos em terras diferentes com muitos quilómetros a separarem-nos. Ou seja, os nossos pais também se têm de dividir pelas casas dos filhos e os filhos pelas casas dos sogros... and so on.
É uma gestão de pessoas e de emoções muito complicada.
Eu que nunca gostei muito de natal, desde que tenho família a dobrar, ainda gosto menos.
É um óptimo princípio para quem tem família, ou para quem tem boas relações familiares.
Os meus, como lhes dava muita canseira fazer 100km "optaram" por não o passar comigo no ano passado (eu trabalhava).
Passei o natal sozinha. Lá se foi o espírito do natal.
Antes do Cristianismo já existia "Natal", uma celebração pagã do solstício de inverno que foi apropriada pelos cristãos.
Pipoca,
Na qualidade de voluntária de uma Associação Protectora de Animais, denominada Quintinha Abc (www.quintinhaabc.org), e porque o espírito do Natal tem também muito que ver com o espírito do voluntariado (só que neste último pratica-se mesmo todos os dias) gostaria muito de "receber" a construção de um novo gatil ou canil ou mesmo a remodelações dos espaços existentes. É muito triste sabermos que passamos o Natal no conforto das nossas casas e que, aqueles que ali aguardam por um lar (muito aguardarão para sempre) têm de o passar no desconforto das instalações que existem e que são actualmente muito precárias. Este Natal, tenho a certeza que eu e todos os voluntários da Quintinha Abc, gostaríamos de receber um canil ou gatil novo para os nossos "pequenos".
Sacanas dos cristãos! não foi isso que venderam nas aulas de catequese :P De facto hoje em dia é tanto uma celebração cristã como pagã, por isso não tarda está a voltar às origens. Por mim esta tradição estranha bem que podia desaparecer
Anónimo das 14h52m...soei amarga!? Olhe que é impressão sua nada mais. Adoro ser assim...adoro ser uma NÃO CONSUMISTA natalícia. A sério...eu adoro-me...o meu filho vai pelo mesmo caminho. Os meus pais são generosos, mas respeitam a minha maneira de ser. No Natal dão dinheiro ao meu filho, dinheiro esse que vai direitinho para a conta poupança para um dia mais tarde ser investido na sua educação. Tenho colegas que se gabam dos filhos estarem horas a abrir prendas de Natal, tipo...não tenho onde guardar tralha, teve 50 presentes e depois não liga a nada. A sério!? 50 presentes e não ligam a nada!? Pois...faz algum sentido...
A cortina, senhores! A cortina! Estou orgulhosa... :D um beijinho
Alice
Rita, os pais e os sogros não sao família, têm familia em comum, o que é diferente. Sao muitas pessoas, muitas personalidades e nem sempre é tão linear como o fez parecer.
Criar novos habitos, na familia, na rotina, no trabalho, leva tempo e muitas vezes significa ceder para conseguir prosseguir...
Cá em casa é das épocas mais esperadas. Adoramos o Natal e enfeitamos a casa de uma ponta à outra. Mas tenho muitas saudades do Natal da minha infância. Acho que os fritos de Natal nunca mais cheiraram ao mesmo e falta o cheiro do pinheiro que o meu avô apanhava para mim. Era assim que começava o Natal, quando o meu avô chegava a casa com os pinheiros (um para a casa dos meus avós, outro para a casa dos meus pais). Continuo a gostar muito do Natal, mas a magia da época era diferente quando era mais pequena.
Tem razão, mas penso nos que já partiram e fico triste. Também a doença entrou cá em casa. Faço os possíveis,mas é difícil.
Só disse que a missa do Galo era uma celebração católica. Toda a gente é livre de festejar o Natal cada um à sua maneira.
Bem, embora não seja essa a minha intenção, acho que vou quebrar mais uma vez a corrente seguida pela maior parte dos comentadores e dizer que prefiro mil vezes mais os "natais" que vivo agora do que aqueles que conheci no passado. É verdade que também não tive propriamente direito a natais memoráveis, daqueles que a gente guarda carinhosamente no coração, e talvez esse facto acabe por pesar bastante na opinião que tenho hoje. Embora esteja na casa dos 40, e não sinta qualquer tristeza em confessar isso, a verdade é que nunca soube o que era receber uma prenda de natal. Quando era mais novo também passei a minha fase de acreditar no pai Natal como é óbvio mas, nessa época, como eu era uma criança bastante irrequieta e complicada, achava que nunca recebia prendas por não ser suficientemente boa criança para a merecer. Éramos 5 irmãos de uma família muito humilde que, devido aos parcos recursos que tinha e ás suas raízes culturais, e mesmo estando a viver no estrangeiro, não tinha por tradição oferecer prendas aos filhos no dia da ceia de Natal. Os meus pais foram habituados a poupar e queriam amealhar tudo aquilo que podiam para poder voltar o mais celeremente possível a Portugal. A doçura do Natal para mim era o poder deliciar-me com a aletria, as rabanadas, um bolo caseiro e um sortido de bolachas que a nossa mãe colocava em cima da mesa depois da ceia e que nós, irmãos, quase andávamos à pancada para conseguir agarrar aquelas que tinham uma cobertura de chocolate. Desses tempos lembro ainda ficar imensamente feliz com a quantidade de desenhos animados oferecidos na televisão e aquelas noites em que eu ficava sentado ao pé da modesta árvore de Natal que tínhamos e passava horas de boca aberta a observar todo encantado as luzinhas coloridas que não paravam de piscar e faziam-me acreditar em coisas mágicas. Normalmente acabava por adormecer de tanto olhar para as luzes e depois acordava sempre deitado na minha cama sem nunca me lembrar de como tinha ido lá parar. Hoje em dia os meus natais passaram a ser muito diferentes. Talvez por nunca ter sentido a alegria de receber presentes acabo por ficar sempre imensamente feliz por poder alimentar o imaginário dos meus filhos e ser parte da alegria deles. Como disse a Pipoca, acho que desta forma também acabo por viver o Natal através dos seus olhos e os momentos felizes que tenho o privilégio de receber e partilhar com eles, ao lado da minha querida amada, acabam por preencher qualquer vazio que ainda me resta e fazem justiça aquilo que eu considero ser a verdadeira magia do Natal; Uma família unida. :)
Celebração cristã? Ahahah adoro quando só conhecem a história que lhes convém ou que lhes foi vendida. O natal era uma celebração pagã, e tal como outras celebrações pagãs, foi mais uma data apossada pelos cristãos. Para mim, é só mais uma data para estar com a família, e sim trocar presentes, de resto é para o lado que durmo melhor, missas do parto, missas do galo, o menino Jesus e o raio que o parta...
Olá Pipoca,
Pensar no Natal aquece-me o coração e arrepia-me na espinha. Tenho 24 anos, e quase todo o meu agregado é o mesmo...o Natal para mim não é saudade e todos os anos melhora. Para mim é ultrapassar tudo o que se passou de mau no ano passado com uma decoração festiva, com as cores que a matriarca da família escolhe, uma lareira acesa com todos em redor, e, claro, como não podia faltar, uma mesa BEEEEM recheada.
Sempre disse e continuo a dizer, o Natal para mim assume uma maior importância que qualquer outra festividade. Enquanto estou sentada na carpete, para dar o lugar no sofá aos mais velhos, não consigo deixar de encher o peito de orgulho na família que me rodeia. Cada um com os seus defeitos, mas todos conseguimos juntar-nos para saborear estes tão curtos, e esperados, dois dias...
Cá em casa abrimos os presentes no dia 25, mesmo antes do almoço, que é quando a família está realmente toda reunida. Mas isso pouco importa, até porque vem o borrego e o perú de seguida (já para não falar das rabanadaasssssss e da aletriaaaaa, aiiiiii!!), que são a notícia de última hora! Sim, porque conversa é muita, mas o que realmente importa no Natal português é o que está à mesma, seja salgado ou doce!
Falando em presentes, Pipoca, o meu eu girly consumista sonha com uma Le Piage há aaaaanos... contudo o meu eu mais sensato, só deseja mesmo que, por esta altura no próximo ano, esteja feliz, rodeada dos melhores, a exercer a profissão para a qual estou a terminar os estudos, veterinária...
Ai Pipoca... eu que me rio sempre ás gargalhadas com os teus textos, desta vez deixaste - me com a lágriminha nos olhos. Que descrição tão perfeita dos Natais que vivi há tantos anos atrás. Obrigada por esta viagem ao passado tão doce e que deixa tantas saudades!
Nunca tive um Natal com árvore, presépio, amor, prendas, felicidade... cresci numa família conflituosa, pai alcoólico, mãe narcisista, nunca se deram com ninguém da família por isso nunca convivemos com avós, tios, primos... sempre foi solitário e triste.
Cresci, conheci o meu marido no 8º ano e aprendi como é o Natal de verdade, fui "adoptada" pela família dele e o meu Natal passou a ser recheado de gente, de alegria,de afecto, amor, comida, prendas... Criamos as nossas tradições como comprar um ornamento novo todos os anos para a nossa árvore gigante, pendurar na lareira as meias feitas pela minha sogramãe e comprarmos todos os anos um livro de Natal novo para a nossa biblioteca de Natal. Depois fomos abençoados com três maravilhosas filhas e com elas o Natal tornou-se mais especial ainda e veio a cartinha para o Pai Natal ler ao menino Jesus, as bolachinhas o leite e cenouras para as renas, montar a árvore de Natal com todos os ornamentos que compramos ao longo destes anos e elas querem sempre ouvir o significado de cada um deles e adoram colocar os delas e o anjo no topo da árvore, é sempre uma guerra sobre quem coloca o menino Jesus no presépio na manhã de dia 25, a excitação de enchermos às escondidadas todas as portinhas do calendário do advento de doces e embrulharmos e escondermos as prendas, fazer o bolo para cantar os parabéns ao menino Jesus no dia 25 e os cartões e prendas para toda a família, ler ao deitar os livros que fomos adquirindo ao longo destes 17 anos ... o meu coração enche-se de alegria porque sei que as minhas filhas têm um Natal cheio de amor e felicidade como eu nunca tive em criança. Feliz Natal para todos!
Anónimo17 novembro, 2017 11:08
Estive casada durante 10 anos e nunca, mas nunca passei uma noite de Natal com o meu marido. Temos os 2 familias grandes e a logistica da deslocação de tanta gente não era fácil. Assim, eu ía (vou ) para o Ribatejo na véspera de Natal e o meu marido passava em casa dos pais em Odivelas. Tal como eu gostava de passar com a minha familia, também entendia que ele quisesse fazer o mesmo com a dele. Resultou durante todo o tempo em que estivemos juntos e não foi esse o motivo da nossa separação. Cada casal, familia deve encontrar o seu ponto de equilibri.É suposto ser uma data de Paz e Amor, não de criar problemas entre pessoas, principalmente familia. Felicidades para o rebento.
Por eles, que não têm voz para agradecer, muito obrigada pelo seu pedido tão altruísta. Para aqueles que toda a vida esperam (muitas vezes em vão) por uma família, ter ao menos um bocadinho mais de conforto já era maravilhoso. Lembremo-nos que eles NUNCA nos abandonariam. ❤️
Vai ser o primeiro Natal sem a minha mãe, que faleceu há poucos meses. Acho que isso diz tudo sobre como vai ser o Natal de 2017...
Então e passar um ano em casa de cada um? Este ano com os sogros, para o ano com os pais. Se a senhora passa o Natal sem os seus pais, o seu marido pode bem passar sem os dele em anos alternados.
Desde que me lembro que foi assim com os meus pais em relação aos meus avós: anos ímpares nos maternos, pares nos paternos e nunca houve drama. Claro que há um ano preferido, mas estamos juntos e é Natal!
Eu ainda tenho frio e lareiras e ainda nos reunimos todos, mesmo os velhotes que já quase não saem de casa. E também faço os doces todos da época, é uma coisa que gosto mesmo de fazer, mesmo aqueles que não aprecio.
Ainda assim, senti o efeito do seu soco... Bem escrito, 12:38!
Engraçado como me revi em muitas coisas que aqui foram descritas...O Natal para mim é dia mais lindo e desejado do ano.Não pelas prendas(nunca o foi)mas pela magia, pela reunião da família(estamos bastante longe uns dos outros). Somos 4 irmãos, montes de primos e ainda tenho os meus queridos avós maternos. Sonho com a chegada do dia 24, levanto me cedo e começámos a fazer os doces, a decorar a sala a rigor. É simplesmente fantástico. Mas desde que me casei tem sido um stress...as coisas mudam!custa me tanto não poder passar o 24 e 25 com os meus.Pelo menos consegui que o 24 seja sempre do meu lado. A família do meu marido é pequena e a relação entre eles é muito fria:( O 25 parece um funeral!e eu sofro com isso.Já tentei introduzir algumas coisas para alegrar a coisa mas já desisti. Que saudades do antigamente! Levar com aquilo no 25 mata me por dentro mas...c est la vie! bjinhos
Primeiro natal sem a minha avó, a minha última avó e por aqui aquela certeza de que a emoção de criança não se volta a sentir. a família ramifica-se, sinto que andamos sempre a correr de um lado para o outro, tentamos estar com todos e parece pouco tempo para estar com cada um. Tentamos ainda assim, manter a chama viva, sobretudo pelo mais pequenos que nos vão alegrande e enchendo de sorrisos.
Anónimo das 20h19 tem toda a razão! tivemos a infeliz ideia de levar a minha sogra passar a consoada a casa dos meus pais. Mas que erro...no que eu me fui meter. A sra falou sem parar, conversas super inconvenientes..Já sabia que era assim mas pensei que por não conhecer quase ninguém se iria "comportar".Senti que os meus familiares estavam incomodados mas nunca me disseram nada para não me magoar. Essa noite?? Acho que nem abri a boca, tive que engolir mas senti me envergonhada..vergonha alheia se é que me entendem. Os nossos pais não são família dos nossos sogros. Não sei como vão ser estes anos que aí virão.
Anónimo (23:32), sim o Natal teve uma origem pagã e só passou a ser uma celebração cristã a partir do ano 354, sensivelmente, mas dizermos que a festa Natal continua a ser nos dias de hoje uma festa pagã também não tem um pingo de fundamento. Se alguém pretender retirar algo de "pagão" na festa de Natal não pode fazê-lo invocando a sua origem mas sim analisando o seu desenvolvimento actual e nesse aspecto não existe confusão possível, nada é semelhante e nem sequer equiparável. Para além disso, que diferença pode bem lhe fazer que as outras pessoas gostem de acreditar ou não no menino jesus? O importante é sermos felizes através daquilo que acreditamos.
caro historiador das 23:32, falou muito bem "era uma celebração pagã". Hoje em dia quer queira quer não é uma celebração cristã, é um dia que está associado ao nascimento de cristo . agora que queira celebrar porque acha giro, gosta de receber prendas ou porque é mais uma ovelha no rebanho... opá está no seu direito
Sou a autora do comentário inicial, muito obrigada pelos votos para o rebento!
Já vi que este 'drama' é comum a muitas familias, infelizmente. Por aqui começou a ser o ano passo no tal sistema alternado, calhando como primeiro Natal fora da minha família e daí a minha tristeza. Como casal há cedências a ser feitas, umas vezes um, outras vezes outro. É uma questao de equilíbrio e cada um encontrará o seu.
Como eu referi e alguem muito bem reforçou, não é assim tão simples juntar todos à mesma mesa. Porque ha personalidades que sao dificeis de gerir, porque há tradições diferentes que nao podemos obrigar os outros a aceitar, porque há novas ramificações e novos membros que não se pode incluir sob pressao. Gerir relaçoes familiares é tudo menos simples e a boa-vontade por si só às vezes não é suficiente.
enquanto n havia descendentes, passavamos os dias anteriores juntos com uma das familias, no natal cada um ficava na sua familia, dps do 25 de dezembro ficavamos juntos com a outra familia. fomos trocando a ordem ao longo dos anos, mas passamos sempre o 24 e 25 cada um com a sua familia. nenhuma das familias se pode considerar minimamente respeitadora e acolhedora, a dele n me respeita e nao me aceita, idem para a minha em relacao a ele. agora q ha rebento so temos vontade de passar o natal longe de ambas as familias... pq nao da para as juntar (feitios, manias) e pq estamos fartos de guerras e queremos paz. grande abraco a quem tem q enfrentar o mm cenario de natal. mega abraco a quem se esforca para acarinhar quem os filhos escolheram.
Tenho 34 anos, um marido que é tudo para mim e uma boneca de 21 meses. O Natal (mais o dia 24)é para mim o dia mais feliz do ano..dou por mim ansiosa que chegue e quando chega pareço uma criança!absorvo aquele dia como mais ninguém. Adoro ver a família reunida , adoro o cheiro da casa, lareira acesa, longas conversas.É tudo de bom ! No entanto quando vi este post vieram me as lágrimas aos olhos porque o meu natal nem sempre foi assim. Até cerca dos meus 22 anos as memórias que eu tenho é de natais frios,tristes e lembro me que sofria muito com isso. Durante anos o meu pai mergulhou numa profunda depressão e refugiava se no alcool...Valeu nos a nossa mãe que foi sempre uma guerreira.Lembro me que no dia 24 de manhã eu rezava para ele nesse dia não beber tanto...para termos uma consoada sossegada, mas nunca era. Foram anos de dificuldades financeiras muito grandes e prendas nem vê las...eu era muito novinha e durante meses juntava dinheiro para a minha irmã mais nova ter uma barbie no sapatinho. Agora olho e para trás e vejo que tinha uma maturidade muito grande. O meu sapatinho aparecia vazio ou com uns chocolatinhos mas não era isso que eu queria..Entretanto as coisas mudaram...hoje os meus pais são muito felizes e a minha casa é um ninho de mimo :) Não fiquei traumatizada porque a nossa mãe preencheu muito daquilo que nos faltou mas emociona me sim. Desculpem este comentário enorme...Um Natal cheio de amor para todos!
Querida anónima passei pelo mesmo há 5 anos. Sabia que aquele seria o ultimo natal com o meu pai. Foi um Natal triste e em que tentamos absorver todas as recordações possiveis. Agora é uma altura muito triste e até solitária. Resume-se ao jantar entre mim e a minha mãe e a missa do galo que desde então marcamos presença.
Carolina
Não sabia se as pessoas iriam conhecer o nome Madeiro e joguei pelo seguro ahahah
E Boas Festas!!!
O meu filho faleceu há 19 anos,o meu marido 14,continua a doer,tenho mais uma filha,mas nada é igual!E já nem falo da infância, belos tempos!Detesto esta altura do Natal,quando chega o dia 26,sinto um alivio!Quem passa pelo mesmo compreende!
No meu caso será o meu primeiro Natal sem o meu pai, que faleceu há dias...acho que é nestas alturas que passamos a valorizar o que realmente interessa, que são as pessoas. Não vai haver presentes para ninguém este ano. O que me importa será mesmo ter a minha mãe e os meus irmãos por perto e o resto da família e dos amigos, e desfrutar da sua companhia ao máximo. Muita força e coragem. De facto, ninguém nos prepara para isto. O tempo ajudará, pelo menos, assim espero. Um beijinho.
Ahahah!! Também reparei!
Exacto! Foi logo o que reparei assim que abri o post!
Boa Pipoca, a brigada das cortinas já pode vir fazer a inspeção!
que bonito, pipoca :)
Ana C, www.adreamersland.com
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É tao difícil pensar os natais felizes de antigamente... fui muito muito feliz nos Natais que tive, porque tinha gente empenhada em fazer-me feliz apesar de tudo o que me pudesse magoar (e que me magoava ainda mais nessa época). Se eu pudesse pedir algo ao pai-natal eu pedia todos os que fui perdendo pelo caminho :(
Em relação ao lidl, este ano a decoração será de lá, e também já está presente em alguns presentinhos ehehe o lidl nunca falha :)
Sim... a senhora que se adora continua a parecer muito azeda :)
Natal sem madeiro não é Natal :)
Adorei este texto, mesmo!!
Pipoca: sugestões de agendas, please!
Hahahahaha!!!! Lindo texto, Pips :)
O seu desabafo tocou-me imenso! Peço-lhe que faça a árvore e coloque a estrelinha no topo! Pelos seus...muitos beijinhos
Como eu a entendo anónima..Perdi o meu pai à 7 meses...tem sido uma dor tão grande e tão forte que por vezes penso que não vou aguentar...Era e continuo mt agarrada a ele...
Beijinho no coração e muita força...
Obrigada pela força e pelo carinho...Sinto-me de luto e sem vontade de festejar....mas tal como vocês dizem a minha menina com apenas 2 anos não entende este luto....Podemos não ter uma árvore grande...podemos não ter luzes por toda a casa mas vou tentar que tenha um Natal feliz...Obrigada e Um Feliz e Santo Natal
Coquinhas, faço minhas as suas palavras. E tal como você também se pudesse pediria ao pai-natal que me trouxesse de volta os meus pais, a minha sogra e os meus avós. Todos eles me fazem tanta falta, e não posso escrever mais pois já estou para aqui a chorar. Mas a vida tem que continuar. Feliz Natal a todos!
Manuela
Abraço apertado para todas/os !
Abraço para todas. Eu pensei que este natal fosse ser o melhor de todos. Estava grávida com dpp a 15 de Dezembro. Estava muito feliz com a ideia de termos um menino Jesus neste Natal... mas a vida troca às voltas e às 22 semanas soubemos que já ia nascer.
É muito triste mas temos que dar valor aos que estão e aos que temos embora seja uma dor muito grande.
Posso dizer que tenho 49 anos e que na minha infância o meu Natal era muito, muito pobre. Eu nasci numa aldeia a 35 km de Lisboa, mas há 40 anos a distância era significativa especialmente para quem não tinha carro. A loucura do Natal começava quando o meu tio que tinha uma mercearia e um café, e um mês antes do Natal enchia a loja com uma corda de ponta a ponta com as bonecas, carros etc, tudo dentro de sacos presos por molas, nessa manhã em que ele abria e todos nós corríamos par escolher o que pedir ao menino Jesus, no meu tempo não havia pai natal. Riamos, brincávamos entre nos com a hipótese de recebermos isto e aquilo, uma queria a maquina de lavar louça, outra a de lavar roupa, outra o frigorífico (ainda tenho os meus) e formávamos todas juntas uma cozinha, era a loucura. Nós transmitíamos aos pais que certamente mandavam guardar na mercearia. Na noite de Natal, havia árvore de Natal, verdadeira, alguém apanhava um pinheiro na mata próxima (que hoje já não existe)comíamos bacalhau cozido, a minha mãe fazia sonhos de abóbora e coscurões e era só. Deixávamos o sapatinho na chaminé e só pela manhã do dia de Natal, bem cedo corríamos a ver o que ele,o menino jesus nos deixava. Um presente a cada um. O meu melhor ano, foi no ano em que deu na tv pela primeira vez a Heidi e o Pedro e recebi os mesmos que se davam à corda e eles rodavam e andavam pela casa, foi uma manhã de loucura, nesse mesmo ano o meu irmão recebeu um comboio a pilhas que parece que ainda ouço o barulho dele a andar por baixo das camas com as luzes a acender. Essa era a nossa loucura e a seguir ao almoço, com as nossas melhores vestes vínhamos para a rua mostrar uns aos outros o que nos tinha trazido o menino jesus. Era tudo muito simples, mas muito diferente dos dias de hoje. Hoje tudo o que quero do Natal é saúde para todos os meus, claro, em primeiro lugar e um livro ou dois debaixo da árvore, comprados pelo marido ou pelo filho.
Mas devo reconhecer que estes meus natais não eram mais infelizes que os de hoje, eram sim felicidades diferentes!
Soube bem falar do meu Natal com mais de 40 anos. Obrigada!!
Não é fácil, não :(.
Beijinhos para todas
Beijinhos para todas, muita FORÇA e muita CORAGEM!
Manuela
Pois eu com 35 anos apenas lembro de um Natal na minha infancia... tinha eu 3 anos.
Lembro de estarmos no sofa a espera que o PaiNatal chegasse com as prendinhas e de alguem simular que ele estava a bater a porta. Senti um misto de ansiedade e medo... tinha so 3 anos! Infelizmente nao festejamos mais nenhum :(
A minha mae começou a estudar a biblia com as TJ e nunca mais se celebrou o Natal :(
A cada ano quando chegava esta altura para mim era um tormento porque nao podia participar das atividades na escolinha relacionadas com o Natal e sentia vergonha qd me perguntavam o que recebi no Natal... tinha vergonha de ser diferente... mas era um misto de sentimentos pois por uma lado acreditava que era tudo errado e que as pessoas andavam todas enganadas sobre a verdadeira origem e historia do natal por outro lado tinha pena de nao o festejar e sentia-me uma pecadora por ter esses sentimentos...
Felizmente aos 20 anos tornei-me independente, saí de casa, larguei as amizades que tinha (nessa religiao) e larguei essa religiao tambem e so quando me afastei totalmente percebi o quanto da minha vida perdi as custas disso... o quao manipulada andava
Depois de casar comecei a festejar o Natal e todas as festividades... e caramba... sao sempre festas de arromba com decoracoes xpto... ando a desforrar por todos os anos que perdi.
Agora estou com 35 anos e um filho de 3 e quero passar toda esta tradicao de familia... quero que ele tenha boas recordacoes destes momentos em familia...
Quero que ele seja feliz!!!
Mr wonderful
E quando o Natal que sempre adorámos de repente deixa de existir completamente. E tudo o que nos apetece nesta altura é hibernar durante um mês
Alexandra a minha dor é em tudo semelhante à sua. O meu pai faleceu em Abril (7 meses) e o meu filho tem 2 anos, assim como a sua. Vou fazer a árvore de natal para tentar levantar os animos e não perder o espirito natalício. Mas sinceramente até tenho medo de pensar em como vai ser essa noite sem ele :( Só me quero aguentar em frente à minha querida mãe mas vai ser duro, muito duro :(
E o que mais me custa é que no último natal, o meu pai ainda fazia quimio mas eu não pensei que fosse o último natal com ele.
Muita força desse lado e uma tentativa de Feliz Natal.
Beijinhos
Sofia Brito
Bom dia Sofia...
Ai que dor que é...temos mesmo uma história semelhante, infelizmente muito semelhante...o meu último natal foi horrível... não houve ceia de Natal, os efeitos da quimio estavam ao rubro e lembro-me de me sentar sozinha à mesa e comer uma batata...O meu pai tb morreu em Abril...Morreu domingo de Páscoa com 68 anos....Sinceramente não sei se consigo fazer a árvore...até pq estamos com a minha mãe...estou apenas a pensar decorar a parte da lareira, apenas para que a minha menina não sinta tanto...
Beijinho muito grande Sofia
Ponto M - Agenda Fernando Pessoa e Agenda Música
Tenho 35 anos e sendo filha de pais divorciados os meus Natais eram partilhados: dia 24 em casa de um e dia 25 em casa do outro alternadamente, mas posso dizer que, apesar de diferentes, com outras pessoas e filhos de outros relacionamentos dos dois lados, a magia era a mesma!
O Natal sempre foi a época do ano que eu mais ADORO, vibro com todo o ambiente envolvente, com as decorações, com o espírito positivo e com todos os preparativos para o grande dia... em pequena o dia 24 era aquele que mais gostava: a azáfama na cozinha logo a partir do fim do almoço, os cheiros misturados dos doces, do bacalhau, das couves, a família que ía chegando ao longo do dia, o crescendo do entusiasmo com a chegada da noite, a contagem decrescente do tempo para abrir os presentes (nas minhas duas casas sempre se abriu à meia noite, era a noite em que tínhamos permissão para não ter horário para ir para a cama!), a excitação dos presentes que só acalmava lá para as 2h da madrugada, o adormecer com um sorriso nos lábios e sonhar com coisas boas...
Em adulta a magia perde-se um pouco, tal como perdemos a inocência da infância, até porque outras responsabilidades se impõem e com marido acabamos por nos ter que dividir por 3 famílias (2 minhas e a dele) em 3 locais muito diferentes do país. Ainda por cima trabalhei durante muitos anos no comércio em centros comerciais e o dia 24 passa-se sempre a trabalhar, só começamos a festejar o Natal à hora do jantar.
Este ano, estou a mais ou menos 1 mês de ser mãe pela primeira vez e ela vai ser a minha grande prenda de Natal! Provavelmente será um natal mais calmo, a três, mas com certeza muito feliz... e espero passar-lhe este gosto, quero que ela sinta esta época como ela é: Mágica!
Não preciso de pedir mais nada, tenho tudo o que me faz feliz: Amor, Saúde e uma Filha linda a caminho (o resto vem por acréscimo)! :)
Ana
É verdade, sinto-me assim desde os 11 anos, quando a minha mãe morreu um mês antes do natal e o avô 2 meses antes. Foi uma dor enorme p'ra toda a família. Mas tento fazer um esforço para ir ultrapassando e não ser amarga. Mas continua a doer muito
Ao ler o que escreveu lembrei-me do Natal da minha infância.
Lembro-me da enorme árvore de Natal enfeitada com anjos, estrelas, luzes e bolas, do bebé que só era colocado no presépio no dia vinte e cinco, da lareira sempre acesa proporcionando um agradável calor, contrastando com o frio que vinha das ruas iluminadas, do cheirinho a pão-de-ló e a bolo-rei que saía das pastelarias e que enchia a barriga de quem passava perto delas. lembro-me de como acordava alegre e ansiosa por ajudar a minha avó a preparar as rabanadas, os bolinhos de abóbora, as filhoses, aletria, o leite-creme e de como me lambozava com uma deliciosa mousse de chocolate. Iam-se procurar as maiores panelas e travessas, a mesa era posta com a loiça especial, decorada com a toalha mais bonita e um grande arranjo de azevinho e velas feito pela minha mãe. Depois, enquanto o dia ia morrendo e a noite nascendo, começavam a chegar as pessoas, uma a uma, com uma rapidez impacientemente lenta, trazendo com elas alguns doces, espumantes, vinho do Porto e presentes.
Como tudo me parecia perfeito! Todos pareciam estar felizes, sentavam-se em redor da grande mesa da sala de jantar e o humilde bacalhau transformava-se milagrosamente no melhor jantar do mundo! No ar, sobrevoava um agradável e inconfundível cheiro a frutos secos, açúcar e canela. Ainda hoje, continuo a sentir esse aroma.
A noite demorava uma eternidade a passar. Recordo-me que eu e os meus primos, esperávamos alegremente pela meia-noite, altura em que supostamente o Menino Jesus, com a preciosa ajuda do Pai Natal, traria presentes para aqueles que menos travessuras tinham feito ao longo do ano. Nunca acreditei no Pai Natal e tinha consciência que o Menino há muito tinha crescido. Todavia, fingia acreditar. Talvez para aproveitar aquele momento mágico em toda a sua plenitude. Todos os anos acontecia religiosamente a mesma coisa: o grande relógio do corredor anunciava pomposamente as doze badaladas e, simultaneamente, alguém tocava a campainha da porta. Enquanto corríamos euforicamente para a porta da rua, alguém punha os presentes junto da árvore. Quando fecho os olhos ainda consigo ouvir os risos ao rasgar energicamente os papéis coloridos dos presentes que, como por encanto, tinham aparecido ali…
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