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segunda-feira, janeiro 25, 2010
Então foi assim, este ano decidimos que não faríamos viagens. Ano de contenção de despesas, com uma boda para pagar e a promessa que nos vingaríamos na lua-de-mel, algures entre Tóquio e as praias da Tailândia. Fiz cara de cachorro abandonado quando soube que ainda não era desta que iria passar o Carnaval ao Rio de Janeiro, o rabo a querer explodir dentro de um biquini XXS. Conformei-me com as férias de Verão divididas entre as casas da família e a da malta amiga, tudo em território nacional, mas muito limpinho e com bom ar. E pronto, estava preparada para um ano de secura (nem uma viagenzinha de carro a Madrid?? Nada? Um fim-de-semana em Berlim? Roma?), já me tinha mentalizado. Até que num almoço de família, há uns tempos, dei por ele a combinar com o irmão como é que ia ser a viagem à neve. Não, não estava a falar disso como uma hipótese remota, algo muito improvável de acontecer, uma daquelas coisas que a pessoa fala mas que já sabe que nunca se realizará. Já estava a combinar onde é que iam dormir, quantas latas de atum é que iam levar e quais as melhores botas para a neve fofa. Assim, nas minhas barbas. Pensei que era só brincadeirinha, para me chatear, mas não. Ontem, pela fresquinha, lá saltou ele da cama, cheio da boa disposição que costuma baixar nele no dia de ir para a neve. E foi mesmo, sem olhar para trás. Que a neve não é cara, que são muitos a dividir a comida e o apartamento, que nem sequer vai gastar dinheiro com equipamento (sim, aqui a burra ofereceu-lhe umas botas para a neve no Natal), que não vai sair, até levou muitos livros e o computador, para escrever umas coisas... e pronto, foi-se-me! E o que é que eu tive a dizer sobre o assunto? Nada! Acho até que incentivei "sim, querido, vai, vai ser muito giro", naquele sorriso amarelo e farsolas de quem está a querer dizer "ai de ti que ouses pôr um pé fora de casa, se eu não vou abanar as mamas no sambódromo tu também não vais andar a descer pistas e a auxiliar jovens imberbes que estão a dar os seus primeiros passos na neve". E pronto, lá foi ele, deixando-me a braços com a grande decisão de escolher entre o lombo de porco e os medalhões de novilho. Eu mereço.

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Teorias absolutamente espectaculares

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