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quinta-feira, janeiro 29, 2009
Discutir é bom e eu gosto (às vezes)

Eu e o meu homem discutimos. Não é todos os dias, não estamos sempre pegados, mas de quando em vez discutimos. E algumas discussões são daquelas mesmo boas, daquelas que vêm mesmo a calhar em dias que nos apetece mandar vir com alguém. Não acredito em relações que não metam uns bons gritos de quando em vez. Não acredito. Geralmente, são sinónimo de qualquer coisa mais grave. Do género, já estão tão acomodados que nem vale a pena estar a discutir. Discutir para quê? Sobre quê? Fico nervosa com casais que estão sempre óptimos. Que nunca têm uma crise. Que se dizem iguaizinhos. Que gostam exactamente das mesmas coisas. Que são capazes de fazer tudo juntos, 24 sobre 24 horas. E que nunca se fartam. Nunquinha. Acho sinistro. A ausência de discussão numa relação é mais ou menos o mesmo que uma criança que está no quarto quietinha e em silêncio: alguma estão a aprontar. E, mais tarde, ou mais cedo, a coisa acaba por estalar. E quando estala, geralmente é em grande.
É por isso que eu dou graças a Deus pelas minhas discussõezinhas que, acredito, têm belos efeitos terapêuticos e me parecem sinal de normalidade. O meu homem, que é um doce (para além de santo), diz que as nossas discussões nunca põem em causa aquilo que sente por mim. Eu sou mais intempestiva, há sempre ali dois a quatro segundos em que penso que não lhe quero voltar a pôr a vista em cima nos próximos seis anos. Depois acalmo. Quando estou sozinha e não tenho que competir pela razão, lá admito que algumas vezes (raras) as coisas que ele diz até fazem algum sentido (mas pouco, pouquíssimo, hã?, nada de usar isto contra mim em discussões futuras). Às vezes dou o braço a torcer, outras vezes dá ele por mim. Importante, importante é que, no final, ninguém vire as costas.
A verdade é que as mulheres precisam tanto de uma boa discussão como de comprar um par de sapatos por mês. Desculpem lá, mas são coisas que fazem falta. E não há nada pior que uma pessoa chegar a casa com vontade de discutir e levar com um homem que só diz "sim, querida, tens razão, querida", ou, pior, "quando estiveres mais calma falamos". Nós queremos falar é naquela altura, quando estivermos calmas já não tem graça nenhuma, não é uma discussão, é uma conversinha! Queremos despejar a nossa fúria! Queremos que ele assuma as nossas dores e fique tão enervado como nós estamos! Quando uma mulher quer discutir, é deixá-la! Tentar refrear os ânimos é ainda pior. E, para além disso, um homem que não sabe mandar um par de berros na devida altura não nos serve para coisa nenhuma. A primeira vez que o meu homem elevou a voz assim à séria, eu achei até muito sexy e, na minha cabeça, dei a discussão por terminada (só na minha cabeça, porque na prática tinha que continuar até ele me dar razão). A sério, se as mulheres quisessem um pacifista, andavam com monges tibetanos. E, claro, não nos podemos esquecer que muitas discussões acabam em make up sex por isso, no final, saímos todos a ganhar, não é verdade?
Pronto, termino com o envio de muitos beijinhos e abraços ao meu homem, que discute comigo quando tem que ser, e que por isso e por muito, muito, muito mais (tipo, deixar-me dançar na Fnac, secção de dvds, e só ter um bocadinho de nada de vergonha), é a pessoa mais incrível que me passou pela vidinha.

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