Pub SAPO pushdown

domingo, fevereiro 28, 2010
Ontem lá fomos jantar fora, como combinado. Às dez e tal estávamos a aterrar no nosso japonês do coração, prontos a engolir quatro salmões e dois atuns. De repente, atentei na jovem da mesa da frente, que estava de costas para nós. Tinha um cabelo gigantesco e maravilhoso (ao qual a Muxy tirou fotos à socapa), exactamente o cabelo que eu gostava de ter, com uma ondulação perfeita. Até que ela se levantou para ir à rua fumar e percebemos que era uma actriz conhecida da nossa praça (e que o cabelo, afinal, eram extensões, mas muito bem feitinhas, graças a Deus). O que se esperava ser um jantar tranquilo, acabou numa rebaldaria. Isto porque a actriz, seguramente com demasiada cocaína no cérebro, transformou o jantar numa peixeirada de todo o tamanho. Ela e o namorado, um marmanjo de meia branca, todo vestido de ganga (cruzes credo). O tom de voz foi subindo, subindo, e, no final da noite, já ele lhe chamava putazinha, já dizia que ela gostava era de foda, que andava a fazer bicos a toda a gente, e outras pérolas do género. Eu estava a adorar, que gosto sempre de ver o circo pegar fogo. Ela tanto se levantava e gritava com o namorado, como se agarrava a ele aos beijos e aos abraços, tanto ameaçava ir-se embora como se voltava a sentar e a comentar, alto e bom som, a vida de outros actores (dizia ela que "a Catarina Furtado foi infiel ao João Reis"... (ela é que disse, eu só ouvi- eu e o restaurante todo- e a expressão usada foi mais hardcore, mas por mim tudo bem, aquele casamento sempre me pareceu meio estranho e em caso de divórcio eu sou do team Catarina). Ninguém no restaurante os mandava moderar o tom, e eu achei que aquilo ia acabar em pancadaria da grossa. Finalmente, lá se decidiram a ir fazer a vida para outro lado, e foi o melhor que fizeram. A Muxy estava quase a morder-lhes. Ah, pelo meio ainda ficámos a saber que o orçamento de um certo teatro é de 45 mil euros. Uma miséria, de facto. Ministério da Cultura, se me estás a ler, vê lá se fazes qualquer coisa, porque 45 mil euros não chega para gerir um teatro e consumir cocaína ao mesmo tempo.

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Teorias absolutamente espectaculares

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