Isto dos bebés é um mundo. Há quem tenha muitas dúvidas, há quem tenha todas as certezas do mundo, há quem viva no pânico constante de estragar os putos, enfiando-os numa redoma de vidro, há quem seja altamente descontraído e não queira saber se eles comem areia na praia, até lhes faz bem à flora intestinal. Há de tudo, só não há uma fórmula mágica ou um qualquer manual aplicável a todos os bebés, com garantias de sucesso absoluto. Era bom, mas não há. O que há é malta que se dedica a estudar a este assunto nas suas várias artes e tem coisas a dizer. Pois que daqui a uma semana (dia 22) vai acontecer o primeiro Congresso Nacional do Bebé, no Time Out Market (mercado da Ribeira), com uma data de oradores, conferências, música e um workshop sobre equívocos de comunicação entre pais e bebés. Ao longo do dia serão abordados temas como o sono do bebé, o parto na perspectiva do bebé (quem diria que o bebé tem alguma coisa a dizer sobre o assunto), o choro, a amamentação, and so on, and so on. Por lá passarão pessoas de quem gosto muito, como a Constança Ferreira (especialista em sono do bebé) ou a enfermeira Luísa Sotto-Mayor, com quem fiz o curso de preparação para o parto. Só por elas já valeria muito a pena, mas haverá outros oradores igualmente bons (por exemplo, a antropóloga britânica Helen Ball ou o pedopsiquiatra Pedro Caldeira da Silva). Se são pais, se estão para ser pais, se são educadores, cuidadores, médicos, enfermeiros, conselheiros de aleitamento ou outros profissionais nas áreas da gravidez, parto e primeiros anos, este congresso é para vocês. Deixo-vos o programa abaixo. Podem ver mais informação aqui e comprar entradas aqui.
1 comentário:
Eu sei que, de repente, parece que venho aqui estragar tudo e, em vez de contribuir com um comentário optimista venho ser depressiva, mas acho que também era importante falar-se da perda gestacional, ainda que noutra perspectiva. Neste congresso ou noutro mais vocacionado para o tema.
E digo neste porque não me parece totalmente despropositado que se abordasse o tema da perspectiva das mães e pais que, depois de perderem um bebé, muitas vezes já em estados avançados de gravidez ou até em termo, vão para casa de mãos a abanar e ninguém os orienta em termos psicológicos, ninguém lhes diz o que vem a seguir.
Há as aulas de preparação para o parto, para o pós-parto, para os primeiros tempos de vida do bebé na família mas não há nada sobre o vazio que fica numa família que não leva o seu bebé para casa, como era suposto.
Sem dramatizar, penso que podia ser interessante abordar esta temática do ponto de vista dos psicólogos e de como vamos tão mal a este nível no nosso Sistema Nacional de Saúde.
Fica a dica... [de uma mãe que perdeu um filho e não soube o que fazer ao berço vazio mas, sobretudo, não soube o que fazer às mamas e aos braços que queriam ter um bebé para dar resposta ao seu instinto animal, e não tinham como].
Beijinhos.
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Teorias absolutamente espectaculares