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É p'ró menino e p'rá menina

quarta-feira, março 02, 2016


Ainda hoje é quarta e já tivemos uma polémica facebookiana. Ahhhh, tão bom, adoro estes não-assuntos. Pois que agora o drama é com o McDonalds, que anunciou que vai deixar de diferenciar os brinquedos do Happy Meal por género. Até aqui, os Happy Meal eram referenciados como sendo "de menino" ou "de menina", e se os clientes não indicassem qual deles pretendiam, atribuíam-lhe o brinquedo conforme fosse rapaz ou rapariga. Ora isto vai acabar porque, ao que parece, é discriminação. A acusação veio da parte do Diário de Notícias que, consciente das grandes lutas que devemos travar no século XXI (ironia), confrontou o McDonald's e lhes disse "meus meninos, não há cá distinção nos brinquedos, toda a gente pode brincar com tudo, por isso vamos lá parar de dizer que isto é de menino e que aquilo é de menina, está bom?". E assim foi. O McDonald's Portugal ouviu, baixou as orelhas (até porque em 2014 a marca já tinha anunciado que ia acabar com a prática de discriminação por género) , e por isso agora não há cá "de menino" nem "de menina". Há brinquedos.

Ora isto suscita-me aqui algumas questões. Em primeiro lugar,
ou sou muito alheada ou vou poucas vezes ao McDonald's, porque nunca nesta vidinha tinha percebido que havia dois tipos de brinquedos diferentes (e eu até costumo pedir o Happy Meal). Achei que numas vezes havia brinquedos "mais de menina" (até tenho medo de escrever isto sem me aparecerem aqui os descompensados), tipo os Pequenos Póneis, e noutras "mais de menino", tipo os Transformers. Era a vida, numas vezes agradava mais a gregos, noutras agradava mais a troianos. Mas não. Afinal havia quase sempre duas opções (excepto em colecções mais consensuais, tipo a do Snoopy, que dá para os dois lados, salvo seja). E preocupa-me virem agora dizer que o McDonald´s atribuía o brinquedo conforme o género de quem o pedia porque, meus meninos, eu vim muitas vezes para casa com um G.I.Joe ou coisa que o valha. Que merda é esta? Então eu podia ter pedido uma Barriguita e ninguém me avisou?

O problema, dizem os entendidos no assunto, é assumirem que uma menina gosta de brinquedos de menina e que um menino gosta de brinquedos de menino. Então mas ela não pode gostar de carros e ele de bonecas? Pode, claro que sim, mas se chegam à caixa e não o indicam, é assim tão estranho o funcionário achar que ela vai gostar mais do Happy Meal cor-de-rosa e ele do azul? Isso é discriminatório? Para além disso, se uma miúda chegar e disser que quer o Happy Meal com o brinquedo de menino, ninguém lho vai negar. É só dizer. Se não diz, leva com o de menina. Estaremos, com isto, a traumatizar as crianças ou estamos só todos aqui já a entrar numa onda paranóica? Inclino-me para a segunda hipótese.

Ainda segundo as almas mais contestatárias, o problema é muito maior do que isso. É uma coisa cultural, secular. Acham que as meninas brincam com bebés e os  meninos com carros só porque sim? Claro que não, dizem. Tem a ver com anos de opressão, com a ideia de que elas nasceram para as tarefas domésticas e eles para a diversão e para os trabalhos brutos. E é preciso contrariar essa ideia. É preciso que eles penteiem póneis e que elas andem aos tiros pela casa. Nunca há nada de genético aqui, não pode haver, garantem. E eu, que não percebo mesmo nada do assunto, questiono: mas será que não há? Será que as características intrínsecas dos meninos e das meninas não fazem com que estejam geneticamente mais orientados para certo tipo de brincadeiras e actividades? Atenção, reforço, sou leiga no assunto, alguém que perceba mais e que venha cá explicar. Falo apenas do exemplo que vejo cá por casa. Com dois anos e meio, e sem que nunca ninguém lhe tenha condicionado as escolhas, o Mateus prefere muito mais ver a Patrulha Pata ou o Bombeiro Sam do que a Barbie ou a Dora Exploradora. Da mesma forma que se vir uma boneca ou uma bola, ponho dinheiro em como ele vai correr para a bola. "Ah, ok, mas isso é porque é o que ele vê, na televisão só aparecem homens a jogar à bola". Certo, até acredito. Mas não pode ser também porque ele realmente prefere e tem uma maior predisposição natural para isso? E que mal é que isso tem?

Não percebo qual é exactamente o problema de as meninas gostarem mais de umas coisas e os meninos de outras, desde que não seja por imposição. Se o Mateus me pedisse uma boneca eu dava-lhe, se quisesse ver a Barbie todos os dias eu deixava. Para mim, isso é que é a igualdade, dar-lhe oportunidade de escolha para ser o que quiser. Mas se ele delira com bolas vou dar-lhe uma caixa de Pinipons só para ele perceber que não há cá coisas de menino nem de menina? É por ignorarmos e fingirmos que não há diferenças entre géneros que estimulamos uma maior igualdade de oportunidades? Não creio. Batam-me, mas acho só tonto. Quase que juraria que a maioria de nós, mulheres, brincou com bonecas e que a maioria dos homens brincou com bolas e carros. Que influência negativa é que isso teve em nós, exactamente? Somos mais preconceituosos? Mais intolerantes? Mais trogloditas? Há estudos sobre isso?

E depois, o que é que se segue? Acabar com as secções de roupa de homem e de mulher, porque é discriminação? Com os perfumes de homem e de mulher? Porque não haver só roupa e só perfumes, ponto, sem distinção por géneros? Qualquer pessoa é livre de usar o que quer, mas é ridículo querer anular completamente as diferenças entre homens e mulheres. Porque, graças a Deus, somos diferentes e é isso que nos torna especiais.

Como dizia o Chris Rock na apresentação dos Óscares, "nem tudo é racismo, nem tudo é sexismo". E querer ver preconceito e discriminação em TUDO, até em coisas completamente inócuas como esta, faz com que nos desviemos do que realmente importa. Isto é muito a história do Pedro e o Lobo: quando for mesmo a sério, podem gritar e esbracejar que já ninguém vai ligar. Entretanto, vou comprar uma Barbie para o Mateus. Pelo menos um de nós vai divertir-se mais. 

153 comentários:

Anónimo disse...

Que texto tão bom, parabéns! :)

Unknown disse...

Concordo plenamente!Liberdade é poder escolher com qual dos brinquedos se quer brincar, não é impor um brinquedo unissexo.

Anónimo disse...

Nem mais!

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anónimo disse...

Mto bom, concordo em absoluto! Realmente parece que estamos numa paranóia colectiva e não é só com os brindes do McDonalds... Cá para mim são manobras de distração, com tanto problema realmente grave e importante no mundo e perde-se tempo com isto? E o tarado do Donald Trampa poder ganhar as eleições, não? Medo, mto medo... :( Isabel Vasconcelos

Unknown disse...

Gostei do seu texto e é bem verdade "nem tudo é racismo, nem tudo é sexismo"
Mas tenho muita pena que o DN e o Governo dediquem tanto a este assunto, de importância vital (!) e tão pouco a outros mais urgentes e sérios...

Unknown disse...

Totalmente de acordo contigo Pipoca!
Começa a ser demais.
Com estas coisas parvas, começa a ser simplesmente estúpido esta luta pela "igualdade" de género!!

Sara_Gil disse...

Eu acho este (não) assunto uma tontaria!!! até porque no Macdonalds pode-se escolher o brinquedo que se quiser, ou seja, se um menino quiser um brinquedo de menina ou vice-versa o funcionário certamente não vai negar só porque "és menino(a) tens de levar brinquedo de menino(a)" É que já estou a ver o berreiro que vai ser nas caixas com as criancinhas a dizerem que não querem este ou aquele brinquedo (os meus incluídos :D ) enfim... tanta coisa efectivamente importante para se resolver no mundo e vão dar importância a coisas que não têm importância nenhuma!!!

Anónimo disse...

CONCORDO!!! Sou a favor da igualdade, mas acho que se está a cair no exagero. E como tudo o que é exagerado é demasiado, é fora de contexto, a questão da igualdade do género tem de ser pensada com calma e sem extremismos! Pode-se encontrar uma solução dentro da razoabilidade, mas não dentro de um extremismo! Se o pensamento foi generalizado ( que não é de todo!), então seria também NORMAL um rapaz usar saia na escola! (Acho um absurdo!) Bem, concluindo, porque senão entraríamos num Pós e Contras de horas, acho que dentro da razoabilidade é possível encontrar uma solução! (por exemplo, os bonequinhos do Gru - o mal disposto (que não me lembro agora o nome), acho que tanto uma menina como menino irá gostar!
Mas, estou como o "outro", se nascemos rapaz e queremos ser rapariga, tudo bem, logo que não interferia no próximo, nem tenha de interferir na esfera do outro (ou seja, neste caso interfere, muda-se as oportunidades pelas vontades da MINORIA!!!!)
Quid Iuris????

Anónimo disse...

Aposto que se os filhos (rapazes) destes senhores que se insurgiram contra a distinção sexo nos brinquedos no McDonalds, lhes pedissem uma Barbie no Natal não iam pensar "pode brincar com o que quiser porque não deve haver distinção de sexos".
Sempre houve brinquedos que interessam mais a meninos que a meninas e vice-versa. Não é nenhuma aberração, é saudável.
O cérebro do homem e da mulher funcionam de maneira diferente e necessitam de estímulos diferentes, é científico.
Querer igualar os sexos é só muito estúpido.

Cartas da Mamã disse...

Texto muito muito bem escrito! Concordo com a tua opinião sem mudar uma palavra :)

Anónimo disse...

Preocupa-me o rumo que estamos a levar enquanto seres humanos.

Anónimo disse...

Eu sou claramente uma vítima do sexismo vigente... em miuda adorava brincar com cozinhas de brincar e baldes e esfregonas (hoje em dia não me parece tão giro). E em minha casa quem sempre cozinhou foi o meu pai, nunca a minha mãe... vá-se lá perceber onde fui buscar estes gostos parvos. Vou ter uma menina daqui a poucos meses. Vou já estudar brinquedos unissexo para não a condicionar.

Anónimo disse...

Excelente. O pessoal anda histérico por muito pouco.

Carolinna disse...

Quando era criança (nos anos 90) havia claramente uma distinção entre as coleções de brinquedos - uma para os meninos e outra para as meninas. Contudo, acho que essa fronteira se foi esbatendo e agora só tornaram a coisa "oficial".
Concordo com a Ana, "há brinquedos" e aplaudo a decisão de deixar o Mateus escolher os seus brinquedos. Sei de muitos pais que não o fazem :)

Anónimo disse...

Estou tão de acordo Pipoca... acho apenas ridículo, não faz qualquer tipo de sentido. É o nosso país preocupado com questões de "discriminação", que na minha opinião é uma "discriminação inocente".

Marisa disse...

Também concordo. Somos tanto pela liberdade hoje em dia que se eu discordar de algo rotulado de "evolução" por alguns, sou automaticamente criticada. É chocante. Nos dias que correm, somos tão "livres", que a liberdade só vale para os defensores da "modernidade". É curioso, porque os grandes ditadores da história também começaram assim. Na sua visão [distorcida] aquilo era a evolução. Questiono-me onde vamos parar com isto tudo.
Obviamente [para mim, não precisam de concordar] que há muito de genético aqui. Eu tinha a mãe mais piroso-barbie que possam imaginar, no entanto eu detestava cor-de-rosa... Ela bem tentava, eu não queria. E agora? Mas gostava de brincar às navegantes da lua e com a barbie, bem como gostava imenso do dragon ball... E então? Tinha muitas amigas que adoravam atirar pedras e jogar à bola. Não deixavam de ser meninas. Adorava ter amigos rapazes, porque eles eram diferentes. E continuam a ser. E sempre serão pessoas. Nós temos um pipi, eles têm pilinha. Não somos iguais. Há diferenças sim e não há mal nenhum nisso... Por favor! Já não posso mais com estes pseudo-assuntos que agora são o pão nosso de cada dia. Desculpem o desabafo, mas é que sinceramente... já não há pachorra!



Cirstina Monteiro disse...

Concordo com vários pontos mas do ponto de vista biológico não, não existe predisposição até porque os brinquedos foram criados e moldados por nós. O seu filho pode ter mais tendência a seguir o que o pai faz por exemplo, sem sabermos influenciamos as escolhas dos nossos filhos desde pequenos, pelos brinquedos, pelas cores e estilos da roupa etc. Nada contra isso mas só para realçar o ponto de que não existe predisposição de acordo com o sexo. É tudo resultado do ambiente. E não considero isto um não-assunto. Acho que por termos durante anos e anos diferenciado os brinquedos e funções de meninos e meninas no que toca à brincadeira, moldámos também a sociedade de acordo. Não que isso torne as pessoas mais preconceituosas ou violentas mas a sociedade que temos (claramente mais machista, independentemente de nem todos pensarmos assim) é resultado disso mesmo, de se ter definido um papel diferente para a mulher e para o homem desde pequenos. O caso McDonalds é pequeno mas resulta de uma mudança que se tem vindo a fazer nos últimos anos. Pôr as pessoas a falar disso já ajuda :)

Anónimo disse...

Concordo consigo... mais uma vez parabéns pelo texto. Existem sexos diferentes, o feminino, o masculino e acredito que podem existir pessoas q não se identificam com nenhum dos anteriores, sendo um sexo indiferenciado. Mas não podem dizer que não existem diferentes sexos e q somos todos indiferenciados sendo influenciados somente pelo ambiente em que crescemos. Existem sexos diferentes e ainda bem. Viva a diversidade.

Anónimo disse...

Olá Pipoca :)

Subscrevo na integra.

beijinhos
Liliana Nogueira

Daniela disse...

Não sei se há predisposição genética, mas há certamente inclinações que podem - ou não - ter uma orientação cultural. A minha filha, por exemplo, gosta de PJ Masks e Patrulha Pata - gosta, especificamente, das personagens femininas, que são também heroínas -, mas também de Dora (acho a Dora mais unissexo, é menina, certo, mas a temática do desenho não é feminina, é didática) e Masha e o Urso. Acha a Princesa Sofia "chata" (eu também!), assim como os Pequenos Póneis (sorry!) e tem pouco, quase nulo interesse, em brincar à mamã ou coisa do género. Às vezes gosta de fingir que é rainha ou bruxa, mas, em geral, gosta de ação, diversão.
Eu acho importante, sim, nesse caso específico retirar o rótulo do género para que a criança escolha. As crianças se sentem constrangidas se percebem que não estão a fazer escolhas que delas se esperam. Eu tento me imaginar, aos 5 anos, pedindo um "brinquedo de menino" no caixa e sei que não teria tido coragem. Ou então, levando um brinquedo de menino para casa e depois ouvindo os comentários maldosos de outras crianças. Então, sem o rótulo, cria-se uma liberdade de escolha.
Outro exemplo: fomos à óptica escolher uns óculos para a minha filha e a senhora só lhes oferecia os cor-de-rosa. Ela pediu para experimentar um azul e ela disse, "mas estes são de menino!". É este o problema, percebe, não é que seja tudo sexismo, mas há muito sexismo e isso, numa idade tenra, deixa uma impressão. Se a minha filha vai à loja sem que lhe digam que tem de escolher o rosa, ela se sente mais à vontade de escolher o azul. Crianças são muito impressionáveis.

Marisa Gomes disse...

Realmente, onde é que isto vai parar! Hoje em dia, a palavra "liberdade", é utilizada de forma quase que imposta, o que não deixa de ser irónico (!). Não percebo qual é a gravidade de fazer essa pergunta em relação ao brinquedo. O o que interessa é que ninguém impõe nada a ninguém ao fazer a dita questão... ou seja... se está errado perguntar "menina ou menino", como pode não estar errado, forçar a criança a levar um brinquedo aleatório, se pode escolher!?

Anónimo disse...

Concordo. Estes assunto estão a tornar-se completamente exagerados e caem no ridículo.
Para mim, haverá sempre coisas de menino e coisas de menina. Agora cada um escolhe o que bem entender.
Quanto à roupa, a Zara Men já esteve mais longe de fazer isso. Vê-se cada coisa "estranha" ahaha (claro que tb há coisas ditas normais, básicas, mas foi a primeira loja que me ocorreu) :)
C

Anónimo disse...

Bom, escolher a ignorância é uma opção contudo os problemas não deixam de existir. Sexualizar brinquedos ou cores é sexismo, quer consigam vê-lo ou não.
O que é triste é ver mulheres, que há cem anos não podiam votar, deitar por terra todo o trabalho feito em prol da "igualdade de género", talvez devessem ir de visita a um país que ainda não a tem para perceberem e serem mais gratas. Inacreditável.

Sandra D. disse...

Sem ser um drama, a atitude do McDonalds é um começo. A minha filha já foi literalmente empurrada de uma brincadeira por ser uma brincadeira "de menino". Ela não entende o porquê, claro. Sim, adora ballet e bonecas mas também gosta de tartarugas ninja e homem aranha. Já em relação ao meu filho foi um drama com os lençóis do berço porque eu ia usar os da irmã (por acaso cor-de-rosa que foi o que ofereçam). Claro que ele brinca com carros e pequenos póneis e nenucos e motas e panelas (e com o carro da barbie que por acaso até veio num happy meal). É criança, brinca com o que aparece. Mas se esta história ajudar a não me chatearem a cabeça porque ele brinca com panelas, eu agradeço. E se fizer com que parem de dizer palermices à minha filha ainda melhor. É bom que comecem a aparecer exemplos que mostrem que brinquedos são brinquedos.

Unknown disse...

Na mouche!

Sara L. disse...

Concordo com TUDO! Ainda pensei que fossem deixar de ter as duas opções de brinquedo e passassem a ter apenas brinquedos considerados "unissexo", o que seria completamente descabido... mas não, estamos a falar apenas na forma como se referem aos brinquedos. Ok, sendo assim até estou de acordo. Este último fim de semana comprei um Happy Meal para o meu filho naqueles quiosques electrónicos self-service e, de facto, reparei que onde antes se escolhia "Happy Meal rapaz" ou "Happy Meal Rapariga", agora estava apenas a descrição dos dois brinquedos disponíveis (neste caso eram as Tartarugas Ninja e a Hello Kitty). Mas que continuem a existir as opções, por favor. O meu filho adora os brinquedos "de rapazes" e não tenho dúvidas de que fica bem mais contente com eles, embora também já o tenha visto muito entusiasmado a dar banho e a vestir e despir um bebé da irmã ;)

Anónimo disse...

Quando a minha irmã era pequena e comia o Happy meal, o empregado perguntava-me "menino ou menina?" e eu perguntava que brinquedos eram. Depois era virar-me para a pequena e perguntar-lhe o que é que ela queria. Umas vezes escolhia o de menino, outras os de menina. Ela nunca sabia que o que recebia era menino ou menina.
Agora, independentemente do gosto ou preferências das crianças, vai tudo ter o mesmo. Isso é que é cultivar a supressão da escolha e diversidade de personalidades. Não seria melhor mudar os brinquedos de "menino ou menina" para "1 ou 2"? Era perguntar aos miúdos se queriam o 1 ou 2 - e em vez de escolherem o seu género, escolhiam ao seu gosto.

Anónimo disse...

Só há um problema com o que escreve. Designar algo como de menina/menino implica uma pressão psicológica sobre crianças que não se isentificam com isso. A minha sobrinha escolhe bolas a cima de tudo o resto e está sempre com a designação de que o boneco que deve receber é uma boneca! Estar sempre a tentar assegurar que não há nada de errado na escolha dela é muito ppreocupante por algo, que como bem se diz, é parvo. Gosto que não designem grupos, cada um escolhe o que mais gosta sem o stress se não encaixar no suposto grupo. Essa separação está por todo o lado. Ser chamada de maria rapaz nunca achei piada nem nunca percebi porque os beelindes e carros eram designados por brinquedos de meninos . são brinquedos, ponto. As crianças que não encaixam no estereótipo não precisam de ser massacradas desde cedo. Mas isso sou eu. Nunca achei piada nenhuma às designações dos brinquedos e cores que a minha roupa deveria ter.

Marta disse...

É mesmo isso! Clap, clap, clap!!

Rita disse...

Hoje não posso concordar contigo Pipoca. Ou melhor, concordo na maioria dos aspectos que mencionas, sem dúvida, simplesmente concluo de forma diferente. Não acho que tenha sido o maior passo que a humanidade deu (mal estaríamos...) mas uma coisa é certa: mal não faz! E por isso mesmo é que me choca a "indignação" geral com esta medida. Até porque, não é nada de inovador. Quando eu era miúda não existia esta diferença.. Se naquela semana o brinde era um carro levavas com um carro e se na semana seguinte o brinde fosse um pónei fófinho levavas com o pónei fófinho. That's it. Parece-me bem! Apesar de eu sempre ter preferido brincar com os brinquedos tipicamente associados às meninas e, por esse motivo, nunca me ter tocado pessoalmente este tipo de "discriminação" (com muitas aspas), a verdade é que acredito que não deve ser agradável para um menino ter que dizer "Eu quero o brinquedo de menina por favor". Provavelmente nem o vai dizer e vai simplesmente ficar com um brinquedo do qual não gosta, porque assim o incutem estes pequenos conceitos estranhos de género.

Ni disse...

Acho que não será apenas esse o problema. Estamos num mundo evoluido e há muita gente de mente aberta que até pode achar um exagero, mas isto não é só "para as crianças". Para a criança, uma boneca ou um carro pode ser o mesmo, e dar-lhe o mesmo interesse e divertimento. No entanto, há sempre uma outra criança que decide "gozar" porque a menina escolheu o carro ou porque o menino escolheu a boneca. Vendo mais ao fundo da questão, a criança que goza não o estará a fazer porque alguém lhe passou estes pressupostos de género? Dessa forma, quem está a agir de forma "errada" serão os adultos, ao passar esses valores. Talvez esta campanha procure, mais do que educar as crianças, educar também os adultos mais 'narigudos', para que estes deixem de passar esses valores de forma tão vincada às crianças.

Anónimo disse...

O seu comentário estava óptimo até à parte do "então seria também NORMAL um rapaz usar saia na escola! (Acho um absurdo!)".

Vamos perceber uma coisa: Um rapaz não pode ser considerado "anormal" porque está a usar uma saia. Isso não é correto e sim: é sexista! O que não é correto é todas as mães deste mundo impingirem saias aos rapazes porque eles têm que ser iguais às meninas. Got it?

Anónimo disse...

Totalmente de acordo. Realmente neste país não deve haver nada mais importante para alterar. Tudo o que é demais, enjoa.

killyourbarbies disse...

Bom, sou antropóloga, por isso considero-me um bocadinho menos leiga no assunto. E a conclusão a que cheguei após anos de estudo (e claro, outros estudiosos da matéria podem chegar a conclusões diferentes) é que há uma base biológica para as diferenças, que é largamente exagerada e ampliada pelas práticas culturais. Que até pode haver pessoas em que a inclinação "natural" (até me custa dizer isto, sabendo que o humano é humano porque é uma criatura cultural) para as coisas "de menino" ou "de menina" possa ser mais pronunciada, mas é no meio que a maioria se encontra, o que faz com que essas divisões criadoras de expectativas deixem de fazer sentido.

Em relação aos brinquedos de menina e à opressão, reflete um pouco sobre os brinquedos tradicionais de menina: nenucos, mini-cozinhas, mini-tábuas de passar a ferro. Brinquedos de acordo com as expectativas que se tem para o futuro das meninas. Acredito que não negarias uma boneca ao Mateus, mas acredito também que o processo de socialização já o tenha ensinado que é "um menino". Quando vivemos num mundo rigidamente dividido entre feminino e masculino fazemo-lo sem sequer pensar, faz parte do habitus das coisas, parafraseando o Pierre Bourdieu. A construção social torna-se uma segunda natureza e usamo-la para explicar comportamentos como naturais.

A questão da igualdade de géneros está em todas as dimensões sociais e não faz sentido insurgirmo-nos contra os grandes assuntos (a violência doméstica, o assédio, as diferenças de salários) quando na base, no nível em que as ideias se formam, as coisas continuam iguais. Talvez seja útil um exemplo, num assunto diferente mas relacionado: não fará o mínimo sentido combater a violência doméstica e não combater o assédio sexual de rua ou a discriminação baseada no género, porque é à própria raiz do problema que temos que ir. Os pressupostos que compelem um homem a assediar verbalmente uma mulher são os mesmos que permitem que outro homem se ache no direito de agredir a sua companheira.

A ideia não é obrigar meninos a brincar com brinquedos de menina ou vice-versa, é acabar com essa divisão. É haver brinquedos, apenas, e que cada um brinque com aquilo que entender. Alguns meninos hão-de brincar com bolas e carros, outros hão-de brincar com carros e nenucos. Parece-me um mundo bem menos complicado =)

Camisa disse...

Deduzo que entretanto acabem com as casas de banho separadas por sexo, retirem os urinóis e vai tudo à molhada??? Get a life people!

killyourbarbies disse...

Isto!

Cátia Guimarães disse...

Por acaso raramente peço um happy meal, mas quando peço é claro que quero o brinquedo de menina porque tem coisas que eu acho mais piada até para dar à minha sobrinha ou assim. Mas, já me deram no mc drive um brinquedo de menino, tendo eu pedido de menina! Quando cheguei a casa fiquei fula da vida, e dei o brinquedo para o sobrinho do meu namorado. Nada se desperdiça, apesar de o meu pedido ter saído ao lado.

André disse...

hey,

tenho lido e pensado um bocado sobre estas coisas, portanto vou tentar responder às tuas perguntas.

1 - A razão mais óbvia de todas é que não é fácil para uma criança de 8 anos ter de dizer "quero o de menina". Mas além de não ser fácil - é estupido. Tão estupido como o gajo na rua que disse ao meu filho que a bola cor-de-rosa dele era de "menina". Se quiseres pensa nesse gajo como uma parábola para a nossa sociedade, e aí está o problema - a sociedade é estupida (e passos como esse do MacDonald's, ou da Target nos EUA, são importantes para contrariar isso).

2 - O problema é muito mais profundo e estrutural do que é isso. Não é só sobre diversão e lida da casa. É sobre acesso a profissões relacionadas com ciência, tecnologia ou engenharia, condicionalismos de géneros, auto limitação, etc. Ninguém quer contrariar predisposições genéticas (se forem inofensivas), quer é criar-se um mundo em que alguém que não seja predisposto genéticamente para ser um homem das cavernas, não se sinta mal, limitado ou frustrado por isso.

3 - a questão é exactamente essa: a divisão M/F É uma imposição!. Ela é transponível (por cabeças descomplexadas como as nossas, que NÃO são a maioria) mas implica sempre um esforço desconfortável para uma criança dizer que quer algo de "menina" ou de "rapaz", muitos obviamente não o fazem. E se os pais dizem que não faz mal, é garantido que alguém na escola vai dizer algo estúpido. Além disso, é muitas vezes artifical (a cena azul / rosa foi 'criada' no século passado).

Há varios estudos, alguns resumos:

http://nytlive.nytimes.com/womenintheworld/2015/08/12/how-gender-specific-toys-can-negatively-impact-a-childs-development/

http://qz.com/494673/science-shows-gender-neutral-toys-empower-children-and-possibly-society-at-large/

Sobre "sermos diferentes" e diferenças entre géneros... é mais útil entender o género como uma linha do que compartimentos estanques... há culturas (noutros tempos e mesmo hoje em dia) em que "ser um homem" era definido por alguém que caçava, tinha várias amantes e batia nas mulheres (tudo predisposições genéticas, pode argumentar-se). Nesses cânones eu, por exemplo, não seria considerado um "homem a sério". E, mesmo hoje em dia, quando admito que chorei no Lendas de Paixão, as pessoas levantam muitas vezes a dúvida.

Fora de brincadeiras, e para lá da fisiologia, a definiçaõ cultural do que é "ser um homem" ou "ser uma mulher" já mudou tantas vezes ao longo da história, que não faz sentido falar de ser homem ou mulher como categorias definidas. Biologia é uma coisa, género é outra completamente diferente. e as pessoas não querem "géneros iguais", querem igualdade de oportunidades, tratamento, etc. E um bocadinho de empatia, já agora.

E claro que somos todos preconceituosos, intolerantes e trogloditas, não lês caixas de comentários? =) Mesmo quando não achamos que somos.

Rita disse...

"Somos tanto pela liberdade hoje em dia que se eu discordar de algo rotulado de "evolução" por alguns, sou automaticamente criticada. É chocante."
A Marisa é daquelas pessoas que, quando vê uma opinião sua rejeitada ou criticada, se sai com um "Então mas ainda há uns meses eram todos Charlie e agora é isto??", não é?

Veja se percebe: ao discordarem de si e criticarem as suas ideias não estão a tirar-lhe a sua liberdade de forma nenhuma, estão a exercer a liberdade deles. Ninguém a impede de opinar sobre nada, mas não pode esperar que a sua opinião seja isenta das opiniões dos outros sobre a mesma. Ser livre é poder criticar e ser criticado.

Anónimo disse...

Concordo em absoluto.

Anónimo disse...

É isto mesmo! Vinha aqui escrever algo parecido, mas já não preciso. Parabéns pelo seu texto.

Anónimo disse...

Realmente...uma polémica que a mim não me diz absolutamente Rien! Desde que o Mac entrou em Portugal (finais dos 80') que se contam pelos dedos de uma única mão as vezes que eu fui a esses restaurantes...
Os meus filhos foram habituados desde pequenos a comidinha "à séria" e, as vezes que frequentaram os Mac, resumiram-se às festinhas de aniversário de colegas(seria de mau tom recusar o convite), o mais velho já adolescente, por vezes lá vai arrastado por colegas( a bem da socialização e integração no grupo)...mas prefere outros restaurantes, com outra comida, diz frequentemente, que com os 8 ou 10€ que gasta no Mac, comia muito melhor noutro restaurante!
Enfim, nada contra quem gosta e frequenta, cada qual sabe de si e das suas preferências!
No entanto, para quem for fã creio que...no atual "estadio" dos direitos humanos, poderá fazer algum sentido a decisão da Marca, mais que não seja para chamar a atenção! Mais uma forma airosa de publicitar a Marca!

MDM

Anónimo disse...

Bravo, Pipoca!!!

Anónimo disse...

Os funcionários do Mac Donald's até podiam entregar um brinquedo mais feminino a uma menina e vice versa (acho que é hábito), mas nunca houve uma única vez em que eu pedisse para trocarem o brinquedo que não o fizessem, além disso sendo eu mãe de 2 rapazes e não obstante adorar cor de rosa e princesas, quando entro numa loja de brinquedos acabo sempre na secção dos super-heróis, transformers, pistas, carros, etc, e este natal um dos meus filhos pediu uma cozinha e o pai natal deu o que ele pediu. Acho que fazem destes assuntos uma complicação, só temos que deixa-los escolher e não me parece razoável ficar ofendida com quem oferece um brinquedo mais masculino ou feminino (no meu caso brinquedos mais de meninos), acho que deixaria de ter convidados. A verdade é que eu sou mulher e gosto e adoro brinquedos de "meninas" e os meus filhos rapazes gostam mais dos típicos brinquedos de "menino" e olhem que eu já tentei convencê-los a comprar uma boneca, mas não estava nas preferências deles..ihihi, o único gosto que temos em comum quanto a brinquedos são mesmo os peluches e os legos!!! Conclusão são rapazes e gostam de coisas que eu, "menina", não gosto!!!

Carolina Garrido disse...

Acho que aqui a questão não é a de a maioria das meninas preferir uns brinquedos e a maioria dos meninos outros. Ou de haver, ou não, uma predisposição para isto ou para aquilo. Acredito que a questão se baseia em perguntar os se é brinquedo de menino ou menina e não este brinquedo ou aquele, dando livre escolha à criança relativamente ao brinquedo e não ao género. O problema não é darem um carro ao menino e uma boneca à menina, é a forma como a questão é formulada.

Anónimo disse...

Adorei o texto. Só me ocorre mesmo uma questão: o que é que isto interessa? A sério que não consigo entender este tipo de questões. (só aceito respostas ao meu comentário vindas de pedopsiquatras e psicólogos com conhecimento de fundo neste "problema" :) )

Anónimo disse...

Clap Clap para a Pipoca! Concordo! ;)

Anónimo disse...

Olá!
Hoje não concordo consigo. Claro que há sempre "ismos", mas tirando isso e a idiotice do costume, o tema é pertinente!

Ainda no outro dia uma amiga grávida me contava que ia ter uma menina, contrariando assim a ideia generalizada de que teria um menino. Todos diziam que ela "estava muito bonita" e, já se sabe, as meninas, já de feto, promovem a fealdade materna, o clássico mulher vs mulher!
A parvoíces como estas, juntam-se a milhentas parvoíces mais! Ou se preferir, chame-lhes micromachismos.
São pequenas coisinhas, que desde que nascemos moldam também a nossa personalidade e caráter. Não há uma predisposição natural, para se gostar de futebol ou para brincar com Barbies. Podemos, depois de usar esses brinquedos, gostar mais de um de outro, mas isso é individual e baseado em outros fatores. Talvez o seu filho goste mais de bolas, porque sempre recebeu mais bolas no Natal do que bonecas. Ou porque o pai e a mãe veem e vão à bola ou porque alguém da família joga/vê/gosta de futebol.
Muitos meninos que crescem com irmãs, brincam com bonecas, usam vestidos e pintam as unhas - atividades por norma associadas às mulheres. E não, isso não é revelador de qualquer orientaão sexual ou profssional - aka homossexualidade ou vocação artística.

Além disso, lembre-se, quando este tipo de iniciativas existe não é a pensar no seu ou nos meus filhos (que ainda nem os tenho!), mas sim noutras crianças. Nem todos têm a sorte de ter uma mãe como a Ana :)


Trabalhei durante umas férias (cerca de dois meses) numa loja de brinquedos. Durante esse tempo, conto com uma mão, as maẽs/pais que compraram brinquedos ditos de meninas para meninos - uma tábua de passar a ferro, uma cozinha e uma Barbie. Nem imagina o horror com que muitos pais afastavam os rapazes da secção dita de meninas, por norma mais apelativa e colorida, logo mais estimulante - uma contradição com a secção de meninos (salvo seja) toda azul!

Imagino que a Ana seja feminista, defensora da igualdade para Homens e Mulheres (igualdade de salários, licença paternal, etc. etc. etc.), assim sendo, não faça valer como se houvessem batalhas mais importantes do que outras, assuntos mais secundários do que outros.
O que o MacDonalds fez revela mais do que tudo sensibilidade e consciência. Mal ao mundo não virá com essa ação, com certeza!

Sofia

PS: E caramba, também fiquei chateada! Eu como sempre o Happy Meal e também não sabia que havia brindes à escolha!

apipocamaisdoce disse...

=)

Mas o trabalho de casa não passará mais por educar os adultos (pais, professores, malta que se relaciona com crianças)? Por explicarmos aos nossos filhos que podem escolher o que quiserem e serem o que quiserem, que não devem deixar que os ridicularizem e que não devem ridicularizar as escolhas alheias? Eu espero que o Mateus, quando tiver idade para isso, seja esperto o suficiente para questionar alguém que lhe diga que está a brincar com uma coisa de menina. E espero que seja esperto o suficiente para não gozar com uma amiga que esteja a jogar à bola. Não é por os brinquedos do Mc deixarem de ter a insígnia menino ou menina que o preconceito acabará. Se calhar mais valia dizerem aos funcionários que devem asbter-se de fazer qualquer tipo de comentário sobre a escolha da criança. Ou então passa a haver só um brinquedo, que tanto pode ser um carro como uma Barbie, e normaliza-se a coisa, todos têm de brincar com tudo e perceber que não há problema nenhum nisso.

PS: Nem eu chorei no Lendas de Paixão. =)

Anónimo disse...

Obrigada André pela sua resposta. Espero que a Pipoca e os restantes comentadores a leiam tb.
Joana

apipocamaisdoce disse...

Boa explicação, obrigada! =)

Anónimo disse...

Não é verdade que não há predisposição genética para certo tipo de comportamentos e gostos. Há.

Helena disse...

Só para dar uma achega: existem estudos que indiquem que os brinquedos oferecidos habitualmente às meninas fomentam nelas uma menor criatividade, menor capacidade de resolução de problemas, menor apetência para enfrentar desafios e para exploração autónoma do espaço, etc.. Claro que nunca podemos esquecer que o género é um fator social e cultural, mas também biológico.

Anónimo disse...

A Pipoca tocou no problema sem se aperceber disso. Como é óbvio, o empregado do McDonalds não vai negar um brinquedo "de menina" a um menino... O problema é o menino, que só porque prefere algo tradicionalmente considerado mais feminino, vai ter que pedir o brinquedo "de menina". O problema é a auto-limitação das crianças... que começa nos brinquedos, e se estende às roupas que escolhem, à definição de um curso universitário ou de um companheiro para a vida.
Acredito que terá todo o gosto em oferecer uma Barbie ao seu filho caso ele a queira, mas acredite (e digo isto como mãe de uma criança um pouco mais velha) que em breve ele já terá incutido nele que "barbies" são brinquedos de menina...
Joana

apipocamaisdoce disse...

Provavelmente, ao oferecer-lhe bolas ou carros da Patrulha Pata já o estarei a fazer, de forma involuntária. Mas é apenas por achar que essas coisas o fazem mais feliz, não por achar que são mais de menino.

Anónimo disse...

Não vai nada tudo ter o mesmo, a única coisa que vai mudar é o rótulo de "menina" ou "menino". Continuam a existir as mesmas duas opções.

Anónimo disse...

Eu tenho 40 anos e nunca brinquei com bonecas, sempre houve alguém que oferecia mas eu nunca brinquei com elas, em contrapartida se me dessem um carrinho ficava feliz da vida. Não foi pelo facto de brincar com carros que me confundiu as ideias.
O meu filho hoje em dia tanto brinca com bonecas como com carros, mas as bonecas apenas quando tem meninas a brincar com ele, caso contrário não lhes pega, um amigo que brinca com ele nunca vi aquela criança a pedir um carro para brincar, deiam-lhe uma boneca e têm uma criança feliz.

Unknown disse...

Concordo plenamente ! Cresci numa casa com 3 irmãos e uma irmã. Talvez pela diferença de idades (por ser mais próxima da minha) sempre brinquei muito mais com o mais novo dos 3 rapazes. Se havia estas diferenças? Sim, mas acho que por uma questão de ''Eu sou o mais velho, sou eu que mando'', porque se tínhamos um consultório médico ele era o médico e eu a recepcionista, se tínhamos um stand de automóveis, ele era o vendedor e eu a administrativa e por aí adiante. Conforme fui ficando mais velha e com algum poder de argumentação, no nosso supermercado estávamos os dois na caixa, na nossa casa eu era a mãe e ele o filho com 3 irmãos nenucos e na cozinha éramos os dois cozinheiros. Estamos a correr a toda a velocidade para o politicamente correcto, que se lixe a opção de escolha, o que interessa é não ferir susceptibilidades e ficamos todos felizes.

Sara L. disse...

Anónimo, há um mal entendido que vale a pena esclarecer (eu também fiquei baralhada, quando se começou a falar deste assunto). Felizmente (na minha opinião) o que vai acontecer não é haver um só brinquedo e todas as crianças têm o mesmo, independentemente do gosto. Quando ouvi a notícia também pensei que fosse isso, mas não. O que passa a existir é uma situação semelhante ao que fazia, e muito bem, com a sua irmã, e que vai exactamente de encontro à sua sugestão. Ou seja, existem à mesma dois brinquedos à escolha, mas em vez de serem designados como "brinquedo de menino" ou "brinquedo de menina", são apenas descritos pelo nome, e o que o empregado do MacDonald's deverá fazer é informar quais são (agora são as Tartarugas Ninja e a Hello Kitty) e perguntar qual dos dois prefere receber. Já está em prática, pelo menos naqueles quiosques electrónicos em que é o cliente a elaborar o pedido.

André disse...

Sim, mas o trabalho deve ser tanto em casa como em fora dela. 1 - porque nem todas as casas são iguais (e as nossas não são a regra) 2 - porque nós somos "animais sociais", muito susceptíveis a pressoes de grupo, ao trauma do vexame, da ostracização, etc. É óptimo conseguirmos educar miudos que "falem contra isto", mas não podemos esperar que isto sirva para fazer muita diferença.

Concordo que não é pelas insignias desaparecerem que o problema desaparece, mas é um passo, faz manchetes e manda um sinal forte à sociedade que diz "hey, se calhar isto do brinquedo para a menina e brinquedo para o menino é estupido". Mesmo que a maior parte das pessoas não concorde, há umas que vao achar que talvez sim, e aí levam o trabalho para casa. :)

PS: só de me lembrar da cena do velho a escrever "AM HAPPY" com letra de 1a classe na sua Ardosia pós-trombose... ಥ﹏ಥ

Rita disse...

"Eu espero que o Mateus, quando tiver idade para isso, seja esperto o suficiente para questionar alguém que lhe diga que está a brincar com uma coisa de menina."

Exactamente, Pipoca, e é por isso mesmo que o McDonalds está a acabar com as designações de género, para que se o Mateus e os outros miúdos quiserem escolher o brinquedo da Dora não tenham que pedir "o brinquedo de menina". Pedem o brinquedo da Dora, ponto.

Anónimo disse...

Exactamente, e foi só isso que mudou agora. Continuam a existir as mesmas duas opções.

Anabela Dias disse...

O melhor comentário, na minha opinião. Agora os miúdos podem escolher entre um boneco e outro sem estar a escolher o de menina ou menino. É um brinquedo e pronto. É um princípio. De certeza que muitos pais continuarão a influenciar e contestar as escolhas dos filhos, mas o caminho faz-se caminhando.

Unknown disse...

a tua opinião é um não-assunto <3

Marta Moura disse...

Excelente texto Pipoca!

Simplesmente Ana disse...

Se começaram no McDonald´s, então agora têm que continuar por muitos mais sítios. O que farão agora os supermercados e lojas de brinquedos, que têm corredores para cada género?

E em que é que ajuda à normalização do conceito "menino pode brincar com brinquedos de menina e vice versa", optar por oferecer brinquedos unissexo? Então ninguém pode brincar com bonecas ou carros? Seria mais correto haver todo o tipo de brinquedos e, simplesmente, deixar a criança optar entre ninjas e princesas.

Anónimo disse...

Stress? Massacrada? Estamos a falar de crianças, certo?!

Tudo bem que o assunto são brindes de fast food e sexismo, mas acho um bocado ridículo e superprotetor mudarmos estas realidades para que as crianças não fiquem "stressadas" ou se sintam "massacradas". Estamos a criar florzinhas de estufa ou seres humanos para que sabem que certas coisas estão mal, que sentem que estão mal e são formados enquanto adultos a agir perante essas situações? Precisamos de uniformizar os brinquedinhos do McDonald's para isso?!

Eu como mãe, se frequentasse o Mc - não frequento por questões de saúde e não sexismo, chegava e dizia ao meu filho "olha: tens estes brinquedos. O que é que queres?" Não fugia a sete pés do balcão e tapava-lhe olhos e ouvidos para que ele não visse que há diferenças de género no que toca a brinquedos. Há sempre a possibilidade de lhe dizer: "aquilo está na secção de menina, mas não há qualquer problema em escolheres, porque é o que gostas e ninguém te proíbe e as tuas escolhas fazem de ti o que és".

E é exatamente o que eu faço nas lojas de brinquedos em que há estas duas secções por género. E isto, cara leitora, é que é educá-los e mostrares-lhe a realidade.
Não é por causa desta questão que eles vão ser frustrados para o resto da vida, até porque, como disse uma leitora em cima: os empregados não vão dizer que não a um rapaz que queira um brinquedo de menina. E não é com medidas destas que vão ser pessoas menos frustradas. As crianças têm que ser educadas e formadas para perceberem e saberem o que fazer em situações como aquela em que passou, o ser chamada Maria rapaz, que isso sim é insultuoso e ERRADO. Não é protegê-las com esferas de vidro ao obrigar o mcdonald's a dar brinquedos iguais a toda a gente (que como outra leitora disse, é todo um processo perverso em impingir-lhes uma coisa ao qual elas nem tem liberdade de preferir) para evitar que as outras crianças chamem a outras Maria rapaz. E que tal ensinar aos filhos: "olha, chamares maria rapaz a quem quer que seja é errado e SIM, sexista".

Menos...

Diana Bértolo Vitorino disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anónimo disse...

Eu tb pensei que iam so dar um brinquedo,pq li numa noticia que era assim.Sara,obrigada pelo esclarecimento

Marisa disse...

Olá Rita, não, por acaso eu sou daquelas pessoas que tem uma opinião e que a defende, mas que respeita a dos outros, mesmo sem concordar com ela. Quando discordo, não ataco ninguém. Isso, infelizmente, não é o que acontece quando dou a minha opinião pessoal sobre alguns temas polémicos a algumas pessoas. Por não ir de encontro a outras opiniões, sou criticada e atacada.

E não Rita, isso não é liberdade. Isso é, pura e simplesmente, falta de respeito.

Eu posso discordar da Rita sem a ofender, sem a atacar. Defendo o meu ponto de vista, argumento como considero pertinente e concordo em discordar, se se chegar ao ponto em que a minha opinião e a do outro interlocutor estão em desacordo.

A minha definição de liberdade (e a do dicionário de língua portuguesa) é um bocadinho diferente da sua. Para mim é podermos pensar de forma diferente, expressando essa opinião, mas respeitando o outro. É exatamente porque a Rita e muitos outros deturparam este conceito, que eu estou preocupada. E que fico, invariavelmente, chocada, com algumas coisas que oiço e vejo.

Já agora, aqui está uma boa definição de liberdade: "Direito de proceder conforme nos pareça, contanto que esse direito não vá contra o direito de outrem." in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa

Um bom dia.

M. disse...

O problema das questões de género é que sofrem da chamada 'invisibilidade'. Porque estão de tal forma enraizadas nas estruturas político-sociais que não nos apercebemos da sua existência. Não há uma predisposição biológica. A única diferença é a capacidade reprodutiva. Temos características inatas, sim, que moldam a nossa personalidade mas que são ‘gender-neutral’ (ex. simpatia, teimosia, inteligência). O primeiro passo é verem a diferença entre os conceitos de ‘sexo’ e ‘género’.

Não sendo perita no assunto (a Nádia deu uma ótima explicação), trabalhei com esta temática e foi que como se despertasse. Estes condicionamentos que começam na infância marcam-nos em todos os domínios da nossa vida: a nível pessoal, na educação, no trabalho. Trata-se de corresponder a uma imagem que é socialmente aceitável para as mulheres, aquilo que é esperado de uma mulher. E tu tens tido essa experiência quando exprimes as tuas ideias acerca do que consideras ser a maternidade e caem-te logo em cima se não corresponderes a este papel social que te foi atribuído enquanto mulher. Há as exceções e felizmente caminhamos no sentido de cada vez mais pessoas perceberam que estas barreiras são ultrapassáveis mas o ritmo da mudança é ainda muito lento.

Esta formatação que ocorre na infância reflete-se depois nas opções escolares. Atentem nas áreas onde há muitas mais mulheres e áreas onde há muitos mais homens. Há uns anos, mulheres em engenharia eram bichos raros. Homens em educação de infância? Xiii…

Porque razão acham que os anúncios de emprego deixaram de ter a referência ao masculino e ao feminino? Porque as oportunidades devem ser iguais a todos. Se eu não me candidato a um lugar que exige muita força física, faço-o porque acho que não conseguirei realizá-lo, não porque alguém me está a dizer que só os homens podem/devem fazê-lo. Quantas mulheres não são contratadas para posições que apenas servem para as exibir como pedaços de carne, como objeto alvo de desejo sexual? Vejam, historicamente, quanto recentemente começaram a existir comissários de bordo. As hospedeiras querem-se bonitas e sorridentes.

E há ainda um outro lado da questão, porque nas empresas, as mulheres concentram-se nas posições intermédias e não conseguem alcançar as principais posições de chefia e liderança, mesmo havendo-as mais formadas que os homens e com melhores resultados académicos. E como aqui muito se poderia dizer, se tiveres interesse em saber mais dou-te alguns exemplos. Conheces o termo ‘teto de cristal’ (glass-ceiling)? Já ouviste falar do gender-pay gap? Ou em leaking pipeline? Ou em ‘old-boys network’? (sim, porque o lobby masculino existe) Pois estas situações são reais e quando se fala com gestores reais, percebe-se na contradição das suas afirmações que por muito que não queiram ser discriminatórios, os estereótipos de género condicionam as suas ações.

Eu não sou totalmente a favor da criação de quotas (como existem em países nórdicos, 50/50), porque acho que os lugares de decisão e influência devem ser ocupados por pessoas que mostrem mérito para tal. Mas estas medidas acabam por ser importantes como uma chamada de atenção, porque se não existirem, e a escolha se basear – supostamente – apenas em mérito, os homens levam a maioria. Estranho, não? Não, acontece assim porque quem avalia também são outros homens. E há toda uma imagem do ‘gestor ideal’, do ‘empreendedor’, que é criada com base em características ditas masculinas.

E tal como a maioria das pessoas não sabe a diferença entre sexo e género, também não conhecem o conceito de ‘feminismo’ e enchem a boca para dizer que não são feministas quando nunca se preocuparam em saber nada sobre o assunto, quando tudo aquilo que têm como adquirido foi conquistado arduamente por essas odiadas feministas. Porque extremismos há em todos os campos, da religião ao futebol, entenda-se bem. Interessante, não é? A postura aqui em causa não é a de estar ‘contra aos homens’, mas sim a de ter os mesmos direitos e oportunidades.

Anónimo disse...

Eu não li esta conjugação do verbo dar...

A Miúda disse...

Qualquer dia ou as mulheres deixam de usar soutien ou os homens têm obrigatoriamente de começar a usar. Não somos todos iguais?

Anónimo disse...

O problema reside precisamente na parte em que diz "aquilo é de menina e podes escolher se quiseres que não faz mal". É ter que explicar que não há um problema em escolher brinquedos que nos incutiram ser do sexo oposto. O ideal seria não ter de justificar o porquê da escolha, justificar que não tem mal.

Anónimo disse...

Nem mais... Ainda hoje pensei nesse artigo porque no WC do centro comercial entrou um senhor que se enganou e ficou muito aflito a pedir desculpa... E eu pensei: não tarda existe apenas um WC unisexo em todo o lado, vai na volta ainda tenho de fazer xixi no urinol por uma questão de descriminação. Desculpem-me mas acho que estamos a cair no ridículo com certo tipo de coisa...

killyourbarbies disse...

Ora, ando sem soutien tantas vezes ;)

mcrs disse...

A minha filha de dois anos é fã da Patrulha Pata. E da Dora. E não gosta especialmente de póneis. Mas adora dar colo ao nenuco dela.
No Natal pediu os carros do lixo de anunciavam no Panda. E ignorou a Heidi.
Adora carros no geral. E brincar com a sua cozinha da chicco e fazer a sopa.

Isto para dizer que os padrões de brincadeira da minha filha são tão aleatórios e que acho isto tudo uma não questão tão grande, tão mirabolante!

Como é que se pode misturar no mesmo comentário "brinquedos de menino e de menina" e "violência doméstica"/ "inequidade salarial entre géneros"?

Parecem-me polos opostos de algo que nem tenho a certeza que seja a mesma questão.

Anónimo disse...

Aleluia! Estava a ver que ninguém tinha uma opinião parecida com a minha...
Apesar de não se ''a questão mais importante do momento'', é com pequeninos passos que se vai lá! Da mesma maneira que há crianças para as quais não faz diferença, para outras faz sim e não se sentem bem em terem de pedir um brinquedo ''diferente''. Para mim sempre tanto me fez que fosse de menina ou menino, escolhia conforme a colecção e o que mais gostasse, mas há crianças que não têm esse à vontade, principalmente muitos meninos. Tenho uma sobrinha que quando escolhe, prefere sempre o de menino, quando lhe dão automaticamente um de menina troca com os colegas :)

Anónimo disse...

''E em que é que ajuda à normalização do conceito "menino pode brincar com brinquedos de menina e vice versa", optar por oferecer brinquedos unissexo? Então ninguém pode brincar com bonecas ou carros? Seria mais correto haver todo o tipo de brinquedos e, simplesmente, deixar a criança optar entre ninjas e princesas.''

Não se trata de oferecer brinquedos diferentes, simplesmente de não os ''catalogar'' como de menino ou de menina! Todos podem brincar com carrinhos e todos podem brincar com princesas... Pois na verdade todos os brinquedos são unisexo ;)

Pilar Monteiro disse...

A minha opinião:

Ainda há coisas que precisam de mudar, de evoluir, e sobre essas não nos devemos calar. Mas faz-me muita confusão essa conversa de "ah, temos de ser todos iguais". Eu percebo que quando o dizem é em termos de direitos, mas faz-me confusão à mesma porque parece que vêem na palavra "igualdade" uma coisa boa, e na palavra "diferença" uma coisa má. Acho que devemos ter os mesmos direitos, sim, mas não temos de ser iguais! Temos? Porquê, porque ser diferente uns dos outros é mau? Não faz mal ser diferente. Faz mal é ser discriminado por ser diferente. Isso sim é mau.
Portanto, não acho que devam "acabar" com os brinquedos em si e torná-los "neutros", acho que é bom haver uma grande variedade de brinquedos à escolha. Devem é acabar com esse pensamento de que "bonecas é para meninas e carros é para meninos". Somos tão inteligentes numas coisas e depois noutras... Uma vez li uma coisa que achei engraçada e com razão, que era:

"O brinquedo Z precisa dos órgãos sexuais para ser manuseado pela criança? Se não, então não tem género associado. Se sim, então não é um brinquedo para crianças."

Para mim é tão simples quanto isto. Estudo Psicologia, numa vertente mais ligada à saúde, e já estudei também Genética e outras temáticas biológicas, e quanto à questão "Os cérebros dos homens e das mulheres são diferentes?" posso dizer que sim, são, e faz sentido que assim seja, em termos biológicos. São diferentes, e então? Valem exatamente o mesmo. Ser diferente não quer dizer ser melhor ou pior, é apenas diferente e pronto. Irra, somos tão racionais e em pleno século XXI ainda estamos a "discutir" coisas que já deviam ser óbvias e naturais.

Nesse caso dos brindes do happy meal, concordo que acabem com essa ideia de "brinquedo de menina" e "brinquedo de menino", mas espero que não acabem com os brinquedos em si :P

Anónimo disse...

Ai pipoca, numa das primeiras vezes estou completamente em desacordo com a tua opinião... É com pequeninos passos que vamos lá! E não, não existe uma predisposição biológica para os meninos brincarem com carrinhos e as meninas com bonecas, simplesmente vivemos numa sociedade ontem há relativamente pouco tempo as mulheres eram proibidas de conduzir e os homens pouco ou nada tomavam conta dos filhos!

Anónimo disse...

Estou à espera do dia em que processem a evax e semelhantes por fazerem anúncios só para mulheres.
Felizmente, sou "menina" e na infância tanto tive carros telecomandados, martelos, metralhadoras de água, como barbies, máquinas de costura, trens de cozinha, sem nunca ter sido discriminada.

Anónimo disse...

Eu acho que o problema aqui é que as pessoas estão tão preocupadas com a igualdade que se esquecem de aceitar as diferenças.

Anónimo disse...

Sim, já vi homens com mamas maiores do que muitas mulheres ahaha

Padrinhos civis disse...

Em total acordo. Por motivos profissionais tive de frequentar alguns cursos de "gender advisor", que poderemos traduzir em qualquer coisa como "conselheira de género", no âmbito das Resoluções das Nações Unidas sobre o assunto. Se alguma coisa aprendi com esses cursos, é que a cultura é fundamental na definição do papel de homens e mulheres na sociedade. Gostaria de acrescentar que o cerne da questão do McDonald's, para mim, mais que os brinquedos, são as questões, apostas na caixa, feitas em função do género: à pergunta "qual o teu maior talento?", as opções de resposta para elas são "rapidez", "liderança", "criatividade" e "culinária" e para eles "rapidez" "liderança" "trabalho de equipa" e "força". Ora eles não podem ser bons cozinheiros? Elas não podem ter força? Se isto não é eternizar um esterótipo, não sei o que será. Quando compro presentes para crianças encontro nos corredores dos hipermercados uma clara divisória, onde para as meninas estão enfeites, bebés, maquilhagem e cozinhas, enquanto para os meninos jogos pedagógicos, laboratórios científicos e atividades desportivas. Se isto não é incentivar preconceitos seculares, não sei o que será. Há tempos vi um vídeo onde pediam a homens e mulheres adultos para correrem como uma menina e tanto eles como elas simulavam uma corrida desengonçada e cheia de maneirismos. Depois pediam o mesmo a crianças e estas corriam dando o seu melhor. Se não foram fatores externos a influenciar os adultos em causa a acreditar que "correr como uma menina" é negativo, não sei o que foi. Eu não gostaria que a minha filha acreditasse que, como mulher, lhe está reservado um papel pré-determinado na sociedade, mas não é fácil, dado o bombardeamento que recebe diariamente. Não acho mau ter livros de princesas que esperam casaram um principe para resolver as suas vidas, o que não quero é que só tenha desses livros - e acreditem, a maior parte das pessoas oferecia-lhe isso em pequena. Sim, a questão do McDonald's parece ser de menor importância, só que as mudanças civilizacionais não têm de ser feitas à moda da revolução francesa, também podem acontecer, assim, à inglesa, paulatinamente.

Rita disse...

Ufa, foi preciso descer bastante na caixa de comentários para ler uma resposta construtiva sobre o assunto, ainda por cima com as referências devidas :-).

Acrescento outra sobre este velho debate "nature vs nurture" ligado às diferenças de género (inatas, segundo a corrente que vigora na sociedade, como se pode atestar pelas reacções a esta decisão do McDonalds :-) ):

http://europe.newsweek.com/why-parents-may-cause-gender-differences-kids-79501?rm=eu



Rita disse...

Vamos rever então o que a Marisa disse:

"Somos tanto pela liberdade hoje em dia que se eu discordar de algo rotulado de "evolução" por alguns, sou automaticamente criticada."

Não falou em lado nenhum de lhe faltarem ao respeito ou de a atacarem. Pode tentar dar as voltas que quiser ao assunto na sua resposta, mas do que de facto se queixou foi de criticarem as suas opiniões quando não concordam consigo, o que, lamento, toda a gente tem a liberdade de fazer.

Um bom dia para si também.

Anónimo disse...

Só pode estar a brincar...ou é ignorante... sugiro-lhe que consulte o verbo DAR com "olhos de ver"!
Se me "dessem"- verbo dar, pretérito imperfeito do modo Conjuntivo, 3a pessoa do plural!

Anónimo disse...

Como gerente de um restaurante mcdonalds quando as colecoes são livros, snoopy ou ate bonecos de alguns filmes invariavelmente todos os pais querem o mais rosa para meninas e cores pretas para meninos. E as respostas quando demos os livros "nao ha brinquedos?" perguntavam os pais e criancas e isso devia ser preocupacao, nao terem habitos de leitura. Nas entradas dos restaurantes ha uma montra com toda a colecao e consonante a escolha do cliente e se houver disponivel nos entregamos. Fomos avisados ha 1 ano? Se calhar ate sim, mas esquecem se que os brinquedos tem de ser encomendados pelo restaurante com pelo menos 1 ano de diferenca, ver quais os filmes infantis ou nao que irao sair e ter um calendario a seguir. por nós colaboradores, nao mudou nada, agora perguntamos " quer tartaruga ninja ou hello kitt?" e uma diferenca ridicula! MG

anita disse...

Gostei imenso desta intervenção. E concordo que parece exagerado, mas não é na realidade, porque influencia tudo o resto na sociedade. Na Suécia terminaram com os brinquedos/brincadeiras de menino e menina nas escolas precisamente por isso, para reforçar a igualdade de género. Quando dá outros exemplos, como deu, de repente fez todo o sentido

Unknown disse...

Adoro este comentário :)

Anónimo disse...

Quando eu era pequena, quis ser jogadora de futebol e comentadora desportiva. Os meus principais interesses na tv, além de filmes, são rugby e moto gp. Sou mulher, hetero, mãe (e muito bem resolvida). Tenho amigas com interesses semelhantes aos meus e outras que me acham tonta. Quanto mais se der escolha, melhor. Fico tão feliz quando o meu filho mais velho chega a casa a dizer que uma das melhores jogadoras da equipa de futsal da escola é uma rapariga... Não acho que seja um não-assunto; acho que somos todos diferentes e que, quanto menos condicionados, melhores podemos ser.
Gostar de desporto; ter espírito de equipa, seguir aquilo que se acredita e não ficar fechado em definições de género é essencial.

Anónimo disse...

Apesar de as coisas dentro de nossa casa seguirem os conformes, não quer dizer que não haja mais realidades. Há crianças que desde cedo se sentem inclinadas para o sexo oposto, mas devido à pressão da sociedade para seguirem os papéis de género estabelecidos não têm a liberdade de serem quem são, este torna-se um "não-assunto" para quem não sabe a realidade que existem "lá fora".
Já li vários textos científicos sobre este assunto, incluindo sobre transexualidade e há frases que marcam, como por exemplo "este corpo não é o meu", quem fala de corpo fala também de tudo o que isso envolve; o sexo atribuído à nascença que não corresponde, a cor associada, os brinquedos/brincadeiras pré-estabelecidos, os comportamentos esperados e isto tudo leva a cursos universitários e empregos rotulados como "para rapaz/para rapariga".
Para além disto, e falando apenas dos comportamentos esperados, podemos incluir aqui a violência doméstica ou o assédio perante as mulheres, porquê todos sabemos que aqui o maior nº de vítimas são as mulheres, ou seja, os agressores são homens, não por uma questão biológica (mais uma vez, e até podem alegar que é porque têm mais força mas a força não tem de ser usada dessa forma!), mas sim cultural. Trata-se de uma construção social.
O género não se limita a rapaz/rapariga, é muito mais complicado do que parece e o feminismo e os estudos de géneros servem para desconstruir isto tudo.

Unknown disse...

Acredito que o problema não é o "dessem", mas sim o "deiam-lhe"... Obviamente...

Unknown disse...

Concordo com a opinião da Pipoca, mas acima de tudo o que que esta empresa conseguiu foi uma boa publicidade sem custos...

Ana disse...

Acho ridícula esta questão levantada pelo DN e governo. Tem muito tempo livre....texto cinco estrelas...😊

Anónimo disse...

Adorei o seu comentário, Padrinhos civis. Completamente de acordo.

Anónimo disse...

Oh meu deus... O problema não é o "se me dessem", é o "deiam-lhe"!

Anónimo disse...

Lidar com diferenças biológicas é bastante diferente de trabalhar a identidade de género.

Anónimo disse...

Porque identidade de género e diferenças biológicas são a mesma coisa...
Mas, por acaso, já andei numa faculdade de tinha casas-de-banho unissexo e nunca tive qualquer problema.

Anónimo disse...

Ricardo, mas acontece que já não estamos "há vinte e tal anos atrás" e isso é bem aceite na sociedade (crianças brincarem com o que querem). Mas concordo com o comentário anterior, ocultar tudo das crianças é torna las estéreis e sem percepção do mundo e evitar isso ao impingir uma regra tao exagerada no McDonalds parece me demais.

Susana disse...

Obrigada André pelos comentários inteligentes e com conteúdos. Acho que é com atitudes como esta do McD que damos passos importantes. Nem que seja para se discutir estes assuntos com adultos e crianças e contribuir para o tal "trabalho de casa" que referiram.

Mariana disse...

A questão para mim é esta: não há mal nenhum em rotular. O que importa é que sabendo que apesar de se ser rapaz, ou apesar de se ser rapariga, se é igual. E acho que a Pipoca tem razão no post. E como é com os nomes? Há nomes de rapaz e nomes de rapariga. E que mal tem isso? O mais bonito seria aprendermos a conviver com as nossas diferenças e saber que não há problema em ser diferente.

E para terminar, acho impossível um mundo sem rótulos. É assim que nos definimos a nós e aos outros, que nos orientamos na vida, que julgamos para viver. Temos sempre de ser alguma coisa e isso não é mau.
O que interessa é que apesar de meninos, meninas, pretos, brancos, hetero, homo, cristãos, muçulmanos ou ateus somos todos iguais!

Bia disse...

Comentário fantástico! Isto não é um não-assunto, não é a questão de se se pedir, te darem o outro brinquedo, mas sim assumirem que brinquedos rosa e de "rapariga" são automaticamente indicados para meninas. Sim, rapazes e raparigas são diferentes biologicamente, mas nada impede que uma rapariga tenha mais características consideradas "masculinas" e vice-versa.
E para quem tenha dúvidas, não as raparigas e rapazes não estão geneticamente predispostos a gostarem mais de coisas relacionados e associadas com o seu sexo... São influenciadas pelo ambiente e sociedade em que crescem. Uma rapariga não devia ter dizer que quer o "brinquedo de rapaz", o tipo de pensamento expresso no texto do blog é perigoso e associar biologia como base é impensável!

Uma biológa

Bia disse...

Virei sua fã :) Nem eu diria melhor! Os seus filhos têm sorte na mãe que têm!

Bia disse...

A melhor explicação que vi! Sou da mesma opinião :)

Unknown disse...

Olá Pipoca. Pesquisa textos da Susan Pinker. São interessantes para este assunto.

Fly like a Ballerina disse...

Quantas vezes não pedi para trocarem o brinquedo pois deram-me o de menino. Acho um perfeito disparate esta medida.

http://flylikeaballerina.blogspot.com.es/

Unknown disse...

A target, rede de loja dos EUA, acabou com a sinalização de brinquedos de "menina" e de "menino"...

Anónimo disse...

Parei de ler na parte "seguirem os conformes".

Anónimo disse...

Obrigada pela dica, mas escuso de consultar todas as conjugações do verbo dar, uma vez que não irei encontrar 'deiam-lhe'. Não sei o que é pior, achar que o erro fosse "dessem" ou achar "deiam-lhe" normal, é que salta à vista.

Anónimo disse...

Eu só tenho isto a dizer: que estupidez.
O meu filho é da idade do Mateus, nunca lhe impus brinquedo que fosse, ele é que vai às lojas e pede sempre o mesmo: carros e puzzles. Ainda na semana passada tinha comentado com o meu marido que não compreendo de onde vem esta fixação por carros uma vez que nunca ninguém lhe impôs carros nem ninguém na família é aficcionado por automobilismo. E como ele não anda na escola também não vem de influências extremas.

Anónimo disse...

Adorei. Excelente texto Pipoca.

Unknown disse...

"Querer igualar os sexos é só muito estúpido.",

Concordo perfeitamente...

Anónimo disse...

Infelizmente o meu marido com 40 anos faz essas distinções e ensina o filho que isto é de menina e não jogues a isso que é de menina, eu digo que não há coisas de menina e que ele brinca com o que quiser, esta é a realidade de muitas casas... Portugal no seu melhor.

Anónimo disse...

Veja lá o pretérito imperfeito do conjuntivo, se calhar encontra a conjugação.

Unknown disse...

Pipoca: Give me 5!!! Adoro (só que não) extremismo..............

Unknown disse...

A explicação mais sensata que li!
Mas acarreta um outro problema, que eu considero mais de "raiz".
Existem brinquedos sem rótulo e cada criança deverá escolher o que prefere. Soa-me o melhor.
E será que um pai/mãe não terá a tendência para guiar a escolha da criança a quando da escolha do brinquedo.
Falar é muito fácil e ainda não custa dinheiro, mas frente à realidade de um menino preferir um nenuco, penso que muitos pais vão tentar guiar a criança no que consideram melhor para ele: um brinquedo de menino.
Por muito que se possa dizer sobre a liberdade e a igualdade do género, muitos pais ainda não aceitam que um menino tenha gostos "femininos" ou uma menina tenha tendência para o masculino. Pressão da sociedade. E não é uma questão de idade dos pais, é mesmo de mentalidade. Basta assistir a muitas conversas de café entre amigos/pais.

Anónimo disse...

Obrigada, muito útil! :)

Anónimo disse...

E ainda chama de ignorante à outra... Ah, ah, ah

Anónimo disse...

Mas voces tem filhos?????? lololollolol eu tb achava que era coisa da sociedade, ate ter um menino.... nao e que ele so quer brincar com carros e bolas e coisas de "meninos" nao ha volta a dar, e o que ele gosta!!! tem muito de genetico tb minhas caras.... a pipoca esteve bem...

Unknown disse...

Como em todas as questões do comportamento penso que há um fundamento genético, mas que o grande impulsionador é o ambiente onde o indivíduo cresce. É o ambiente (social, cultural e familiar) que vai proporcionar a possibilidade de essa predisposição se revelar ou não. Em vários estudos tem-se observado que meninos e meninas recebem ‘sinais’ muito diferentes que, felizmente, se têm vindo a esbater. Nos livros infantis e na televisão o sexo masculino é na maior parte das vezes caracterizado como e . Os homens são os heróis, as mulheres são ajudantes. No caso de as mulheres serem heroínas, existe sempre um herói principal, um ‘chefe do grupo’ e esse é um papel masculino. As mulheres são mais frágeis (muitas vezes de vestidos o que não dá jeito nenhum para saltar muros e lutar contra vilões) e, portanto, dependem dos homens para as salvarem das situações de perigo. Mesmo os adultos na TV são representados de forma diferente: muitas celebridades masculinas são “poderosas”, “fortes”, “ágeis”, fazem desporto, e sobrevivem nas montanhas; enquanto as femininas são “elegantes”, vestem roupas bonitas e são conhecidas por isso, cuidam das crianças, da casa e dos maridos. (Nada contra, sou mulher e gostava de salvar o mundo durante o dia e cuidar da família quando chegasse a casa) :) Isto são imagens com que somos bombardeados todos os dias em programas de TV e publicidade, mesmo sem darmos por isso. É tão banal que já nem reparamos, mas as crianças, que absorvem tudo à sua volta apreendem esses ‘sinais’. No que diz respeito aos brinquedos estes ainda são completamente segregados. Repare-se que praticamente todas as lojas (ou corredores de hipermercados) fazem uma separação entre meninos e meninas. E se as meninas têm alguma abertura para escolher “brinquedos de rapazes”, estes últimos sofrem muito mais o peso da sociedade para se comportar de determinada maneira.

Anónimo disse...

Nao acredito, que hoje em dia, pais "normais, que acredito que sejam na generalidade imponham brinquedos aos filhos.... eles e que escolhem!!

Anónimo disse...

Bravo!

Anónimo disse...

Não seja tão imediatista, veja as coisas a médio, longo prazo. Pq nesse horizonte temporal pode ser que o seu filho entretanto queira brincar com uma boneca e ninguém na sua família achará isso estranho ou anormal. Os colegas não gozarão com ele. Os professores N tentaram dissídios-ll. Pq entretanto todos aprendemos que aquilo com que brincamos não nos define, não nos torna mais ou menos dignos de respeito. Torna-nos sim mais focado naquilo que é realmente importante: vivermos felizes

Sofia Marques disse...

E assim se demonstra que vivemos numa sociedade cada vez mais de extremos... Enfim uma estupidez... Gostei muito do seu texto e concordo plenamente consigo!

Anónimo disse...

Realmente, não há volta a dar...é mesmo um erro de conjugação verbal e não um simples erro de teclas...,porque "deiam-lhe" não existe! A anónima quis dizer "deem-lhe uma boneca ".
Não sejam tão radicais, acontece a todos... incluindo docentes de humanidades, profissionais da comunicação social, pivots, etc...
Quantas vezes não ouvimos ou lemos pérolas idênticas ?

Anónimo disse...

É uma força de expressão, agramatical, usada na oralidade, de origem "novelobrasileira" dos 80', que significa "estar consoante a lei..., seguir as recomendações..., estar em conformidade com..." depende do contexto. Esta crítica exacerbada aos comentários pipoquianos, já enjoa!
Há por aqui muita gente armada em Professor...provavelmente frustrados(as) ou no desemprego !
Não vem mal ao mundo pelo simples facto de um comentador usar essa expressão!
Se o/a choca...?! há "milhentas" coisas mais suscetíveis de nos chocarem!!!
Mais acrescento, o anónimo é livre de parar de ler, bom mesmo seria não ler...para não se chocar :-)

Arrojinha disse...

PARABÉNS! Grande texto! É isto mesmo que defendo e escusam de acusar-me disto e daquilo, que é preciso evoluir e tal. Não me considero troglodita e sim, o meu filho tem certos brinquedos e a minha filha outros. Não têm os mesmos. Somos diferentes. Ponto. Cansa-me isto da igualdade para tudo. Eu não gosto de ser igual a toda a gente, gosto de ser diferente.
Ainda há pouco fiz um post sobre isto, uma discussão tonta, uma atitude levada ao extremo pela McDonald's.
Beijo arrojado ;)

Anónimo disse...

Acho que o problema não esta na expressão utilizada, mas achar que os conformes é achar que existe uma normalidade a seguir/dever ser.

Anónimo disse...

A segunda pessoa (ou a mesma a insistir) que mandou ver o pretérito imperfeito do conjuntivo, já depois de várias pessoas explicarem, continua a achar que o problema é o dessem e não o deiam-lhe. Assim fica difícil. Como diz o comentador supra, ainda chamam ignorante.

Anónimo disse...

Tenho um filho de uma amiga cujo pai (marido da amiga),pessoa bastante educada com uma mente aberta com quem tenho as mais variadas conversas sobre tudo e mais alguma coisa começou a aperceber se que o filho preferia brincadeiras de menina ,gostava de Barbies adorava disfarçar se com perucas e vestidos a imitar as princesas da Disney, este pai "mente aberta" gozava abertamente com o filho por estas escolhas "não adequadas ao género ", e o miúdo sempre que queria brincar com alguma brincadeira não aceite fazia o às escondidas e envergonhado... E obviamente que também não podia pedir p mcdonalds das meninas...sim é importante esta ação do mcdonalds.

Anónimo disse...

E os miúdos passam por tantas fases... Eu própria brinquei com carrinhos a dada altura da minha infância, achava o máximo riscar com giz no chão as estradinhas dos carros, e uns anos mais tarde virei a fanática da barbie, tinha o carro a casa e sei lá o que mais... são fases... acho que não sai da infância demasiado traumatizada! :P Margarida

Margarida disse...

existem casas de banho unisexo em muitos países... Em Portugal nunca vi, mas deixe que lhe diga que não gostei nem um bocadinho de as frequentar...

Anónimo disse...

Vivemos na era do Politicamente correcto. Um exagero, a meu ver.
Por acaso sempre adorei brincar com carrinhos e garagens do meu irmão. E a minha mãe opunha-se a dar-me tábuas de passar e cozinahs ( apesar de bonecas não faltarem) pq achava que tinha de me direcionar para outras coisas que não trabalho domésticos.

Anónimo disse...

Como assim não há predisposição. Óbvio que há. O que molda a predisposição é o ambiente e não o contrário.

Paula Mendes disse...

Isto começa a ser um padrão.LoL. Os primeiros 10/15 comentários são normalmente pacíficos. Mas depois solta-se a franga e no fim só há ossinhos! :) Isto é que dava um estudo sumarento. Uma problemática quase tão interessante quanto a dos brinquedos menino/menina.

Anónimo disse...

Ele só quer brincar com carros e bolas porque sempre lhe deram carros e bolas e o estimularam e festejaram e elogiaram, etc, etc. Ele sempre esteve condicionado a isso, quer queira, quer não. Duvido que lhe tenham dado a optar desde o berço! Condicionaram-no a gostar disso, ponto final! A minha filha tanto gosta de brincar com carros e bolas como com princesas porque sempre lhe dei isso como opção. Daqui a uns tempos, condicionada pelo mundo e pela sociedade e pelo que os outros lhe dizem, vai gostar mais, certamente, de princesas! (ou não)

Anónimo disse...

Hahaha pior comentário de sempre hahahahaahha

Anónimo disse...

Yah que parvoíce do tamanho do mundo.. Igualar os sexos.. Concordo!!

Anónimo disse...

A mim também...

Anónimo disse...

Igualdade de direitos NAO é igualdade de genero.
O que as mulheres defendem é igualdade de direitos e deveres , homens e mulheres nao sao iguais, nunca serao, cromossomas diferentes , ponto. Mas devem ter como cidadaos os mesmos direitos e deveres, voces é que misturam tudo e tornam a nossa luta (de todas as mulheres) numa coisa ridicula.

Anónimo disse...

Isto é ver as coisas a medio e longo prazo:
" E depois, o que é que se segue? Acabar com as secções de roupa de homem e de mulher, porque é discriminação? Com os perfumes de homem e de mulher? Porque não haver só roupa e só perfumes, ponto, sem distinção por géneros? Qualquer pessoa é livre de usar o que quer, mas é ridículo querer anular completamente as diferenças entre homens e mulheres. Porque, graças a Deus, somos diferentes e é isso que nos torna especiais."

Anónimo disse...

Vou deixar de ir ao mc por causa disso, o politicamente correto irrita me imenso, é um cancro e destroi tudo. Dito isto, acho que as mulheres devem ter direitos iguais aos homens e luto por isso, mas esta pressao geral para regeitar as diferenças está me a dar voltas ao estomago.

Anónimo disse...

Parabens o melhor texto que li sobre o assunto.

Débora disse...

Estava demorando a aparecer a tradicional pergunta "Mas vocês tem filhos??????" para desqualificar a opinião alheia... preguiça dessas mães que se acham donas da razão...

PS.:Só eu acho que o maior absurdo nessas história toda é uma mãe dar um lixo nutricional desses para as crianças?

Débora disse...

Seu comentário é raso ao extremo, nem vale a pena responder...

amberhella disse...

Excelente texto Ana, mesmo!!

Sandra D. disse...

Dizer que isto é bem aceitei na sociedade... bem, já vi tirarem das mãos do meu filho na altura com menos de um ano uma carteira da irmã só porque era cor de rosa...

Sandra D. disse...

Eu conheço um menino que já empurrou a minha miúda de uma brincadeira por ser "de menino". Isto em casa dele, em frente aos pais e a outro rapaz. Curiosamente o mesmo menino em minha casa adora brincar com a cozinha, de tal forma que nem cumprimenta quando entra. Ou seja, ele age como os adultos com quem está esperam que aja. Comigo não tem vergonha. Com outros tem. Se calhar esta medida até é útil para educar adultos já que as crianças não nascem ensinadas com este tipo de ideias.

Nemsodemoda disse...

A Zara já lançou o barro à parede com esta nova coleção "sem género" ;) podia pegar e era "pró menino e prá menina"! Pelos vistos não pegou Pipoca, podemos respirar de alívio, continuará a existir a seção feminina e masculina, até ver...

barbara azevedo disse...

Como disse, a Pipoca é leiga no assunto, deveria informar - se e depois escrever sobre um assunto tão importante como este. Não há uma predisposição natural das meninas para brincar com bonecas, a ser mamãs, a cuidar, a limpar, a pôr - se bonitas ou uma dos meninos a brincar a ser fortes. É mesmo uma aprendizagem que fazem connosco, com os adultos, com outras crianças educadas da mesma maneira.Ate parece que nunca entrou numa loja de brinquedos e viu um corredor rosa para meninas e um azul para meninos. E antes do Mateus nascer já tinha um quarto azul e de certeza que muitos carrinhos e bolas à espera.Somos nós que impomos uma forma de brincar ou outra, que facilitamos o acesso a uns brinquedos ou outros. E como há pessoas que só estimulam a que as meninas brinquem a ser mamãs ou princesas indefesas e que os meninos brinquem a ser fortes e valentes, agradece - se que haja brinquedos unisex. Estou disposta a dr - lhe toda a informação que queria sobre este tema dos estereótipos e como dificultam tantas coisas na nossa sociedade.

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